<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 4.0 Transitional//EN">
<HTML><HEAD>
<META http-equiv=Content-Type content="text/html; charset=iso-8859-1">
<META content="MSHTML 6.00.2600.0" name=GENERATOR>
<STYLE></STYLE>
</HEAD>
<BODY bgColor=#ffffff background=""><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=center><EM><STRONG><FONT color=#800000 size=4>Boletín informativo -
Red solidaria de la izquierda radical</FONT></STRONG></EM></DIV>
<DIV align=center><EM><STRONG><FONT size=4><IMG alt="" hspace=0
src="C:\Documents and Settings\EH\Mis documentos\germain 1.JPG" align=baseline
border=0><BR><FONT color=#000080>Año III - Nº 9265 - Enero 20 - 2006 -
Redacción: </FONT></FONT></STRONG></EM><A
href="mailto:germain@chasque.net"><EM><STRONG><FONT color=#000080
size=4>germain@chasque.net</FONT></STRONG></EM></A></DIV>
<DIV align=center>
<HR>
</DIV>
<DIV align=justify> </DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>Entrevista a Heloísa
Helena</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>"Temos que fazer a revolução
democrática"</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>"Não vou vivenciar o
socialismo"</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT face=Arial size=2>César Felício De São Paulo
</FONT><BR><FONT face=Arial size=2>Valor Econômico, Sao Paulo,
19-1-06</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2>Quarta colocada nas pesquisas de
opinião para a eleição presidencial, a senadora Heloísa Helena (P-SOL-AL) está
em uma encruzilhada: se fizer uma campanha evitando radicalismos ideológicos,
poderá continuar crescendo e retirando votos tanto de uma candidatura à
reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto do bloco PSDB/PFL. O
seu recém-criado partido, entretanto, mergulharia em uma crise de identidade.
Afinal, o P-SOL surgiu exatamente por não aceitar o pragmatismo eleitoral do
Partido dos Trabalhadores. Se abraçar a extrema-esquerda, adotando um programa
anticapitalista, tende a perder eleitores conservadores que aderiram à sua
candidatura para fazer uma espécie de voto de protesto. A tendência da senadora
é ficar com a segunda posição.</FONT></DIV><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR>Candidato do partido ao governo do Rio, o ex-deputado
Milton Temer reconhece o dilema. "Os votos de Heloísa Helena não são
obrigatoriamente de esquerda. Graças a atributos pessoais, como o fato de ser
mulher, ter uma imagem de coragem, de honestidade e outros valores não
necessariamente vinculados a uma posição ideológica, ela capta eleitores que
poderiam ir para um candidato conservador. Vamos ter que conciliar a tática
eleitoral com nossa estratégia de dizer que é impossível a felicidade dentro do
capitalismo", disse.</DIV>
<DIV align=justify><BR>"Não podemos cair no pragmatismo para obter mais votos.
Saímos do PT por não aceitar isso. Precisamos juntar as duas coisas",
preocupa-se o deputado Ivan Valente (P-SOL-SP). "Não poder falar o que pensa
para não perder votos foi o drama do PT, que levou o partido a perder-se. É
melhor a campanha nítida do que mentir para o povo. Fazer a opção socialista tem
um preço que precisa ser dito a sociedade, e, ao contrário da voz corrente, não
acreditamos que haja consenso entre as classes sobre o que deve ser feito",
rebate o provável candidato do partido ao governo de São Paulo, o ex-deputado
Plínio de Arruda Sampaio.</DIV>
<DIV align=justify><BR>O pragmatismo pode ainda afastar da senadora o PSTU e o
PCB, os únicos partidos com quem o P-SOL deve se coligar. Nenhuma das duas
micro-legendas elegeu parlamentares em 2002, mas a soma de seus espaços no
horário eleitoral gratuito pode fazer com que Heloísa Helena alcance até dois
minutos diários na televisão, dependendo da quantidade de candidatos. Os dois
partidos nanicos já ajudaram o P-SOL no ano passado a recolher assinaturas que
asseguram o registro provisório à sigla.</DIV>
<DIV align=justify><BR>"O PSTU participa das eleições para fazer propaganda das
mudanças que defende e fortalecer movimentos sociais. Para nós, a votação é um
item absolutamente secundário. É possível apoiar Heloísa Helena, desde que com
esta perspectiva. Caso contrário, se for para abrir espaço para o marketing,
estamos fora", afirmou o ex-sindicalista José Maria de Almeida, candidato do
PSTU à Presidência em 2002.</DIV>
<DIV align=justify><BR>Heloísa Helena obtém entre 4% e 9% dos votos nas
pesquisas, conforme o quadro de candidatos apresentados. Mas quando se isola os
eleitores de maior renda e maior escolaridade, passa os dois dígitos e fica em
terceiro lugar, à frente do ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho
(PMDB).</DIV>
<DIV align=justify><BR>Na última pesquisa Ibope, chegou a obter 17% das
intenções entre os pesquisados com superior completo, na simulação que incluía o
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Na pesquisa do Datafolha, em
uma simulação com o prefeito paulistano José Serra (PSDB) e o deputado federal
Roberto Freire (PPS), fica com 10% nesta faixa. Em tese, é um indicativo de
potencial de crescimento, já que estes eleitores são os que tem maior acesso à
informação.</DIV>
<DIV align=justify><BR>As circunstâncias são adversas para uma campanha de
esquerda. "As classes D e E estão com o governo federal, não tanto pela
Bolsa-Família, mas pelo recuo da inflação, que preserva o valor da cesta
básica", comenta Temer. "No começo dos anos 80, o PT cresceu impulsionado pelos
movimentos sociais em ascensão. Hoje a sociedade organizada perdeu energia",
disse Valente.</DIV>
<DIV align=justify><BR>A dependência do P-SOL da candidatura presidencial é
total: o partido só tem três meses de existência legal e precisa da eleição para
ganhar visibilidade. A estratégia passa não apenas pela candidatura de Heloísa
Helena, mas pelo candidato próprio aos governos estaduais. Devem disputar, além
de Temer, o ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio em São Paulo e o ex-prefeito de
Belém Edmílson Rodrigues no Pará.</DIV>
<DIV align=justify><BR>Ninguém no P-SOL tem ilusão de atingir os 5% nas eleições
proporcionais exigidos pela cláusula de barreira para o partido continuar com
existência parlamentar e direito ao fundo partidário. Mas todos contam com uma
votação acima deste nível para Heloísa Helena e alguns candidatos a
governador.</DIV>
<DIV align=justify><BR>Não podemos cair no pragmatismo para obter mais votos.
Saímos do PT por não aceitar isso" - Ivan Valente, deputado federal
(P-SOL-SP)</DIV>
<DIV align=justify><BR>Será o suficiente, segundo acreditam, para conseguir a
reeleição dos seus sete deputados: Chico Alencar e Babá (PA), pelo Rio de
Janeiro; Valente e Orlando Fantazzini, em São Paulo; Luciana Genro, no Rio
Grande do Sul; Maninha, no Distrito Federal e João Alfredo, no Ceará. Mesmo sem
direito a funcionamento legislativo, os sete poderão funcionar como uma espécie
de bancada informal.</DIV>
<DIV align=justify><BR>Os membros do P-SOL acreditam que o ritmo da campanha
poderá aproximá-los dos movimentos sociais desiludidos com o governo Lula. A
candidatura de Plínio de Arruda Sampaio em São Paulo tem este explícito sentido.
"O Plínio acabou de receber uma votação muito expressiva em São Paulo na eleição
interna do PT e é um elemento aglutinador, pelo seu histórico de proximidade com
a Igreja progressista e o MST", comentou Valente.</DIV>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG><FONT size=3>Heloísa Helena</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3></FONT></STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>"Não vou vivenciar o
socialismo"</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR> </DIV>
<DIV align=justify>Virtual candidata do P-SOL à Presidência da República contra
Lula, Heloísa Helena admite diálogo com o PT, caso ambos percam a eleição
presidencial</DIV>
<DIV align=justify><BR>Ainda sem assumir-se como candidata, a senadora Heloísa
Helena (P-SOL-AL), diz que não irá moderar seu discurso, mas sinaliza que seu
programa tende a propor uma "revolução democrática", e não uma revolução
socialista. Alegando que o programa da campanha será discutido no Congresso do
partido, em março, a senadora não quis entrar em detalhes sobre o tema. Eis
trechos de sua entrevista ao Valor.</DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>Valor: A senhora tem conseguido índices
expressivos nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência. Não teme
perder popularidade quando explicitar uma posição ideológica?</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>Heloísa Helena: Veja, ainda há condicionais para que
esteja decidida minha candidatura à Presidência. Posso ser candidata novamente
ao Senado em Alagoas ou ao governo estadual, estaria em posição confortável para
isso. Se eu for candidata à Presidência, farei a campanha com enormes
dificuldades e muito mais importante do que fazer a medíocre matemática
eleitoral de captação de votos é apresentar uma alternativa concreta. Não vou
ser candidata porque o P-SOL está refém do coeficiente mínimo de votos da
cláusula de barreira ou para garantir tempo de TV, que aliás, será mínimo, no
máximo uns dois minutos por dia, se tivermos a sorte de aparecerem poucos
candidatos.</DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>Valor: Então uma eventual campanha sua assumiria
um tom anti-capitalista?</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>Heloísa Helena: Sou uma socialista de carteirinha, mas
infelizmente sei que não vou vivenciar o socialismo, com a estrutura
anátomo-fisiológica que existe hoje no país. Não é o pensamento de todos, mas é
o meu. A campanha será realista. Ao mesmo tempo, não vou escamotear nossas
convicções ideológicas. Não somos mercadores de ilusões.</DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>Valor: Se não vamos vivenciar o socialismo, o que
poderia ser vivenciado?</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>Heloísa Helena: Na minha opinião, antes da revolução
socialista, temos que fazer a revolução democrática, favorecendo a soberania
nacional, com o controle de capital, a auditoria sobre pagamentos ao exterior e
o alongamento da dívida interna; a democratização do Estado, com o uso dos
plebiscitos e o fortalecimento de conselhos na área social e o desenvolvimento
econômico, com o aumento do investimento público. Mas o programa de governo
ainda está sendo preparado e me alongar nesta questão seria um desrespeito com
os quadros do partido envolvidos no assunto.</DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>Valor: Isto não pode assustar um eleitor
conservadora que aderiu à sua candidatura por motivos não ideológicos, como a
sua atuação nas CPIs, por exemplo?</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>Heloísa Helena: Acho que não, porque quem se identifica
com a nossa bandeira ética, se identificará também com os nossos pontos
programáticos. Nunca escondemos o que somos de ninguém. Eu não trago os temperos
da civilidade, como as virtudes da moderação e da prudência. Mas eu estou tão
bem assim nas pesquisas?</DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>Valor: Está em quarto lugar. Quando se isola os
eleitores de maior renda e maior escolaridade, com mais acesso a informação, a
senhora sobe para o terceiro lugar, dependendo do quadro de candidatos, um pouco
acima de 10%.</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>Heloísa Helena: Veja que este é um sinal fortíssimo que
muita gente neste país quer conhecer algo novo. Vamos enfrentar a visão
fatalista de que existe uma polarização incontornável entre o neoliberalismo do
PT e o do PSDB. Não temos o direito de escamotear alternativas concretas, de
desenvolvimento social, econômico e regional.</DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>Valor: É um sinal portanto que o P-SOL não irá
abrir espaço para qualquer tipo de acordo com a oposição representada pelo PSDB
e pelo PFL, mesmo no nível tático?</STRONG></DIV><STRONG></STRONG>
<DIV align=justify><BR>Heloísa Helena: Não há hipótese.</DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>Valor: Como vencer o desestímulo dos movimentos
sociais em participar do processo político-eleitoral?</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>Heloísa Helena: Temos que ir além da estrutura formal dos
movimentos sociais. Eles incorporaram os vícios das estruturas partidárias, no
movimento sindical, no movimento estudantil. É muito difícil. Se os militantes
das causas sociais estão fazendo uma generalização perversa sobre os políticos,
imagine o que não ocorre na sociedade como um todo. Nós da esquerda teremos uma
montanha para escalar de modo a minimizar o impacto que foi o governo Lula para
os simpatizantes do nosso campo.</DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>Valor: Como a senhora pretende gerenciar a parte
financeira da campanha presidencial do P-SOL?</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>Heloísa Helena: A campanha de televisão e rádio já está
equacionada, conseguimos acordos com quem aceita colaborar de graça. Mas é
preciso viajar pelo país. Só vou aceitar doações de pessoas físicas, não de
jurídicas. Mas de todo modo seria difícil imaginar uma empresa querendo nos
financiar, salvo se estivesse imbuída do espírito de viabilizar o máximo de
alternativas possíveis à polarização que existe hoje. Mesmo em relação às
pessoas físicas, seremos criteriosos com as que aparecerem, para que não nos
vinculemos a certos interesses. A realidade é que devemos estar preparados para
andar mais pelas estradas do que pelos aeroportos.</DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>Valor: Se Lula perder a eleição presidencial
deste ano, é possível que o PT e P-SOL se reencontrem no futuro?</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>Heloísa Helena: Eu não guardo mágoa do meu processo de
expulsão. A história da esquerda no Brasil não nasce com o PT e nem termina com
o P-SOL. Não somos um santuário de ungidos, somos apenas um grupo de pessoas que
não aceitou um partido mudar de lado. Percebemos que aquele PT de antes tinha
morrido e apodrecido. O PT que fundamos, há muito tempo não existe.</DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>Valor: Então a senhora antevê uma reorganização
partidária em 2007?</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>Heloísa Helena: Fazer o quê? É da vida.
<HR>
<STRONG><FONT color=#000080>La información contenida en el boletín es de fuentes
propias, sitios web, medios periodísticos, redes alternativas, movimientos
sociales y organizaciones políticas de izquierda. Los artículos firmados no
comprometen la posición editorial de Correspondencia de Prensa. Suscripciones,
Ernesto Herrera: </FONT></STRONG><A
href="mailto:germain@chasque.net"><STRONG><FONT
color=#000080>germain@chasque.net</FONT></STRONG></A>
<HR>
</DIV>
<DIV align=justify><BR></FONT> </DIV></BODY></HTML>