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<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><FONT color=#800000><FONT
size=5><EM><U>correspondencia de prensa - boletín
solidario</U></EM></FONT> <BR><FONT color=#ff0000 size=6>Agenda
Radical</FONT><BR>Edición internacional del Colectivo Militante<BR><U> 18
de marzo 2008</U><BR>Redacción y suscripciones:</FONT> </FONT></STRONG><A
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT
size=4>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A><BR></DIV>
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<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
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<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>As múltis no alvo dos
sem-terra</STRONG></FONT></DIV>
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<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG><FONT size=3>As razões do MST
para invadir as múltis</FONT> </STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG>Revista Carta
Capital</STRONG></FONT></DIV>
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href="http://www.cartacapital.com.br/"><STRONG>http://www.cartacapital.com.br/</STRONG></A></FONT></DIV><FONT
face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR><BR><STRONG><FONT size=3>As múltis no alvo dos
sem-terra<BR><BR></FONT><FONT size=2>Redação Carta
Capital</FONT></STRONG><BR><BR></DIV>
<DIV align=justify>Em ações voltadas à comemoração do Dia Internacional da
Mulher, no dia 8 de março, agricultores ligados ao Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST) e à Via Campesina invadiram terras e ocuparam áreas de
grandes empresas, como a mineradora Vale do Rio Doce, a Aracruz Celulose e a
sueco-finlandesa Stora Enso. <BR><BR>Na segunda-feira 10, trabalhadoras rurais
ocuparam um trecho da ferrovia da Vale, em Resplendor (MG). As manifestantes
protestavam contra a construção da barragem de Aimorés e contra a concentração
de terras nas mãos da empresa. De acordo com o movimento, a mineradora estaria
comprometendo o meio ambiente na região. <BR><BR>As invasões se estenderam ao
todo por 17 estados do País nas últimas duas semanas, mobilizando um total de
mais de 5 mil trabalhadores, no que pode ser considerada a maior onda de
ocupações dos últimos anos. <BR><BR>Um dos principais alvos das ações do
movimento, a Vale afirma que desconhece a motivação das invasões. “Nós não
mantemos nenhum tipo de diálogo com o MST, até porque o que o MST se propõe a
defender não diz nenhum respeito à Vale”, explica Tito Martins,
diretor-executivo de assuntos corporativos e energia da mineradora. <BR><BR>O
coordenador nacional do MST, João Pedro Stedile, diz que essa movimentação
acontece “contra o abuso do avanço do capital internacional e de suas empresas,
que passaram a dominar a agricultura brasileira, sem controle nenhum”.
<BR><BR>Especificamente contra a Vale, Stedile diz que as invasões foram feitas
“porque a empresa desrespeita sistematicamente populações locais e o meio
ambiente”, atitude que a mineradora afirma não tomar. <BR><BR>“Nós tomamos
muitos cuidados com as populações dos locais onde estamos, porque a mineração é
um negócio que pode ter impactos negativos, em especial os relacionados ao meio
ambiente”, diz Martins. “Então eu não consigo entender como podem fazer
alegações de que nós tratamos mal os municípios, não falamos com as comunidades
e coisas do gênero. É só ir nas comunidades e perguntar.” </DIV>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG><FONT size=3>Entrevista a João Pedro
Stédile</FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3></FONT></STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>As razões do MST para invadir as
múltis</FONT></STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR><BR><STRONG>Daniel Pinheiro</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><STRONG>Revista Carta Capital</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG></STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>Apesar da Justiça ter recentemente se mostrado favorável
a algumas reivindicações do MST, o líder do movimento, João Pedro Stédile,
critica em entrevista à CartaCapital a política agrária do governo Lula e
explica o porquê das empresas multinacionais estarem agora na mira dos
protestos. <BR><BR><STRONG>CartaCapital: A onda de protestos anunciada
recentemente pode ser considerada como uma frente organizada de desagrado com o
ritmo da reforma agrária no governo Lula? Como o MST avalia a posição do governo
em relação aos ideais de mudança social que antes faziam parte da agenda do
PT?</STRONG> </DIV><STRONG></STRONG>
<DIV align=justify><BR>João Pedro Stédile: As recentes mobilizações levadas a
cabo pelos movimentos da Via Campesina e, em especial, pelas companheiras
mulheres, é resultado de duas situações complementares. De um lado, a falta de
uma política que de fato priorize um modelo agrícola voltado para a soberania
alimentar, para os camponeses e para reforma agrária. E de outro, um protesto
contra o abuso do avanço do capital internacional e de suas empresas, que
passaram a dominar a agricultura brasileira, sem controle nenhum, trazendo
enormes conseqüências na soberania do território, nos nossos recursos, e na
agressão de nosso meio ambiente, por meio da monocultura desenfreada.
<BR><BR><STRONG>CC: A Vale diz ter sido vítima de sete invasões do MST desde
agosto de 2007. Existe uma perspectiva realista do governo desapropriar terras
da maior mineradora do país? Ou quais outros objetivos estariam por trás dessas
invasões concentradas nas terras da empresa?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>JPS: As mobilizações que houveram em alguns estados
contra a Vale do Rio Doce, decorreram porque, em todos esses Estados, a Vale
desrespeita sistematicamente populações locais e o meio ambiente. E inclusive
nem estava pagando os royalties devidos de sua maior mineradora para a
prefeitura de Parauapebas (PA). <BR><BR><STRONG>CC: Muitas das invasões recentes
do MST e da Via Campesina têm se concentrado em terras de grandes empresas, como
Vale, Aracruz e Stora Enso. Isso representa uma mudança na estratégia do
movimento? A mudança de curso significa que a distribuição de terras
avançou?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>JPS: Não é mudança de estratégia do MST. É apenas o
resultado do avanço dessas empresas transnacionais sobre nosso território, nossa
terra, nossa produção. Elas é que estão mudando, comprando terras em áreas de
fronteira, o que é ilegal. Impondo o monocultivo de eucalipto, que é predador do
meio ambiente e traz enormes prejuízos. Foi a Aracruz que roubou 15 mil hectares
dos povos indígenas e depois de nossas mobilizações teve que devolver por
decisão judicial. E ainda falta devolver 22 mil hectares roubados de comunidades
quilombolas. Foi a Estora Enso quem comprou ilegalmente 56 mil hectares, na
fronteira com o Uruguai, e que o próprio Incra não legalizou.
<BR><BR><STRONG>CC: Como o governo federal tem se posicionado diante de indícios
de abuso por parte das forças de reintegração de posse na ocupação no Rio Grande
do Sul? O governo parece disposto a impedir que o uso da violência volte a ser
excessivo? Quais medidas foram tomadas?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>JPS: Infelizmente muitos governos estaduais continuam
sendo neoliberais e totalmente comprometidos com as empresas e seus
financiadores de campanha. A governadora Yeda Crusius recebeu 500 mil reais das
três empresas de celulose para sua campanha. Devolveu o agrado mudando
ilegalmente a lei de zoneamento ambiental, que existia há anos, para permitir a
expansão do eucalipto sobre o bioma dos pampas, totalmente prejudicial. E agora
usando a Brigada Militar como verdadeiro braço armado das transnacionais. Chegou
ao cúmulo de usar um interdito proibitório contra a Via Campesina, genérico,
para fazer despejo sem ordem judicial. <BR><BR>O governo federal ficou quieto no
caso da repressão. Mas o Incra se manifestou, denunciando que de fato as terras
compradas pela Stora Enso, inclusive as que ocupamos, eram ilegais. Nós
esperamos que a opinião pública gaúcha e a sociedade percebam como as elites
brasileiras usam o poder do Estado apenas para proteger os interesses econômicos
de grandes empresas transnacionais. <BR><BR><STRONG>CC: A decisão da Justiça de
proibir o plantio de eucalipto na região de São Luiz do Paraitinga, SP, mostra
disposição por parte de forças governamentais em atender as reivindicações do
MST? Essas medidas são suficientes? Como o MST planeja garantir a durabilidade
destes ganhos parciais?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>JPS: O MST não tem presença na região de São Luiz, que é
dominada por pequenos e médios agricultores. Essa decisão é uma vitória do
movimento ambientalista e do povo de São Luiz que sempre protestou contra o
monocultivo do eucalipto na região, que está acabando com as nascentes de água,
com a biodiversidade da flora e fauna. Isso demonstra que, felizmente, ainda
temos pessoas conscientes no poder Judiciário, que se preocupam com os
interesses do povo, e não apenas com o lucro das empresas. Espero que a moda
pegue, e que outros magistrados assim interpretem. <BR><BR><STRONG>CC: O senhor
tem alguma esperança de ver uma reforma agrária mais profunda ainda no governo
Lula?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>JPS: A reforma agrária é uma necessidade. Nenhuma
sociedade se constituiu democrática sem antes democratizar a propriedade da
terra. Mas não devemos esperar nada gratuitamente de governo algum. Todas as
conquistas do povo, em qualquer situação, sempre dependeram do grau de
consciência e de mobilização da população. Por isso que muitas vezes, por mais
justas que sejam as causas, elas demoram a se concretizar. Porque dependem de
mudança da correlação de forças. O Brasil vai mudar quando o povo se mexer.
</DIV>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=center><STRONG><FONT size=3><FONT color=#800000><FONT
size=4>Correspondencia de Prensa - Agenda Radical - Boletín
Solidario</FONT><BR>Ernesto Herrera (editor): </FONT></FONT></STRONG><A
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT
size=3>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A><BR><STRONG><FONT size=3><FONT
color=#800000>Edición internacional del Colectivo Militante - Por la Unidad de
los Revolucionarios<BR>Gaboto 1305 - Teléfono (5982) 4003298 - Montevideo -
Uruguay</FONT><BR></FONT></STRONG><A
href="mailto:Agendaradical@egrupos.net"><STRONG><FONT
size=3>Agendaradical@egrupos.net</FONT></STRONG></A></DIV>
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