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<DIV align=center><STRONG><EM><FONT color=#800000 size=4>Boletín informativo -
Red solidaria de la izquierda radical</FONT></EM></STRONG></DIV>
<DIV align=center><STRONG><EM><FONT size=4><IMG alt="" hspace=0
src="C:\Documents and Settings\EH\Mis documentos\germain 1.JPG" align=baseline
border=0><BR><FONT color=#000080>Año III - Martes 28 de febrero 2006 -
Redacción: </FONT></FONT></EM></STRONG><A
href="mailto:germain@chasque.net"><STRONG><EM><FONT color=#000080
size=4>germain@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A></DIV>
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<DIV align=justify><FONT size=3><STRONG>Brasil
</STRONG></FONT></FONT></DIV><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR><FONT size=3><STRONG>Lucro
bancario<BR></STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT size=3><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT size=3><STRONG>J. Carlos de Assis *</STRONG></FONT>
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<DIV align=justify></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2><STRONG>Desempregozero</STRONG></FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2><STRONG>Editoriais</STRONG></FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2><A
href="http://www.desempregozero.org.br/"><STRONG>http://www.desempregozero.org.br/</STRONG></A></FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2> </DIV>
<DIV align=justify><BR>O que distingue o contexto cultural do capitalismo de
vanguarda originalmente anglo-saxão, embalado pelo espírito da criação de
riqueza, do capitalismo retardatário brasileiro, embalado pelo espírito da
rapinagem? A diferença essencial, nesse contexto, é que a sociedade do
capitalismo anglo-saxão, e de seus sucedâneos no mundo industrializado, sente-se
como parceira do lucro empresarial, enquanto, entre nós, sentimo-nos todos
roubados quando empresas e bancos anunciam seus resultados excepcionais. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Os balanços dos bancos relativos a 2005 acabam de ser
publicados. Para um país que tem uma taxa de desemprego e subemprego de mais de
25%, é repugnante saber que, com base em operações fundamentalmente com títulos
públicos, portanto descolados do circuito produtivo, o Bradesco teve um lucro de
R$ 5,514 bilhões, 80,2% superior ao de 2004; o Itaú lucrou R$ 5,2 bilhões, com
crescimento de 39%; e o Unibanco lucrou R$ 1,838 bilhões, com aumento de 43,3%
sobre o ano anterior. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Os bancos públicos, Brasil e Caixa, também tiveram
desempenhos excepcionais, o primeiro com um aumento de 37,4%, atingindo um
montante de R$ 4,154 bilhões, e o segundo, um banco “social”, lucrando R$ 2,073
bilhões, com aumento de 46% sobre 2004. Só o Santander-Banespa, um estrangeiro
que engoliu o filé mignon dos bancos estaduais estatizados, acusou redução, de
6%, sobre o lucro do ano anterior. Entretanto, embolsou nada menos que R$ 1,643
bilhões, o que fará a alegria dos acionistas externos. </DIV>
<DIV align=justify><BR>É importante fixar a atenção menos nos montantes do que
nas taxas de crescimento do lucro. Pois estamos diante de um fato aparentemente
extraordinário pelo qual o crescimento do PIB desaba de 4,9% em 2004 para 2,3%
em 2005, e assim mesmo os bancos acusam aumentos extraordinários de lucro de até
80%. Há, nisso, evidentemente uma aberração. Os bancos e outras instituições
financeiras estão avançando sobre partes crescentes da renda nacional em
evidente detrimento do setor produtivo, especialmente do trabalho. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Os mecanismos de transferência de renda e riqueza para os
bancos são de dupla natureza. O menos importante é o spread bancário, isto é, a
diferença entre o custo do dinheiro para o banco e a taxa a que ele empresta. Os
spreads são pornográficos, mas o negócio da intermediação financeira para o
setor privado é o menos relevante dos negócios bancários. Os bancos efetivamente
estrangulam financeiramente empresas e famílias quando lhes emprestam, mas por
isso mesmo emprestam relativamente pouco. </DIV>
<DIV align=justify><BR>O grande negócio bancário é a aplicação ou intermediação
de títulos públicos. Enquanto para um banco emprestar a uma empresa ou a uma
pessoa física é preciso ocupar um gerente, examinar projetos e papéis, fazer
cadastro, avaliar risco, a operação com títulos públicos é limpa e sem custo.
Basta a emissão de alguns sinais eletrônicos, e pronto: o dinheiro, em geral
reservas bancárias e saldos de caixa de empresas e famílias, é aplicado ou
desaplicado no ato. Depois é só embolsar a remuneração garantida pelo Tesouro.
</DIV>
<DIV align=justify><BR>O mecanismo completo de transferência de renda do
conjunto da sociedade para os bancos, no circuito da dívida pública, começa com
o aumento ou a sustentação em altos níveis, pelo Banco Central, da taxa básica
de juros que remunera os títulos públicos; em seguida, o Tesouro se apropria de
bilhões de reais em tributos, sob a forma de superávit primário, e os repassa
aos bancos e outras instituições que são proprietárias desses títulos.
Evidentemente que nenhum dos barões ladrões do capitalismo primitivo anglo-saxão
jamais teve facilidade igual para assaltar os cidadãos. Estamos falando de R$
157 bilhões em juros sobre a dívida pública no ano passado, e mais de R$ 90
bilhões de superávit primário. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Marx viu o capitalismo como uma máquina fantástica de
produção ancorada no valor-trabalho. O que chamou de mais valia era a parte
apropriada pelos capitalistas (lucro) e os banqueiros (juros) criada pela força
do trabalho em excesso ao valor dela própria. Ele reconhecia, sobretudo nos
primórdios do capitalismo, a existência de formas arcaicas e bizarras de
apropriação da riqueza social. Denominou-a acumulação primitiva. Esta era roubo
puro, comparado ao complexo mecanismo social de produção de mais valia. Pois
bem, sob um rigoroso conceito marxista, o lucro bancário brasileiro, parasitário
da dívida pública, não passa de acumulação primitiva. Mesmo que em tempo de
capitalismo retardatário! </FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2>* Economista e Professor.
<HR>
<STRONG><EM><FONT color=#000080>La información contenida en el boletín es de
fuentes propias, sitios web, medios periodísticos, redes alternativas,
movimientos sociales y organizaciones políticas de izquierda. Los artículos
firmados no comprometen la posición editorial de Correspondencia de Prensa.
Suscripciones, Ernesto Herrera: </FONT></EM></STRONG><A
href="mailto:germain@chasque.net"><STRONG><EM><FONT
color=#000080>germain@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A>
<HR>
</FONT></DIV></BODY></HTML>