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<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><FONT size=5><U>boletín informativo - red 
solidaria</U></FONT><BR><FONT color=#800000 size=6><EM>Correspondencia de 
Prensa</EM></FONT><BR>Año IV - 27 de setiembre 2007<BR>Redacción y 
suscripciones: </FONT></STRONG><A 
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT 
size=4>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A></DIV>
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<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV><FONT 
face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR><STRONG><FONT size=3>MANIFESTO COMITÊ DE LUTA PELA 
LEGALIZAÇÃO DO ABORTO RIO DE JANEIRO<BR>&nbsp;<BR>LEGALIZAR O ABORTO EM DEFESA 
DA VIDA DAS MULHERES!!!</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG></STRONG>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG>Comitê de Luta pela Legalização do Aborto – RJ<BR>28 
de Setembro de 2007 – DIA DE LUTA PELA LEGALIZAÇÃO DO 
ABORTO</STRONG><BR>&nbsp;<BR></DIV>
<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify>Seja qual for a sua situação, as mulheres devem ter o direito 
de decidir sobre seu próprio corpo. No caso de uma gravidez, se a decisão for 
por ter a criança é preciso garantir políticas adequadas para o pré-natal, 
parto, puerpério e educação da prole. Se a decisão for interromper a gravidez, é 
preciso garantir acesso a serviços públicos de qualidade, com toda a assistência 
necessária.<BR>&nbsp;<BR>Na luta pela VIDA das mulheres brasileiras defendemos a 
descriminalização e legalização do aborto com atendimento gratuito na rede 
pública de saúde.<BR>&nbsp;<BR>Não defendemos o abortamento como método 
anticonceptivo, mas sim como último recurso diante de uma situação 
insustentável. Defendemos que mulheres que queiram ou necessitem interromper uma 
gravidez, possam fazê-lo com segurança. E defendemos que o SUS ofereça este 
serviço.<BR>&nbsp;<BR>No Brasil, 98% dos casos de morbidade/mortalidade materna 
poderiam ser evitados, desde que fosse garantido o acesso a serviços de saúde no 
período da gestação e parto. Em 2002 foram registrados 53,77 óbitos maternos por 
100 mil nascidos vivos, devido a complicações na gestação, parto ou puerpério 
(período de 42 dias após o parto). A estimativa brasileira para o ano de 2005, é 
de que em média ocorreram 1 milhão de abortos induzidos.<BR>&nbsp;<BR>Entre 2000 
e 2004, 697 mulheres morreram em conseqüência de gravidez que termina em aborto. 
Destas, 323 eram jovens entre 20 e 29 anos, e a maioria deste conjunto é formada 
por mulheres negras, o que deixa claro quem são as principais condenadas à morte 
por aborto inseguro no país: mulheres pobres, jovens e negras (dados do Ipas e 
Ministério da Saúde).<BR>&nbsp;<BR>Em 2004 foram realizados 1.600 abortos legais 
em 51 serviços especializados do SUS, conforme previsto no artigo 128 do Código 
Penal Brasileiro, a um custo de R$ 232.280,50. No mesmo ano o SUS registrou 
243.998 internações para curetagem em decorrência de abortamentos espontâneos ou 
inseguros, orçadas em R$ 35.040.978,90.<BR>&nbsp;<BR>No período de 1996 a 2000 
houve um acréscimo de 1,8% no percentual de partos na faixa etária de 10 a 14 
anos, passando-se de 31.911 partos em 1996, para 32.489 em 2000 
(DATASUS/MS).<BR>&nbsp;<BR><STRONG>NÃO PODEMOS FECHAR OS OLHOS PARA ESTES DADOS! 
ELES REFLETEM UMA REALIDADE SOCIAL E REVELAM QUE O ABROTAMENTO É UMA QUESTÃO DE 
SAÚDE PÚBLICA.</STRONG><BR>&nbsp;<BR>O Brasil é um Estado laico. Sendo assim, os 
governos têm a obrigação de lidar com este problema não apenas como uma questão 
de saúde pública, mas também de direito. Para que isto aconteça é necessário 
modificar a lei, pois está demonstrado que a criminalização não soluciona a 
questão do aborto no país.<BR>&nbsp;<BR>O Código Penal vigente prevê a detenção 
de um a três anos em casos de abortamento provocado pela gestante ou com o seu 
consentimento (art. 124); reclusão de três a dez anos se o abortamento é 
provocado por outra pessoa sem a autorização da mulher (art. 125); e reclusão de 
um a quatro anos se o aborto for provocado por terceiros e com o consentimento 
da mulher, quando esta tiver 14 anos ou menos, for "alienada ou débil mental" ou 
se o consentimento for obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência (art. 
125). <BR>&nbsp;<BR>A sociedade brasileira precisa conhecer as razões que 
inspiraram esta lei, para superar a situação de hipocrisia frente à realidade 
que hoje vivemos. A lei precisa ser analisada com base na situação vivida pelas 
mulheres no Brasil. Elas correspondem a 51,2% da população sendo que destas 46% 
são negras. As trabalhadoras no mercado formal correspondem a 42% deste 
contingente, e 57% no informal. A taxa de desemprego das mulheres é 58% maior se 
comparada à dos homens. Entre as mulheres negras, o desemprego é 20% maior que 
entre as mulheres brancas. 20,8% das famílias brasileiras são chefiadas 
unicamente por mulheres sendo que, de acordo com dados do IBGE para 2003, as 
creches só atendem 23,38% das crianças de 0 a 6 anos.<BR>&nbsp;<BR>Concepções 
religiosas sobre o mundo e sobre a vida não podem se sobrepor a um problema 
público e político a ser enfrentado e solucionado pelo Estado. A legalização do 
aborto já foi conquistada em diversos países, inclusive na Itália onde se situa 
o Vaticano, sede da Igreja Católica.<BR>&nbsp;<BR>A legalização do aborto e sua 
regulamentação enquanto política pública deve ser acompanhada pela garantia de 
acesso a informação, educação sexual e serviços públicos de planejamento 
reprodutivo. Assim, o Estado brasileiro deverá investir adequadamente em Saúde e 
Educação, para garantir a distribuição de métodos contraceptivos com informação 
e atendimento continuado nos serviços públicos de saúde, desenvolver programas 
adequados de educação sexual nas escolas. Estas são políticas que contribuem 
efetivamente para a diminuição dos índices de abortamento.<BR>&nbsp;<BR>Os 
países onde o aborto foi legalizado, onde o nível educacional é alto e a oferta 
de métodos contraceptivos extensa, apresentam as menores taxas médias de 
abortamento por ano. Este é, por exemplo, o caso da Bélgica, Alemanha, Holanda e 
França, onde esta taxa é de menos de 10 por 1000 mulheres. Na América Latina, 
região com as leis mais restritivas, com menor nível educacional e onde é pior a 
qualidade dos serviços de saúde, esta taxa é de 37 por 1000.<BR>&nbsp; 
<BR>Lutamos para que, junto com a legalização do aborto, seja cumprida, em todo 
o território nacional, a Lei de Planejamento Familiar sancionada em 1996. Deste 
modo as mulheres terão condições, inclusive, de ter garantida uma maternidade 
segura, com qualidade de pré-natal, parto e atendimento no 
puerpério.<BR>&nbsp;<BR>Não queremos, para o país, uma política de mero controle 
da natalidade, voltada para mulheres pobres e negras. Não queremos mais ver no 
país mulheres tendo as trompas ligadas, inclusive em hospitais públicos, sem sua 
autorização. E não queremos mais ver mulheres pobres com vários filhos, batendo 
de hospital em hospital buscando uma ligação de trompas sem 
conseguir.<BR>&nbsp;<BR>Estamos lutando sim em defesa da vida! Não queremos mais 
ver mulheres deixando de viver em conseqüência de abortos mal feitos. E tampouco 
queremos ver mulheres perderem a vida em conseqüência da gravidez ou de um parto 
no momento em que escolheram ser mães.</DIV>
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<HR>
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<DIV align=center><STRONG><FONT color=#000080 size=4><EM>Correspondencia de 
Prensa - boletín informativo - red solidaria<BR>Ernesto Herrera (editor): 
</EM></FONT></STRONG><A href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT 
color=#000080 size=4><EM>germain5@chasque.net</EM></FONT></STRONG></A></DIV>
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