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<BODY bgColor=#ffffff background=""><FONT face=Arial size=2>
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<HR>
</DIV>
<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><FONT size=5><U>boletín informativo - red 
solidaria de revistas</U></FONT><BR><FONT color=#800000 
size=6><EM>Correspondencia de Prensa</EM></FONT><BR>Año IV - 9 de febrero 2007 - 
Redacción: </FONT></STRONG><A href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT 
size=4>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A></DIV>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil<BR><BR>O campo real e o 
virtual</FONT></STRONG></DIV>
<DIV><STRONG><FONT size=3></FONT></STRONG>&nbsp;</DIV>
<DIV><STRONG><FONT size=3>A manipulação dos números da reforma agrária</DIV>
<DIV align=justify><BR>A maior crítica que os movimentos populares do campo 
fazem ao governo se refere ao modelo de agricultura que vem sendo implantado em 
nosso país<BR><BR>Brasil de Fato, editorial 8-2-07</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><A href="http://www.brasildefato.com.br/"><STRONG><FONT 
size=3>http://www.brasildefato.com.br/</FONT></STRONG></A></DIV>
<DIV align=justify><BR><BR>Os números não mentem, diz um ditado popular. Mas o 
ex-presidente Itamar Franco, ao ser perguntado sobre uma pesquisa eleitoral que 
lhe era desfavorável, complementou: os números não mentem, mas os mentirosos 
fabricam números. <BR><BR>O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o 
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) acabam de divulgar o 
balanço da reforma agrária do primeiro mandato do governo Lula (2003 –2006). 
Pelos números apresentados, está em curso uma verdadeira reforma agrária em 
nosso país. <BR><BR>Ano após ano, ainda de acordo como governo, foi crescente o 
número de famílias assentadas, áreas desapropriadas, projetos de assentamentos 
realizados, recursos financeiros disponibilizados e, sobretudo, uma sensível 
qualificação em todo a infra-estrutura nas áreas de assentamentos (veja 
reportagem) <BR><BR>Os movimentos sociais, entre eles o MST, reconhecem que, em 
alguns aspectos pontuais, houve um avanço nesse governo em relação aos 
anteriores. Mas, sobretudo, esses movimentos recusam-se a entrar na polêmica 
confrontação de números e dados estatísticos da reforma agrária. <BR><BR>Não 
fazem isso respaldados pelas palavras do espirituoso ex-presidente, ditas acima. 
Fogem desse confronto como forma de denunciar a incapacidade do governo em 
apresentar dados confiáveis da estrutura fundiária brasileira e da política 
reforma agrária. Vão além, denunciam que o atual governo segue os mesmos métodos 
do seu antecessor, exímio propagandista de uma reforma agrária virtual – não é 
sem razão que o Raul Jungmann, ministro do MDA com FHC, está atolado em 
denúncias de corrupção envolvendo a contratação de jornalistas e agencias de 
publicidade. Hoje, como no governo anterior, julgam ser mais importante ocupar 
espaço na mídia do que confrontar o latifúndio.<BR><BR>Mas a maior crítica que 
os movimentos populares do campo, agrupados na Via Campesina Brasileira (VCB), 
fazem ao governo – e não especificamente ao balanço da reforma agrária 
apresentado –&nbsp; se refere ao modelo de agricultura que vem sendo implantado 
em nosso país desde o início dos anos 90. <BR><BR>Esse modelo, sob a hegemonia 
do capital financeiro e das grandes transnacionais do agronegócio, está 
reduzindo a agricultura brasileira a grandes extensões de monoculturas (soja, 
cana-de-açúcar e eucaliptos), destinadas ao mercado externo. Um modelo que 
favorece aproximadamente 30 mil proprietários rurais, integrados ao agronegócio, 
num universo de 5 milhões de produtores e, quase, outro tanto de famílias de 
sem-terra. Soma-se a essa exclusão social, a gigantesca e insana depredação 
ambiental causada pelo modelo agrícola do agronegócio. <BR><BR>Por isso, mais 
dos discutir os números apresentados pelo governo, os trabalhadores e 
trabalhadoras rurais querem discutir um novo modelo de agricultura, centrado na 
democratização da posse da terra, na produção de alimentos saudáveis e na 
recuperação e preservação da natureza. Três requisitos incompatíveis com a 
voracidade de lucros e de acumulação de riquezas exigidas pelo capital 
financeiro e pelas transnacionais que hoje monopolizam a agricultura 
brasileira.<BR><BR>Infelizmente, o governo ao não perceber que há uma disputa de 
projetos para a agricultura brasileira – pensa que é possível conciliar a 
agricultura camponesa com a do agronegócio –&nbsp; restringe sua política de 
reforma agrária à apresentação de dados estatísticos, enquanto aprova todas as 
demandas do latifúndio e do agronegócio.</DIV>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG><FONT size=3>A manipulação dos números da reforma 
agrária<BR><BR>Governo divulga que cumpriu 95% da meta da reforma agrária, mas 
omite detalhes sobre os beneficiados; para geógrafo, a realidade é que a criação 
de novos assentamentos ficou muito abaixo do compromisso assumido pelo 
governo<BR><BR>Tatiana Merlino, da redação</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil de Fato, 
8-2-07</FONT></STRONG><BR></DIV>
<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify>O governo de Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, com pompa, 
que cumpriu 95% da expectativa de assentamento do Plano Nacional de Reforma 
Agrária (PNRA) do seu primeiro mandato. Sinal de que, nesses quatro anos, o 
Brasil iniciou uma caminhada para perder o título de país do latifúndio? Uma 
análise mais detalhada dos números mostra que, pelo contrário, o campo está 
longe de ser democratizado - e os sem-terra não são prioridade na política 
pública.<BR><BR>Para o o geógrafo Ariovaldo Umbelino de Oliveira, professor da 
Universidade de São Paulo (USP), Os números divulgados pelo Ministério de 
Desenvolvimento Agrário (MDA) na terça-feira (30 de janeiro) são, no mínimo, 
falhos.&nbsp; Isso porque o governo omitiu a relação completa dos beneficiários, 
a forma de obtenção das áreas e os dados por projeto. Essas informações são 
fundamentais para se identificar o que realmente foi reforma agrária. Isso 
porque o número de 381.419 famílias beneficiadas, como divulgou o MDA, não se 
referem apenas a novos assentamentos e englobam uma série de outras ações - 
como, por exemplo, a regularização de quem já estava na terra.<BR><BR>"Esse dado 
(divulgado pelo governo) aponta a soma dos números de regularização fundiária, 
reordenação fundiária, novos assentamentos e reassentamento de famílias 
atingidas por barragens", afirma Umbelino. No entanto, de acordo com o geógrafo, 
"mesmo sem termos os números desagregados, pode-se ver o absurdo do não 
cumprimento da meta. Basta somar os itens do PNRA dos novos assentamentos e 
regularização fundiária: as metas eram 400 e 500 mil famílias, respectivamente. 
Ou seja: considerando esses dois itens, eles tinham que atingir 900 mil 
famílias", denuncia.<BR>Reforma, só na publicidade<BR>Segundo pesquisa elaborada 
pelo professor, de janeiro de 2003 a 31 de julho de 2006, apenas 83.359 famílias 
foram assentadas por meio de novos assentamentos, 85.052 por meio de 
regularização fundiária, 80.304 por reordenação e 1.670 por meio de 
reassentamentos, totalizando 250.385 famílias beneficiadas. "O problema é que o 
governo coloca como sendo uma coisa só. Ele faz isso propositadamente para 
deixar a interpretação de que a meta foi atingida", avalia.<BR><BR>Um documento 
do Incra obtido pelo Brasil de Fato também mostra dados preocupantes. Desde o 
início do governo Lula, foram iniciados 1.763 projetos de reforma agrária com 
capacidade para 173 mil famílias, sendo que 141.858 já estão alocadas. "Esses 
dados revelam que esse governo não está fazendo reforma agrária", diz o 
geógrafo, que afirma que, em 2006, apenas 5.319 famílias foram assentadas por 
meio da criação de novos assentamentos.<BR><BR>A confusão na divulgação dos 
dados da reforma agrária não é novidade. Os dados já tinham sido questionados 
pelos movimentos sociais em 2004, 2005 e 2006. Ano passado, quando o MDA 
anunciou ter assentado 127.506 famílias em 2005, Brasil de Fato denunciou que, 
desse total, 82 mil não se referiam a projetos de reforma agrária, mas a 
reordenação e a regularização fundiárias. 
<HR>
<BR><STRONG><FONT size=3>O plano do governo para o período de 
2003/2006</FONT></STRONG><BR><BR>Entre as metas estabelecidas pelo Plano 
Nacional de Reforma Agrária (PNRA) para o período 2003/2006 estão:<BR><BR>- 
assentamento de 400 mil novas famílias; <BR><BR>- regularização de posse de 500 
mil famílias; <BR><BR>- crédito fundiário para 127,5 mil famílias; <BR><BR>- 
recuperação da capacidade produtiva e viabilidade econômica dos atuais 
assentamentos; cadastramento georeferenciado do território nacional; <BR><BR>- 
regularização de 2,2 milhões de imóveis rurais. <BR><BR>O governo anunciou 
apenas que beneficiou 381.419 famílias. 
<HR>
<STRONG><FONT color=#000080 size=3><EM>La información difundida por 
Correspondencia de Prensa es de fuentes propias y de otros medios, redes 
alternativas, movimientos sociales y organizaciones de izquierda. Suscripciones, 
Ernesto Herrera: </EM></FONT></STRONG><A 
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT color=#000080 
size=3><EM>germain5@chasque.net</EM></FONT></STRONG></A> 
<HR>
</FONT></DIV></BODY></HTML>