<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 4.0 Transitional//EN">
<HTML><HEAD>
<META http-equiv=Content-Type content="text/html; charset=iso-8859-1">
<META content="MSHTML 6.00.2900.2523" name=GENERATOR>
<STYLE></STYLE>
</HEAD>
<BODY bgColor=#ffffff background=""><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><FONT color=#800000><FONT
size=5><EM><U>correspondencia de prensa - boletín
solidario</U></EM></FONT> <BR><FONT color=#ff0000 size=6>Agenda
Radical</FONT><BR>Edición internacional del Colectivo Militante<BR><U>12 de
abril 2008</U><BR>Redacción y suscripciones:</FONT> </FONT></STRONG><A
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT
size=4>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A><BR></DIV></FONT><FONT face=Arial
size=2>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=justify> </DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>Entrevista a Lucia
Pádua</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>“A epidemia de dengue era uma
tragédia anunciada”</STRONG></FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2><STRONG>Opinião Socialista</STRONG> </FONT></DIV>
<DIV><FONT face=Arial size=2><A
href="http://www.pstu.org.br/">http://www.pstu.org.br/</A></DIV>
<DIV align=justify><BR><BR>O Opinião Socialista entrevistou Lucia Pádua, agente
de saúde mata-mosquito que esteve na linha de frente da luta pela reintegração
funcionários demitidos em 1999 pelo então ministro da Saúde, José Serra. Lucia
também é diretora da Federação Nacional dos Trabalhadores em Previdência Social,
Saúde e Trabalho (Fenasps) e do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e
Previdência do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ). Na entrevista, ela revela que os
governos sabiam do risco iminente de epidemia e que, mesmo assim, não tomaram
nenhuma providência.<BR><BR><STRONG>Opinião Socialista - Qual é a
responsabilidade dos governos na epidemia? Era possível evitá-la?</STRONG>
</DIV>
<DIV align=justify><BR>Lucia Pádua - Totalmente. A epidemia era uma tragédia
anunciada desde 2005. O ministro da Saúde [José Gomes] Temporão, quando assumiu
o cargo, declarou que o Rio de Janeiro estava perdendo a guerra contra o vetor
da dengue, o mosquito aedes aegypti. Disse também que uma de suas prioridades
seria resolver esse problema, com investimentos públicos, com uma política
coordenada entre os municípios para combater o aedes, além da contratação de
mais agentes de saúde. O secretário de saúde do Estado [Sérgio Côrtes] também
reconheceu o problema da dengue no Rio. Todos eles tinham a noção exata de que
isso poderia acontecer. Mas o que foi feito efetivamente nos últimos anos? Nada.
<BR><BR>Os governos ignoraram o problema. Não implementaram nenhuma política
permanente de combate ao mosquito. O trabalho necessário e permanente, como o
controle dos focos do mosquito, não foi realizado. <BR><BR>Muitos especialistas
já previam, inclusive, o retorno da dengue tipo 2. Hoje a mortalidade da atual
epidemia é muito maior do que a última epidemia de dengue em 2002. A dengue tipo
2 torna a doença mais agressiva. Isso explica também o índice de letalidade que
está ocorrendo. <BR><BR><STRONG>O ministro Temporão anunciou medidas para
combater a epidemia. Como você vê isso?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>São medidas formais. Nós alertamos o ministro. Nosso
sindicado e a federação realizaram uma audiência com o ministro Temporão, na
qual entregamos um documento mostrando o problema e propondo medidas que
deveriam ser tomadas para impedir a epidemia. <BR><BR>Mas o governo federal se
recusou tomar qualquer medida para impedir o avanço da dengue. Alegaram na
ocasião que não estariam dispostos a realizar algum tipo de ação que se
assemelhasse a uma intervenção do governo federal na cidade do Rio de Janeiro.
Diziam que isso poderia se chocar com o prefeito César Maia. Na verdade, eles
priorizaram o jogo político e não a saúde da população. <BR><BR><STRONG>O
ministro anunciou a criação de um gabinete, além de medidas para combater a
epidemia. Como você vê isso?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>De fato, circulou pela imprensa que estava sendo formado
um gabinete de crise, pelo governo federal, estadual e a prefeitura. Nós tivemos
uma reunião com esse gabinete e levamos uma série de questionamentos. Uma das
coisas que eles não querem fazer é taxar esse gabinete como o “gabinete da
crise”, porque pra eles não existe crise alguma. Não existe uma epidemia. Como
[para eles] não tem crise, não existe gabinete de crise. Foi isso que nos
falaram há dois dias atrás na reunião [realizada no último dia 26/03].
<BR><BR>As medidas que eles anunciaram, como convocar o exército, o corpo de
bombeiros etc, na reunião fechada conosco, eles admitiram que tais medidas são
apenas factóides, cujo objetivo é mostrar para a população que eles estão
fazendo alguma coisa. Mas eles sabem claramente que essas medidas não vão
resolver nada.<BR><BR><STRONG>Qual é a situação dos trabalhadores
“mata-mosquitos”?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>É uma situação de perplexidade. É importante lembrar que
o governo FHC demitiu cinco mil agentes de saúde de combate à dengue em 1999, o
que levou a uma epidemia violenta em 2002. Depois de uma árdua luta, esses
trabalhadores foram reintegrados em 2005. <BR><BR>No entanto, os 3.500 agentes
que atuavam na capital não foram aceitos pela prefeitura. A ausência de
trabalhadores fez com que a prefeitura mudasse sua metodologia de trabalho e
adotasse um procedimento completamente fora dos padrões para combater o aedes e
os focos geradores da dengue. A prefeitura não entrava nos bairros e favelas,
pois dizia que não queria se expor ao tráfico de drogas. Na verdade, isso foi
apenas uma desculpa para não contratar mais agentes de saúde.</DIV>
<DIV align=justify><BR>Outro argumento utilizado é de que os servidores federais
da Funasa [Fundação Nacional de Saúde] poderiam ser um “mau exemplo” aos
servidores da prefeitura, em função do seu histórico de lutas e mobilização.
Diziam que esse “mau exemplo” contaminaria os funcionários da prefeitura. Quer
dizer, é de uma irresponsabilidade completa e absoluta. <BR><BR><STRONG>E a
crise da saúde no Rio de Janeiro?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>Independente da epidemia, a situação do sistema de saúde
é caótica por si só. O Rio é o estado com mais capacidade instalada. No entanto,
a maioria das unidades tem atendimento insuficiente. Em função da falta de
investimento do poder público, o sistema de saúde opera apenas com 20% ou 30% da
sua capacidade. A atenção básica de tratamento de saúde praticamente não existe.
Não existem consultas de especialidades médicas nos postos de saúde e não há uma
rede básica para atender a população pobre. O que resulta em sobrecarga dos
hospitais de emergência, que acabam atendendo os casos mais simples, que
poderiam ser resolvidos num posto de saúde.</DIV>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=center><STRONG><FONT color=#800000 size=3><FONT
size=4>Correspondencia de Prensa - Agenda Radical - Boletín
Solidario</FONT><BR>Ernesto Herrera (editor): </FONT></STRONG><A
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT
size=3>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A><BR><STRONG><FONT size=3><FONT
color=#800000>Edición internacional del Colectivo Militante - Por la Unidad de
los Revolucionarios<BR>Gaboto 1305 - Teléfono (5982) 4003298 - Montevideo -
Uruguay</FONT><BR></FONT></STRONG><A
href="mailto:Agendaradical@egrupos.net"><STRONG><FONT
size=3>Agendaradical@egrupos.net</FONT></STRONG></A></DIV>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=justify></FONT> </DIV></BODY></HTML>