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size=4>
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<HR>
</DIV></FONT></EM></STRONG>
<DIV align=center><STRONG><EM><FONT color=#800000 size=5>Boletín informativo - 
Red solidaria de la izquierda radical</FONT></EM></STRONG></DIV>
<DIV align=center><STRONG><EM><FONT size=4><IMG alt="" hspace=0 
src="C:\Documents and Settings\EH\Mis documentos\germain 1.JPG" align=baseline 
border=0><BR>Año III - 29 de setiembre 2006 - Redacción: </FONT></EM></STRONG><A 
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><EM><FONT 
size=4>germain5@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A></DIV>
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<HR>
</DIV>
<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3></FONT></STRONG>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Heloísa Helena, um marco na historia 
brasileira</FONT></STRONG></FONT><FONT face=Arial size=2></FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2><BR><STRONG>Naná Whitaker</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>Primeira mulher 
candidata</STRONG>&nbsp;<BR>&nbsp;<BR>No partido que estamos construindo haverá 
espaço para todas as pessoas como eu : cristã e trotskista ; para os 
trabalhadores de qualquer religião ; para os brancos ; para&nbsp; os negros ; 
para&nbsp; os índios ; para&nbsp; os héteros ; para os homosexuais, mas não 
haverá nenhum espaço para os capitalistas nem para os corrúptos ! é assim que 
ele começa : seus fundadores são dois homens e duas mulheres ! Com estas 
palavras Heloisa Helena abre o ato de fundação do futuro partido, na cidade do 
Recife, em abril 2004. Em jeans e uma blusinha branca, feita por ela mesma, 
continua seu discurso cheio de metáforas, contra as aberrações do sistema, 
contra as medidas anti-sociais do governo do seu ex-partido, o Partido dos 
trabalhadores, terminando com a ovação do público composto de representantes dos 
movimentos Negro, das mulheres, de sindicatos, de associações de solidariedade, 
etc. <BR>Heloísa é a primeira candidata mulher na história das eleições à 
presidência da República no Brasil. Com seus 44 anos, dotada de verbo fácil e 
direto, de muita convicção e ousadia, magrinha, não muito alta, seu corpo de 
menina ganha em altura quando fala para os trabalhadores, seus traços se 
endurecem quando fala da exploração do FMI, da OMC e da cumplicidade do governo 
brasileiro com os países imperialistas, mas seu rosto se ilumina atrás dos seus 
óculos, quando discreve a sociedade que sonha construir.</DIV>
<DIV align=justify><BR>Nascida em Alagoas, famoso pelo machismo, pela corrupção 
de seus políticos, usineiros latifundiários, industriais clientelistas, desde 
jóvem Heloísa participa de movimentos sociais e sindicais. Entra no PT em 1985, 
identifica-se com a Tendência Democracia Socialista, tendência 
internacionalista[1] e logo é eleita vice-prefeita de Maceió, a capital. Dois 
anos depois é eleita deputada estadual pelo Estado atuando nos setores da saúde, 
da reforma agrária, da educação e em 1998, com 56% de votos, é eleita a primeira 
senadora da República. Mas Heloísa não recorre ao seu brilhante curriculum vitae 
para levar sua vida de militante. Sua tragetória é guiada pelas convicções que a 
conduziram ao PT e à IV Internacional. Ela age ao inverso do PT, quando este 
aceita as exigências da burguesia brasileira e internacional, rompendo com as 
decisões dos seus congressos. É neste quadro que Heloísa começa a questionar e a 
recusar as imposições da direção do PT, quando esta exige sua aliança com o 
Partido liberal, de direita[2], como candidata a governadora do Estado de 
Alagoas em 2002. Em seguida, desobedece a diretiva do PT, também por « 
fidelidade aos princípios do PT », de votar a reforma do governo, de supressão 
das conquistas dos trabalhadores aposentados do setor público[3], despertando 
assim a fúria da direção do partido contra ela e contra os parlamentares, 
deputados Luciana Genro e João Batista Araújo (Babá), que se negavam a 
vota-la.</DIV>
<DIV align=justify><BR>Objetos de um processo digno de métodos stalinistas, em 
dezembro 2003 Heloísa é expulsa do partido, junto aos parlamentares abandonados 
aos seus próprios destinos. E é o que vão fazer : ousar construir um novo 
destino para o Brasil.<BR>&nbsp;<BR><STRONG>Um novo fôlego</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG></STRONG><BR>Enfrentando as condições draconianas da 
legislação brasileira, os 4 parlamentares, junto aos milhares de ex-militantes 
do PT, conseguem realizar uma façanha : recolher 600 mil assinaturas das 450 mil 
exigidas para oficializar a criação no novo partido, o Partido Socialismo e 
Liberdade e em setembro 2005 o partido é registrado pelo Tribunal Superior 
Eleitoral. Enquanto isto, continua a hemorragia do PT com a divisão de todas as 
suas tendências de esquerda, inclusive da DS, culminando com a saída de novos 
parlamentares, de dirigentes e militantes ativos dos movimentos sociais, 
integrando-se ao PSOL, decididos à construir outra vez os alicerces de uma nova 
sociedade. Com uma orientação anti-capitalista, anti-imperialista, feminista e 
ecologista, o novo partido ousa apresentar-se às eleições de 2006[4] !<BR></DIV>
<DIV align=justify>Em junho 2005 são descobertos atos e práticas de corrupção de 
políticos e responsáveis do PT : um sistema de compra de votos à deputados, com 
dinheiro público, em favor das reformas do governo, de presentes onerosos dos 
banqueiros e responsáveis de entidades públicas ou privadas em troca de favores 
dos políticos. Senado e a Câmara de deputados formam suas Comissões 
Parlamentares de Inquérito para apurar os fatos publicamente, diante dos olhos 
perplexos das massas trabalhadoras. Jamais a corrupção fez correr tantos milhões 
de dólares nos bolsos dos políticos. O tema da corrupção leva Heloísa a 
transformar-se na parlamentar mais crítica do governo PT e das suas reformas, 
integrando-se as CPI, assumindo suas funções de titular das comissões 
permanentes ligadas à assuntos econômicos, à fiscalização, ao idoso, à 
exploraçao do trabalho e a prostituição infanto-juvenil, etc.</DIV>
<DIV align=justify><BR>O papel exercido pelo PT, sob a presidência de Lula, tem 
prejudicado toda a esquerda brasileira e latino americana, sobretudo pela 
supressão das conquistas sociais, através das reformas anti-sociais e da 
política de colaboração com a burguesia. Assim, a campanha do PSOL para as 
eleições de 2006, vai no sentido de recuperar os males que tem feito os partidos 
do governo aos trabalhadores. Constituindo uma Frente de Esquerda, o Partido 
Comunista, o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados e o PSOL lançam o 
manifesto « Contra os banqueiros, o imperialismo e os políticos corruptos », 
assinado por Heloísa Helena e pelo candidato a vice-presidencia, César 
Benjamin[5],. propondo conquistar a soberania e independência nacional, rompendo 
com o capital financeiro e o imperialismo, propondo abolir a escravatura 
moderna, a precariedade, os salários miseráveis, defende os direitos das 
mulheres, contra as discriminações raciais e sexuais, propondo novas 
instituições democráticas sob contrôle direto dos trabalhadores, lança um apelo 
à luta e propõe os seus candidatos. Com seus quase 8% de intenções de votos, a 
nível nacional, Heloísa viaja por todo o país explicando estas propostas, como 
sempre faz, sem meias palavras.<BR>&nbsp;<BR><STRONG>Uma candidata 
ímpar</STRONG><BR>&nbsp;<BR>Heloísa, perde seu pai aos dois meses e sua mãe, 
sozinha com seus filhos, ganha a vida bordando « os vestidos das madames ». 
Atravessando uma infância doentia, asmática, cheia de complicações, aprende a 
ler com as freiras e suas leituras « sobre as lutas do povo de Deus », são 
sugeridas por padres e freiras holandeses. Provavelmente vem daí a sua adoção ao 
catolicismo e seus hábitos fora do comum do meio da esquerda marxista: anda com 
uma bíblia na bolsa, coleciona imagens do São Francisco (o « Chiquinho », como o 
chama) e quando fala, usa uma retórica própria. Em 2003 afirma : « o camarada 
Jesus Cristo dizia : ou quente ou frio, o morno se vomita » ; em 2004, à 
propósito da discussão entre a direção do PT e as bases[6] : «&nbsp; Não há 
discussão. O partido tem desrespeitado as suas próprias resoluções, sobretudo a 
do encontro nacional. Até entendo que o governo possa ter uma certa autonomia. 
Mas, o que o PT não deve ter autonomia para rasgar[7] as suas resoluções 
partidárias, ferindo de morte a nossa tradição que é o debate franco e fraterno 
nas estruturas partidárias » ; em 2006, em entrevista à revista Cláudia[8] : « 
…eu sou uma socialista por convicção, eu digo sempre que aprendi na bíblia, 
antes de ler os clássicos da história socialista, a ser uma socialista.»</DIV>
<DIV align=justify><BR>Apesar da vida modesta, forma-se em enfermagem e torna-se 
professora de epidemiologia da Universidade Federal de Alagoas. Casada duas 
vezes e separada em seguida, Heloísa educa sozinha seus dois filhos Sacha (22 
anos) e Ian (19) trabalhando, militando e exercendo seus cargos, « carregando-os 
de um lado para o outro », como costuma dizer.</DIV>
<DIV align=justify><BR>Heloísa torna-se referência para os trabalhadores que 
sonham com uma sociedade na qual os trabalhadores são atores, onde seus direitos 
são respeitados, onde prevalece as relações de solidariedade entre os povos e o 
respeito pelos recursos naturais do planeta, onde são extintas as opressões de 
sexo, os preconceitos e o racismo.<BR>&nbsp;<BR>&nbsp;27 de setembro de 
2006.</FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2></FONT>&nbsp;</DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2><BR><STRONG><U>Notas</U></STRONG></FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2></FONT>&nbsp;</DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2>[1] Tendência de formação trotskista, reclamando-se 
da IV Internacional, a qual Heloísa Helena é uma das dirigentes.<BR>[2] O PL 
representa um setor da burguesia industrial brasileira.<BR>[3] As reformas 
néo-liberais do setor privado já haviam sido feitas, quando as conquistas 
obtidas pelas lutas nos anos 1970-80 foram suprimidas pelo governo precedente do 
presidente Fernando Henrique Cardoso, membro do Partido Social Democrático 
Brasileiro (PSDB), compondo a direita liberal.<BR>[4] No dia 1 de outubro 2007 
votam-se deputados (estaduais e federais), senadores, governadores (dos Estados) 
e o ou a presidente da República.<BR>[5] César Benjamin é ex-membro fundador do 
PT, dirigente do partido até 1995 e atual dirigente de um importante movimento, 
a Consulta Popular<BR>[6] Em entrevista dada à autora no Recife.<BR>[7] No 
sentido de romper. (Nota da autora.)<BR>[8] Revista muito popular no Brasil, 
destinada mais à um público feminio, equivalente à revista&nbsp; francêsa « Elle 
». </DIV>
<DIV>
<HR>
</DIV>
<DIV align=justify><FONT color=#000080 size=3><STRONG><EM>La información 
contenida en el boletín es de fuentes propias, sitios web, medios periodísticos, 
redes alternativas, movimientos sociales y organizaciones políticas de 
izquierda. Los artículos firmados no comprometen la posición editorial de 
Correspondencia de Prensa. Suscripciones, Ernesto Herrera: 
</EM></STRONG></FONT><A href="mailto:germain5@chasque.net"><FONT color=#000080 
size=3><STRONG><EM>germain5@chasque.net</EM></STRONG></FONT></A></DIV>
<DIV>
<HR>
</DIV>
<DIV align=justify><BR></FONT>&nbsp;</DIV></BODY></HTML>