<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 4.0 Transitional//EN">
<HTML><HEAD>
<META http-equiv=Content-Type content="text/html; charset=iso-8859-1">
<META content="MSHTML 6.00.2600.0" name=GENERATOR>
<STYLE></STYLE>
</HEAD>
<BODY bgColor=#ffffff background=""><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=center><STRONG><EM><FONT color=#800000 size=4>Boletín informativo - 
Red solidaria de la izquierda radical</FONT></EM></STRONG></DIV>
<DIV align=center><STRONG><EM><FONT size=4><IMG alt="" hspace=0 
src="C:\Documents and Settings\EH\Mis documentos\germain 1.JPG" align=baseline 
border=0><BR><FONT color=#000080>Año III - 16 de junio 2006 - Redacción: 
</FONT></FONT></EM></STRONG><A 
href="mailto:germain@chasque.net"><STRONG><EM><FONT color=#000080 
size=4>germain@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A></DIV>
<DIV align=center>
<HR>
</DIV>
<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Africa</FONT></STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>Uma 
advertência...</STRONG></FONT></DIV><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR><STRONG><FONT size=3>A nova grande estratégia imperial 
dos EUA </FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG><FONT size=3>John Bellamy Foster 
*</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG>Resistir.info</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><A 
href="http://resistir.info/"><STRONG>http://resistir.info/</STRONG></A><STRONG> 
</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG>Monthy Review</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><A 
href="http://www.monthlyreview.org/0606jbf.htm"><STRONG>http://www.monthlyreview.org/0606jbf.htm</STRONG></A> 
</DIV>
<DIV align=justify><BR><BR>O imperialismo é uma constante do capitalismo. Mas 
ele passa através de várias fases à medida que o sistema evolui. Na actualidade 
o mundo está a experimentar uma nova era de imperialismo assinalado por uma 
grande estratégia americana de dominação global. Uma indicação de quanto mudaram 
as coisas é o facto de que os militares americanos agora são verdadeiramente 
globais nas suas operações, com bases permanentes em todos os continentes, 
incluindo a África onde uma nova luta por controle está a ter lugar com enfoque 
no petróleo. <BR><BR>A opinião da elite nos Estados Unidos na década 
imediatamente a seguir ao colapso da União Soviética muitas vezes denunciava a 
ausência de uma grande estratégia americana comparável àquela que George Kennan 
etiquetou como de "contenção", sob o manto da qual os Estados Unidos intervieram 
em toda a parte durante os anos da Guerra Fria. A questão chave, tal como 
colocada em Novembro de 2000 pelo analista de segurança nacional Richard Haass, 
era a de determinar como os Estados Unidos deveriam utilizar o seu presente 
"excesso de poder" para remodelar o mundo. A resposta de Haass, que sem dúvida 
contribuiu para que logo a seguir fosse contratado como director da política de 
planeamento no Departamento de Estado de Colin Powell na nova administração 
Bush, era promover uma estratégia da "América Imperial" destinada a assegurar a 
predominância global americana durante as décadas seguintes. Poucos meses antes 
uma grande estratégia semelhante, se bem que ainda mais cruamente militarista, 
fora apresentada pelo Project for the New American Century, num relatório 
assinado pelas futuras figuras de topo da administração Bush, Donald Rumsfeld, 
Paul Wolfowitz e Lewis Libby, dentre outros. [1] <BR><BR>Esta nova grande 
estratégia imperial tornou-se realidade, a seguir aos ataques do 11 de Setembro 
de 2001, nas invasões americanas do Afeganistão e do Iraque — e passou logo a 
ser venerada na declaração de 2002 da Estratégia de Segurança Nacional da Casa 
Branca. Concluindo a nova investida imperial na Harvard Magazine, Stephen Peter 
Rosen, director do Olin Institute for Strategic Studies de Harvard e membro 
fundador do Project for the New American Century, escreveu: </DIV>
<DIV align=justify><BR>Uma unidade política que superioridade esmagadora em 
poder militar, e utiliza tal poder para influenciar o comportamento interno de 
outros estados, é chamada um império. Como os Estados Unidos não procuram 
controlar território ou governar os cidadãos do império além mar, somos um 
império indirecto mas, temos de admitir, no entanto um império. Se isto é 
correcto, nosso objectivo não é combater um rival, mas manter nossa posição 
imperial e manter a ordem imperial. O planeamento para guerras imperiais e 
diferente do planeamento para guerra convencionais internacionais... Guerras 
imperiais para restaurar a ordem não são tão forçadas [por considerações de 
dissuasão]. A quantidade máxima de força poderia e deveria ser usada tão 
rapidamente quando possível para impacto psicológico — para demonstrar que o 
império não pode ser desafiado com impunidade... A estratégia imperial 
focaliza-se em prevenir a emergência de rivais poderosos e hostis ao império: 
pela guerra se necessário, mas também pela assimilação imperial se possível. [2] 
</DIV>
<DIV align=justify><BR>Comentando em fins de 2002 na Foreign Policy, John Lewis 
Gaddis, professor de história militar e naval em Yale, declarou que o objectivo 
da guerra iminente ao Iraque era infligir uma "Agincourt na margens do 
Eufrates". Isto seria uma demonstração de poder tão grande que, tal como na 
famosa vitória de Henrique V no século XV em França, a paisagem geopolítica 
seria alterada durante as décadas seguintes. O que em última análise estava em 
causa, segundo Gaddis, era "a administração do sistema internacional por uma 
única hegemonia" — os Estados Unidos. Este assegurar da hegemonia sobre todo o 
mundo pelos Estados Unidos por meio de acções antecipativas (preemptive) era, 
argumentou ele, nada menos que "uma nova grande estratégia de transformação". 
[3] <BR><BR><STRONG>A NATUREZA DA GRANDE ESTRATÉGIA</STRONG> <BR><BR>Desde o 
tempo de Clausewitz, as tácticas têm sido concebidas nos círculos militares como 
"a arte de utilizar tropas na batalha" e a estratégia como "a arte de utilizar 
batalhas para vencer uma guerra". [4] Em contraste, a ideia de "grande 
estratégia" promovida classicamente por estrategas e historiadores militares, 
tais como Edward Meade Earle e B. H. Liddel Hart, referem-se à integração do 
potencial de fazer a guerra de um estado com as suas finalidades políticas e 
económicas mais vastas. Como observou o historiador Paul Kennedy em Grand 
Strategies in War and Peace (1991): "uma verdadeira grande estratégia" está 
"preocupada com a paz tanto quanto (talvez mesmo mais ainda) com a guerra... com 
a evolução ou integração de políticas que deveriam vigorar durante décadas, ou 
mesmo séculos". [5] <BR><BR>Grandes estratégias são geopolíticas na orientação, 
conformadas para a dominação de regiões geográficas inteiras — incluindo 
recursos estratégicos como minérios e vias navegáveis, activos económicos, 
populações e posições militares vitais. A maior parte das grandes estratégias 
com êxito vistas no passado foram aquelas de impérios duradouros, os quais foram 
capazes de manter o seu poder sobre grandes espaços geográficos durante extensos 
períodos de tempo. Portanto, os historiadores da grande estratégia habitualmente 
o Império Britânico no século XIX (Pax Britannica) e também o antigo Império 
Romano (Pax Romana). <BR><BR>Para os Estados Unidos hoje o que está em jogo já 
não é o controle de uma simples porção do globo, mas uma Pax Americana 
verdadeiramente global. Embora alguns comentadores tenham visto a mais recente 
investida imperial americana como obra de uma pequena cabala de neoconservadores 
dentro da administração Bush, a realidade é a de uma vasta concordância dentro 
da estrutura de poder americana acerca da necessidade de expandir o império dos 
EUA. Uma colecção recente, incluindo contribuições de críticos da administração, 
intitula-se The Obligation of Empire: United States' Grand Strategy for a New 
Century. [6] <BR><BR>Ivo. H. Daadler (investigador senior na Brookings 
Institution e ex-conselheiro de política externa de Howard Dean) e James M. 
Lindsay (vice-presidente do Council on Foreign Relations, empregado 
anteriormente pelo National Security Council de Clinton) argumenta no seu livro 
America Unbound que os Estados Unidos há muito têm um "império secreto", 
disfarçado pelo multilateralismo. A política unilateral da Casa Branca de Bush 
de construir o "império só sobre o poder americano" mudou as coisas só na medida 
em que jogou fora o carácter escondido do império e reduziu sua força global ao 
confiar menos nos estados vassalos. Segundo Daadler e Lindsay, os Estados Unidos 
agora estão sob o comando de pensadores "hegemonistas" que querem assegurar que 
os Estados Unidos dominam todo o globo, tanto no seu auto-interesse nacional 
como com o objectivo de remodelar o mundo em sintonia com o "imperialismo 
democrático". Mas uma postura tão agressiva, destacam eles, não está fora dos 
limites históricos da política americana. Um impulso imperial unilateralista 
pode ser rastreada desde Theodore Roosevelt e estava presente desde o princípio 
da era da Guerra Fria nas administrações Truman e Einsenhower. Apesar disso, 
Daadler e Lindsay apresentam a possibilidade de uma estratégia mais cooperativa, 
com as outras grandes potências a alinharem-se por trás dos Estados Unidos, como 
uma abordagem superior para administrar um império. [7] <BR><BR>Tal imperialismo 
cooperativo, contudo, torna-se mais difícil de alcançar uma vez que o poder 
hegemónico começa a desvanecer-se. Não só os Estados Unidos estão a sofrer uma 
competição económica acrescida como, com o fim da União Soviética, a aliança 
NATO enfraqueceu os vassalos europeus de Washington que nem sempre seguem sua 
liderança, ainda que não sejam capazes de desafiá-la directamente. A tentação 
que confronta uma potência hegemónica em declínio — ainda armada e perigosa — em 
tais circunstâncias é tentar reconstruir e mesmo expandir seu poder actuando 
unilateralmente e monopolizando as pilhagens (spoils). <BR><BR><STRONG>A GUERRA 
PELO 'NOVO SÉCULO AMERICANO' </STRONG><BR><BR>O capitalismo é um sistema em 
escala mundial no âmbito económico mas dividido politicamente em estados 
competidores que se desenvolvem economicamente a diferentes taxas. A contradição 
do desenvolvimento capitalista desigual foi expressa classicamente por Lenin em 
1916, em Imperialismo, etapa superior do capitalismo. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Não pode haver nenhuma outra base concebível sob o 
capitalismo para a divisão de esferas de influência, de interesses, de colónias, 
etc do que um cálculo da força dos participantes na divisão, da sua fortaleza 
económica, financeira, militar, etc. E a fortaleza destes participantes na 
divisão não muda num grau igual, pois sob o capitalismo o desenvolvimento de 
diferentes empreendimentos, trusts, ramos de indústria ou países não pode ser 
igual. Meio século atrás, a Alemanha era um país miserável e insignificante, no 
que se refere à sua fortaleza capitalista, em comparação com a fortaleza da 
Inglaterra daquele tempo. O Japão era analogamente insignificante em comparação 
com a Rússia. Será "concebível" que num espaço de tempo de dez ou vinte anos a 
fortaleza relativa das potências imperialistas venha permanecer imutável? É 
absolutamente inconcebível. [8] </DIV>
<DIV align=justify><BR>Actualmente é amplamente reconhecido que o mundo está a 
experimentar uma transformação económica global. Não só arrefece a taxa de 
crescimento da economia global como um todo como a fortaleza relativa dos 
Estados Unidos continua a enfraquecer. Em 1950 os Estados Unidos representavam 
cerca da metade do PIB mundial, caindo para pouco mais de um quinto em 2003. Da 
mesma forma, representava quase a metade do stock mundial de investimento 
directo estrangeiro em 1960, comparado com pouco mais de 20 por cento no 
princípio deste século. Segundo projecções da Goldman Sachs, a China poderia 
ultrapassar os Estados Unidos como a maior economia do mundo em 2039. [9] 
<BR><BR>Esta ameaça crescente à potência americana está a alimentar a obsessão 
de Washington com o assentar dos fundamentos para um "Novo século americano". O 
seu actual intervencionismo é destinado a aproveitar o seu actual primado 
económico e militar a curto prazo para assegurar activos estratégicos que 
proporcionarão garantias a longo prazo de supremacia global. O objectivo é 
estender o poder americano directamente e ao mesmo tempo privar competidores 
potencial daqueles activos estratégicos vitais que possam permitir-lhes 
finalmente desafiá-lo globalmente ou mesmo dentro de regiões particulares. 
<BR><BR>The National Security Strategy of the United States de 2002 deu notícia 
de que "Nossas forças serão suficientemente fortes para dissuadir adversários 
potenciais de buscar um fortalecimento militar na esperança de ultrapassar , ou 
igualar, o poder dos Estados Unidos". Mas grande estratégia estende-se para além 
de simples poder militar. Vantagens económicas em relação a rivais potenciais 
são a moeda real da competição inter-capitalista. Portanto, a grande estratégia 
americana integra o poder militar com a luta pelo controle de capitais, 
comércio, o valor do dólar e matérias-primas estratégicas. <BR><BR>O ordenamento 
mais claro dos objectivos da estratégia americana talvez tenha sido 
proporcionado por Robert J. Art, professor de relações internacionais em 
Brandeis e investigador associado do Olin Institute, em A Grand Strategy for 
America. "Uma grande estratégia", escreve ele, "conta aos líderes de uma nação 
que objectivos deveriam eles atingir e como podem utilizar melhor a potência 
militar do seu país para atingir estes objectivos". Ao conceptualizar uma tal 
grande estratégia para os Estados Unidos, Art apresenta seis "interesses 
nacionais dominante" por ordem de importância: <BR><BR>Primeiro, impedir um 
ataque sobre o solo americano <BR><BR>Segundo, impedir uma guerra euro-asiáticas 
de grandes potências e, se possível, as intensas competições de segurança que as 
tornam mais prováveis <BR><BR>Terceiro, preservar o acesso a um abastecimento de 
petróleo a preços razoáveis e seguro <BR><BR>Quarto, preservar uma ordem 
económica internacional aberta <BR><BR>Quinto, promover a difusão da democracia 
e o respeito pelos direitos humanos no exterior, e impedir o genocídio ou o 
assassínio em massa em guerras civis <BR><BR>Sexto, proteger o ambiente global, 
especialmente dos efeitos adversos do aquecimento global e mudanças climáticas 
severas. <BR>Após a adequada defesa nacional, i.e., a defesa "da pátria" contra 
ataque externo, as três mais importantes prioridades estratégicas seguintes são 
então: (1) o tradicional objectivo geopolítico da hegemonia sobre a área central 
euro-asiática encarada como a chave para o poder mundial, (2) assegurar o 
controle sobre os abastecimentos mundiais de petróleo, e (3) promover relações 
económicas capitalistas globais. <BR><BR>A fim de cumprir estes objectivos, 
argumenta Art, Washington deveria "manter forças em bases avançadas" na Europa e 
na Ásia Oriental (as duas bordas da Eurásia com grandes concentrações de poder) 
e no Golfo Pérsico (contendo o grosso das reservas mundiais de petróleo). "A 
Eurásia é o lar da maior parte dos povos do mundo, da maior parte das suas 
reservas provadas de petróleo, e a maior parte das suas potências militares, 
assim como de uma grande proporção do seu crescimento económico". É portanto 
crucial que a grande estratégia imperial americana esteja destinada a fortalecer 
sua hegemonia nesta região, a principiar pelas regiões petrolíferas chave da 
Ásia Sul e Central. [10] <BR><BR>Com as guerras em curso e as ocupações do 
Afeganistão e do Iraque ainda não resolvidas, Washington tem estado a aumentar 
suas ameaças de um ataque "antecipativo" ao mais poderoso vizinho destes 
estados, o Irão. A principal justificação apresentada para isto é o programa de 
enriquecimento de urânio do Irão, o qual poderia finalmente permitir-lhe 
desenvolver capacidades em armas nucleares. Mas há outras razões para os Estados 
Unidos estarem interessados no Irão. Tal como o Iraque, o Irão é um importante 
produtor de petróleo, agora com a segunda maior reservada provada de petróleo, 
atrás da Arábia Saudita e à frente do Iraque. O controle do Irão é assim crucial 
para o objectivo de Washington de dominar o Golfo Pérsico e o seu petróleo. 
<BR><BR>A importância geopolítica do Irão, além disso, estende-se muito para 
além do Médio Oriente. Ele é uma peça chave (como é o caso também do 
Afeganistão) no Novo Grande Jogo pelo controle de toda a Ásia Sul-Central, 
incluindo a Bacia Marítima do Cáspio com suas enormes reservas de combustíveis 
fósseis. Os planeadores estratégicos americanos estão obcecados com os temores 
de uma rede de segurança energética asiática, na qual a Rússia, a China, o Irão 
e os países da Ásia Central (incluindo possivelmente também o Japão) ficariam 
economicamente juntos e dentro de um acordo energético para romper a camisa de 
força americana e ocidental sobre o mercado mundial do petróleo e do gás — 
criando as bases para uma tranferência geral do poder mundial para o Leste. No 
momento a China, a economia em mais rápido crescimento do mundo, carece de 
segurança energética apesar de a sua procura por combustíveis fósseis estar em 
crescimento rápido. Ela está a tentar resolver isto parcialmente através de 
maior acesso aos recursos energéticos do Irão e dos estados da Ásia Central. As 
recentes tentativas americanas de estabelecer uma aliança mais forte com a 
Índia, com Washington a sustentar o status da Índia como potência nuclear, são 
claramente parte deste Novo Grande Jogo pelo controle da Ásia Sul-Central — 
rememorativo do Grande Jogo do século XIX entre a Grã-Bretanha e a Rúsia pelo 
controle desta parte da Ásia. [11] <BR><BR><STRONG>A NOVA DISPUTA PELA 
ÁFRICA</STRONG> <BR><BR>&nbsp;Se há um Novo Grande Jogo em marcha na Ásia há 
também uma "Nova Disputa pela África" da parte das grandes potências. [12] The 
National Security Strategy of the United States de 2002 declarou que "combater o 
terror global" e garantir a segurança energética americana exigiam que os 
Estados Unidos aumentassem seus compromissos para com a África e apelava a 
"coligações de vontades" para gerar acordos de segurança regional naquele 
continente. Logo a seguir o U.S. European Command, com base em Stuttgart, 
Alemanha — responsável pelas operações militares americanas na África 
Sul-Saariana — aumentou suas actividades na África Ocidental, centrando-se 
naqueles estados com produção de petróleo substancial e ou reservas no ou em 
torno do Golfo da Guiné (que se estende aproximadamente da Costa do Marfim até 
Angola). O Comando Europeu dos militares americanos agora dedica 70 por cento do 
seu tempo a assuntos africanos, um salto em relação à actividade quase nula até 
2003. [13] <BR><BR>Como destacado por Richard Haass, agora presidente do Council 
on Foreign Relations, no seu prefácio ao relatório de 2005 do Conselho 
intitulado More Than Humanitarianism: A Strategic U.S. Approach Toward Africa: 
"No fim da década a África sub-saariana provavelmente tornar-se-á tão importante 
como fonte de importações energéticas americanas quanto o Médio Oriente". [14] A 
África Ocidental tem uns 60 mil milhões de barris de reservas provadas de 
petróleo. Seu petróleo tem baixo conteúdo de enxofre, uma característica 
apreciada pela economia americana. Agências americanas e think tanks prevêm que 
um em cada cinco novos barris de petróleo a entrarem na economia global na 
segunda metade desta década virá do Golfo da Guiné, elevando sua participação de 
15 para mais de 20 por cento em 2010, e 25 por cento em 2015. A Nigéria já 
abastece os Estados Unidos com 10 por cento do seu petróleo importado. Angola 
fornece 4 por cento das importações americanas de petróleo, as quais poderiam 
duplicar no fim da década. A descoberta de novas reservas e a expansão da 
produção petrolífera estão a tornar outros estados na região em grande 
exportadores de petróleo, inclusive a Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, 
Gabão, Camarões e Chad. A Mauritânia está destinada a emergir como exportador de 
petróleo em 2007. O Sudão, delimitado pelo Mar Vermelho a leste e o Chad a 
oeste, é um importante produtor de petróleo. <BR><BR>Actualmente a principal 
base militar americana permanente na África é aquela estabelecida em 2002 no 
Djibouti, no Corno da África, dando aos Estados Unidos controle estratégico da 
zona marítima através da qual passa um quarto da produção mundial de petróleo. A 
base no Djibouti também está muito próxima do oleoduto sudanês. (Os militares 
franceses tiveram uma prolongada grande presença no Djibouti e também têm uma 
base aérea em Abeche, Chad, na fronteira sudanesa). A base no Djibouti permite 
aos Estados Unidos dominarem o extremo oriental da vasta faixa de petróleo que 
atravessa a África e que é agora considerada vital para seus interesses 
estratégicos — uma extensa faixa que vai do sudoeste a partir do oleoduto de 994 
milhas (1600 km) Higleig-Porto Sudão a leste até o oleoduto de 640 milhas (1030 
km) Chad-Camarões e o Golfo da Guiné a ocidente. Uma nova operação em andamento 
de localização no Uganda dá aos Estados Unidos o potencial para dominar o Sudão 
meridional, onde está a ser descoberta a maior parte do petróleo daquele país. 
<BR><BR>Na África Ocidental, o Comando Europeu dos militares americanos 
estabeleceu agora locais de operação avançada no Senegal, Mali, Gana e Gabão — 
assim como na Namíbia, junto à fronteira sul de Angola — o que envolve melhorias 
de aeródromos, o pré-posicionamento de abastecimentos críticos e combustível, e 
o acesso a acordos para a instalação rápida de tropas americanas. [15] Em 2003 
ele lançou um programa de contra-terrorismo na África Ocidental, e em Março de 
2004 Forças Especiais dos EUA estiveram directamente envolvidas numa operação 
militar com países do Sahel contra Grupo Salafista por Pregação e Combate — na 
lista de organizações terroristas de Washington. O Comando Europeu dos EUA está 
a desenvolver um sistema de segurança costeira no Golfo da Guiné chamado Gulf of 
Guinea Guard. Também tem estado a planificar a construção de uma base naval 
americana em São Tomé e Príncipe, a qual o Comando Europeu deu a entender que 
poderia rivalizar com a base naval americana de Diego Garcia no Oceano Índico. O 
Pentágono está portanto a mover-se agressivamente para estabelecer uma presença 
militar no Golfo da Guiné que lhe permitirá controlar a parte ocidental da vasta 
faixa petrolífera trans-africana e as reservas vitais de petróleo que agora 
estão a ser descobertas ali. A Operação Flintlock, um primeiro exercício militar 
americano na África Ocidental em 2005, incorporou 1000 Forças Especiais 
americanas. O Comando Europeu americano irá conduzir exercícios neste verão para 
a sua nova força de reacção rápida do Golfo da Guiné. <BR><BR>O indicador aqui é 
seguir o comércio: todas as grandes corporações petrolíferas americanas e 
ocidentais estão a disputar o petróleo da África Ocidental e a exigir segurança. 
O Comando Europeu dos militares americanos, relatou o Wall Street Journal no 
número de 25 de Abril, também está a trabalhar com a Câmara de Comércio dos EUA 
para expandir o papel das corporações americanas na África como parte de uma 
"reacção americana integrada". Nesta disputa económica pelos recursos 
petrolíferos da África as antigas potências coloniais, Grã-Bretanha e França, 
estão em competição com os Estados Unidos. Militarmente, entretanto, elas estão 
a trabalhar estreitamente com os Estados Unidos para assegurar o controle 
imperial ocidental da região. <BR><BR>A preparação militar americana em África é 
muitas vezes justificada como necessária para combater o terrorismo e para 
conter a instabilidade crescente na região petrolífera da África sub-saariana. 
Desde 2003 o Sudão tem sido dilacerado pela guerra civil e pelo conflito étnico 
centrado na sua região sudoeste de Darfur (onde está localizada grande parte do 
petróleo do país), resultando em inumeráveis violações de direitos humanos e 
matanças em massa da população da região por forças de milícia ligadas ao 
governo. Tentativas de golpe verificaram-se recentemente nos novos petro-estados 
de São Tomé e Príncipe (2003) e Guiné Equatorial (2004). O Chad, que é dirigido 
por um regime brutalmente opressivo protegido por um aparelho de segurança e de 
inteligência apoiado pelos Estados Unidos, também experimentou uma tentativa de 
golpe em 2004. Um golpe com êxito têve lugar na Mauritânia em 2005 contra o 
homem forte Ely Ould Mohamed Taya, apoiado pelos EUA. As três décadas de guerra 
civil em Angola — instigada e alimentada pelos Estados Unidos, os quais junto 
com a África do Sul organizaram o exército terrorista da UNITA de Jonas Savimbi 
— perdurou até o cessar fogo que se seguiu à morte de Savimbi em 2002. Na 
Nigéria, o país hegemónico na região, está generalizada a corrupção, revoltas e 
roubo organizado de petróleo, com consideráveis porções da produção petrolífera 
na região do Delta do Níger a serem trasfegadas — mais de 300 mil barris por dia 
no princípio de 2004. [16] O ascenso da insurgência armada no Delta do Níger e o 
potencial de conflito entre o norte islâmico e o sul não-islâmico do país é uma 
grande preocupação americana. <BR><BR>Portanto, há apelos incessantes e nenhuma 
falta de justificações aparentes para "intervenções humanitárias" americanas na 
África. O relatório More than Humanitarianism do Council on Foreign Relations 
insiste em que "os Estados Unidos e seus aliados devem estar prontos para tomar 
a acção apropriada" em Darfur, no Sudão, "incluindo sanções e, se necessário, 
intervenção militar, se o Conselho de Segurança estiver bloqueado de assim 
proceder". Enquanto isso, a noção de que os militares americanos podem dentro em 
breve precisar intervir na Nigéria está a ser amplamente divulgada entre peritos 
e em círculos políticos. Jeffrey Taylor, correspondente do Atlantic Monthly, em 
Abril de 2006 disse que a Nigéria tornou-se "o maior estado fracassado sobre a 
Terra", e que uma nova desestabilização daquele estado, ou sua tomada por forças 
radicais islâmicas, poria em perigo "as abundantes reservas de petróleo que a 
América prometeu proteger. Se este dia chegasse, ele anunciaria uma intervenção 
militar de longe mais maciça do que a campanha iraquiana". [17] <BR><BR>Mais 
ainda: grandes estrategas americanos esclarecem que as questões reais não são os 
próprios estados africanos e o bem estar das suas populações mas sim o petróleo 
a crescente presença da China na África. Como observou o Wall Street Journal em 
"Africa Emerges as a Strategic Battlefield", "a China tornou a África uma linha 
de frente na sua busca de mais influência global, triplicando o comércio com o 
continente para uns US$ 37 mil milhões ao longo dos últimos cinco anos e retendo 
activos energéticos, fechando acordos comerciais com regime como o do Sudão e 
educando futuras elites da África em universidades e escolas militares 
chinesas". Em More than Humanitarianism, o Council on Foreign Relations descreve 
a ameaça principal como vindo da China: "a China alterou o contexto estratégico 
na África. Em toda a África de hoje a China está a adquirir controle de activos 
de recursos naturais, a ultrapassar empreiteiros ocidentais em grandes projectos 
de infraestrutura e a proporcionar empréstimos suaves e outros incentivos para 
fortalecer sua vantagem competitiva". [18] A China importa da África mais de um 
quarto do seu petróleo, primariamente de Angola, Sudão e Congo. Ela é o maior 
investidor estrangeiro no Sudão. Está a fornecer subsídios pesados à Nigéria 
para aumentar sua influência e tem estado a vender ali jactos de combate. O mais 
ameaçador do ponto de vista dos grandes estrategas americanos é o empréstimo a 
Angola de US$ 2 mil milhões a juros baixos em 2004, o qual permitiu a Angola 
resistir às exigências do FMI de reestruturar sua economia e sociedade de acordo 
com linhas neoliberais. <BR><BR>Para o Council on Foreign Relations, tudo isto 
constitui nada menos que uma ameaça ao controle imperialista ocidental da 
África. Dado o papel da China, o relatório do Conselho diz que "os Estados 
Unidos e a Europa não podem considerar a África sua chasse gardé [terreno 
privado de caça], como os franceses outrora encaravam a África francófona. As 
regras estão a mudar pois a China procura não só ganhar acesso a recursos como 
também controlar a produção e distribuição de recursos, a posicionar-se talvez 
para o acesso prioritário aos mesmos quando se tornarem mais escassos". O 
relatório do Conselho sobre a África está tão preocupado em combater a China 
através da expansão de operações militares americanas na região que nada menos 
que Chester Crocker, antigo secretário de Estado assistente para assuntos 
africanos na administração Reagan, enfada-se alto e bom som: "tristemente 
nostálgico de uma era em que os Estados Unidos ou o Ocidente eram as únicas 
grandes influências e podiam perseguir seus objectivos à vontade ". [19] 
<BR><BR>O que é certo é que o império americano está a ser ampliado para abarcar 
partes da África na busca voraz de petróleo. Os resultados poderiam ser 
devastadores para os povos da África. Tal como a antiga disputa pela África, 
esta nova é uma luta entre grandes potências por recursos e pilhagem — não pelo 
desenvolvimento da África ou o bem estar da sua população. <BR><BR><STRONG>UMA 
GRANDE ESTRATÉGIA DE ALARGAMENTO</STRONG> <BR><BR>Apesar do rápido evoluir do 
contexto estratégico e da mudança para um imperialismo mais nu nos últimos anos, 
há uma consistência na grande estratégia imperial americana, a qual decorre do 
acordo amplo no topo extremo da estrutura de poder americana de que os Estados 
Unidos deveriam procurar "supremacia global" como afirmou o antigo conselheiro 
de segurança nacional do presidente Jimmy Carter, Zbigniew Brzezinski. [20] 
<BR><BR>O relatório de 2006 do Council on Foreign Relations, More Than 
Humanitarianism, que apoia o alargamento da grande estratégia americana para a 
tomada da África, foi co-presidido por Anthony Lake, conselheiro de segurança 
nacional de Clinton de 1993 a1997 e Christine Todd Whitman, antiga responsável 
do Environmental Protection Agency sob Bush. Como conselheiro de Clinton Lake 
desempenhou um papel importante na definição da grande estratégia americana 
naquela administração. Num discurso intitulado "Da contenção ao alargamento", 
apresentado na Escola de Estudos Avançados Internacionais na Universidade Johns 
Hopkins em 21 de Setembro de 2003, ele declarou que com o colapso da União 
Soviética os Estados Unidos constituíam "a potência dominante ... temos os 
militares mais fortes do mundo, a maior economia e a mais dinâmica sociedade 
multiétnica ... Contivemos uma ameaça global às democracias de mercado, agora 
deveríamos procurar alargar o seu alcance. A sucessora de uma estratégia de 
contenção deve ser uma estratégia de alargamento". Traduzido, isto significa uma 
expansão da esfera do capitalismo mundial sob a protecção estratégica militar 
americana. Os principais inimigos desta nova ordem mundial foram caracterizados 
por Lake como "estados em retrocesso", especialmente o Iraque o Irão. A 
insistência de Lake, no princípio da era Clinton, numa grande "estratégia de 
alargamento" para os Estados Unidos está a ser realizada hoje com a ampliação do 
papel dos militares americanos não só na Ásia Central e no Médio Oriente como 
também em África". [21] <BR><BR>A grande estratégia imperial americana é menos 
um produto de políticas geradas em Washington por esta ou aquela ala da classe 
dominante do que um resultado inevitável da posição de poder que o capitalismo 
americano descobre em si no princípio do século XXI. A força económica americana 
(juntamente com a dos seus aliados mais próximos) tem estado a declinar de um 
modo razoavelmente constante. As grandes potências provavelmente não manterão 
economicamente a mesma relação entre si duas décadas a partir daqui. Ao mesmo 
tempo o poder militar americano aumentou relativamente com o fim da União 
Soviética. Os Estados Unidos agora representam cerca da metade de toda a despesa 
militar do mundo — uma proporção duas ou mais vezes [maior] do que a sua 
participação no produto mundial. <BR><BR>O objectivo da nova grande estratégia 
imperial dos EUA é utilizar esta fortaleza militar sem precedentes a fim de 
impedir a emergência de forças históricas através da criação de uma esfera de 
domínio de espectro amplo, agora abarcando todos os continentes, de modo a que 
nenhum rival potencial seja capaz de desafiar os Estados Unidos nas próximas 
décadas. Isto é uma guerra contra os povos da periferia do mundo capitalista e 
pela expansão do capitalismo mundial, particularmente do capitalismo americano. 
Mas é também uma guerra para assegurar um "Novo Século Americano" no qual os 
países do terceiro mundo são vistos como "activos estratégicos" dentro de uma 
luta geopolítica global mais ampla. <BR><BR>As lições da história são claras: 
tentativas de ganhar o domínio do mundo por meios militares, embora inevitáveis 
sob o capitalismo, estão destinadas a fracassar e só podem conduzir a novas e 
maiores guerras. É da responsabilidade daqueles comprometidos com a paz mundial 
resistir à nova grande estratégia imperial dos EUA pondo em causa o imperialismo 
e a sua principal raiz económica, o próprio capitalismo. </DIV>
<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify>* Editor da Monthly Review. Seu livro mais recente é Naked 
Imperialism: The U.S. Pursuit of Global Dominance (New York: Monthly Review 
Press, 2006).&nbsp;&nbsp; Este artigo é uma versão actualizada e revista de uma 
palestra apresentada no Fórum Social Mundial em Bamako, Mali, em 
20/Janeiro/2006. </DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG><U></U></STRONG>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG><U>Notas</U></STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>1- Os pontos de vista de Haass são explorados por John 
Bellamy Foster em “'Imperial America' and War,” Monthly Review 55, no. 1 (May 
2003): 1–10; Project for the New American Century, Rebuilding America's Defenses 
(September 2000), http://www.newamericancentury.org/ . <BR>2- Stephen Peter 
Rosen, "The Future of War and the American Military," Harvard Magazine 104, no. 
5 (May–June 2002): 29–31. <BR>3- John Lewis Gaddis, "A Grand Strategy of 
Transformation", Foreign Policy (November/December 2002): 50–57. <BR>4- 
Clausewitz citado em Paul Kennedy, ed., Grand Strategies in War and Peace (New 
Haven: Yale University Press, 1991), 1. <BR>5- Edwin R. Earle, ed., Makers of 
Modern Strategy (Princeton: Princeton University Press, 1948); B. H. Liddel 
Hart, Strategy (New York: Praeger, 1967); Kennedy, ed., Grand Strategies, 1–4. 
<BR>6- James J. Hentz, ed., The Obligation of Empire: United States' Grand 
Strategy for a New Century (Lexington, Kentucky: University of Kentucky Press, 
2004). <BR>7- Ivo H. Daalder &amp; James M. Lindsay, America Unbound (Hoboken, 
New Jersey: John Wiley and Sons, 2005), 4–5, 40–41, 194. <BR>8- V. I. Lenin, 
Imperialism, the Highest Stage of Capitalism (New York: International 
Publishers, 1939), 119. <BR>9- Richard B. Du Boff, "U.S Empire," Monthly Review 
55, no. 7 (December 2003): 1–2; Dominic Wilson &amp; Roopa Purshothaman, 
"Dreaming with BRICs," Goldman Sachs Global Economics Paper, no. 99 (October 1, 
2003), 4, http://www.gs.com/ <BR>10- Robert J. Art, A Grand Strategy for America 
(Ithaca: Cornell University Press, 2003), 1–11. <BR>11- Noam Chomsky, Failed 
States (New York: Metropolitan Books, 2006), 254–55; Lutz Kleveman, The New 
Great Game (New York: Grove Press, 2004). <BR>12- Ver Pierre Abramovici, "United 
States: The New Scramble for Africa," Le Monde Diplomatique (Engish edition), 
July 2004; "Revealed: The New Scramble for Africa," The Guardian, June 1, 2005. 
<BR>13- Fred Kempe, "Africa Emerges as a Strategic Battlefield," Wall Street 
Journal, April 25, 2006. <BR>14- Council on Foreign Relations, More Than 
Humanitarianism: A Strategic U.S. Approach Toward Africa, 2006, xiii. <BR>15- 
Council on Foreign Relations, More Than Humanitarianism, 59. <BR>16- Center for 
Strategic and International Studies, A Strategic U.S. Approach to Governance and 
Security in the Gulf of Guinea, July 2005, 3. <BR>17- Council on Foreign 
Relations, More Than Humanitarianism, 24, 133; Jeffrey Taylor, "Worse Than 
Iraq?," Atlantic, April 2006, 33–34. <BR>18- Council on Foreign Relations, More 
Than Humanitarianism, 40. <BR>19- Council on Foreign Relations, More Than 
Humanitarianism, 52–53, 131. <BR>20- Zbigniew Brzezinski, The Grand Chessboard 
(New York: Basic Books, 1997), 3. <BR>21- Anthony Lake, "From Containment to 
Enlargement," discurso na School of Advanced International Studies, Johns 
Hopkins University, September 21, 2003, http://www.mtholyoke.ed/ . 
<HR>
<EM><FONT color=#000080><STRONG>La información contenida en el boletín es de 
fuentes propias, sitios web, medios periodísticos, redes alternativas, 
movimientos sociales y organizaciones políticas de izquierda. Los artículos 
firmados no comprometen la posición editorial de Correspondencia de Prensa. 
Suscripciones, Ernesto Herrera: </STRONG></FONT></EM><A 
href="mailto:germain@chasque.net"><EM><FONT 
color=#000080><STRONG>germain@chasque.net</STRONG></FONT></EM></A> 
<HR>
<BR></FONT></DIV></BODY></HTML>