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<HR>
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<DIV align=center><STRONG><FONT size=5><U>boletín informativo - red solidaria de 
revistas</U></FONT><BR><FONT color=#800000 size=6><EM>Correspondencia de 
Prensa</EM></FONT><BR><FONT size=4>Año IV - 30 de octubre 2006 - Redacción: 
</FONT></STRONG><A href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT 
size=4>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A></DIV>
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<HR>
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<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>Presidente 
reeleito</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>Vitória incontestável e equilíbrio 
de forças afastam 'terceiro turno'</STRONG></FONT></DIV><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR><STRONG><FONT size=3>Legitimidade garantida pela 
diferença de mais de 20 milhões de votos e resultado das disputas estaduais 
espantam ameaça do terceiro turno pós-eleição. Lula assume em cenário político 
mais favorável do que no primeiro mandato.</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG><FONT size=3>Nelson Breve</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Carta Maior</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><A href="http://agenciacartamaior.uol.com.br/"><STRONG><FONT 
size=3>http://agenciacartamaior.uol.com.br/</FONT></STRONG></A></DIV>
<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><BR>O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode pronunciar a 
frase da qual mais gosta, sem risco de escorregar para o exagero comum em outras 
circunstâncias. Nunca antes na história da democracia um candidato a presidente 
foi agraciado com tantos votos quanto ele neste segundo turno das eleições 
brasileiras. Foram mais de 58 milhões e 293 mil eleitores que confiaram a ele um 
segundo mandato no comando do país. Mais de 60% dos votos válidos. Superou a 
marca de 54.428.357 alcançada pelo presidente norte-americano Ronald Reagan 22 
anos atrás, tornando-se o chefe de Estado mais sufragado em todos os tempos. 
<BR><BR>Eram 19h30, quando o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 
Marco Aurélio de Melo, proclamou o resultado, anunciando a vitória do 
presidente. Doze minutos antes, com quase 90% dos votos totalizados, Lula havia 
alcançado uma vantagem de 19.835.142 votos sobre o adversário Geraldo Alckmin, 
do PSDB. Mas restavam apenas 16 milhões e 75 mil votos de um universo de 125 
milhões para serem contabilizados. Não havia mais possibilidade matemática de 
alteração do vencedor. “Os votos que ainda faltam para serem totalizados não 
cobrem a diferença entre o primeiro e segundo colocados, o que implica dizer que 
o presidente Lula está reeleito”, anunciou o presidente do TSE, surpreso com a 
velocidade da apuração, que antecipou em 2h30 as previsões mais 
otimistas.<BR><BR>A vitória foi incontestável. Uma diferença acima de 20 milhões 
de votos, com percentuais de sufrágios válidos equivalentes ao da eleição 
anterior: 60,83%, comparado a 61,27% na disputa de 2002, contra o tucano José 
Serra. Isso, com toda a fadiga de 4 anos de governo e muitos escândalos para 
administrar. Lula venceu Alckmin em 20 estados. O tucano só conseguiu superar o 
presidente nos três estados da Região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande 
do Sul), em São Paulo, no Mato Grosso, no Mato Grosso do Sul e em Roraima, onde 
teve o melhor desempenho proporcional.<BR><BR>No Nordeste, o presidente abriu 
uma vantagem acima de 13 milhões de votos, obtendo mais de 77%, contra 23% de 
Alckmin. Em estados como Amazonas e Maranhão, Lula teve cerca de 85% dos votos 
válidos. Mesmo nos estados onde perdeu para o candidato tucano, Lula conseguiu 
reduzir a diferença do primeiro turno (virou em Goiás, Rondônia, Acre e no 
Distrito Federal). Com isso, Alckmin teve 2,4 milhões de votos a menos que a 
votação obtida por ele no primeiro turno. “A diferença maior de votos resulta em 
legitimidade para o candidato eleito”, reconheceu o presidente do TSE, 
observando que a vontade dos eleitores deve prevalecer, tem em vista que todo 
poder emana do povo e é transferido aos seus representantes. “O povo brasileiro 
quis a reeleição do presidente da República”, constatou Marco 
Aurélio.<BR><BR><STRONG>Legitimidade</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>Questionado sobre o fato de haver uma pendência de 
julgamento do pedido de cassação da candidatura do presidente em decorrência do 
flagrante de tentativa de compra de um dossiê por petistas ligados ao comando da 
campanha de reeleição para prejudicar candidatos tucanos, o presidente do TSE 
disse que isso é normal em eleições desde que se integrou ao Judiciário. 
Reconhecendo que o resultado do pleito estará sub judice até que a representação 
seja julgada, Marco Aurélio afastou, no entanto, as especulações sobre um 
terceiro turno da eleição disputado nos tribunais. “Aí não cabe a especulação 
para se dizer que talvez tenhamos um terceiro turno. Está na Constituição o 
princípio da não-culpabilidade. A culpa tem que ser comprovada de forma robusta, 
irretorquível, inafastável (sic)”, advertiu o ministro. “Não vamos precipitar as 
coisas, vamos observar a ordem natural”, completou, indicando que o julgamento 
do caso do dossiê não deverá alterar o resultado da eleição, que terminou em 
clima mais conciliador e cordial, diferente da guerra travada ao longo da 
campanha.<BR><BR>Isso acabou se refletindo no próprio comportamento dos 
eleitores e militantes no segundo turno da eleição, que foi relativamente 
tranqüilo. De acordo com relatório do TSE, em todo o país foram registras 
prisões de 441 pessoas. Menos da metade das ocorrências do primeiro turno. A 
maior parte por desobediência da proibição para propaganda de boca de urna. Mais 
da metade dos incidentes ocorreram onde a disputa foi mais acirrada entre os 
candidatos aos governos estaduais: 42 na Paraíba, 44 no Rio Grande do Norte, 58 
no Pará e 87 no Paraná.<BR><BR>A disputa nos estados foi duríssima e a apuração 
emocionante. Diferente do que ocorreu na apuração dos votos para presidente da 
República. Em sete dos 10 estados onde houve segundo turno, o candidato 
derrotado teve mais de 45% dos votos, mostrando o quanto o eleitorado está 
dividido em boa parte do país. Só tiveram uma vitória tranqüila o governador de 
Goiás, Alcides Rodrigues (PP), o ex-ministro Eduardo Campos (PSB), em 
Pernambuco, e o senador Sérgio Cabral (PMDB), no Rio de Janeiro, campeão de 
votos no segundo turno. Teve 68% dos votos válidos, alcançando uma vantagem de 
2,7 milhões de votos sobre a oponente, deputada Denise Frossard (PPS), em um 
universo de 9 milhões de votantes.<BR><BR><STRONG>Disputas 
acirradas</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>O ex-prefeito de São Luís, Jackson Lago (PDT) venceu a 
ex-governadora Roseana Sarney (PFL), no Maranhão, por uma diferença de 100 mil 
votos, em um total de quase 3 milhões de eleitores que foram às urnas no segundo 
turno. Embora ela tivesse o apoio do presidente Lula, que retribuiu sua lealdade 
ao longo do primeiro mandato, Lago sempre foi um aliado do PT na luta para 
desbancar a oligarquia Sarney do poder estadual. No Pará, o PT conquistou o 
quinto governo estadual, com a senadora Ana Julia Carepa, que relutou muito para 
ser candidata e acabou derrotando o ex-governador Almir Gabriel (PSDB), um 
cardeal do tucanato, por uma diferença de 300 mil votos em mais de 3,1 
milhões.<BR><BR>Vilma Faria (PSB) foi reeleita governadora do Rio Grande do 
Norte, vencendo o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB) por uma diferença de 75 
mil votos, em um total de 1,7 milhão. A deputada Yeda Crusius (PSDB) venceu o 
ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro Olívio Dutra (PT) por cerca de 
500 mil votos em 6,5 milhões de votantes. O governador de Santa Catarina, Luiz 
Henrique (PMDB), também foi reeleito, mas passou um aperto com o rival, o 
ex-governador Esperidião Amim (PP), que teve 170 mil votos a menos em um 
universo de 3,5 milhões, diferença bem menor do que indicavam as pesquisas da 
véspera.<BR><BR>Na Paraíba, o governador Cássio Cunha Lima (PSDB) foi reeleito 
com uma vantagem de pouco mais de 50 mil votos sobre o ex-governador José 
Maranhão (PMDB), em um universo de 2,1 milhões de votantes. Foi a segunda 
disputa mais apertada do país. A mais emocionante foi a que resultou na 
reeleição do governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB) por uma diferença de 
10.479 votos sobre o senador Osmar Dias (PDT), em um total de 5 milhões 870 mil 
sufrágios. Dias permaneceu à frente de Requião ao longo das duas primeiras horas 
de apuração. Às 19 horas, os dois ficaram praticamente empatados, com pouco mais 
de 2 milhões 633 mil votos cada. Onde minutos depois, Requião virou o resultado, 
quando faltavam apenas 325 urnas para serem apuradas, pouco mais de 1% do 
total.<BR><BR><STRONG>Equilíbrio de forças</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>Com esses resultados, ficou mantido o equilíbrio de 
forças estaduais indicado no primeiro turno. O PMDB foi o partido que conseguiu 
eleger mais governadores. São sete: SC, PR, RJ, ES, MS, TO e AM. O PSDB elegeu 
seis: RS, SP, MG, RR, AL e PB. Somado ao governo do aliado PFL no Distrito 
Federal, mantém um bloco importante de governadores da oposição, especialmente 
pela importância econômica e política dos estados que irão governar. O PT elegeu 
congo governadores: BA, SE, PI, AC e PA. Somados aos estados que serão 
governados pelo tradicional aliado PSB (PE, CE e RN), formam uma base forte nas 
regiões mais pobres do país. Completam o quadro os dois governos do PPS (MT e 
RO), os dois do PDT (MA e AP) e o do PP (GO).<BR><BR>A composição, no entanto, é 
bastante favorável ao presidente Lula, que conseguiu construir ao longo da 
campanha uma cumplicidade com os caciques regionais do PMDB, especialmente das 
Regiões Norte e Nordeste. Com isso, ele contabiliza a vitória de 16 governadores 
que apoiou e a solidariedade de grupos derrotados a quem tentou ajudar, como os 
dos senadores Maguito Vilela (PMDB-GO), José Maranhão (PMDB-PB) e Roseana 
Sarney, que poderá trocar o PFL pelo PMDB de seu pai, José Sarney. Além disso, 
tem um bom diálogo com a maior parte dos governadores eleitos que apoiaram 
Alckmin, como os tucanos José Serra (SP), Aécio Neves (MG) e Cássio Cunha Lima 
(PB) e o peemedebista Luiz Henrique (SC).<BR><BR>A legitimidade da vitória 
incontestável, uma correlação de forças favorável no colegiado de governadores, 
a disposição de diálogo manifestada por setores importantes da oposição e a 
equação econômica sem turbulências à vista são fatores muito positivos, que 
colocam o presidente Lula diante de um cenário político mais favorável que o 
encontrado quando assumiu o primeiro mandato. Ele assegura que aprendeu com seus 
erros e acertos e, por isso, terá melhores condições de assegurar a 
governabilidade e montar um governo melhor do que o primeiro. No primeiro 
pronunciamento após a proclamação da vitória, deu um sinal positivo dessa 
disposição. Se dispôs a responder perguntas da imprensa no ato, além de anunciar 
uma entrevista coletiva melhor organizada nos próximos dias.<BR><BR><STRONG>O 
front de imprensa</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>O relacionamento com a imprensa foi um dos principais 
problemas do governo Lula neste primeiro mandato. Desde o princípio, ele assumiu 
um comportamento arrogante de quem não deve satisfação a ninguém, apenas ao 
povo, com quem se comunicaria diretamente, por intermédio dos espaços nobres 
negociados com a emissora de maior audiência do país. O conselho do marqueteiro 
Duda Mendonça de que a única mídia que importava era o Jornal Nacional da TV 
Globo foi seguido à risca nos dias que sucederam a vitória de 2002. Na noite do 
segundo turno daquela eleição, falou com exclusividade para o Fantástico. No dia 
seguinte, fez apenas um pronunciamento à imprensa, frustrando mais de 100 
jornalistas, inclusive da imprensa estrangeira, que queriam saber os planos do 
presidente operário para o país, já que ele era um fenômeno que despertava 
curiosidade no mundo todo.<BR><BR>Nada de entrevistas para a imprensa em geral, 
mas tratamento privilegiado para a Globo. Na noite de segunda-feira, o 
presidente eleito tornou-se comentarista do Jornal Nacional, acompanhando toda a 
edição ao lado dos apresentadores William Bonner e Fátima Bernardes. Alguns 
jornalistas da Globo ficaram felizes, mas os outros 99% da imprensa brasileira e 
estrangeira começaram a cobrir o governo Lula com um mal humor que só piorou ao 
longo do tempo. Depois de tomar posse, ele visitou cada sala do Palácio do 
Planalto para falar com cada pessoa que trabalhava ali, inclusive a cozinha. Mas 
só foi conhecer o Comitê de Imprensa quase dois anos depois. Não é por acaso que 
no Mural do Comitê ainda esteja pregada até hoje uma foto do ex-presidente 
Fernando Henrique Cardoso e sua subsecretária de Imprensa, Ana Tavares, com os 
repórteres destacados para fazer a cobertura da Presidência da República. É como 
se quisessem dizer a todos que passam por ali: “essa é do tempo em que éramos 
felizes e não sabíamos”. 
<HR>
<STRONG><EM><FONT color=#000080 size=3>La información difundida por 
Correspondencia de Prensa es de fuentes propias y de otros medios, redes 
alternativas, movimientos sociales y organizaciones de izquierda. Suscripciones, 
Ernesto Herrera: </FONT></EM></STRONG><A 
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><EM><FONT color=#000080 
size=3>germain5@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A> 
<HR>
</FONT></DIV></BODY></HTML>