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<HR>

<DIV align=center><EM><STRONG><FONT color=#800000 size=4>Boletín informativo - 
Red solidaria de la izquierda radical</FONT></STRONG></EM></DIV>
<DIV align=center><IMG alt="" hspace=0 
src="C:\Documents and Settings\EH\Mis documentos\germain 1.JPG" align=baseline 
border=0><BR><FONT color=#000080 size=4><STRONG><EM>Año III - Nº 9215 - 
Enero&nbsp;7 - 2006 - Redacción: </EM></STRONG></FONT><A 
href="mailto:germain@chasque.net"><FONT color=#000080 
size=4><STRONG><EM>germain@chasque.net</EM></STRONG></FONT></A></DIV>
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<HR>
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<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil<BR><BR>2006: muita luta e 
mobilização!</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>LetraViva</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>MST informa/Nº 106, 
6-1-06</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2></FONT>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2></FONT>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2>Camigos e amigas do MST,<BR><BR>Para 
que tenhamos muitas conquistas neste ano que começa, o MST está planejando lutas 
e mobilizações. São formas de pressão social organizada, onde queremos que haja 
menos restaurantes de fast food em cada esquina e mais bibliotecas e livrarias; 
acesso à terra para produzir alimentos saudáveis e baratos; emprego e renda 
mínima para todas as famílias; educação de qualidade e gratuita; acesso à 
informação; resgate da cultura popular e fortalecimento da saúde. Para isso será 
necessário debater em todos os espaços possíveis a construção um projeto que 
seja anti-neoliberal, anti-imperialista, popular e nacional. O novo modelo 
somente será viabilizado a partir de um verdadeiro mutirão de discussões que 
acumulará energias, forças e consensos em torno de idéias. Sem dúvida, será 
preciso que o movimento de massas se fortaleça para que a atual correlação de 
forças adversas seja alterada. A luta do MST e a vida de quem dela participa são 
para ver esse sonho virar realidade em terra brasileira.<BR><BR>O ano que passou 
foi duro para os trabalhadores e as trabalhadoras rurais e urbanos e para a 
Reforma Agrária. Felizmente, ao longo de 2005, o MST recebeu muito apoio e 
solidariedade da sociedade para com a luta das 160 mil famílias acampadas – 
embaixo de lonas pretas em beira de estradas ou em latifúndios improdutivos - e 
das 350 mil famílias assentadas. <BR><BR>O MST considera importante socializar 
sua avaliação sobre o ano que passou e os desafios traçados para esse que 
começa. A preocupação com a gravidade da crise brasileira tem sido 
constantemente manifestada em conjunto com outros movimentos sociais. O quadro é 
dramático. A crise não se limita a um problema político-partidário. Toca 
intensamente a questão ideológica, refletida na ausência de projetos, e mergulha 
o Brasil no abismo social. Lamentavelmente não há pensamento estratégico e a 
longo prazo voltado para resolver os verdadeiros problemas estruturais do país, 
o que arrasta essas questões para o futuro. <BR><BR>Os reflexos da política 
econômica adotada, que convive com taxas de juros bárbaras, estão no desemprego. 
A felicidade é requisito de um seleto clube, que reúne banqueiros e 
especuladores internacionais. Segundo o professor da Unicamp, Eduardo Fagnani, o 
pagamento de três dias de juros das dívidas interna e externa consome o 
orçamento de um ano da Reforma Agrária. Os gastos com 20 dias de juros são 
equivalentes ao que foi investido durante 10 anos com habitação popular e 
saneamento básico. </FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><BR>O MST tem se esforçado para 
construir uma unidade em torno dos movimentos sociais do campo e da cidade para 
forjar coletivamente uma alternativa popular para o Brasil. Os resultados foram 
sentidos ao longo desse período: 1) a Coordenação dos Movimentos Sociais 
realizou nos estados diversas manifestações e atividades pela mudança do modelo 
econômico, demonstrando a capacidade dos movimentos de pensar além das pautas 
específicas de reivindicação; 2) o Fórum Nacional pela Reforma Agrária se 
consolidou como espaço de encontro, reflexão e articulação de todos os 
movimentos e entidades que seguiram lutando em torno dos compromissos que 
assumimos na "Carta da Terra" de 2004; 3) a Assembléia Popular Nacional, 
juntamente com a 4ª Semana Social Brasileira/CNBB, uniu milhares de brasileiros 
e brasileiras na luta por propostas concretas de mudanças para o país. 
<BR><BR>Para o nosso Movimento, 2005 também foi um ano de aprendizado. O desafio 
de colocar 12 mil marchantes em movimento por dezessete dias - de forma 
organizada e séria - fez da Marcha Nacional pela Reforma Agrária um feito 
inesquecível. O sacrifício da caminhada foi amenizado de um lado pelo apoio dos 
amigos do MST e de outro pelos momentos de estudos e de formação ao longo do 
trajeto de 200 quilômetros, que separam Goiânia de Brasília. </FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><BR>Mas se a Marcha deixou o 
aprendizado da organização e da solidariedade, o governo decepcionou mais uma 
vez: não cumpriu os sete compromissos assumidos na chegada da manifestação em 
Brasília. </FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><BR>O MST se ressente que a Reforma 
Agrária não seja vista como mecanismo de democratização da terra (em nosso país 
apenas 1% dos proprietários detém 46% das terras) e de geração e distribuição de 
riqueza e renda. Ela é tida como mera política de compensação social em uma 
economia que prioriza as exportações de grãos para os países ricos, enquanto o 
povo não tem acesso fácil aos produtos da cesta básica. A simples aprovação de 
uma portaria que atualiza os índices de produtividade, conforme a média 
calculada pelo IBGE, já seria suficiente para fazer o processo de Reforma 
Agrária avançar. No entanto, esta decisão, que não implica gastos e está 
exclusivamente nas mãos do Poder Executivo, não foi tomada. Faltou vontade 
política. <BR>A Reforma Agrária segue lentamente, apesar do governo alardear 
números que não existem. O Rio Grande do Sul em três anos teve apenas 100 
famílias assentadas. No Maranhão, estado que exibe os maiores índices de 
concentração de terra, nenhuma família foi assentada. A inércia serve como 
estímulo para o latifúndio. </FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><BR>A CPMI da Terra desperdiçou uma 
oportunidade histórica de desvendar a estrutura agrária do país e propor medidas 
coerentes. Preferiu subordinar-se à UDR (União Democrática Ruralista) e inverter 
os papéis. Para os parlamentares da CPMI, concentrar terras em um país com 
problemas sociais não é hediondo. Hediondo é lutar contra a fome e a 
desigualdade. A comissão quis transformar as vítimas em promotores da violência. 
Simplesmente ignorou os 38 mortos em conflitos no campo ao longo do ano, 16 
deles no Pará. Simbolicamente, no dia da votação do relatório, um trabalhador 
Sem Terra foi assassinado por pistoleiros em Alagoas. A tentativa de 
criminalizar os movimentos sociais ganhou fôlego assim como trabalhadores e 
trabalhadoras vivendo em regime de escravidão nas grandes fazendas. <BR><BR>O 
MST não acredita em milagre. Sabe que é tempo de muita luta, sem deixar de lado 
a esperança. A mudança não virá de gabinetes e palácios, mas do povo organizado 
e mobilizado. O Movimento tem a certeza que o novo projeto para o país será 
fruto da participação popular na democratização da terra, das riquezas e dos 
meios de comunicação. Buscamos forças para esta tarefa nas lições de Apolônio de 
Carvalho, que partiu no ano que terminou. Poucas semanas antes de falecer, 
Apolônio nos disse, com sua motivação incansável: "Não vale apenas a gente olhar 
para a realidade e protestar contra ela. Queremos um mundo não apenas melhor, 
mas um mundo mais jovem, mais cheio de criatividade, de abnegação, paz, justiça, 
relações humanas amplas e puras. O ideal de uma sociedade nova, na qual se 
corrigiriam paulatinamente as injustiças e crueldades, projetando o ideal em um 
horizonte de mais igualdade, fraternidade e solidariedade". O MST acredita na 
construção dessa nova realidade. <BR><BR>Um forte abraço,<BR><BR>Secretaria 
Nacional do MST 
<HR>
<STRONG><FONT color=#000080>La información contenida en el boletín es de fuentes 
propias, sitios web, medios periodísticos, redes alternativas, movimientos 
sociales y organizaciones políticas de izquierda. Los artículos firmados no 
comprometen la posición editorial de Correspondencia de Prensa. Suscripciones, 
Ernesto Herrera: </FONT></STRONG><A 
href="mailto:germain@chasque.net"><STRONG><FONT 
color=#000080>germain@chasque.net</FONT></STRONG></A> 
<HR>
</FONT></DIV></FONT></DIV></BODY></HTML>