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<DIV align=center><EM><STRONG><FONT color=#800000 size=4>Boletín informativo -
Red solidaria de la izquierda radical</FONT></STRONG></EM></DIV>
<DIV align=center><EM><STRONG><FONT size=4><IMG alt="" hspace=0
src="C:\Documents and Settings\EH\Mis documentos\germain 1.JPG" align=baseline
border=0><BR><FONT color=#000080>Año III - Nº 9359 - Febrero 17 - 2006 -
Redacción: </FONT></FONT></STRONG></EM><A
href="mailto:germain@chasque.net"><EM><STRONG><FONT color=#000080
size=4>germain@chasque.net</FONT></STRONG></EM></A></DIV>
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<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
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<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>No Rio, o terrorismo contra a
pobreza</STRONG></FONT></DIV><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR><STRONG><FONT size=3>Comunidades pobres e organizações de
direitos humanos denunciam práticas terroristas nas operações em que blindado
militar da PM do Rio é usado para entrar nas
favelas</FONT></STRONG><BR><BR><STRONG>Júlia Gaspar,Rio de Janeiro
(RJ)</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG>Brasil de Fato</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><A
href="http://www.brasildefato.com.br/"><STRONG>http://www.brasildefato.com.br/</STRONG></A></DIV>
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<DIV align=justify>O medo que as crianças tinham do Bicho Papão caiu em desuso;
o monstro da vez é o Caveirão. Mas este não foi extraído de um conto de fadas. É
algo bem verdadeiro e assustador até para adultos: trata-se de um carro blindado
do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) do Rio de Janeiro
que tem o desenho de uma caveira com duas pistolas cruzadas e uma faca enfiada
na cabeça, além de uma série de fuzis que eventualmente dão tiros para todos os
lados de forma aleatória. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Esse típico veículo de guerra entra nas favelas do Rio de
Janeiro todos os dias com um alto-falante que faz ameaças aos moradores: "Sai da
rua"; "Vai dormir"; "Vim buscar sua alma". Quem é pego de surpresa, precisa
encarar ou pode ser morto na tentativa de se esconder.</DIV>
<DIV align=justify><BR>Essa conduta da polícia militar carioca está mobilizando
movimentos sociais e Organizações Não-Governamentais (ONGs), como a Anistia
Internacional, o Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis, a Justiça
Global e a Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência. Juntas, essas
entidades preparam um abaixo-assinado que reivindica à governadora do Estado do
Rio de Janeiro, Rosinha Matheus (PMDB), a suspensão do Caveirão, definindo-o
como um "instrumento de terrorismo, inconstitucional e contrário aos mais
elementares direitos humanos". Além das assinaturas no Brasil, a governadora vai
receber de 72 países cartões postais com a foto do Caveirão e um texto em
repúdio ao veículo. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Até o momento, a polícia militar possui oito blindados
deste tipo - três de uso do Bope e cinco dos comandos regionais. O tenente
coronel Aristeu Leonardo Tavares, chefe do setor de Relações Públicas da Polícia
Militar do Rio de Janeiro, afirma que a experiência possui resultados tão
compensatórios que policiais militares de outro estados buscam implementar o
sistema. Ele também diz que o Caveirão é uma das causas da diminuição drástica
do número de policiais mortos em serviço. Mas Marcelo Freixo, da ONG Justiça
Global, explica que a quantidade de civis mortos pela PM aumentou muito e acusa
a polícia do Rio de Janeiro de ser a mais violenta do mundo. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Muitas das mortes causadas por policiais são registradas
como "auto de resistência", que significa que supostamente o indivíduo morreu em
conflito com a polícia. O professor Ignácio Cano, da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (Uerj), fez uma pesquisa e constatou que, em 70% dos casos
registrados como "auto de resistência", os tiros foram dados pelas costas e a
curta distância. Como não há ninguém que troque tiros de costas, foram, na
realidade, execuções sumárias. Na maioria dos casos, cabe apenas à família
provar a inocência do morto, dizendo que não enfrentou a polícia. O confronto
fica resumido à palavra do morador do morro versus a palavra do policial.</DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>Terrorismo social</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>A maioria das vítimas de violência policial é de
moradores da favela. E, apesar de os bandidos serem minoria nas favela (no Rio
de Janeiro como em outras metrópoles), isso é o suficiente para legitimar, nas
políticas de segurança pública, a criminalização de toda uma comunidade. "Ocorre
que não está se criminalizando o crime, mas sim a pobreza", afirma Marcelo
Freixo. </DIV>
<DIV align=justify><BR>O ativista também critica o "mandato de busca genérico",
instrumento pelo qual um juiz autoriza a polícia a entrar na casa de qualquer
pessoa de uma comunidade inteira. Ou seja, toda a favela é suspeita. A
justificativa que consta de um desses mandados é mais que preconceituosa: "para
contribuir com os incorruptíveis policiais do RJ (...) e combater o lixo
genético da sociedade". </DIV>
<DIV align=justify><BR>O conceito de que bandido e favelado são sinônimos vem
desde as músicas cantadas durante o treinamento de membros da divisão de elite
do Bope. O relatório "Eles entram atirando", divulgado pela Anistia
Internacional, descreve algumas dessas canções: "O interrogatório é muito fácil
de fazer / pega o favelado e dá porrada até doer / O interrogatório é muito
fácil de acabar / pega o favelado e dá porrada até matar". Outra dessas músicas
citadas no documento: "Bandido favelado / não varre com vassoura / se varre com
granada / com fuzil, metralhadora".</DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>Repressão</STRONG></DIV>
<DIV align=justify> </DIV>
<DIV align=justify>"A primeira coisa que a polícia faz é acusar as pessoas de
traficantes, e a mídia reproduz", diz Deley, morador da Favela de Acari, na
capital fluminense. Deley é professor de futebol e conta que estava em aula com
seus alunos, quando ouviram que o Caveirão estava subindo o morro, então todos
correram, apavorados. Ele lembra também de uma das vezes em que a polícia
invadiu a favela, porque os traficantes não tinham pagado a propina dos
policiais. E fala que, em represália, os PMs mataram um garoto, prenderam em
frente ao Caveirão, rodaram pela área esperando trazerem o dinheiro e ameaçaram
colocar mais cinco corpos em cima do blindado. Para Marcelo Freixo, a luta de
direitos humanos é pedagógica, é a construção de uma cultura de direitos. Por
isso, a campanha contra o Caveirão faz uma crítica à política de segurança
pública e leva a sociedade a discutir a realidade em que vive.
<HR>
<STRONG><FONT color=#000080>La información contenida en el boletín es de fuentes
propias, sitios web, medios periodísticos, redes alternativas, movimientos
sociales y organizaciones políticas de izquierda. Los artículos firmados no
comprometen la posición editorial de Correspondencia de Prensa. Suscripciones,
Ernesto Herrera: </FONT></STRONG><A
href="mailto:germain@chasque.net"><STRONG><FONT
color=#000080>germain@chasque.net</FONT></STRONG></A>
<HR>
<BR> <BR> <BR> <BR> <BR> </FONT></DIV></BODY></HTML>