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<DIV align=center><STRONG><EM><FONT color=#800000 size=4>Boletín informativo -
Red solidaria de la izquierda radical</FONT></EM></STRONG></DIV>
<DIV align=center><STRONG><EM><FONT size=4><IMG alt="" hspace=0
src="C:\Documents and Settings\EH\Mis documentos\germain 1.JPG" align=baseline
border=0><BR>Año III - 4 septiembre 2006 - Redacción: </FONT></EM></STRONG><A
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><EM><FONT
size=4>germain5@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A></DIV>
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<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
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<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>A reeleição e a política econômica
</STRONG></FONT></DIV><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR><STRONG><FONT size=3>Carlos Lessa *</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3></FONT></STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><STRONG>Resistir.info</STRONG></DIV>
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href="http://resistir.info/"><STRONG>http://resistir.info/</STRONG></A></DIV>
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<DIV align=justify><BR> </DIV>
<DIV align=justify>Dá-se como praticamente certa a vitória do presidente Lula no
primeiro turno [1] . Algumas projeções podem ser feitas. Assoma um grupo de
questões. É visível a menor contribuição do PT para esta reeleição. Aliás, este
partido provavelmente deve minguar. Uma fração expressiva deu origem a uma
candidatura e pelo menos outro partido. Quadros que estiveram historicamente ao
lado do presidente estão descartados. <BR><BR>Há uma clara migração do voto da
fração politizada de classe média para outras candidaturas. Em contrapartida, o
presidente viu crescer sua aprovação nas frações populares e menos favorecidas
de nosso corpo social. Neste mesmo exercício, o Programa Bolsa Família [2]
deverá gastar pouco menos de R$ 8 mil milhões [3] . Onze milhões de famílias
assistidas estarão votando em Lula. Tudo se passa como se, eleitoralmente, os R$
8 mil milhões neutralizassem a mais espantosa concentração de renda e riqueza do
planeta [4] , praticada pelo governo brasileiro. Este ano, os juros de dívida
pública serão superiores a R$ 160 mil milhões. <BR><BR>O Brasil continua
praticando a mais repugnante taxa de juros real e permitindo que o caixa das
empresas seja aplicado como "poupança financeira". O professor Marcio Pochmann,
da Unicamp [5] , mostra que 70% destes mil milhões vão para apenas 20 mil
famílias. O Brasil neoliberal de FHC e de Lula é o paraíso do rentismo.
Simultaneamente, nossos bancos são campeões de crescimento. <BR><BR>Apesar de a
economia estar estagnada, os lucros reais vêm quebrando recorde ano após ano. O
presidente da Febraban [6] afirma sua grande satisfação com o atual governo. Diz
que Lula fez tudo que os banqueiros queriam. Contudo, os muito ricos –
principais beneficiários da política de juros – talvez ainda assim preferissem
Alckmin. [7] <BR><BR>A aposta eleitoral de Lula teve êxito. Ao assinar a Carta
aos Brasileiros, abrindo mão das convicções de seu passado histórico, fez a
escolha certa. Deve estar se sentindo como um herói que cresce nas tempestades.
Ganhando no primeiro turno, robustecerá suas convicções. Ao encostar a cabeça no
travesseiro, pensará quão genial foi em suas intuições: servir aos
muito ricos e distribuir migalhas aos muito pobres. Hoje, certamente anda
convencido de sua imunidade a qualquer escândalo. Ao abandonar sua postura
crítica à política econômica neoliberal e ao praticar uma rotação nas alianças
conseguiu, com sua preocupação popular, conquistar a reeleição. <BR><BR>Delfim
Netto [8] , membro recente do PMDB, aparece como o novo (?) conselheiro da
plutocracia e provável inspirador da política econômica do segundo mandato.
Tanto a Fiesp [9] quanto a Febraban estão preparando sugestões para o segundo
governo Lula. O PMDB das capitanias hereditárias será o braço
político-partidário para consolidar a nova gestão. Recomenda Delfim a
continuidade da política de elevados superávits primários [10] . Considera a
carga tributária extremamente elevada e recomenda conter – e comprimir
adicionalmente – os gastos públicos federais. Esta é, para Delfim, a fórmula de
redução de juros reais, e o caminho para baixar o patamar da dívida pública.
<BR><BR>Após o Plano Real a dívida pública líquida, que era 33% do PIB no início
dos anos 1990, cresceu para 50%. O imenso superávit primário fiscal – e sua
correlata degradação da infra-estrutura e das políticas públicas – não inverteu
a tendência ascensional. Na última década – em que o Brasil permanece
praticamente estagnado – o gasto público tem oscilado um ponto para cima e um
ponto para baixo em torno de 17% do PIB. Lula aceita a blindagem do gasto
público financeiro. Durante todo o primeiro mandato aceitou, passivamente, a
santificação da taxa de juros. O Doutor Meirelles [11] foi a figura ascendente.
<BR><BR>A crença e o interesse na intocabilidade dos juros conduz Delfim,
Febraban e Fiesp a preconizar o corte do gasto não-financeiro. Somente é
possível reduzi-lo às custas de uma escalada na deterioração das condições de
educação, saúde e segurança; da desqualificação definitiva do servidor público;
da passiva observação dos leitos de rodovia se converterem em puro buraco etc.
<BR><BR>Subsidiariamente, esta linha propõe uma reforma previdenciária que
imponha perdas dinâmicas para os aposentados e pensionistas. O presidente Lula
não ouvirá as vozes que se contrapõem à política econômica recessiva e
pró-rentistas. Continuará ouvindo as vozes que lhe ditaram o conteúdo da Carta
aos Brasileiros. Apesar de servir os rentistas, considera-se autor de uma
redistribuição (?) da renda nacional. Afinal, no seu primeiro mandato que
ampliou substantivamente o Bolsa Família, estimulou o mini-crédito, concedeu
incentivo rural, e deu continuidade à política de elevação do salário mínimo.
<BR><BR>A aprovação pelo voto lhe confirmará que esteve no caminho certo.
Continuará desconhecendo os avisos anti-Febraban. Não será surpresa se o Doutor
Meirelles vier ser o futuro ministro da Fazenda, para executar a política de
endurecimento fiscal e sinalizar, de forma inequívoca, a continuidade do paraíso
rentista. O juro alto no Brasil é a atração para o investimento estrangeiro e a
forma pela qual Lula poderá continuar a servir aos muito ricos e criar algumas
novas benesses para os muito pobres. A economia continuará medíocre e o
desemprego em expansão. À juventude restará um sonho: emigrar.
<BR><BR>30/Agosto/2006 </DIV>
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<DIV align=justify> </DIV>
<DIV align=justify>* Economista, professor e ex-reitor da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico
e Social no primeiro mandato do governo Lula. O original encontra-se em <A
href="http://www.valoronline.com.br">www.valoronline.com.br</A> </DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG><FONT size=3><U></U></FONT></STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><STRONG><U>Notas de resistir.info</U></STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>1- A primeira volta dass eleições presidenciais
brasileiras será em 3 de Outubro próximo. <BR>2- Programa assistencialista que
distribui migalhas à população marginalizada. <BR>3- €1 = R$ 2,73 <BR>4- O
Coeficiente de Gini do Brasil é comparável ao da Serra Leoa, na África <BR>5-
Universidade Estadual de Campinas <BR>6- Federação Brasileira de Bancos <BR>7-
Membro da Opus Dei que é o candidato à presidência apoiado pelo ex-presidente F.
H. Cardoso. <BR>8- Ministro das Finanças no tempo da ditadura militar. É
considerado o autor do chamado "Milagre brasileiro", que arruinou o país. <BR>9-
Federação das Indústrias do Estado de S. Paulo <BR>10- Superávite primário =
(Total da arrecadação fiscal) - (Despesas correntes e de capital das autarquias
municipais, estaduais, federal e empresas estatais). O FMI exigiu ao Brasil que
o superávite primário não excedesse 3,75% do PIB, de modo a que sobrasse
bastante para pagar o serviço da dívida externa aos credores da Wall Street. O
governo Lula esmerou-se no cumprimento desta exigência e foi além do limite que
lhe fora fixado. <BR>11- É o gerente da Wall Street no Brasil. Ocupa o cargo de
governador do banco central. <BR>
<HR>
<STRONG><EM><FONT color=#000080 size=3>La información contenida en el boletín es
de fuentes propias, sitios web, medios periodísticos, redes alternativas,
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firmados no comprometen la posición editorial de Correspondencia de Prensa.
Suscripciones, Ernesto Herrera: </FONT></EM></STRONG><A
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><EM><FONT color=#000080
size=3>germain5@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A>
<HR>
</DIV>
<DIV align=justify><STRONG></STRONG><BR><BR> </DIV></FONT></BODY></HTML>