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<BODY bgColor=#ffffff background=""><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=center><STRONG><EM><FONT color=#800000 size=4>Boletín informativo -
Red solidaria de la izquierda radical</FONT></EM></STRONG></DIV>
<DIV align=center><STRONG><EM><FONT size=4><IMG alt="" hspace=0
src="C:\Documents and Settings\EH\Mis documentos\germain 1.JPG" align=baseline
border=0><BR><FONT color=#000080>Año III - Miercoles 1º de marzo 2006 -
Redacción: </FONT></FONT></EM></STRONG><A
href="mailto:germain@chasque.net"><STRONG><EM><FONT color=#000080
size=4>germain@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A></DIV>
<DIV align=center>
<HR>
</DIV>
<DIV align=justify> </DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>Economia</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>As Previsões para o Novo Ano de
2006</STRONG></FONT></DIV><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR><STRONG><FONT size=3>Ceci Vieira
Juruá</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify> </DIV>
<DIV align=justify><STRONG>Desempregozero</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><A
href="http://www.desempregozero.org.br/"><STRONG>http://www.desempregozero.org.br/</STRONG></A></DIV>
<DIV align=justify> </DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>O ano que passou foi um ano de festa para todos
os endinheirados: bancos, seguradoras, empresas transnacionais e seus parceiros
no Brasil ampliaram seus patrimônios e seu poder. Em contrapartida, sacrifícios
crescentes vêm sendo impostos às empresas locais, às classes médias e às
finanças públicas, dando lugar a um círculo perverso que facilita: a)
reconcentração de renda em favor do capital rentista e em detrimento dos
rendimentos do trabalho, b) endividamento de amplos segmentos da economia
brasileira e, principalmente, do Governo federal, c) desindustrialização e
desnacionalização do sistema produtivo local.</STRONG> </FONT></DIV><FONT
face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR>Esses três movimentos – reconcentração da
renda/desindustrialização, endividamento e desnacionalização – são
complementares e atuam no sentido de ampliar a dominação das finanças
internacionais sobre a economia e a sociedade no Brasil. A reconcentração de
renda e o desemprego industrial limitam a expansão do consumo doméstico e
propiciam o endividamento das famílias, a estagnação do consumo fragiliza as
finanças públicas e limita a modernização dos negócios privados voltados para o
mercado interno, provocando desequilíbrios econômico-financeiros que, aliados às
elevadíssimas taxas de juros, propiciam o endividamento das empresas e às
conduzem à falência ou à desnacionalização. Para um grande número de empresários
brasileiros é difícil escapar desse círculo perverso, dada a assimetria na
relação de forças com os grupos econômicos estrangeiros. Por exemplo, em 28 de
dezembro último o jornal Valor informava: </DIV>
<DIV align=justify><BR>“ O valor de mercado de 269 empresas com ações negociadas
na BOVESPA ( Bolsa de Valores de São Paulo) chegou a US$ 457 bilhões em dezembro
de 2005. Em 27 de dezembro de 2005, dois grupos – Wal Mart e Citigroup – valiam,
juntos, US$ 450 bilhões.” </DIV>
<DIV align=justify><BR>A desnacionalização da economia brasileira já constitui
uma ameaça real em setores estratégicos da economia brasileira (ver no Anexo
alguns indicadores), como o de exportação em que seis conglomerados estrangeiros
figuram na lista dos dez maiores exportadores em 2004 - Bunge, Volkswagen,
Cargill, General Motors, Halliburton e Ford -, enquanto no varejo de
supermercados a liderança é ocupada por três estrangeiros - Carrefour,
Casino/Pão de Açúcar e Wal Mart. Convém observar que grupos econômicos do porte
dos que acabamos de enumerar, quando atuam nos países periféricos costumam
extrapolar a ação produtiva e invadir o campo da política e das idéias, de modo
que a desnacionalização da economia desdobra-se em desnacionalização das
decisões de Estado e da cultura brasileira. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Nas previsões econômicas feitas para 2006, em geral os
pontos acima não são considerados. O debate oficial, das elites dirigentes,
concentra-se em torno das diferenças homeopáticas que poderão ocorrer nas taxas
de juros, de inflação e de crescimento econômico e no tamanho do superávit
comercial da Balança de Pagamentos. [1] Tudo se passa como se tivéssemos
desaprendido os princípios básicos da arte de projetar variáveis econômicas e
sociais, arte que nos ensinava a utilizar não apenas os dados quantitativos do
passado, mas também as relações estruturais capazes de fundamentar hipóteses
sobre o comportamento futuro daquelas variáveis. A omissão é particularmente
generalizada quando se trata de reconhecer que o Estado, e principalmente a
União, é o único agente social com capacidade legal para defender o interesse
público e coletivo, atributo cujo exercício requer ampla margem de autonomia e
de credibilidade/legitimidade nos limites definidos constitucionalmente como
<Todo o poder emana do povo>. </DIV>
<DIV align=justify><BR>A fragilidade técnica e o campo social restrito no qual e
para o qual são elaboradas as previsões dos principais agregados
macro-econômicos dificultam uma crítica séria que deveria abordar: </DIV>
<DIV align=justify><BR>-consequências econômicas e sociais da desnacionalização,
das quais a proibição de venda para a Venezuela de aviões produzidos pela
Embraer é apenas um exemplo; </DIV>
<DIV align=justify><BR>-a impraticabilidade de sustentar elevados saldos
comerciais na Balança de Pagamentos em caso de perturbações na economia mundial,
confrontada com a remessa anual de mais de US$ 25 bilhões (R$ 57,5 bilhões!)
para o exterior como pagamento dos serviços do capital estrangeiro; </DIV>
<DIV align=justify><BR>-os limites do endividamento privado (empresas e
famílias) e do Governo sobretudo. A taxa média projetada para a SELIC em 2006
deverá acarretar o pagamento de quase R$ 200 bilhões como juros da dívida
pública, valor incompatível com o orçamento federal; e </DIV>
<DIV align=justify><BR>-o sucateamento da mão-de-obra qualificada (ironicamente
denominada de capital humano) em decorrência da desindustrialização e da
desnacionalização do parque industrial brasileiro. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Na verdade, todos aqueles que propõem uma reflexão sobre
o esgotamento do modelo neoliberal e sobre o day after que marcará o fim da
farra financeira correm o risco de ser desqualificados, como portadores de
insanidade mental, negativistas, etc, sendo aconselhados no mais das vezes a
‘relaxar e usufruir'. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Contudo, uma leitura atenta dos jornais nesse início de
ano permite antever as dificuldades que os movimentos sociais e os segmentos
nacionalistas enfrentarão. Transcrevo abaixo declarações e notícias capazes de
despertar apreensão: </DIV>
<DIV align=justify><BR>--“ Algo de grande importância aconteceu (no Brasil) a
economia e a política se separaram ”. ... Albert Fishlow, professor da
Universidade de Columbia/EUA [2] </DIV>
<DIV align=justify><BR>- “ Por causa da dependência dos mercados locais às
decisões tomadas lá fora, os indicadores (norte) americanos são hoje mais
importantes para a definição de tendências do que os brasileiros ... A resposta
(para a valorização do real perante o dólar) deve ser buscada nos US$ 70 bilhões
mantidos em contratos futuros de dólar (venda de moeda americana e compra de
real) fechados no mercado de balcão internacional. Esses contratos buscam a
rentabilidade oferecida pela Selic, derrubam o dólar futuro no mercado interno
e, por extensão, a cotação à vista sem que haja ingresso físico de moeda. .”
Luiz Sérgio Guimarães, colunista do jornal Valor [3] </DIV>
<DIV align=justify> </DIV>
<DIV align=justify>- “ ‘ Custo político ' come receita de municípios - Os 5.565
municípios brasileiros gastam por ano cerca de R$ 10 bilhões para manter
atividades consideradas ‘políticas'. Mais da metade das cidades (57%) usa
parcelas superiores a 21% da receita para sustentar esse ‘custo político' .”
Fernando Canzian [4] <BR></DIV>
<DIV align=justify>- “ Os novos governantes terão de reduzir a carga tributária
para 25% do PIB (média de 1969-93); terão de reduzir drasticamente o custo do
dinheiro para estimular investimentos e empregos ;...” Antonio Ermírio de
Moraes, empresário dono do grupo Votorantim. [5] <BR></DIV>
<DIV align=justify>- “ Grandes empresas de celulose (estrangeiras) estão
acenando com uma alternativa de renda extra aos gaúchos . ... prometem
investimentos bilionários no cultivo de eucaliptos, na produção de celulose
voltada à exportação e, num futuro remoto, na fabricação de papel .” [6]
<BR></DIV>
<DIV align=justify>- “ Vimos que o governo (Lula) tem agido muito corajosamente
na administração da política econômica... Esse governo vem conquistando a
confiança da comunidade bancária internacional .” Presidente do banco holandês
ABN AMRO [7] </DIV>
<DIV align=justify><BR>- “ O UBS, um dos maiores bancos do planeta, prevê
desaceleração da economia global e retornos de investimentos abaixo da média
este ano, mas se diz otimista com relação à economia brasileira .” Assis
Moreira, jornalista [8] </DIV>
<DIV align=justify><BR>As declarações e notícias que transcrevemos acima sugerem
que, apenas se forem mantidas as atuais políticas monetária e fiscal (taxa de
juros elevada, câmbio flutuante e arrocho nos gastos públicos à exceção das
despesas com juros pagos ao capital rentista), os recursos de bancos e
financistas internacionais permanecerão aplicados na economia brasileira,
auferindo lucros excepcionais e redirecionando nossos recursos produtivos para
as atividades que atendem aos objetivos e necessidades dos países centrais.
Advertem outrossim que, nas condições atuais, o desempenho da economia
brasileira vai depender principalmente de indicadores externos vinculados à
economia mundial. </DIV>
<DIV align=justify><BR>É claro que esta situação de dependência e de estrita
subordinação às diretrizes do capital financeiro internacional não interessa à
maioria da população brasileira. A farra financeira em países periféricos têm
sérias conseqüências, é o que nos ensinam as lições da História. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Este ano começa, na verdade, sob o signo da absoluta
incerteza. Haverá embates em torno dos gastos públicos com aposentadorias e
pensões, com o pagamento do funcionalismo e com o valor do salário mínimo. As
transnacionais e seus parceiros vão pressionar no sentido de reduzir ainda mais
os direitos sociais dos trabalhadores. O Governo, se permanecer fragilizado,
pode ser tentado a ampliar a política suicida de distribuição de favores fiscais
aos grandes grupos econômicos. Nada disso interessa ao povo brasileiro. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Precisamos formular outros cenários nos quais a paz e a
liberdade sejam utilizados como ingredientes de uma outra sociedade menos
temerosa e insegura, mais justa e mais autônoma. Vivemos ainda um momento
favorável ao fortalecimento dos laços históricos que unem o Brasil aos povos da
América do Sul. É hora de construir, entre nós, um espaço econômico e social
totalmente distinto daquele organizado em torno do Muro da Vergonha, na
fronteira Estados Unidos/México, onde são cruelmente abatidos brasileiros,
argentinos, bolivianos, peruanos e equatorianos, entre outros. Para isto,
devemos fortalecer e ampliar o Mercosul, fazendo dele um espaço de livre
circulação dos trabalhadores e de nossas moedas nacionais. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Uma moeda única, comum, para as transações regionais no
âmbito do Mercosul, poderia cumprir funções altamente estratégicas, vinculadas
ao resgate da soberania de nossa política monetária e à ampliação do grau de
governabilidade em nossos países. Constituiria, além disso, um freio a
tentativas eventuais de captura dos bancos centrais locais por agentes poderosos
das finanças internacionais. Mas seria também uma medida saneadora e moralizante
pois evitaria o desvio de parcela dos recursos nacionais para paraísos fiscais.
</DIV>
<DIV align=justify><BR>Enfim, há um cenário político propício à contestação das
previsões econômicas oficiais e à construção de alternativas de resistência.
</DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG><U><FONT size=3>Notas</FONT></U></STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>[1]A FEBRABAN (Federação Brasileira dos Bancos), por
exemplo, prevê as seguintes taxas: 3,3% para o crescimento do PIB, inflação de
4,6%, 15,2% para a Selic e taxa de câmbio de r$2,42/dólar em dezembro de 2006,
saldo comercial externo superior a US$ 36 bilhões, e vigorosa expansão do
crédito para pessoas físicas. <BR>[2]FSP, caderno Dinheiro B-3, 08-01-2006.
<BR>[3]Coluna Por dentro do mercado, 09.01.2006. <BR>[4]FSP, A6, 01-01-2006.
<BR>[5] Artigo “Perspectivas para 2006.” FSP, A2, 01-01-2006 <BR>[6]Jornal
Valor, A10, 05 de janeiro de 2006] <BR>[7]Jornal Valor, C2, 09-01-2006.
<BR>[8]jornal Valor, C8, 6 a 8-01-2006. <BR></DIV>
<DIV align=justify><STRONG><U><FONT
size=3></FONT></U></STRONG> </DIV><STRONG><U><FONT size=3>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=justify> </DIV>
<DIV align=justify>Anexo</FONT></U></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG><FONT size=3>INDICADORES DE DESNACIONALIZAÇÃO DA
ECONOMIA BRASILEIRA</FONT></STRONG> <BR> <BR><STRONG>I- Posição
dos grupos de capital estrangeiro na lista dos 25 maiores conglomerados do
Brasil, segundo o montante da Receita Bruta em 2004</STRONG> <BR></DIV>
<DIV
align=justify>Ranking 2004
Grupo
Origem do capital
<BR><BR>6 Telefonica
Espanha </DIV>
<DIV
align=justify>11 Ambev
Belgica
<BR>12 Bunge
Holanda
<BR>16 Fiat
Italia
<BR>18 Volkswagen Alemanha
<BR>20
ABN
AMRO
Holanda
<BR>21 Pão
de Açúcar/Casino
França
<BR>22 Shell
Brasil
Holanda/Reino Unido
<BR>23 Santander
Banespa
Espanha
<BR>24
Cargill
Estados Unidos <BR><BR><STRONG>II- Posição dos grupos de capital estrangeiro na
lista dos 10 maiores grupos financeiros privados do Brasil, segundo o montante
do Patrimônio Líquido em 2004</STRONG> <BR></DIV>
<DIV align=justify>Ranking
2004
Grupo
Origem do capital
<BR><BR>4
Santander
Banespa
Espanha
<BR>5
ABN
AMRO Holanda
<BR>7 Citigroup
Estados Unidos
<BR>8
HSBC
Inglaterra
<BR>9
Bank of
Boston
Estados Unidos <BR><BR><STRONG>III- Posição dos grupos de capital estrangeiro na
lista dos 10 maiores grupos comerciais do Brasil, segundo o montante do
Patrimônio Líquido em 2004 </STRONG><BR></DIV>
<DIV align=justify>Ranking
2004
Grupo
Origem do capital
<BR><BR>1
Carrefour
França
<BR>2
Pão de
Açucar/ Casino França
<BR>3 Shell
Brasil
Holanda/Reino Unido
<BR>10
Chevron
Estados Unidos <BR><BR>Fonte: Valor/Grandes Grupos, dezembro de 2005
<HR>
<STRONG><EM><FONT color=#000080>La información contenida en el boletín es de
fuentes propias, sitios web, medios periodísticos, redes alternativas,
movimientos sociales y organizaciones políticas de izquierda. Los artículos
firmados no comprometen la posición editorial de Correspondencia de Prensa.
Suscripciones, Ernesto Herrera: </FONT></EM></STRONG><A
href="mailto:germain@chasque.net"><STRONG><EM><FONT
color=#000080>germain@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A>
<HR>
</FONT></DIV></BODY></HTML>