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<DIV align=center><EM><STRONG><FONT color=#800000 size=4>Boletín informativo -
Red solidaria de la izquierda radical</FONT></STRONG></EM></DIV>
<DIV align=center><EM><STRONG><FONT size=4><IMG alt="" hspace=0
src="C:\Documents and Settings\EH\Mis documentos\germain 1.JPG" align=baseline
border=0><BR><FONT color=#000080>Año III - Nº 9263 - Enero 20 - 2006 -
Redacción: </FONT></FONT></STRONG></EM><A
href="mailto:germain@chasque.net"><EM><STRONG><FONT color=#000080
size=4>germain@chasque.net</FONT></STRONG></EM></A></DIV>
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<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Foro Social
Mundial</FONT></STRONG></FONT><BR><BR><FONT face=Arial><STRONG>O risco da
intranscendência </STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>Emir
Sader</STRONG></FONT></DIV><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR><STRONG>A realização do Fórum Social Mundial na Venezuela
é uma nova e grande oportunidade para apreender formidáveis lições – positivas e
negativas – da luta do continente por “um outro mundo possível”. Se não ocorrer
isso, o Fórum corre o risco da intranscendência.</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG></STRONG><BR><STRONG>Agencia Carta Maior,
20-1-06</STRONG><BR><BR></DIV>
<DIV align=justify> </DIV>
<DIV align=justify>Ou o Fórum Social Mundial sai da fase de resistência ao
neoliberalismo e passa a participar ativamente da luta por um “outro mundo
possível” ou ficará relegado à intranscendência. A realização do FSM na
Venezuela é uma excelente oportunidade para dar esse salto. Se sair incólume
dela, retomando o mesmo discurso de antes, sem ter aprendido das extraordinárias
conquistas e lições que a América Latina e o Caribe têm a oferecer, se condenará
a perpetuar sua atual marginalidade em relação aos grandes combates que se
livram contra a hegemonia imperial e o neoliberalismo no mundo, os reinos do
dinheiro, das armas e da mídia monopolista. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Estes últimos anos viram grandes transformações na luta
pelo pós-neoliberalismo. Por um lado, presenciamos alguns fracassos, vindos de
diferentes latitudes. Os governos de Lula e de Tabaré Vasquez não romperam com o
neoliberalismo e decepcionam aqueles que depositavam na via da luta eleitoral da
esquerda tradicional as esperanças de sua superação. Por outro lado, fracassaram
também movimentos sociais que pretenderam se manter na esfera da luta social,
substituindo a luta política ou tentando prescindir dela. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Os movimentos indígenas equatorianos, revelando uma
extraordinária capacidade de mobilização, foram protagonistas da derrubada de
três presidentes, tiveram a possibilidade de comandar a construção de uma
alternativa ao neoliberalismo, mas delegaram a um dirigente político alheio ao
movimento, se sentiram traídos, ficaram divididos e sofreram um grande revés.
</DIV>
<DIV align=justify><BR>Os zapatistas, por seu lado, tentaram colocar em prática
a linha de “mudar o mundo sem tomar o poder” e passaram à construção de governos
locais, com grande legitimidade na região, mas diante da primeira grande
ofensiva militar, tiveram que desarmar essas estruturas e passar a participar do
processo de construção de força de massas na luta pela transformação do México,
convencendo-se de que não há emancipação dos chiapanecos sem emancipação da
totalidade dos mexicanos. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Estes fracassos tem a ver com a concepção das ONGs de
tentar limitar a ação ao plano do que chamam de “sociedade civil”, sem
participar da luta por um outro poder político, indispensável se efetivamente se
quer construir um outro mundo possível, e não apenas permanecer no nível dos
testemunhos da resistência. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Mas houve avanços na luta dos latino-americanos e dos
caribenhos que o FSM tem de incorporar. Na própria Venezuela os participantes do
FSM encontrarão um processo político em que efetivamente se promove a prioridade
do social, se limita a livre circulação do capital financeiro, se opõe à
hegemonia imperial belicista, se promove ativamente a integração
latino-americana – tanto no plano político e econômico geral, como em planos
decisivos como o energético e o da democratização da mídia. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Lá se poderá aprender que é no plano do Estado e dos
governos que se pode universalizar os direitos – um dos pontos-chave da luta
pós-neoliberal. É nesse plano que se pode regulamentar a circulação de capitais,
assim como apoiar formas de propriedade social. Em suma, a criação de um outro
mundo possível passa pela democratização do poder, ou ele não existirá. </DIV>
<DIV align=justify><BR>A belíssima vitória de Evo Morales e do MAS na Bolívia
vai na mesma direção. A revolução democrática naquele país começa
necessariamente pela nacionalização dos hidrocarburetos e a convocação da
Assembléia Constituinte, para a construção de uma sociedade multiétnica e
multicultural, como passos fundamentais para a democratização das relações de
poder e das relações sociais, econômicas e culturais do país. </DIV>
<DIV align=justify><BR>O eixo que começa a desenhar-se entre Venezuela, Bolívia
e Cuba aponta também para o norte de que o antineoliberalismo tem de incorporar
elementos do anticapitalismo, se quer efetivamente construir um outro mundo
possível. Cuba é uma referência anticapitalista obrigatória, um país que mais
avançou na prioridade do social – terminou com o analfabetismo há mais de quatro
décadas e apoiou decisivamente a Venezuela nesse caminho –, possui a melhor
medicina social do mundo, além de protagonizar a mais extensa e generosa
política de solidariedade internacional do mundo. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Caso aprenda dessas experiências, o FSM terá passado da
fase de resistência à fase de participação concreta na construção do outro mundo
possível. Caso passe em branca nuvem, corre o risco de se confundir com a
oposição golpista venezuelana – que monopolizou a categoria de “sociedade civil”
–, monopolista da mídia, golpista, privatizadora do petróleo e ponto de apoio da
política de guerra dos EUA. O FSM não pode perder esta oportunidade histórica,
senão quer se reduzir apenas a eventos de “testemunho”, mas pretende ser ator
concreto da luta pós-neoliberal, no momento em que esta tem na América Latina e
no Caribe seu cenário mais importante.
<HR>
<STRONG><FONT color=#000080>La información contenida en el boletín es de fuentes
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Ernesto Herrera: </FONT></STRONG><A
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color=#000080>germain@chasque.net</FONT></STRONG></A>
<HR>
</FONT></DIV></BODY></HTML>