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<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><FONT color=#800000><FONT
size=5><EM><U>correspondencia de prensa - boletín
solidario</U></EM></FONT> <BR><FONT color=#ff0000 size=6>Agenda
Radical</FONT><BR>Edición internacional del Colectivo Militante<BR><U>9 de marzo
2008</U><BR>Redacción y suscripciones:</FONT> </FONT></STRONG><A
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT
size=4>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A><BR></DIV>
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<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
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<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>Acúmulo de reservas cambiais = farra
dos especuladores e explosão da dívida interna
<BR></STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG><FONT
size=3></FONT></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG><FONT size=3>Rodrigo Vieira
de Ávila</FONT></STRONG> *<BR></DIV></FONT>
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<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG>Socialismo e
Liberdade<BR>Fundaçao Lauro Campos<BR></STRONG><A
href="http://www.socialismo.org.br/portal/"><STRONG>http://www.socialismo.org.br/portal/</STRONG></A></FONT></DIV><FONT
face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR><BR>Depois de divulgar amplamente o pagamento antecipado
ao FMI, em 2005, dia 21 de fevereiro de 2008 o governo anunciou mais um suposto
marco histórico: o de que os ativos do país no exterior, constituídos
fundamentalmente pelas reservas internacionais, superaram a dívida externa
pública e privada. Alega o governo que esta é uma evidência da superação do
problema da dívida. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Em primeiro lugar, cabe ressaltar que este suposto
recorde não passa de manipulação estatística, originada em 2001, durante o
Governo FHC, e perpetuada no governo Lula: a exclusão dos empréstimos
intercompanhia (dívidas de filiais de transnacionais no Brasil com suas matrizes
no exterior) do cálculo da dívida externa. Estes empréstimos dobraram em 2007,
passando de US$ 20 bilhões para US$ 42 bilhões, mas são ignorados pelo governo,
para que possa propalar um suposto marco histórico. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Em segundo lugar, o que está por trás deste acúmulo
desenfreado de reservas cambiais? Uma verdadeira farra dos especuladores
nacionais e estrangeiros, que trazem seus dólares em massa ao Brasil para
comprar títulos da dívida “interna”, em busca dos juros mais altos do mundo. O
resultado disto é a explosão da dívida interna, que atingiu R$ 1,4 TRILHÃO em
dezembro de 2007, tendo crescido 40% em apenas 2 anos! </DIV>
<DIV align=justify><BR>Em 2007, o governo federal gastou R$ 237 bilhões com
juros e amortizações da dívida interna e externa (sem contar o refinanciamento,
ou seja, a chamada “rolagem” da dívida), enquanto apenas gastou R$ 40 bilhões
com a saúde, R$ 20 bilhões com a educação e R$ 3,5 bilhões com a Reforma
Agrária. E o governo ainda tem coragem de afirmar que a dívida não é problema!
</DIV>
<DIV align=justify><BR>Conforme denunciado na 3ª Edição da Cartilha “ABC da
Dívida” (que estará sendo lançada em breve pela Campanha Auditoria Cidadã da
Dívida / Rede Jubileu Sul Brasil), a recente isenção fiscal de Imposto de Renda
sobre os ganhos dos estrangeiros, o estabelecimento e a manutenção de taxas de
juros altíssimas, e a total liberdade de movimentação de capitais têm gerado as
condições para um verdadeiro ataque especulativo contra o Brasil. Os
investidores estrangeiros trazem seus dólares para investir na Bolsa e em
títulos da dívida interna, e assim forçam a desvalorização do dólar frente à
moeda brasileira (o Real). Os bancos e empresas nacionais também se aproveitam
disso, tomando empréstimos no exterior (mais baratos devido às baixas taxas de
juros) para emprestar ao governo brasileiro, por meio da compra de títulos da
dívida interna, recebendo uma fortuna em troca disso, devido às altíssimas taxas
de juros do Brasil. Não há limite algum para estas operações, e o Banco Central
(BC) compra estes dólares e fornece títulos da dívida interna de acordo com o
fluxo de moeda estrangeira ao país. Quando recebem seus lucros e juros em reais,
os investidores podem trocá-los por maior quantidade de dólares – uma vez que a
moeda brasileira se valorizou – e assim cumprir seus compromissos com o
exterior, tendo um lucro extra. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Em 2007, o Real se valorizou 20% frente ao dólar.
Portanto, o investidor estrangeiro que no início de 2007 trouxe dólares para
aplicar na dívida interna brasileira ganhou, durante o ano, 13% em média de
juros, e mais 20% quando converteu seus ganhos em dólar. Portanto, em 2007, os
estrangeiros ganharam uma taxa real de juros (em dólar) de mais de 30% ao ano!
</DIV>
<DIV align=justify><BR>Por outro lado, o Banco Central, comprando a moeda
estrangeira trazida pelos especuladores, termina ficando com o mico, ou seja, o
dólar, que está se desvalorizando. O BC também aplica os dólares (recebidos dos
investidores e exportadores) , só que em títulos do Tesouro Americano (que
ajudam Bush a financiar seu déficit e suas políticas, como a invasão do Iraque),
que rendem perto de um terço dos juros pagos pelo governo brasileiro pelos
títulos da dívida interna. Além do mais, como o dólar está em forte
desvalorização, os juros pagos pelo Tesouro Americano são, na realidade,
negativos para nós. </DIV>
<DIV align=justify><BR>O resultado disto tudo é um imenso prejuízo para o Banco
Central: chegou a R$ 58,5 bilhões apenas de janeiro a outubro de 2007. Este
prejuízo é bancado pelo Tesouro Nacional, e correspondeu ao dobro de todos os
gastos federais com saúde no mesmo período. Por outro lado, os banqueiros, que
se beneficiam desta manobra, não páram de bater recordes de lucro. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Portanto, este suposto marco histórico divulgado pelo
governo esconde, na realidade, uma verdadeira reciclagem do velho mecanismo de
espoliação da dívida externa, com uma nova máscara: o endividamento “interno”.
Este mecanismo é altamente rentável aos investidores estrangeiros, uma vez que,
desta forma, eles ficam imunes à desvalorização da moeda americana, recebendo
seus lucros e juros em uma moeda que não pára de se fortalecer frente ao dólar.
</DIV>
<DIV align=justify><BR>Além do mais, quando o governo alega que possui recursos
para pagar toda a dívida externa, faz uma apologia ao pagamento de uma dívida
ilegítima e já paga várias vezes com o sangue e suor do povo, desde os anos 80,
quando os EUA, de modo unilateral e ilegítimo, multiplicou as taxas de juros
incidentes sobre a dívida externa, levando o Terceiro Mundo à recessão e ao
desemprego. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Não há saída para o endividamento sem uma ampla e
profunda auditoria, que quantifique quantas vezes já pagamos esta dívida e a que
custo social e ambiental. Somente assim poderemos nos libertar dessa amarra que
continua nos aprisionando, apesar do governo prosseguir em sua manobra
diversionista, tentando sistematicamente, através da divulgação de dados
manipulados e parciais, desqualificar os movimentos sociais em favor da
auditoria da dívida, na tentativa de esconder que o endividamento continua
sendo, cada vez mais, o centro dos problemas nacionais. <BR><BR></DIV>
<DIV align=justify> </DIV>
<DIV align=justify>* Rodrigo Vieira de Ávila é economista da Campanha Auditoria
Cidadã da Dívida Rede Jubileu Sul Brasil e assessor da bancada do PSOL na Câmara
dos Deputados. </DIV>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=center><STRONG><FONT size=3><FONT color=#800000><FONT
size=4>Correspondencia de Prensa - Agenda Radical - Boletín
Solidario</FONT><BR>Ernesto Herrera (editor): </FONT></FONT></STRONG><A
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT
size=3>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A><BR><STRONG><FONT size=3><FONT
color=#800000>Edición internacional del Colectivo Militante - Por la Unidad de
los Revolucionarios<BR>Gaboto 1305 - Teléfono (5982) 4003298 - Montevideo -
Uruguay</FONT><BR></FONT></STRONG><A
href="mailto:Agendaradical@egrupos.net"><STRONG><FONT
size=3>Agendaradical@egrupos.net</FONT></STRONG></A></DIV>
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</DIV></FONT></BODY></HTML>