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<HR>
</DIV>
<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><FONT size=5><U>boletín informativo - red 
solidaria</U></FONT><BR><FONT color=#800000 size=6><EM>Correspondencia de 
Prensa</EM></FONT><BR>Año IV - 5 de agosto 2007<BR>Redacción y suscripciones: 
</FONT></STRONG><A href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT 
size=4>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A></DIV>
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<HR>
</DIV>
<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG><FONT size=3>Quando o 
desemprego favorece o lucro<BR><BR>Pesquisa de metalúrgicos do Rio Grande do Sul 
revela que indústrias forçam “rotatividade” na força de trabalho, para baratear 
custo da mão-de-obra<BR>&nbsp;<BR>Renato Godoy de 
Toledo</FONT><BR></STRONG></DIV></FONT>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG></STRONG></FONT>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG>Brasil de 
Fato</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><A 
href="http://www.brasildefato.com.br/"><STRONG>http://www.brasildefato.com.br/</STRONG></A></FONT></DIV><FONT 
face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR><BR>No Brasil, a margem de lucro dos proprietários da 
indústria cresce todos os anos, constituindo-se como uma das mais amplas do 
mundo. E boa parte deste êxito dos industriais é baseado no achatamento da renda 
dos trabalhadores. Essas constatações são possíveis à luz de um estudo do 
Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), 
encomendado pela Federação dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul para dar 
subsídios à categoria na formulação de suas reivindicações. </DIV>
<DIV align=justify><BR>A pesquisa é direcionada às condições do trabalhador em 
indústrias metalúrgicas no Rio Grande do Sul. No entanto, aponta tendências que 
não se restringem ao Estado. Um dado que se destaca é o que coloca um outro 
olhar sobre o discurso de que a distribuição de renda está crescendo no país. De 
fato, se levarmos em conta apenas a renda dos trabalhadores, pode-se notar que a 
desigualdade diminuiu, porque aqueles que recebiam mais tiveram seus salários 
reduzidos, aproximando-se daqueles que ganham menos. Mas quando se faz a 
comparação entre a renda do capital e a do trabalho, a realidade é bem distinta: 
os lucros crescem, enquanto a participação do trabalhador na riqueza produzida 
no país está em declínio.</DIV>
<DIV align=justify><BR>Outro fenômeno destacado pelo estudo é o da alta 
rotatividade da força de trabalho na indústria. No geral, essa rotatividade não 
se dá por incompetência dos demitidos ou por uma “reciclagem” no quadro dos 
funcionários – para usar o jargão corporativo –, mas sim para reduzir o custo da 
força de trabalho. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Entre março de 2006 e fevereiro de 2007, a indústria do 
Rio Grande do Sul demitiu 50.664 trabalhadores e admitiu 56.216. À primeira 
vista, o dado parece favorável aos trabalhadores, com abertura de novas vagas. 
Ocorre que os operários demitidos recebiam em média R$ 952, enquanto os 
admitidos ganham R$ 781. <BR><BR><STRONG>Situação Macroeconômica</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>A redução salarial apresenta-se como uma das principais 
facetas deste período econômico do país. Desde 2000, o Brasil interrompeu um 
período de parca geração de empregos formais; porém, cerca de 90% dos empregos 
abertos oferecidos atualmente têm remuneração de até 2 salários mínimos (R$ 
760), segundo Márcio Pochmann, economista da Universidade Estadual de Campinas 
(Unicamp). </DIV>
<DIV align=justify><BR>O presidente da Federação dos Metalúrgicos do Rio Grande 
do Sul, Milton Viário, acrescenta que esse problema não se restringe aos setores 
de menor especialização. “A diminuição dos salários também atinge os 
supervisores, técnicos e engenheiros”, afirma Viário, com base na pesquisa 
encomendada pela federação. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Dados do IBGE comprovam a redução da massa salarial dos 
trabalhadores. Em 1990, na distribuição funcional da renda nacional, a 
remuneração dos trabalhadores era equivalente a 58,2%, enquanto o excedente 
operacional bruto (o lucro do capital) era de 41,8%. Paulatinamente, durante a 
década de 1990, o lucro do capital foi superando a remuneração dos 
trabalhadores. Na última aferição do IBGE, em 2003, a distribuição da renda 
funcional era composta por 54,7% de lucro do capital e 42,3% de remuneração dos 
trabalhadores. A título de exemplo, em 2001, a distribuição da renda funcional 
do Japão, que produz mercadorias com alto valor agregado, era constituída por 
76,3% de remuneração do trabalhador e 23,7% de excedente operacional bruto. 
<BR><BR><STRONG>Posição no mercado mundial</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>Para Pochmann, este quadro vem se consolidando desde 
1999, quando o governo de Fernando Henrique Cardoso substituiu a política de 
câmbio fixo pelo câmbio flutuante, acarretando numa alta do dólar e, na 
seqüência, dando força às exportações, em detrimento das importações. A divisão 
internacional do trabalho, ainda segundo o economista, impõe às indústrias de 
países exportadores de produtos de baixo valor agregado - caso do Brasil - uma 
diminuição do preço da força de trabalho para se inserir de forma mais 
competitiva no mercado mundial, oferecendo produtos com preços baixos. </DIV>
<DIV align=justify><BR>“As empresas, nesse ambiente de muita competitividade e 
sem condições adequadas para poder competir, acabam governando as variáveis 
sobre as quais elas têm poder de decisão. Nesse sentido, o emprego é uma das 
principais variáveis de ajuste. E, para isso, as empresas, além de abrir 
empregos de remuneração muito baixa se utilizam recorrentemente dessa chamada 
'rotatividade'”, avalia o economista. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Se o setor produtivo brasileiro continuar exercendo o 
papel de produtor e exportador de matéria-prima, a organização da produção e o 
tipo de emprego gerado devem permanecer da mesma forma. “O Brasil está 
produzindo soja e exportando soja, não está exportando produtos da soja, que 
seriam produtos que valorizariam a cadeia produtiva e abririam a perspectiva de 
abertura de empregos de maior qualidade e maior remuneração”, exemplifica. (leia 
mais na edição 231 do jornal Brasil de Fato) 
<HR>
<STRONG><EM><FONT color=#000080 size=3>Correspondencia de Prensa, difundido por 
la red solidaria de información. Los artículos firmados no comprometen la 
opinión editorial del boletín. Redacción (Ernesto Herrera). Suscripciones: 
</FONT></EM></STRONG><A href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><EM><FONT 
color=#000080 size=3>germain5@chasque.net</FONT></EM></STRONG></A> 
<HR>
</FONT></DIV></BODY></HTML>