<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 4.0 Transitional//EN">
<HTML><HEAD>
<META http-equiv=Content-Type content="text/html; charset=iso-8859-1">
<META content="MSHTML 6.00.2600.0" name=GENERATOR>
<STYLE></STYLE>
</HEAD>
<BODY bgColor=#ffffff background=""><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=center><STRONG><EM><FONT color=#800000 size=4>Boletín informativo - 
Red solidaria de la izquierda radical</FONT></EM></STRONG></DIV>
<DIV align=center><STRONG><EM><FONT size=4><IMG alt="" hspace=0 
src="C:\Documents and Settings\EH\Mis documentos\germain 1.JPG" align=baseline 
border=0><BR><FONT color=#000080>Año III - 22 de marzo 2006 - Redacción: 
</FONT></FONT></EM></STRONG><A 
href="mailto:germain@chasque.net"><STRONG><EM><FONT color=#000080 
size=4>germain@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A></DIV>
<DIV align=center>
<HR>
</DIV>
<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG><FONT size=3>Pesquisa para a 
vida, não para a morte!</FONT></STRONG> </FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2></FONT>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG>O Correio publica abaixo o 
informe da secretaria nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, 
MST, avaliando a ocupação da empresa Aracruz Celulose, no Rio Grande do Sul, por 
mulheres da Via Campesina Brasil.</STRONG><BR><BR></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2>No último dia 8 de março, 2 mil 
mulheres da Via Campesina Brasil ocuparam uma área da empresa Aracruz Celulose 
em Barra do Ribeiro (RS). A data e o lugar - sede da II Conferência 
Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural da FAO - foram 
simbolicamente escolhidos para demonstrar a indignação dessas camponesas com a 
mercantilização da natureza, em curso hoje no mundo.<BR><BR>A terra, as águas, 
as sementes, o ar e as matas são considerados hoje recursos que devem ser 
explorados conforme os interesses econômicos de grandes empresas multinacionais. 
Sob o argumento de reflorestamento, criaram-se verdadeiros desertos verdes de 
produção de madeira para fábricas de celulose. O eucalipto é a principal espécie 
dessa estratégia e danifica o solo de forma irreparável: uma vez plantado, não é 
possível retomar a fertilidade da terra e seus minerais. Além disso, as raízes 
do eucalipto penetram nos lençóis freáticos, prejudicando o abastecimento de 
água das regiões. Cada pé de eucalipto é capaz de consumir 30 litros de água por 
dia. A maior proprietária nessa empreitada é a Aracruz Celulose, que tem 250 mil 
hectares plantados em terras próprias, 50 mil só no Rio Grande do Sul. Suas 
fábricas produzem 2,4 milhões de toneladas de celulose branqueada por ano, 
gerando contaminação no ar e na água, além e prejudicar a saúde 
humana.<BR><BR>Apesar de a ação realizada na última semana ter obtido espaço na 
mídia, as razões colocadas acima, que levaram as mulheres da Via Campesina 
Brasil a ocupar a empresa, não tiveram espaço. Apenas a Aracruz Celulose pôde 
colocar suas opiniões, transformado uma ação política em um drama pessoal da 
pesquisadora responsável pelas mudas de eucalipto. Funcionários foram 
entrevistados lamentando o ocorrido, mas em nenhum momento foi dito que a 
Aracruz gera apenas um emprego a cada 185 hectares plantados, enquanto a pequena 
propriedade rural gera um emprego por hectare.<BR><BR>No Espírito Santo e na 
Bahia, lugares em que a empresa está presente, pelo menos 88 mil postos de 
trabalho vão sumir esse ano por conta de um empréstimo de 297 mil reais do Banco 
Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com recursos do Fundo de 
Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Fundo de Participação PIS/Pasep, para plantios 
de eucalipto pela empresa. No total, a área com financiamento será de 90.806 
hectares. O prazo de carência desses créditos do BNDES é de 21 meses. Só a 
partir daí começam os pagamentos do empréstimo e os prazos das amortizações 
chegam a 84 meses. Tudo isso a juros de incríveis 2% ao ano! Já as taxas de 
juros praticadas no Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) variam 
até 8,75% ao ano.<BR><BR>Nos últimos três anos, a empresa recebeu 2 bilhões de 
reais dos cofres públicos. O dinheiro, conforme demonstra o balanço de 2005, foi 
56% destinado ao exterior, onde se concentra boa parte de seus proprietários: a 
empresa noruguesa Lorenz detém 28% (cujo maior acionista é o cunhado do Rei da 
Noruega). Outros 28% são do Banco Safra, do capital internacional com sede em 
Mônaco, 28% são da Votorantim e 12,5%, do BNDES. A Souza Cruz (grupo British 
American Tobacco) também tem acionistas, mas em menor 
percentual.<BR><BR>“Poderíamos ficar orgulhosos porque a Aracruz pertence a um 
norueguês que tem êxito no exterior e ganha muito dinheiro. Mas não. Não estamos 
orgulhosos. A Aracruz está roubando ou ocupando território de indígenas e isso 
criou uma reação forte no nosso povo. Tem muita floresta na Noruega, como também 
na Suécia e Finlândia, que formam a Escandinávia, no norte da Europa, onde foi 
fundida a empresa Stora Enso, que também produz celulose no Brasil. Por que não 
produzem a celulose lá na Europa? Para poder usar a madeira das árvores nativas 
da Escandinávia é preciso deixar crescer entre 10 e 30 anos. Em vez disso, o 
eucalipto já pode ser usado depois de 7 anos. E é muito mais barato produzir no 
Brasil, a mão-de-obra sendo mais barata”, denuncia Ingeborg Tangeraas, ativista 
norueguesa da organização NBS (Norwegian Farmers and Smallholders 
Union).<BR><BR>A coroa sueca também tinha ações na empresa, mas as vendeu em 
janeiro, depois do repúdio da população à ação realizada contra o povo Guarani 
no Espírito Santo. Cerca de 120 homens da Polícia Federal utilizaram 
helicópteros, bombas, armas e munições, além de máquinas da própria Aracruz 
Celulose, para derrubar plantações e casas e expulsar 50 guaranis de uma terra 
que lhes pertence. A área, invadida ilegalmente pela empresa para plantar 
eucaliptos, está ainda em discussão no poder público. Isso não foi suficiente 
para evitar a prisão de oito indígenas e dezenas de feridos.<BR><BR>Em uma 
conferência mundial que discutia reforma agrária, a ação realizada pelas 
mulheres da Via Campesina Brasil colocou em questão por que um governo que quer 
acabar com a fome continua patrocinando e legitimando companhias como essa, que 
apenas multiplicam o deserto verde, causam desemprego e ainda violentam o povo 
brasileiro. Não somos contra a pesquisa. Pelo contrário, queremos pesquisar cada 
vez mais. Mas pesquisar soluções para os problemas do povo, e não apenas ampliar 
a produtividade para aumentar o lucro das multinacionais. Os que inventaram a 
bomba atômica também eram grandes pesquisadores. O investimento nestas 
companhias, nove vezes superior ao empregado na agricultura familiar, só pode 
nos levar a uma conclusão: a idéia é que, dentro de 20 anos, a base da 
alimentação do brasileiro seja a celulose!</DIV>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV></FONT><FONT face=Arial size=2><STRONG><EM><FONT color=#000080>La 
información contenida en el boletín es de fuentes propias, sitios web, medios 
periodísticos, redes alternativas, movimientos sociales y organizaciones 
políticas de izquierda. Los artículos firmados no comprometen la posición 
editorial de Correspondencia de Prensa. Suscripciones, Ernesto Herrera: 
</FONT></EM></STRONG><A href="mailto:germain@chasque.net"><STRONG><EM><FONT 
color=#000080>germain@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A> 
<HR>
</FONT></BODY></HTML>