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<DIV align=center><FONT face=Arial color=#800000 size=4><EM><STRONG>Boletín
informativo - Red solidaria de la izquierda radical</STRONG></EM></FONT></DIV>
<DIV align=center><FONT face=Arial size=2><EM><STRONG><FONT size=4><IMG alt=""
hspace=0 src="C:\Documents and Settings\EH\Mis documentos\germain 1.JPG"
align=baseline border=0><BR><FONT color=#000080>Año III - 21 de abril 2006
- Redacción: </FONT></FONT></STRONG></EM><A
href="mailto:germain@chasque.net"><EM><STRONG><FONT color=#000080
size=4>germain@chasque.net</FONT></STRONG></EM></A></DIV>
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<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>Brasil</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>"O PT está num processo de mutação
genética para pior"</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>"Seria importante enfrentar a dor,
mexer e consertar as coisas para reacender a chama da
esperança"</STRONG></FONT></DIV><FONT face=Arial>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT size=2><STRONG>Entrevista do deputado Flavio Koutzii,
líder da bancada do PT na Assembléia Legislativa (Porto Alegre- Rio Grande do
Sul)</STRONG><STRONG>, publicada na Zero Hora de sábado, dia 15 de abril de
2006</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT size=2></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=2><A
href="http://www.flaviokoutzii.com.br/">http://www.flaviokoutzii.com.br/</A></FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><FONT size=2></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT size=2></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT size=2>Um parlamentar em quarto mandato consecutivo que
decide não tentar a reeleição é uma raridade. Ex-preso político torturado pela
ditadura argentina que chegou à chefia da Casa Civil no governo Olívio Dutra
(1999-2002), o deputado estadual Flavio Koutzii (PT), 63 anos, se considera sem
energia para enfrentar uma eleição dando explicações sobre o escândalo do
mensalão. </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2>Membro da corrente Esquerda Democrática, ele
decidiu criar um "mal-estar" para a ala majoritária do PT. Quer espaço para
criticar. Sem direito à aposentadoria especial - benefício extinto em 1990 a
partir da pressão petista -, Koutzii começa a nova fase vivendo das economias
reunidas nos últimos meses. </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2>- Tenho um plano vago do que vou fazer. Vou
escrever, dar palestras - revela. </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2>Na quinta-feira, o deputado escolheu uma
cafeteria no bairro Moinhos de Vento para conversar com Zero Hora. Leia a seguir
os principais trechos da entrevista: </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2><STRONG>Zero Hora - Quase um ano depois,
qual é o balanço da crise que se abateu sobre o PT?</STRONG> </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2>Flavio Koutzii - Sofremos uma grande
derrota. Chegamos ao governo e produzimos decisões políticas e traições
programáticas que agora chamamos de erros. Mas errar é tentar achar um caminho.
O que ocorreu foram escolhas que resultaram num acontecimento histórico
brutalmente trágico. </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2><STRONG>ZH - Como essa derrota se reflete na
sua trajetória?</STRONG> </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2>Koutzii - Sou pós-graduado em derrotas. A
primeira foi a partir de 1964, quando a esquerda perdeu o enfrentamento contra a
ditadura. Deixo o Brasil em 1970 e entro num projeto na Argentina (Koutzii foi
militante do Partido Revolucionário dos Trabalhadores - Exército Revolucionário
do Povo, organização de extrema esquerda dizimada pela ditadura militar
argentina instaurada em 1976). Sou preso por quatro anos, torturado e expulso do
país. É outra derrota, com a morte da metade do meu grupo. Os sentimentos de
responsabilidade, de culpa e até de sobrevivência são temas delicados de se
lidar. </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2><STRONG>ZH - A crise do PT é sua terceira
derrota?</STRONG> </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2>Koutzii - Depois de 14 anos fora do país,
recomecei pela terceira vez no PT. O partido foi um caminho com muitas vitórias.
A noção de derrota está presente nos últimos 11 meses. </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2><STRONG>ZH - É por isso que deixará de
concorrer?</STRONG> </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2>Koutzii - Há duas razões. A pessoal é a de
que não tenho mais a mesma energia. Conheço meus limites, coragem e covardia.
São 43 anos de vida pública que me dão experiência para me situar. Recorro ao
meu livro sobre o período argentino, cujo título, talvez a única parte
literariamente boa, é Pedaços de Morte no Coração. Desta vez, pegou mais um
pedaço do coração. O partido que havia antes da crise ajudava a recompor os
pedaços que eu havia deixado pelo caminho. </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2><STRONG>ZH - E qual é a outra
razão?</STRONG> </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2>Koutzii - Há uma dimensão política mais
importante que a pessoal. Não sou um velhinho cansado, com idade de se
aposentar. Sou um cara com quatro mandatos e oito anos como líder da bancada.
Esse cara, que teria razoável probabilidade de se reeleger, não faz o que 98%
dos políticos fariam. Não faz porque não gostou. Porque não pretende assinar
embaixo. A crise me tirou o discurso e me colocou numa situação defensiva.
</FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2><STRONG>ZH - O caso do caseiro mostra que o
PT não aprendeu a lição?</STRONG> </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2>Koutzii - Trata-se da reiteração do uso de
métodos pelos quais os fins justificam os meios. Mas temos de saber que os meios
alteram os fins. A vitória e as dificuldades eram tão grandes que algumas
estratégias e a forma de garantir a maioria no Congresso determinaram a produção
de métodos inaceitáveis. Podem me explicar cem vezes essa racionalidade
política, mas não vou aceitar. </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2><STRONG>ZH - Sua decisão, então, é um ato
político.</STRONG> </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2>Koutzii - Quero produzir uma pequena
perplexidade, um mal-estar. No Rio Grande do Sul, sei que dão bola. Estou tão
revoltado que preciso de um tempo para analisar o quadro. O problema é que
estamos entrando numa época eleitoral, na qual o domínio é do pragmatismo. Ou
falo sobre o dilema dos nossos desafios ou prefiro calar a boca. </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2><STRONG>ZH - Esse dilema é uma espécie de
esperança no PT?</STRONG> </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2>Koutzii - A situação é tão trágica que só há
duas saídas: ou a direção nacional atua fortemente ou fica uma coisa morna, a
mesma que nos trouxe até aqui. A primeira oportunidade de agir havia sido a
eleição interna, em outubro. A casa havia caído, assuntos graves estavam na
agenda e os petistas foram votar. Mas qual foi o resultado? Uma modificação na
correlação de forças insuficiente para dar um novo rumo para o PT. </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2><STRONG>ZH - Qual a possibilidade de
reeleição de Lula?</STRONG> </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2>Koutzii - A possibilidade existe. O governo
tem méritos. Podemos ter muitas semelhanças com o governo Fernando Henrique
Cardoso na política econômica, mas não em outras áreas. O governo do PT
possibilitou um novo quadro político na América Latina, parou as privatizações,
reforçou a Petrobras e a construção de navios e plataformas de petróleo aqui. O
partido vai para a disputa com um argumento muito forte: as grandes
desigualdades brasileiras não deixaram de existir por causa do escândalo.
</FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2><STRONG>ZH - O que o senhor diria a outros
petistas inconformados?</STRONG> </FONT></DIV>
<DIV align=justify><BR><FONT size=2>Koutzii - Não podemos perder o espírito
crítico que nos levou a integrar esse projeto, senão ele vai para o vinagre. O
PT está num processo de mutação genética para pior. Seria importante enfrentar a
dor, mexer e consertar as coisas para reacender a chama da esperança.
<HR>
<STRONG><EM><FONT color=#000080>La información contenida en el boletín es de
fuentes propias, sitios web, medios periodísticos, redes alternativas,
movimientos sociales y organizaciones políticas de izquierda. Los artículos
firmados no comprometen la posición editorial de Correspondencia de Prensa.
Suscripciones, Ernesto Herrera: </FONT></EM></STRONG></FONT><A
href="mailto:germain@chasque.net"><STRONG><EM><FONT color=#000080
size=2>germain@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A><FONT size=2>
<HR>
</FONT></FONT></DIV></BODY></HTML>