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<DIV align=center><STRONG><EM><FONT color=#800000 size=4>Boletín informativo - 
Red solidaria de la izquierda radical</FONT></EM></STRONG></DIV>
<DIV align=center><STRONG><EM><FONT size=4><IMG alt="" hspace=0 
src="C:\Documents and Settings\EH\Mis documentos\germain 1.JPG" align=baseline 
border=0><BR><FONT color=#000080>Año III - 16 de mayo 2006 - Redacción: 
</FONT></FONT></EM></STRONG><A 
href="mailto:germain@chasque.net"><STRONG><EM><FONT color=#000080 
size=4>germain@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A></DIV>
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<HR>
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<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV><FONT 
face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR><STRONG><FONT size=3>Entrevista a Joao Luis Duboc 
Pinaud</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG><FONT size=3>“A tática do confronto só aumenta a 
violência”</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG></STRONG>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG>Para ex-Secretário de Segurança e Direitos Humanos do 
Rio de Janeiro, crise em São Paulo é resultado de política de repressão brutal. 
Solução passa por mudar os conceitos de segurança pública.</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>Gilberto Maringoni</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG>Carta Maior</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><A 
href="http://agenciacartamaior.uol.com.br/"><STRONG>http://agenciacartamaior.uol.com.br/</STRONG></A></DIV>
<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify>Para o ex-presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos e 
ex-Secretário de Segurança e Direitos Humanos do Rio de Janeiro, João Luís Duboc 
Pinaud, 75, é preciso evitar as saídas conservadoras. “Aumentar a brutalidade é 
tática ineficiente e só piora o problema”, diz ele. Membro da Comissão Nacional 
de Direitos Humanos da OAB, advogado de presos políticos nos anos 1970 e 
ex-presidente do Instituto dos Advogados do Brasil, Pinaud acha que esta é a 
hora de se mudar o enfoque do combate à violência. “Se não fizermos isso, não 
sairemos da barbárie”. Abaixo, os principais trechos de sua 
entrevista.<BR><BR><STRONG>CM – Como o sr. vê a onda de ataques da criminalidade 
em São Paulo?</STRONG><BR><BR>JLDP - Essa onda evidencia, acima de tudo, o 
recrudescimento do pensamento de direita em nosso país. Ouvi declarações do 
ex-governador Geraldo Alckmin e do atual, Cláudio Lembo, e fiquei chocado com a 
posição medieval desses senhores, que advogam a política do confronto. Estamos 
assistindo a uma tragédia social. Não podemos perder de vista as causas dessa 
violência toda. Só se fala em aumento de punições, em repressão mais dura e em 
pena de morte. Prevalece uma visão bélica do que seria a segurança pública e não 
a pedagógica. No caminho em que estamos, só se trabalha sobre os efeitos. É como 
ir a um médico que lhe receita uma aspirina, quando você tem 
câncer.<BR><BR><STRONG>CM – Quais as causas?</STRONG><BR><BR>JLDP - A 
brutalidade policial, os cárceres desumanos e a morosidade do Judiciário, que 
não dá penas adequadas estão entre elas. O cárcere não é a solução. Ouvi a 
entrevista de um ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo, afirmando que todo 
o problema está no fato das penas serem brandas. Não são. Essa conversa já 
existia durante a escravidão. Havia pena de morte e castigos duríssimos e os 
crimes aconteciam. Se nós perdermos essa oportunidade, agora, de recolocar o 
debate do ponto de vista dos direitos humanos, não sairemos da barbárie. Não se 
controla a criminalidade apenas com a força. Essa história de penas mais 
rigorosas, aumento do contingente policial, uso de equipamento mais sofisticado 
apenas é uma loucura. Quando você equipa de um lado, eles reequipam do lado de 
lá. É a política da arma contra arma. Não há solução no confronto. Uma política 
eficiente – e sublinho isso, eficiente! – de segurança pública abrange 
pedagogia, educação, religião, lazer e bem estar. E esse momento de crise deve 
ser aproveitado para se inverter o sentido do debate.<BR><BR><STRONG>CM – Como o 
sr. enfrentou questões dessa ordem em sua gestão?<BR></STRONG><BR>JLDP - Eu fui 
Secretário de Segurança e Direitos Humanos do Rio de Janeiro e tive uma grande 
experiência com a carceragem. É uma barbaridade o que se comete nos presídios. 
Agora que temos a crise, vão fazer o quê? Aumentar a repressão? Aí não se segura 
mais. O Estado não obtém resultados assim. Se conseguisse, os Estados Unidos, 
após o 11 de setembro, teriam acabado com a criminalidade. Minha experiência nos 
presídios do Rio mostrou que nos locais onde havia trabalhos pedagógicos de 
outra natureza, artes etc., a ocorrência de rebeliões era muito 
menor.<BR><BR><STRONG>CM – Mas no curto prazo, o que se 
faz?</STRONG><BR><BR>JLDP - No curto prazo temos de investir mais em segurança, 
renunciando à brutalidade desnecessária. O que os presos querem são direitos, 
visitas, penas justas e dignidade. <BR><BR><STRONG>CM – Nunca se construíram 
tantas cadeias no Estado de São Paulo. E agora temos essa rebelião. Por 
que?</STRONG><BR><BR>JLDP - Apenas construir cadeias não garante muita coisa. É 
preciso firmeza e diálogo. Quando assumi a Secretaria aqui no Rio, fui ao 
presídio Frei Caneca e expus minhas diretrizes aos presos. Eu disse que não 
queria violência e que desejaria visitar todos os presídios do Estado para 
repetir o que dissera ali. Aí um rapaz se levantou e disse: “O sr. já falou. O 
recado está dado”. Quando chegava a outras unidades, os presos falavam: “Gostei 
muito do que o sr. falou lá no Frei Caneca”. Isso mostrou que eles aqui têm uma 
rede de comunicação muito eficiente e que é possível começar um diálogo. Se 
formos apenas reprimir brutalmente essa gente, o revide virá duplicado, 
quadruplicado. Não há saída, a não ser, repito, mudarmos o enfoque. 
<HR>
<STRONG><EM><FONT color=#000080>La información contenida en el boletín es de 
fuentes propias, sitios web, medios periodísticos, redes alternativas, 
movimientos sociales y organizaciones políticas de izquierda. Los artículos 
firmados no comprometen la posición editorial de Correspondencia de Prensa. 
Suscripciones, Ernesto Herrera: </FONT></EM></STRONG><A 
href="mailto:germain@chasque.net"><STRONG><EM><FONT 
color=#000080>germain@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A> 
<HR>
</FONT></DIV></BODY></HTML>