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<DIV align=center><STRONG><FONT size=3><FONT color=#800000 size=4><EM><U><FONT 
size=5>correspondencia de prensa - boletín solidario</FONT></U></EM>&nbsp; 
<BR><FONT color=#ff0000 size=6>Agenda Radical</FONT><BR>Edición internacional 
del Colectivo Militante<BR><U>21 de marzo 2008</U><BR>Redacción y 
suscripciones:</FONT> </FONT></STRONG><A 
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT 
size=4>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A><BR></DIV>
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<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
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<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>A reforma sindical se faz 
mansinha...<BR><BR></STRONG></DIV></FONT>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG><FONT size=3>As centrais 
sindicais, numa decisão tomada em conjunto com empresários, já tem as suas 
regras para existir</FONT><BR>&nbsp;<BR><FONT size=3>Elaine Tavares 
*</FONT></STRONG></FONT></DIV>
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<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG></STRONG></FONT>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG>Brasil de Fato</STRONG></DIV>
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href="http://www.brasildefato.com.br/"><STRONG>http://www.brasildefato.com.br/</STRONG></A></DIV>
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<DIV align=justify>A indigência do movimento sindical brasileiro é coisa de dar 
dó. Depois de ter sido protagonista de momentos históricos importantes como a 
participação na derrocada da ditadura militar no final dos anos 70, hoje, sob a 
batuta do ex-líder sindical Luiz Inácio, o que se vê é a completa capitulação 
dos trabalhadores a uma razão de Estado. Por isso não surpreendeu o fato de o 
Projeto de Lei 1990/2007 ter sido aprovado pelo Congresso Nacional sem que se 
ouvisse qualquer protesto por parte das principais lideranças 
sindicais.<BR><BR>O projeto, que é o resultado de uma Medida Provisória 
apresentada pelo executivo - depois de ter sido discutida com trabalhadores e 
empresários, todos juntos, sentados na mesma mesa, no consenso habermasiano – 
define, delimita e estabelece regras para a existência das Centrais Sindicais. 
Ou seja, décadas depois de Getúlio Vargas ter colocado sua mão paternal sobre os 
trabalhadores, criando os sindicatos atrelados ao Estado, vivemos um novo 
momento de atrelamento ao Estado-pai, desta vez proposto por um homem que já foi 
uma das mais importantes figuras da vida sindical brasileira que sempre se 
considerou oposta ao modelo getulista.<BR><BR>Isso não seria espantoso a 
considerar o rumo que Luiz Inácio deu ao seu governo desde o primeiro mandato, 
quando realizou uma contra-reforma da Previdência que tira direitos dos 
trabalhadores e apresentou aos velhos do Brasil a “incrível” possibilidade da 
aposentadoria privada através dos Fundos de Pensão, cuidadosamente comandados 
por outros ex-militantes da luta sindical. O que causa assombramento é ver o 
movimento sindical, na sua esmagadora maioria, aceitando todo esse processo, e o 
que é pior, lutando por ele.<BR><BR>O primeiro elemento a considerar é o fato de 
os trabalhadores terem aceitado discutir suas formas de organização com governo 
e empresários. Ora, alguém aí já ouviu dizer de entidades empresarias sentando 
com os trabalhadores para decidir como vão promover arrocho salarial ou as 
estratégias que adotarão para coibir greves e mobilizações? Pois no Brasil de 
Luiz Inácio isso foi proposto aos trabalhadores. Sentar com os empresários para 
discutir como os trabalhadores podem se organizar. Isso foi feito no Fórum 
Nacional do Trabalho, uma verdadeira excrescência do ponto de vista da autonomia 
e da emancipação dos trabalhadores.<BR><BR>Essa conversa maluca entre patrões, 
trabalhadores e governo, no melhor estilo da conciliação de classe, foi gestando 
um monstro que levou o nome de Reforma Sindical. Mas, como sempre acontece, 
existem pessoas ou pequenos grupos que conseguem, de alguma forma, perceber que 
o rei está nu. E, estes, abriram a boca. Muitos foram os debates, seminários e 
protestos que esta minúscula parcela de trabalhadores que acredita na capacidade 
de eles próprios decidirem sobre suas formas de organização, conseguiram 
realizar. Essa gritaria, ainda que de uma minoria, fez com que o governo mudasse 
suas táticas. A tal “reforma” não apareceu na sua inteireza, ela vai se fazendo 
aos poucos, com pedaços de lei sendo aprovados aqui e ali, mudando totalmente a 
configuração da organização laboral no Brasil. Essa colcha de retalhos, que vai 
se conformando devagar, torna muito mais difícil a luta e, por conta disso, os 
trabalhadores vão perdendo cada dia mais a sua autonomia.<BR><BR>Já em novembro 
do ano passado a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que legalizava 
as Centrais Sindicais. E o que significa isso? Que agora, as Centrais terão a 
prerrogativa de atuar juridicamente contra medidas que julguem desfavoráveis aos 
trabalhadores. São, portanto, entidades jurídicas, com CGC, registradas etc... 
Oficiais! A pergunta que fica é a seguinte: e desde quando os trabalhadores 
organizados precisam de autorização, dentro da ordem, para discordar de qualquer 
medida que venha contra seus interesses? Isso é surreal. As centrais entenderam 
que é no marco da justiça burguesa que a as lutas trabalhistas vão se decidir. 
Patético! Basta ver o processo acelerado de criminalização dos movimentos 
sociais que vivemos em toda a América Latina e principalmente no 
Brasil.<BR><BR>Mas, se não bastasse isso, os senadores decidiram apimentar ainda 
mais a questão e colocaram algumas emendas à lei, que acabaram aprovadas no 
último dia 11 de março, também sem nenhum protesto dos trabalhadores. Ao 
contrário. Contaram com o apoio de todas as legalizadas centrais, inclusive a 
CUT, principal defensora desta idéia. <BR><BR>Pois agora, as Centrais Sindicais, 
numa decisão tomada em conjunto com empresários, já tem as suas regras para 
existir. Assim, para serem reconhecidas por patrões e governos devem apresentar 
os seguintes requisitos: ter mais de 100 sindicatos filiados, com presença nas 
cinco regiões do país, ter 5% do total de trabalhadores sindicalizados no país, 
ter a presença de sindicatos em ao menos cinco setores de atividade econômica e 
filiação em, no mínimo, três regiões do país, com mais de 20 sindicatos em cada 
uma. Também segue valendo o imposto sindical que descontará 3,3% dos salários de 
todos os trabalhadores, sindicalizados ou não.<BR><BR>Também ficou decidido como 
esta verba que as Centrais vão arrecadar vai ser distribuída: 10% vai para a 
Central na qual o sindicato é filiado, 60% vai para o sindicato, 15% para a 
Federação, 5% para a Confederação e 10% para a conta salário-desemprego, um 
programa do Ministério do Trabalho. Ou seja, além de ter que obrigatoriamente 
contribuir para a Central e tudo o mais, o trabalhador ainda vai ele mesmo 
financiar o seu seguro desemprego. Nada poderia ser mais perfeito. 
<BR><BR>Pasmem, a lei ainda garante aos trabalhadores o direito de participar 
dos fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo social que 
possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão os interesses da 
classe. Isso significa que agora sim. Os trabalhadores vão poder sentar com os 
empregadores e decidir como serem melhor explorados. É, sem dúvida, a perfeição 
da ordem. Autorizados, inclusive juridicamente, os trabalhadores, desde que 
cumpram as determinações do governo e dos patrões poderão, organizadamente, 
protestar. Tudo no maior diálogo, respeitoso e legal.<BR><BR>As pergunta que me 
assombram são simples: alguém aí acredita no Papai Noel? Quando, na história de 
lutas dos trabalhadores foi necessário estar enquadrado na ordem para 
reivindicar? Quem precisa de legalização para fazer a luta pelos seus 
interesses? Porque o movimento sindical aceita o anti-político imposto sindical? 
Como pode aceitar regras impostas por patrões e governo sobre como conduzir sua 
luta?<BR><BR>Por isso falo em indigência. Nunca estivemos tão mal em termos de 
lideranças sindicais. Nunca houve tanto vazio, nem quando líderes populares, 
urbanos e camponeses caiam como moscas sob as botas da ditadura. Nunca houve 
tanta capitulação, assim, em tempos de “democracia”. O fato é que o governo de 
Luiz Inácio vem conseguindo conquistas para o modo de vida neoliberal, bem 
maiores do que qualquer outro governante de direita logrou. Luiz Inácio engorda 
os banqueiros, triplica a dívida interna, apóia o agronegócio, libera os 
transgênicos, fomenta os Fundos de Pensão, incentiva o uso de empréstimos 
bancários endividando os trabalhadores e, agora, consegue seu feito mais 
monumental. Coloca, com pompa e circunstância, o cabresto firme na boca das 
entidades sindicais. E sob o aplauso da maioria dos trabalhadores. Há que se 
tirar o chapéu para um governo desses!<BR><BR>Agora é esperar para ver a 
proliferação das Centrais Sindicais, louquinhas para criar seus fundos, suas 
máquinas burocráticas e os vampiros da classe trabalhadora. O dinheiro vai 
entrar tranqüilo pelo imposto sindical, não há que conquistar ninguém pelo 
debate, pela discussão, pela política. Resta saber se os trabalhadores vão 
permanecer amarrados às viseiras ou se, num rasgo de claridão, vão perceber o 
engodo de tudo isso.</DIV>
<DIV align=justify><BR>A classe trabalhadora não precisa de permissão, regras, 
autorizações para lutar por seus direitos e para buscar os seus sonhos. A classe 
trabalhadora, unida, pode construir o mundo novo, inventando novas ordens e 
novas maneiras de organizar o mundo. A classe trabalhadora não precisa de 
tutela. Ela é autônoma, soberana e livre. E haverá de chegar o dia em que isso 
será óbvio demais. <BR><BR><BR>* Elaine Tavares é jornalista.</DIV>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=center><STRONG><FONT size=3><FONT color=#800000><FONT 
size=4>Correspondencia de Prensa - Agenda Radical - Boletín 
Solidario</FONT><BR>Ernesto Herrera (editor): </FONT></FONT></STRONG><A 
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT 
size=3>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A><BR><STRONG><FONT size=3><FONT 
color=#800000>Edición internacional del Colectivo Militante - Por la Unidad de 
los Revolucionarios<BR>Gaboto 1305 - Teléfono (5982) 4003298 - Montevideo - 
Uruguay</FONT><BR></FONT></STRONG><A 
href="mailto:Agendaradical@egrupos.net"><STRONG><FONT 
size=3>Agendaradical@egrupos.net</FONT></STRONG></A></DIV>
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