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<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><FONT size=5><U>boletín informativo - red
solidaria de revistas</U></FONT><BR><FONT color=#800000
size=6><EM>Correspondencia de Prensa</EM></FONT><BR>Año IV - 3 de mayo 2007
- Redacción: </FONT></STRONG><A href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT
size=4>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A></DIV>
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<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil </FONT></STRONG></FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Arial><STRONG>Entrevista a José Batista Oliveira, dirigente do
MST</STRONG></FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Arial><STRONG>Alianças, políticas, governo Lula e poder
popular</STRONG></FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2><STRONG>Em abril, o MST dobrou ações da Jornada
pela Reforma Agrária e investiu em articulações políticas com outros setores.
Aliança com PSTU e PSOL, porém, não visam especificamente oposição ao governo,
explica Batista. <BR></STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG>Verena
Glass</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG>Carta
Maior</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><A
href="http://www.cartamaior.com.br/"><STRONG>http://www.cartamaior.com.br/</STRONG></A></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2>No fim desta semana, uma articulação
de movimentos sociais nacionais deve aprovar a versão final de um novo manifesto
contra a política econômica do governo e contra ataques aos direitos
trabalhistas. O documento, que também critica o agronegócio e exige reforma
agrária, moradia, ensino e saúde pública de qualidade, conclama a classe
trabalhadora a participar de uma jornada nacional de lutas no próximo dia 23 de
maio. Entre os signatários, estão Via Campesina, Intersindical, Conlutas,
Coordenação dos Movimentos Sociais (Conam, CUT, MST, UNE e Marcha Mundial de
Mulheres), Assembléia Popular e a Pastoral Operária.<BR><BR>Bastante similar, no
conteúdo, a tantas outras manifestações dos movimentos sociais, este documento
merece atenção por ser uma espécie de “face visível” de uma nova articulação
política, que tem aproximado forças até então mais ligadas ao PT, como o MST e a
Corrente Sindical Classista (CSC, representante o PC do B na CUT), à oposição “à
esquerda” ao governo – basicamente PSTU e PSOL, através dos movimentos sindicais
Conlutas e Intersindical, a eles ligados.<BR><BR>Grosso modo, poderia se dizer
que a semente do referido manifesto foi o encontro que reuniu cerca de 6 mil
representantes de organizações sindicais e movimentos populares majoritariamente
ligados ao PSTU e ao PSOL no dia 25 de março em São Paulo, e que contou com MST
e CSC como convidados. Centrando suas críticas na possível flexibilização de
direitos trabalhistas, em abril estas forças fizeram duas novas reuniões, às
quais se juntaram as organizações da Coordenação dos Movimentos Sociais, e
decidiu-se por uma plataforma conjunta de lutas dos trabalhadores por “nenhum
direito a menos” (mote proposto, aliás, pelo dirigente nacional do MST, Gilmar
Mauro).<BR><BR>Comemorada pelos dois partidos socialistas como um reconhecimento
ao seu poder mobilizador, a disposição à conversa demonstrada pelo MST e pelo
braço sindical do PC do B causou estranhamento entre outros setores. Em seu
blog, o ex-deputado José Dirceu definiu este movimento como “muito preocupante”,
questionando se estaria ocorrendo um rompimento das duas forças com “o bloco
democrático-popular forjado nos últimos vinte anos”.<BR><BR>“Poderia imaginar o
MST incentivando, por exemplo, um encontro pelas reformas sociais (...).
Confesso que estou surpreso em ver essa histórica sigla associada a correntes
que não hesitaram em se colocar ao lado da direita nos ataques ao governo Lula,
na crise deflagrada em 2005 e na campanha eleitoral de 2006”, escreveu Dirceu.
<BR><BR>O descontentamento do MST com alguns rumos do governo, como o pesado
investimento no agronegócio e a manutenção de uma política econômica considerada
desfavorável ao saneamento estrutural das desigualdades sociais, não é uma
novidade. Também não é de hoje que o movimento vem investindo em articulações
com outros setores e organizações sociais. Desde 2005, o MST tem liderado a
criação e o fortalecimento de fóruns como a Assembléia Popular, iniciativa que
busca articular movimentos de base de todo o país em torno do debate sobre “o
Brasil que queremos”, ou a própria Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS),
proposta que busca fortalecer lutas pontuais e consensuais de várias
organizações nacionais.<BR><BR>Por outro lado, apesar da cobrança mais dura de
um posicionamento claro do presidente Lula a respeito de suas demandas, não foi
propriamente o governo o alvo central da Jornada Nacional de Luta pela Reforma
Agrária do MST neste mês de abril. Segundo a direção do movimento, o adversário
principal das organizações populares é o capital financeiro, considerado a maior
força política do país. E contra este e sua estratégia de subordinação do poder
constitucional, o que resta é a união de todas as forças que se contrapõe à sua
hegemonia, explica José Batista de Oliveira, dirigente nacional do MST em São
Paulo. Batista conversou com Carta Maior sobre a perspectiva do movimento para
as lutas políticas futuras, seus aliados e as relações com o governo. Leia a
seguir os principais trechos da entrevista.<BR><BR><STRONG>As articulações, PSTU
e PSOL</STRONG></FONT></DIV><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR>A partir do momento que entendemos que não vamos
conseguir fazer a reforma agrária com as forças que temos, desde 1997 começamos
a investir na articulação com outras organizações da sociedade. O que estamos
avaliando agora é que temos que fazer a luta conjunta, mesmo com diferenças na
análise de conjuntura. Esta avaliação não partiu de um segmento ou de outro. Não
é o MST que se juntou à Conlutas (PSTU) ou à Intersindical (PSOL) e está
propondo uma ofensiva mais à esquerda ou contra o governo. Estes termos não
ajudam. O que buscamos é construir ações que estão acima de nossas diferenças. A
não redução dos direitos dos trabalhadores, é isso que nos dá unidade. A
avaliação que vários movimentos estão fazendo é que, isoladamente, mesmo os mais
fortes têm sofrido redução das conquistas. <BR><BR>Estamos tendo um cuidado para
não rotular ninguém, ‘esse é mais de esquerda, esse mais de direita’. O MST está
nesse arco de aliança porque cumpre um papel. Não estão em discussão
hegemonismos, nem por parte do MST nem por parte de nenhuma organização. Para
além do ‘fora não sei quem’, ‘entra não sei quem’, ‘fica não sei quem’, o que
conseguirmos construir de ações que sejam implementadas com uma certa coerência
vai nos dando autoconfiança para propormos algo mais ousado. O desafio das
articulações é potencializar a capacidade de organização de suas bases para
transformá-las em ação. Quem sabe se colocarmos um milhão nas ruas, podemos
propor nossa pauta.<BR><BR><STRONG>Relação com o governo</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>Em relação ao governo, acreditamos que temos que fazer o
enfrentamento à política que está aí. A redução de direitos está acontecendo
todos os dias, veja a proposta da emenda 3 da Super-receita. Mas não vai ser um
discurso mais radical do MST ou da Intersindical que vai mudar esta realidade.
Assim, acreditamos que só ações contundentes - e não mais vermelhas ou amarelas
-, mas contundentes em relação à quantidade de trabalhadores que nós
conseguirmos mobilizar pra defender os direitos, poderão fazer alguma diferença.
<BR><BR>O objeto do enfrentamento está claro: é o capital e os seus mecanismos.
Claro que não vai ter como não discutir o papel do Estado. Os governos estão a
serviço da hegemonia do capital. O capital está se institucionalizando, criando
suas próprias regras, e impôs ao governo Lula a manutenção do modelo anterior.
Se não houver um ascenso dos movimentos, não teremos condição de pensar em
mudança. Estamos tentando construir uma unidade que não seja em torno do
paradigma ‘defender ou derrubar o governo Lula’. Estamos construindo um processo
que precisa descer para os estados, se transformar em organização local nos
vários níveis. Para isso precisamos de um pouco de paciência. E vai ter que
haver muita generosidade entre os movimentos, não pode ser uma disputa de quem é
mais combativo. Estamos em um momento da luta de classe no Brasil que não nos
permite dizer ‘essa é a força hegemônica, esse é o melhor projeto’.
<BR><BR><STRONG>Novos atores, os partido e os espaços da luta
política</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>Hoje nós temos uma situação para as classes sociais
diferente da de 20 anos atrás. Do ponto de vista da análise marxista clássica,
por exemplo, os indígenas nunca seriam uma força política que se mobiliza como
tal, se a gente interpretar o marxismo ao pé da letra. O chão da fábrica não é
mais o principal espaço de organização para o enfrentamento, mas não podemos
despreza-lo. Hoje, o movimento de moradia consegue articular várias categorias,
o empregado, o desempregado, o terceirizado. O movimento social é outro espaço
de organização. Estamos numa conjuntura em que a esquerda brasileira precisa
repensar as suas formas organizativas. Nós ainda não amadurecemos qual a melhor
forma de organização política. Tem sem-teto, tem os quilombolas, tem os
indígenas, tem os atingidos por barragens; há um processo de reconfiguração do
sujeito histórico, aquele que é capaz de mover o processo de transformação.
Antes era só o operário. Quem não era operário... os camponeses eram
contra-revolucionários, os indígenas nem eram "civilizados". Acho que a história
está nos colocando uma nova perspectiva.<BR><BR>Nesse sentido, um novo elemento
a se estudar é a questão do território, do próprio poder popular... não na
direção de ‘vamos largar toda a idéia de partido, não vamos mais disputar o
Estado, vamos só organizar o povo no poder popular’. Mas há uma idéia de uma
nova estrutura de organização coletiva. Se você pensa a questão do território:
lá esta o desempregado, está o assalariado rural, morando na periferia. Não é só
o sindicato como forma de organização, tem outras formas. Por isso a Assembléia
Popular vem nesse sentido, de trabalhar a organização popular através da
geografia, dos territórios. A idéia do poder popular tem esse objetivo, não o de
despolitizar ou inventar uma outra roda. Por isso acho que não há uma competição
entre o movimento social e o partido. Agora, há uma metodologia. Por isso
apostamos na representação de redes e não de partidos nas nossas articulações, é
uma maneira de se discutir tanto a fórmula organizativa quanto a capacidade de
mobilização, e de envolver a militância num processo mais amplo possível de luta
e participação política.
<HR>
<STRONG><EM><FONT color=#000080 size=3>La información difundida por
Correspondencia de Prensa es de fuentes propias y de otros medios, redes
alternativas, movimientos sociales y organizaciones de izquierda. Suscripciones,
Ernesto Herrera: </FONT></EM></STRONG><A
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><EM><FONT color=#000080
size=3>germain5@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A>
<HR>
<BR><BR><BR></FONT></DIV></BODY></HTML>