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<DIV align=center><FONT size=4><STRONG><FONT size=5><U>boletín informativo - red
solidaria de revistas<BR></U></FONT><FONT color=#800000
size=6><EM>Correspondencia de Prensa</EM></FONT><BR>Año IV - 13 de diciembre
2006 - Redacción: </STRONG></FONT><A href="mailto:germain5@chasque.net"><FONT
size=4><STRONG>germain5@chasque.net</STRONG></FONT></A></DIV>
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<DIV align=justify><FONT size=3><STRONG>Chile</STRONG></FONT></FONT></DIV>
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<DIV align=justify><STRONG><FONT face=Arial>Pinochet não foi um monstro</FONT>
</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>Mário Maestri
*</STRONG></FONT></DIV>
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<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>Núcleo de Direitos Humanos Patricia
Galvao</STRONG></FONT></DIV>
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href="http://www.pagupsol.org.br"><STRONG>www.pagupsol.org.br</STRONG></A><STRONG>
</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><A
href="mailto:boletim@pagupsol.org.br"><FONT
size=3><STRONG>boletim@pagupsol.org.br</STRONG></FONT></A> </FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV><FONT face=Arial
size=2>
<DIV align=justify><BR>A morte de Augusto Pinochet, aos 91 anos, em Santiago,
vai ensejar que se escreva gatos e sapatos sobre o comandante do movimento
cívico-militar que derrubou Salvador Allende. Porém, o finado não foi o monstro
inventor da maldade. Pinochet nasceu em Valparaíso, em 1915, e estudou em
colégios religiosos, antes de entrar na escola militar. Oficial da infantaria,
casou-se bem, em 1943. Teve cinco filhos e vários netinhos, aos quais era,
segundo dizem, aficionado.</DIV>
<DIV align=justify><BR>Pinochet realizou carreira sem sobressaltos, normal em
exército civilista, para os padrões latino-americanos. Serviu através do país,
fez a Escola de Estado Maior, ensinou no Colégio Militar. Foi promovido a
general de Divisão e nomeado comandante de Santiago, em janeiro de 1971, e chefe
do Exército, em agosto de 1973, por Allende, que acreditou nele, após despachar
Prats, o general democrata que lhe apresentara a indecente proposta de cortar as
cabeças dos golpistas, antes que cortassem a da população chilena.</DIV>
<DIV align=justify><BR>Pinochet foi nomeado porque fizera carreira militar
apolítica e não era mais reacionário do que os outros altos oficiais, quase sem
exceções reacionários. Foi um azar da sorte que esse burocrata estivesse à
frente do Exército, em setembro de 1973. Apenas montou no cavalo encilhado. Se
não o fizesse, um outro o faria e comentaríamos hoje a morte do general
Fernandez ou Gutierrez, que teria feito, certamente, tudo igual.</DIV>
<DIV align=justify><BR>É injusto acusar apenas Pinochet e os altos oficiais
pelos certamente mais de cinco mil populares massacrados e as dezenas de
milhares de chilenos com os corpos, espíritos e vidas destruídos. Os atos que se
seguiram ao 11 de setembro foram apoiados pelo empresariado e setores abastados.
Ainda se combatia e chilenos abonados deduravam colegas, vizinhos e parentes. Os
militares cumpriram apenas o que lhes pediram.</DIV>
<DIV align=justify><BR>Não devemos demonizar os chilenos alcagüetes. Eles se
opuseram ao socialismo por que temiam, com razão, perder privilégios,
propriedades, o direito à exploração. O programa da Unidade Popular, tido então
como reformista, era super-revolucionário, em relação a hoje. Propunha aumentar
salários, estatizar minas e bancos, erradicar o latifúndio produtivo e
improdutivo, etc. Não só disse como cumpriu mais do que prometera, sob a pressão
popular. Qualquer comparação entre Lula-PT e Allende-UP é grave ofensa, para uns
e outros!</DIV>
<DIV align=justify><BR>Devido à sabotagem do capital e à mobilização popular, a
nacionalização econômica foi além do previsto. Em setembro de 1973, a maior
parte da economia estava nas mãos dos trabalhadores, funcionando sem problemas.
O empresariado, as classes abonadas e a alta oficialidade não inventaram o
perigo vermelho. Enfrentaram revolução em marcha, impulsionada por movimento
social consciente, organizado, combativo.</DIV>
<DIV align=justify><BR>É injustiça acusar apenas os direitistas chilenos. Os
golpistas foram apoiados, diretamente, pelos USA e, indiretamente, pelo chamado
Mundo Livre. Na época, era forte a luta revolucionária. Os chefes das ditaduras
e democracias festejaram o fim do governo socialista. Entre os mais exultantes,
estava a ditadura brasileira. A nossa embaixada foi a única a não abrir as
portas aos co-nacionais e estrangeiros caçados como coelhos. Brasileiros foram
massacrados devido à decisão do Itamaray. A China também fez o mesmo, para fazer
birra à URSS. Não é de estranhar aonde chegou, hoje.</DIV>
<DIV align=justify><BR>Não podemos acusar Pinochet e os militares de violência
gratuita. Eles reprimiram um dos mais criativos movimentos sociais mundiais. A
tortura, morte, exílio, desemprego etc. eram necessários para criar condições
para implantar, em forma pioneira, as receitas neoliberais - abertura econômica;
flexibilização do trabalho; privatizações da educação, saúde, bens públicos,
etc. Chile foi o laboratório de experiência que a seguir contaminou o
mundo.</DIV>
<DIV align=justify><BR>Pinochet e o exército foram obrigados a estabelecer uma
longa ditadura para efetuarem a modernização que a senhora Margaret Tatcher
impôs, com alguma dificuldade, durante seu longo reinado inglês, e os senhores
FHC e Lula da Silva implementaram e implementam com velocidade e facilidade
elogiadas pelo empresariado mundial e nacional. Sempre há o ônus do
pioneirismo!</DIV>
<DIV align=justify><BR>Toda uma geração de dirigentes e ex-dirigentes mundiais,
no recôndito do coração, sofre com a morte do general. Quando da retenção de
ex-ditador na Inglaterra, em outubro de 1998, não era necessário bola de cristal
para prever que não terminaria a vida na prisão, como vaticinou quem assina esse
comentário, escrito há oito anos e requentado para o momento festivo. Pinochet
só não morreu em sua cama porque foi levado para o hospital. Jamais se dirá que
os poderosos desse mundo são injustos para com os generais golpistas e
assemelhados. </DIV>
<DIV align=justify> </DIV>
<DIV align=justify>* Historiador, estudou, como exilado, no Chile, de 1971 a
1973. É professor da UPF. E-mail: <A
href="mailto:maestri@via-rs.net">maestri@via-rs.net</A>
<HR>
<STRONG><EM><FONT color=#000080 size=3>La información difundida por
Correspondencia de Prensa es de fuentes propias y de otros medios, redes
alternativas, movimientos sociales y organizaciones de izquierda. Suscripciones,
Ernesto Herrera: </FONT></EM></STRONG><A
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><EM><FONT color=#000080
size=3>germain5@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A>
<HR>
</FONT></DIV></BODY></HTML>