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<DIV align=center><FONT size=4><STRONG><FONT size=5><U>boletín informativo - red
solidaria de revistas<BR></U></FONT><FONT color=#800000
size=6><EM>Correspondencia de Prensa</EM></FONT><BR>Año IV - 25 de marzo 2007 -
Redacción: </STRONG></FONT><A href="mailto:germain5@chasque.net"><FONT
size=4><STRONG>germain5@chasque.net</STRONG></FONT></A></DIV>
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<HR>
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<DIV align=justify> </DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil/EEUU</FONT></STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>Entre Lula e Bush, o ponto G do
livre comércio</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG><FONT size=3>Qualquer acordo
bilateral com os EUA reproduz, em sua devida escala, o mesmo conteúdo da ALCA,
segurança hemisférica e livre comércio. De volta à barganha maldita: em troca de
mais mercados para o agronegócio “brasileiro”, o arremate do Brasil inteiro, a
domesticação de sua capacidade criativa e produtiva. E ainda aceitando
aprofundar o papel de aparato militar intermediário do Império, mantendo
os bolsões de miséria e os focos de rebelião do continente sob controle, como se
demonstra no Haiti.</FONT> </STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>Luis Fernando Novoa Garzon *</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG>Correio da Cidadanía</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><A
href="http://www.correiocidadania.com.br/"><STRONG>http://www.correiocidadania.com.br/</STRONG></A></DIV>
<DIV align=justify></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2>Qualquer acordo bilateral com os EUA
reproduz, em sua devida escala, o mesmo conteúdo da ALCA, segurança hemisférica
e livre comércio. De volta à barganha maldita: em troca de mais mercados para o
agronegócio “brasileiro”, o arremate do Brasil inteiro, a domesticação de sua
capacidade criativa e produtiva.E ainda aceitando aprofundar o papel de aparato
militar intermediário do Império, mantendo os bolsões de miséria e os
focos de rebelião do continente sob controle, como se demonstra no
Haiti. </FONT></DIV><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR>A recente visita de Bush teve o pendão de confirmar a
possibilidade de pivoteamento do país pelo Império norte-americano. O Brasil
como paladino do livre comércio, mostrando os lugares certos das periferias e
semiperiferias. No vazio de autoridade do centro sobre as bordas, este
transborda para um outro providencial replicado nas bordas mesmas. O
centro desdobrado intercambiando posições de mercado e funções específicas na
manutenção da segurança hemisférica. </DIV>
<DIV align=justify><BR>A direita, quer dizer, os setores rentistas, o
agronegócio, todos os beneficiários do desmonte do país, os ilustres sócios
desse processo de internacionalização rebaixado, fingem escândalo diante das
tais ressonâncias “ideológicas” da política externa brasileira. Puro jogo de
cena em defesa do pragmatismo mais estrito na busca de oportunidades de mercado
externo e de investimentos estrangeiros. Com o “bode na sala”, procuram
estreitar a margem de manobra de políticas que comprometeriam ou tensionariam as
relações com os países centrais, os EUA em primeiro lugar.</DIV>
<DIV align=justify> </DIV>
<DIV align=justify>A pecha de antiamericanismo é propalada pela malta tucana que
compete com a petista para ver quem melhor reproduz os acordos com o capital
norte-americano. A crítica conservadora à política externa de Lula é uma espécie
de profecia autocumprida, pois demarca o terreno em que se propicia exatamente o
ponto de “equilíbrio” pretendido. Reclamação de barriga cheia é prevenção
contra o ronco combinado das barrigas vazias. A verdade é que, desde a República
Velha, não se via representação tão direta dos interesses agroexportadores no
Estado. E, no final, foram os esforços diplomáticos considerados “tortos” - a
otimização dos negócios brasileiros no sul , em especial na América do Sul, e a
costura de interesses ofensivos de liberalização agrícola no G20
para criar um corredor para a retomada das negociações de Doha – que
fizeram a posição brasileira se tornar alvo de corte diferenciada da parte de
Washington. </DIV>
<DIV align=justify><BR>"Se nós (Brasil e EUA) podemos trabalhar juntos na OMC,
todos podem trabalhar juntos na OMC", Bush nem precisou se esforçar muito para
entender o papel de intermediação que o Brasil pode exercer. Lula não se fez de
rogado: "estamos andando com muita solidez para encontramos o chamado ponto G
para fazermos alguma coisa”. Depreende-se que Brasil e EUA
estariam buscando ativamente o máximo de satisfação mútua, ou seja,
a realização cruzada de seus interesses fundamentais do ponto de vista comercial
e geopolítico. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Falando em intimidades, houve tempo, na era
Menem(1989-1999), que a Argentina se vangloriava por manter relações
privilegiadas com os EUA. O então chanceler Guido Di Tella definiu lapidarmente
o estágio em que se encontrava o relacionamento bilateral. Para além de amizade
e namoro, a Argentina mantinha “relações carnais” com os EUA. Como prova de
alinhamento incondicional, o respaldo militar à primeira invasão ao Iraque e o
estabelecimento da dolarização informal da economia argentina através da
paridade cambial fixa, acompanhado de um programa radical de desregulamentação
financeira e de abertura comercial. Em um cenário em que se entrelaçaram
processos de privatização, liberalização e corrupção, as “relações carnais” com
os EUA, ao contrário de consumarem uma aliança conjugal estável e recíproca,
denotavam o estupro sistemático da nação argentina, de seus eixos de articulação
e de seus centros decisórios.</DIV>
<DIV align=justify><BR>Havia inclusive uma teoria de aluguel para justificar a
submissão passiva da periferia. Chamou-se de “realismo periférico” a postura de
busca de alinhamento automático à potência hegemônica em tudo que não fosse
interesse direto e material do país periférico. E, de tal forma, que aquilo que
fosse interesse específico recebesse tratamento diferenciado em reconhecimento a
tanta dedicação pró-hegemônica em seu conjunto. A postura seria especialmente
recomendada para países com menor peso na economia mundial. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Inversamente, não estaria o Brasil - cônscio de sua
relevância como “centro periférico” - requerendo tratamento diferenciado
para sua agenda prioritária (a do agronegócio) em troca do seu alinhamento à
agenda prioritária dos EUA (a do capital transnacional)? Lula vai direto ao
ponto: "O que queremos dos EUA? Reduzir os subsídios agrícolas. E o que eles
querem de nós? Que a gente flexibilize o acesso a produtos industriais e
serviços. Se tivermos inteligência e competência para tirar números, que são
segredos, vamos encontrar ponto comum".</DIV>
<DIV align=justify><BR>O “ponto comum” seria um acordo comercial em profundidade
com os EUA, ao qual se chegaria a partir de acordos setoriais. É o que
afirmou Amorim durante a visita de Bush. “Precisamos é de um acordo
Mercosul-Estados Unidos, o que não é simples no curto prazo.Vamos fazer com os
EUA acordos comerciais bilaterais, tendo como modelo o do etanol”, disse o
ministro.</DIV>
<DIV align=justify><BR>O acordo do etanol seria então uma sinalização para um
acordo comercial profundo. Abertura de mercado e regras claras e estáveis para
assegurar os investimentos. Estaríamos indo da ALCA para o álcool, ou
vice-versa tanto faz?</DIV>
<DIV align=justify><BR>Qualquer acordo bilateral com os EUA reproduz, em sua
devida escala, o mesmo conteúdo da ALCA, segurança hemisférica e livre comércio.
De volta à barganha maldita: em troca de mais mercados para o agronegócio
“brasileiro”, o arremate do Brasil inteiro, a domesticação de sua capacidade
criativa e produtiva.E ainda aceitando aprofundar o papel de aparato militar
intermediário do Império, mantendo os bolsões de miséria e os focos de
rebelião do continente sob controle, como se demonstra no Haiti. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Nossa “sorte” é ainda contar com um certo espelhismo de
nossa estrutura produtiva em relação à dos EUA. Por um lado, setores industriais
e de serviços que, apesar de vazados e debilitados pelas políticas de
desregulamentação, desencadeiam resistências últimas enquanto não desaparecem.
Por outro, o próprio agronegócio brasileiro tem seu par no norte produzindo e
processando grãos, inclusive derivando etanol do milho em alta escala, com
subsídios anuais da ordem de 20 bilhões de dólares. Foi essa relativa
superposição de estruturas produtivas que travou até agora qualquer acordo mais
profundo entre Brasil e EUA. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Mas o acordo do etanol procura encontrar uma brecha para
incorporar a produção agrícola “nacional” no mercado norte-americano, por
sua vez cada vez mais hemisférico. Integração preferencial à economia americana,
como fornecedor de uma commodity energética, o prêmio a uma especialização
tornada competitiva ao custo da superexploração dos trabalhadores e da
sintetização dos nossos biomas em plataformas para o enriquecimento de uma nova
geração de senhores de engenho. Na ausência de projeto nacional ou regional de
desenvolvimento, ficamos a mercê de grandes encomendas, à espera de surtos de
crescimento transitórios. As tais “janelas de oportunidade” do
mercado mundial como nosso único horizonte possível. Uma economia tornada
acessória por opção, covardia, rendição.</DIV>
<DIV align=justify><BR> </DIV>
<DIV align=justify>* Luis Fernando Novoa Garzon, sociólogo, membro da ATTAC/Rede
Brasil/REBRIP: <A href="mailto:l.novoa@uol.com.br">l.novoa@uol.com.br</A></DIV>
<DIV align=justify>
<HR>
<STRONG><EM><FONT color=#000080 size=3>La información difundida por
Correspondencia de Prensa es de fuentes propias y de otros medios, redes
alternativas, movimientos sociales y organizaciones de izquierda. Suscripciones,
Ernesto Herrera: </FONT></EM></STRONG><A
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><EM><FONT color=#000080
size=3>germain5@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A>
<HR>
</DIV>
<DIV align=justify></FONT> </DIV></BODY></HTML>