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<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><FONT color=#800000><EM><U><FONT
size=5>correspondencia de prensa - boletín solidario
<BR></FONT></U></EM><FONT color=#ff0000 size=6>Agenda Radical<BR></FONT>Edición
internacional del Colectivo Militante<BR><U>23 de agosto 2008</U><BR>Redacción y
suscripciones:</FONT> </FONT></STRONG><A
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT
size=4>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A><BR></DIV>
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<HR>
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<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG><FONT size=3>Notas sobre as
eleições municipais de 2008</FONT></STRONG>
<BR><BR><STRONG></STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG>Coletivo
Barlavento</STRONG> * </FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><A
href="http://www.barlavento.org"><STRONG>www.barlavento.org</STRONG></A></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2>Este texto corresponde a uma
tentativa de sistematização dos debates desenvolvidos entre os militantes que
impulsionam o sítio <A
href="http://www.barlavento.org"><STRONG>www.barlavento.org</STRONG></A> acerca
da disputa eleitoral que se avizinha. É apresentado como contribuição aos
debates dos que se colocam como de esquerda, pela transformação da realidade em
que vivemos e, propositalmente, não se concentra na definição ou avaliação de
nomes e partidos. </FONT></DIV><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR><STRONG>Brevíssimas considerações sobre o quadro
político</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>1 – O quadro político geral continua a ser marcado pelas
peculiaridades estabelecidas a partir do início do governo Lula. Embora não
tenhamos a pretensão de apresentar, muito menos neste texto eleitoral, uma
caracterização cuidadosa, é possível apontar que este enseja contradições e
problemas novos para a esquerda brasileira. De um lado porque continua a não
corresponder aos projetos transformadores que os movimentos vinculados aos
interesses das maiorias desenharam ao longo das décadas anteriores. De outro
porque a relação que se estabeleceu entre esses movimentos e a coalizão
governamental é razoavelmente original, vendo-se limitada a utilitade das
análises que partem da “mera continuidade”. Nem o governo é visto como “inimigo”
por grande parte daqueles movimentos (embora também já não o vejam
acriticamente), nem é correto ignorar que setores a eles vinculados de fato
integram a amplíssima coalizão governamental (que, como todos sabemos, chega sem
muito esforço a setores das burguesias financeiras e agro-exportadoras).
<BR><BR>2 – Sobretudo num país com as características do Brasil, corresponde a
um erro e até a uma irresponsabilidade, para qualquer posição socialista,
substituir o combate à direita política e aos interesses dos grandes grupos
econômicos (ambos presentes tanto no governo quanto na oposição) pela denúncia
permanente do “governo Lula”. Esta posição equivocada tem dado a tônica de uma
parte das correntes socialistas de oposição e em alguns casos, de forma muito
negativa, não tem excluído aproximações (no plano parlamentar-eleitoral, por
exemplo) com aqueles setores que de nós só podem receber o melhor combate.
</DIV>
<DIV align=justify><BR>3 – A direita política e os setores sociais que
representa continuam vinculados, no Brasil, às mais apodrecidas formas de fazer
a disputa pelo controle do Estado (e de seu patrimônio) e as mais violentas
maneiras de neutralizar o nosso campo (trabalhadores e oprimidos). Não é uma
posição consequente abaixar a guarda no combate aos grandes do agronegócio e da
banca (que escravizam, matam, produzem barbárie) em nome de uma posição
supostamente mais eficaz de “centrar fogo” no denuncismo anti-Lula-PT (posição
que, aliás, conta com a aberta simpatia de setores os mais reacionários).
<BR><BR><STRONG>Sobre a postura que se deve esperar dos candidatos de
esquerda</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>4 – Neste quadro, e mais ainda considerando-se tratar-se
de uma eleição municipal, nos parece claro que a absolutização da dicotomia
“governismo versus anti-governismo” na definição de posturas e políticas
eleitorais não faz sentido, ao menos não do ponto de vista mais geral dos
projetos que abraçamos. Tal absolutização pode resvalar em desvios de diversos
matizes, tais como alianças à direita do próprio governismo, despolitização das
campanhas em benefício de um “anti-petismo-lulismo” quase sempre conservador,
aprofundamento desnecessário do abismo com amplos setores das massas e dos
movimentos, despriorização do combate à barbárie que vem sendo imposta como
cotidiano das maiorias pelos segmentos mais conservadores (de diferentes
localizações frente ao governo). <BR><BR>5 – Por diversas razões os candidatos
de esquerda devem evitar ter como centro de suas intervenções eleitorais – como
tem acontecido muitíssimo nas últimas décadas – a mera denúncia dos desvios de
conduta, da “corrupção” dos demais segmentos. Em primeiro lugar, porque, no
quadro consolidado mais recentemente, o eleitorado percebe que não há segmentos
políticos intrinsecamente isentos desse tipo de conduta contra outros
intrinsecamente “desonestos” e, assim, tal priorização é, desde logo, ineficaz.
Em segundo lugar, porque tal postura ajuda a ocupar uma parte muito grande da
oportunidade correspondente às campanhas com temas que dificilmente ajudam a
avançar a consciência social e o nível de organização. A “corrupção” deve ser
sim rejeitada, mas como parte do sistema de mercantilização da vida e não como
patologia inerente “ao outro” grupo político. Não é se colocando como arauto do
“bom-mocismo”, mas sim como agente transformador, que o candidato dará sua
contribuição. <BR><BR>6 – Um elemento importantíssimo é o que diz respeito ao
que podemos chamar de “postura programática”, ou seja, mais sobre a relação com
a questão do que um “programa de papel” bem articulado. Neste sentido, parece
fundamental pelo menos que a/o candidata/o: <BR></DIV>
<DIV align=justify> </DIV>
<DIV align=justify>6.1 – Reafirme seu compromisso com o combate e o projeto de
superação do capitalismo; que coloque o socialismo como projeto informador
decisivo; nem como uma fé quase religiosa que se satisfaz pela sua própria
proclamação por grupos isolacionistas; nem como horizonte longínquo de “futuras
gerações”. Sem colocar esse elemento no “grau” toda luta da esquerda corre o
risco de se apresentar sob formas patológicas. <BR><BR>6.2 –
Estabeleça de forma clara a vinculação entre suas propostas, o projeto encarnado
pela candidatura, a vida cotidiana das maiorias e o seu âmbito de atuação (no
caso, a vereança ou o executivo municipal). O eleitor não deve ser infantilizado
pela colocação em prioridade de pontos que estão obviamente completamente
distantes do posto em disputa. Isso não ajuda em nada a construir uma direção
social e política para mudanças profundas. Lembre-se que o município na
estrutura do poder político brasileiro acaba lidando mais diretamente com alguns
dos problemas e sintomas mais dramáticos da vigente ordem do capital. Portanto,
disputá-lo não pode ser apenas trampolim ou prêmio de consolação por derrotas
federais; tratar a disputa assim é jogar contra nossos princípios
elementares. </DIV>
<DIV align=justify><BR>6.3 – É absolutamente fundamental que a/o candidata/o
rompa com o altamente prevalecente discurso do “fazer tudo para todos”. Tal
discurso corresponde a uma farsa, quase sempre de má fé. Para avançar na disputa
de compreensões é preciso falar claramente em prioridades, em setores que
deverão receber mais e melhor das esferas estatais para combater de forma
decidida as desigualdades historicamente construídas. Isso implica em coragem
para assumir que demandas das elites ficarão sem atendimento. Deve romper,
conjuntamente, com o discurso equívoco da mera “eficácia” na gestão,
infelizmente bastante adotado por candidatos de esquerda nas duas últimas
décadas. <BR></DIV>
<DIV align=justify> </DIV>
<DIV align=justify>6.4 – É importante que a/o candidata/o proponha inovações nas
formas de estar na institucionalidade e de se relacionar com ela. É fácil
reconhecer o enorme vetor de acomodação a que corresponde a ocupação de cargos
públicos e não seria difícil lembrar exemplos negativos de mandatários
originários de movimentos significativos. A democratização do poder não pode ser
apenas um discurso vazio, mas um esforço permanente do candidato a representante
político. </DIV>
<DIV align=justify><BR>6.5 – O compromisso com o combate direto às violências e
violações de direitos sofridos por toda a ampla gama de minorias que forma a
maioria. Assim, a defesa de políticas – e não só das bandeiras mais gerais e
abstratas – que façam face à violência sofrida pelas/os trabalhadoras/es, por
negros, mulheres e homossexuais e que ajudem no questionamento da ordem vigente.
</DIV>
<DIV align=justify> </DIV>
<DIV align=justify> </DIV>
<DIV align=justify><STRONG>* Nota de Correspondencia de Prensa - Agenda
Radical:</STRONG> el Coletivo Barlavento es una nueva iniciativa de jóvenes
militantes del movimiento sindical, estudiantil y feminista de Río de
Janeiro.</DIV>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=center><STRONG><FONT size=3><FONT color=#800000><FONT
size=4>Correspondencia de Prensa - Agenda Radical - Boletín
Solidario</FONT><BR>Ernesto Herrera (editor): </FONT></FONT></STRONG><A
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT
size=3>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A><BR><STRONG><FONT size=3><FONT
color=#800000>Edición internacional del Colectivo Militante - Por la Unidad de
los Revolucionarios<BR>Gaboto 1305 - Teléfono (5982) 4003298 - Montevideo -
Uruguay</FONT><BR></FONT></STRONG><A
href="mailto:Agendaradical@egrupos.net"><STRONG><FONT
size=3>Agendaradical@egrupos.net</FONT></STRONG></A></DIV>
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</DIV></FONT></BODY></HTML>