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<HR>
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<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><U><FONT size=5>boletín informativo - red 
solidaria de revistas</FONT></U><BR><FONT color=#800000 
size=6><EM>Correspondencia de Prensa</EM></FONT><BR>Año IV - 5 de diciembre 2006 
- Redacción: </FONT></STRONG><A href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT 
size=4>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A></DIV>
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<HR>
</DIV>
<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>Os "entraves" para o 
desenvolvimento, segundo o presidente Lula </STRONG></FONT></DIV><FONT 
face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR><STRONG><FONT size=3>Comissão Pastoral da Terra 
*</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3></FONT></STRONG>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Resistir.info</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><A href="http://resistir.info/"><STRONG><FONT 
size=3>http://resistir.info/</FONT></STRONG></A><STRONG> </STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify>A Comissão Pastoral da Terra só agora, mais de uma semana 
depois, vem a público manifestar-se sobre as infelizes declarações do presidente 
Lula quando, em plena Amazônia, elencou "os entraves para o desenvolvimento" que 
o Brasil enfrenta. E entre os "entraves" citados estão o meio-ambiente, os 
quilombolas [1] , os índios brasileiros e o Ministério Público. <BR><BR>Não 
imaginávamos que o presidente Lula, que fez questão de colocar um negro e um 
índio entre os apresentadores de sua campanha eleitoral, no horário gratuito de 
Rádio e Televisão, pudesse considerar que indígenas, quilombolas e as questões 
ligadas ao meio-ambiente fossem entraves para o desenvolvimento. Por isso 
acreditávamos que esta fala teria sido um deslize e estávamos aguardando uma 
explicação. Como até hoje o presidente não se manifestou, julgamos que este é 
realmente o seu pensamento. As elites brasileiras desde sempre consideraram os 
povos indígenas como entraves para o progresso. Ultimamente, depois da 
Constituição de 1988, com o início do reconhecimento de suas áreas, também os 
quilombolas passaram a ser vistos por esta mesma ótica. A nossa biodiversidade 
que é a fonte da riqueza do futuro deste país e que é defendida valentemente por 
ambientalistas de diversos matizes também é considerada entrave para o 
progresso. Com a fala do presidente, sentiram-se apoiados e contemplados os 
grileiros de terra, os madeireiros e os latifundiários travestidos de 
empresários do agronegócio que depredam as nossas riquezas naturais, invadem 
reservas indígenas, de quilombos e áreas de preservação ambiental e exploram os 
trabalhadores deste país submetendo-os, muitas vezes, a condições análogas a de 
escravo. Sua ação sim é que traz "desenvolvimento" para este país, na concepção 
do presidente. <BR><BR>O presidente pode muito facilmente eliminar os entraves 
jurídicos para realizar as obras que deseja. É só reconhecer e fazer demarcar 
todas as áreas indígenas e dos quilombolas Com isso só estará cumprindo o que 
determina a Constituição Federal nos artigos 67 e 68 do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias. Quanto ao meio-ambiente cabe-lhe cumprir o que a 
mesma Constituição estabelece no artigo 225. <BR><BR>A Comissão Pastoral da 
Terra, que desenvolve sua missão junto aos camponeses de todo este Brasil e às 
comunidades tradicionais, apoiando suas ações de resistência e suas 
reivindicações pela preservação dos seus direitos usurpados, continuará nesta 
luta. Com os bispos e pastores, no seu pronunciamento "Os pobres possuirão a 
terra", "Não reconhecemos a opção pelo agronegócio como saída para o campo 
brasileiro". <BR><BR>Conclamamos também a sociedade brasileira a se envolver com 
a Campanha da Fraternidade do próximo ano que tem como tema a Amazônia. É um 
convite para conhecer a riqueza da vida e da cultura das comunidades 
tradicionais de índios, quilombolas, ribeirinhos e tantas outras que convivem há 
séculos com a natureza e a preservam e podem nos dar lições de sabedoria e vida. 
<BR><BR>Goiânia, 01 de dezembro de 2006&nbsp;<BR></DIV>
<DIV align=justify>Dom Xavier Gilles de Maupeou d'Ableiges&nbsp;<BR></DIV>
<DIV align=justify>Presidente da Comissão Pastoral da Terra </DIV>
<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify>* Nota pública emitida pela Assessoria de Comunicação da 
Comissão Pastoral da Terra - Secretaria Nacional <BR><BR>[1] Quilombos eram 
aldeias de escravos fugidos, tanto no período colonial como posteriormente (no 
Brasil o regime escravocrata só acabou em 1888, muito após a independência). 
Ficavam habitualmente em lugares remotos e pouco acessíveis. Quilombolas são os 
seus habitantes. Há mais de 1000 comunidades quilombolas no Brasil e os seus 
habitantes vivem geralmente em condições paupérrimas. 
<HR>
<STRONG><EM><FONT color=#000080 size=3>La información difundida por 
Correspondencia de Prensa es de fuentes propias y de otros medios, redes 
alternativas, movimientos sociales y organizaciones de izquierda. Suscripciones, 
Ernesto Herrera: </FONT></EM></STRONG><A 
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><EM><FONT color=#000080 
size=3>germain5@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A> 
<HR>
<BR><BR><BR></FONT></DIV></BODY></HTML>