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<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><FONT color=#800000><EM><U><FONT
size=5>correspondencia de prensa - boletín solidario
<BR></FONT></U></EM><FONT color=#ff0000 size=6>Agenda Radical</FONT><BR>Edición
internacional del Colectivo Militante<BR><U>25 de setiembre
2008</U><BR>Redacción y suscripciones:</FONT> </FONT></STRONG><A
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT
size=4>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A><BR></DIV>
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<HR>
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<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
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<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>Entrevista a Ricardo
Antunes</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG><FONT size=3>Abandonar
‘armadilha eleitoral institucional’ é o desafio da
esquerda</FONT> </STRONG></FONT></DIV><FONT face=Arial
size=2>
<DIV align=justify><STRONG><BR></STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><STRONG>Gabriel Brito e Valéria
Nader </STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG>Correio da Cidadania</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><A
href="http://www.correiocidadania.com.br/"><STRONG>http://www.correiocidadania.com.br/</STRONG></A></DIV>
<DIV align=justify><BR> <BR>A poucos dias de mais uma eleição para
prefeituras e câmaras de todo o país, o Correio entrevistou o sociólogo Ricardo
Antunes para analisar o atual processo eleitoral e como hoje a população se
comporta diante dele. <BR> <BR>Para o professor da Unicamp, as posturas e
propostas dos candidatos já não atraem tanta atenção da população, pois os
mesmos já colocaram a credibilidade do exercício político abaixo, desestimulando
uma maior participação popular. De acordo com Antunes, partidos de verdadeira
oposição às políticas vigentes, como o PSOL e o PSTU, devem deixar a corrida
eleitoral em segundo plano, priorizando as lutas populares e sociais, o que lhes
permitiria angariar uma base popular mais coesa e preparada para realmente fazer
frente aos partidos dominantes. <BR> <BR>Antunes aponta ainda como
imprescindível que não se aceite mais a dívida pública nos moldes em que ela é
concebida. Sem essa premissa e sem conselhos populares para discutir a aplicação
do orçamento da cidade, não acredita que se faça uma gestão que atenda aos
anseios das camadas desfavorecidas e majoritárias da Paulicéia.
<BR> <BR><STRONG>Correio da Cidadania: Como você enxerga hoje a cidade e o
estado de São Paulo? Quais são os problemas e questões mais prementes?</STRONG>
<BR> <BR>Ricardo Antunes: A cidade e o estado de São Paulo são uma
fotografia aprofundada das contradições brasileiras, um pouco da história do
desenvolvimento urbano do país e capitalista recentes, com todas as suas mazelas
e seqüelas presentes. Isto é a cidade de São Paulo, marcada por bolsões cada vez
maiores de populações precarizadas, informalizadas e desempregadas.
<BR> <BR>O descuido com a atividade pública em São Paulo é completo, indo
do abandono total da saúde, previdência e educação pública até o que diz
respeito à vida, como lazer, esportes, expressões artísticas, coisas para as
quais essas camadas são absolutamente desconsideradas. <BR> <BR>São Paulo é
uma fotografia da tragédia do capitalismo brasileiro, de nossa inserção
subalterna e destrutiva na economia globalizada, que penaliza fundamentalmente a
classe trabalhadora e seus estratos mais pauperizados da população.
<BR> <BR>A cidade, portanto, retrata o capitalismo hoje dominante. Na ponta
de cima, o mundo financeirizado, brutalmente enriquecido e que hoje passa por
uma crise estrutural profunda; na sua base, ficam as classes trabalhadoras
profundamente pauperizadas e vulneráveis, sendo que, digamos assim, percebem-se
várias clivagens entre esses trabalhadores. Uma parte possui alguma condição no
emprego, outros estão terceirizados e precarizados e há ainda os que ocupam os
bolsões de desemprego. Este é o retrato de São Paulo. <BR> <BR><STRONG>CC:
Qual a sua visão sobre esse período pré-eleitoral em nosso estado? A população
não lhe parece dessa vez muito indiferente?</STRONG> <BR> <BR>RA: Digamos
muito indiferente! A população tem se dado conta nos últimos processos
eleitorais, há vários anos, que as eleições vêm sendo uma sucessão de disputas
cada vez mais restritas aos políticos tradicionais. E os partidos em sua grande
maioria se tornaram partidos de políticos profissionais. É como se as eleições
hoje fossem uma sucessão de um candidato ao anterior, que sai desgastado e volta
quatro anos depois; quem está no partido A vai para o partido B, volta amanhã
para o A e depois pula para o C, de modo que a população tem a sensação de que o
processo eleitoral se resume a uma disputa entre os mesmos. E essa disputa acaba
fazendo com que ela não localize diferenças fundamentais nas propostas dos
partidos, pois estão em quase sua inteira totalidade, com honrosas e pequeninas
exceções, subsumidas à política do "é dando que se recebe", política dos
partidos tradicionais. <BR> <BR>É como se tivéssemos a seguinte situação: a
política eleitoral é dominada pelos partidos tradicionais, configurando o
exercício da política tradicional. Há, portanto, como resposta a isso, um certo
movimento anti-político, embora este seja dúplice. Por um lado, é anti-político
por conta de amplas camadas da população que vêem a política como o exercício da
troca de favores. Em outro pólo, é também anti-político por causa de grupos
sociais mais organizados, que mesmo minoritários recusam a luta política, por
não quererem confundi-la com a luta eleitoral. <BR> <BR>Posto tudo isso, o
exercício a ser feito é descobrir como colocar em prática uma política radical,
que seria a única forma de se contrapor a esse marasmo da política eleitoral,
coisa que os partidos de esquerda estão com muita dificuldade em realizar.
Suporia transcender o espaço da luta eleitoral parlamentar para a luta
extra-institucional, mais calcada na organização da classe trabalhadora, dos
movimentos populares e das inúmeras camadas que compõem o mundo do trabalho, de
modo a organizá-los pela base, permitindo assim germinar novas formas de
política marcadas por uma concepção radical. <BR> <BR>Como os partidos não
têm conseguido realizar isso, vemos o exercício da política tradicional. Um
exemplo, para que não fique algo muito abstrato, de quem mais chega perto de uma
política alternativa e radical é o MST, no sentido de que tem como eixo da sua
ação a organização popular dos sem terra, das camadas pauperizadas da população
do campo e também das cidades, que não possuem mais terra no campo nem trabalho
na cidade, vivendo, então, em busca de outra forma de vida e sociabilidade.
<BR> <BR>O MST, portanto, organiza essa base popular, que impulsiona um
outro tipo de luta política, aí sim de perfil mais radical. Por isso digo que o
MST é quem mais se aproxima de colocar em prática tais diretrizes. O PT há muito
tempo abandonou essa proposta. Se algum dia nos anos 80 passou perto, quando
impulsionava as lutas sociais, hoje se tornou o que o Marx chamou de "o partido
da ordem", o partido que faz todas as concessões necessárias para se manter no
poder, como qualquer outro partido burguês tradicional. Basta ver que o PT tem
dentro de si figuras que no passado recente estavam comprometidas com o pior da
direita brasileira, como comprova o campo de apoio existente em torno da
candidatura da Marta à prefeitura. <BR> <BR>O PSOL e o PSTU exercem uma
política eleitoral alternativa, mas com muita dificuldade, de várias ordens e
dimensões. Naturalmente pela fragilidade de suas densidades social e popular,
eles não conseguem se apresentar à população como uma outra forma de fazer a
política radical; acabam sendo também confundidos como praticantes da mesma
política, que faz com que a população, ao final do seu cálculo, trate a eleição
deste ano com absoluta frieza. Vai decidir, digamos assim, muito em função das
disjunções do lulismo. O que significa? Ela olha para o Lula, depois para as
alternativas em jogo (PSDB e DEM) e conclui que são todos farinha do mesmo saco.
No entanto, o governo Lula praticou um assistencialismo mais amplificado do que
o aquele ultra-restrito, seletivo e elitista do PSDB ou do ex-PFL, o DEM,
ironicamente chamado de Democratas. <BR> <BR>Sabemos que o governo Lula
também conta com essa aceitação popular porque garantiu a remuneração das
classes dominantes, dos bancos e do grande capital como nunca na história do
país. O próprio já cansou de dizer que nunca os ricos ganharam tanto dinheiro
como em seu governo. <BR> <BR>Então vejamos: atendendo aos interesses dos
que mandam e alargando a sua base, sua massa de manobra, sobre os estratos mais
pauperizados, ele tende a ter, dentro da frieza eleitoral, um resultado melhor
no conjunto do país. São Paulo ainda é uma incógnita, pois, se a Marta tem mais
votação, e nas pesquisas tem tido um desempenho melhor, é evidente que a
separação Alckmin/Kassab é algo que se reconcilia no segundo turno.
<BR> <BR>Alckmin, Kassab e Maluf no segundo turno de um lado e somente a
Marta no outro deixa a situação menos tranqüila para o PT, ainda mais lembrando
que São Paulo frequentemente tem o voto mais conservador. E neste caso é
realmente difícil saber qual desses pólos é mais conservador, pois todos têm
muito dessa cara. <BR> <BR><STRONG>CC: Dentro deste cenário, você citou
que, mesmo com dificuldades, o PSOL e o PSTU têm uma política eleitoral
alternativa. Qual é a diferença entre o projeto desses partidos e o dos demais
para as cidades?</STRONG> <BR> <BR>RA: O projeto do PSOL e do PSTU, na
frente de esquerda (uma pena o PCB não ter participado), é um pequeno pólo
unificado, que no meu entender só pode fazer algum sentido se for capaz de,
primeiramente, não querer se mostrar como um partido capaz de oferecer
alternativas dentro da ordem. Se a esquerda tentar se mostrar moderada para
ganhar votos, estará aniquilando seu projeto. O papel eleitoral da esquerda no
momento seria ter a coragem de denunciar os mais graves problemas da cidade e do
estado, sem a preocupação de com isso perder votos. Pelo contrário, ela não deve
ter uma preocupação eleitoreira, mas sim uma preocupação de utilizar o momento
eleitoral como forma de conscientizar a todos sobre a tragédia do país e da
cidade, além da necessidade de uma outra alternativa, socialista.
<BR> <BR>Frequentemente o PSOL também esbarra em seus próprios limites.
Isso porque uma parte do seu conjunto ainda é formada por filhos do PT, que não
querem, digamos assim, cometer os mesmos equívocos petistas. Mas a questão do PT
não passa por ter nascido corretamente e aos poucos ter se deformado. Os vícios
do PT são mais profundos; desde cedo, tornou-se um partido prevalentemente
eleitoral e parlamentar. Se o partido calibra sua ação para este terreno, deixa
de priorizar o que é decisivo, no caso as organizações populares e sociais.
<BR> <BR>Sendo assim, olhemos o erro que o PSOL em parte já vem cometendo:
ao invés de centrar seu oxigênio, que não é muito por se tratar de um partido
pequeno, na organização das lutas sociais e populares, fica gastando o que tem
nas campanhas eleitorais. É o mesmo foco do PT. <BR> <BR>Não adianta ser
mais agressivo na campanha eleitoral, porque a população acaba não dando muita
credibilidade a isso. Nós temos de construir a organização popular pela base,
pois respaldados nesta organização é que a luta política e eleitoral pode ter
alguma conseqüência. Mas que, de toda forma, deve ser sempre secundária, nunca
prioritária. Seria preciso, portanto, dar uma virada no caminho que está sendo
seguido. <BR> <BR>O PSOL, infelizmente, em meu juízo e como parte dele,
desde sua fundação, tem optado muito mais por tentar crescer nas eleições (algo
quase impossível objetivamente) e com isso não tem fortalecido a sua ramificação
nas forças sociais do trabalho, nos novos estratos da classe trabalhadora, da
classe operária industrial, dos trabalhadores rurais, dos assalariados médios -
aos montes pelo país, no telemarketing, no comércio, supermercados, nos
trabalhadores informalizados, como é o caso dos motoboys, entregadores etc. -, e
nas periferias, onde, digamos assim, se dá o espaço da população pobre. O espaço
desta população está calcado nesses cinturões que caracterizam a periferia
paulistana. <BR> <BR>Como o PSOL direciona sua energia, não muito potente,
no processo eleitoral, o partido acaba se exaurindo e obtém resultados muito
tímidos, ficando paralisado numa luta contra os gigantes e perdendo a
possibilidade de se fortalecer nos sindicatos, nas fábricas, nos campos, nos
bairros operários e na periferia. Em suma, nos movimentos sociais.
<BR> <BR>Esse é o limite maior da esquerda hoje aglutinada em São Paulo, no
caso o PSOL e o PSTU. Eles fazem as denúncias necessárias, mas talvez o
movimento devesse ser um pouco diferente, como vínhamos fazendo, ao menos desde
a fundação do PSOL. <BR> <BR><STRONG>CC: Essa metodologia por você sugerida
parece ser praticamente o único meio de fazer com que uma candidatura de outro
viés político prospere em meio ao monopólio da mídia e às disparidades
financeiras de campanha, especialmente em uma cidade como São Paulo.
<BR></STRONG> <BR>RA: Claro, primeiro deve-se ter base popular. Segundo,
não fazer da eleição um trampolim eleitoral para os políticos. Por exemplo: ao
invés de lançar candidatos que já são deputados, como todos os partidos fazem
para fortalecer sua votação, deveríamos tentar organizar as bases assalariadas e
a partir delas propiciar o nascimento de lideranças políticas que pudessem
envolver algum tipo de atuação, mas respaldada nessa base social, o que de certo
modo é feito pelo MST, por isso os citei. <BR> <BR>Na medida em que
temos pouca organização social e política pela base, em que os partidos não
exercitam nenhuma tentativa de elaboração de uma política radical, resta
participar do processo eleitoral com tom um pouco mais crítico do que o dos
partidos dominantes. Isso não mexe com a população, porque ela não atribui
credibilidade a tal proposta e não a vê como factível eleitoralmente. É uma
armadilha, da qual é preciso sair. <BR> <BR>Este é o desafio da esquerda:
sair da armadilha eleitoral institucional. Isso não significa não participar das
eleições, mas sim participar com outro conteúdo, densidade e substância, que só
virão por meio de uma impulsão popular, o que nós ainda não possuímos.
<BR> <BR><STRONG>CC: Em resumo, deve-se buscar uma força que não existisse
somente em épocas de eleição.</STRONG> <BR> <BR>RA: Pelo contrário, uma
força que participaria das eleições sem tê-las como prioridade, pois em primeiro
lugar viria sempre a organização e o avanço da causa popular, dentro dos quais a
luta eleitoral seria apenas mais uma batalha, não a mais importante, pois as
lutas extra-institucionais ocupam este lugar. <BR> <BR>Um exemplo: a
ocupação da USP no ano passado. Teve muito mais importância política para São
Paulo, e até para o país, que as eleições. Em um, dois meses de ocupação, a luta
social e estudantil autêntica chacoalhou a política tradicional do país. Tantas
vezes o MST já fez isso, tantas vezes as greves do ABC paulista paravam o país e
traziam uma nova substância à luta política... <BR> <BR>As eleições têm
sido o eterno suceder da mesmice, onde tudo vale para que nada de substancial
aconteça. E a população percebe isso. <BR> <BR><STRONG>CC: O que vê para o
futuro da cidade de São Paulo com a vitória de algum dos candidatos de maior
poder?</STRONG> <BR> <BR>RA: Bom, tanto com Marta, como com Kassab ou
Alckmin, para não falar da figura grotesca do Maluf, nós já sabemos como serão
seus governos. Todos serão governos que vão recauchutar a cidade sem tocar em
nenhuma das suas questões fundamentais. Desde as questões da periferia, da
habitação popular, da destruição do meio ambiente da capital, até a própria
questão do trânsito, cuja equação passaria por um enfrentamento, por exemplo, da
política comandada pela indústria automobilística, coisa que nenhum desses
candidatos chegaria sequer perto de fazer. <BR> <BR>Não que sejam
idênticos, não são, mas são faixas de diferenças que não alteram a qualidade
entre eles. Dessa forma, com a vitória da PT, do PSDB ou do DEM, teremos
variantes distintas do mesmo. O mesmo seria o quê? Recauchutar a cidade e ganhar
forças para outras eleições. O que a Marta quer? Ganhar em São Paulo para poder
fortalecer em 2010 a sucessão presidencial, por ela própria ou em nome do PT.
Vencendo em São Paulo e mesmo não se postulando em 2010, terá a máquina da
prefeitura à sua disposição para apoiar a candidatura do PT. O que quer o
Alckmin? A mesma coisa, um trampolim para 2010. O mesmo faz o Kassab e o ex-PFL.
<BR> <BR>A população percebeu que são todos políticos de trampolim de
plantão. E o PSOL não pode realizar essa mesma política, de ter uma candidatura
para fortalecer outra candidatura e assim por diante. <BR> <BR>A
bússola da política deve ter um norte completamente diferente do que aquele que
se vê no exercício da política tradicional. Isso, portanto, seria o embrião de
uma política radical, capaz de combater ao mesmo tempo a política tradicional e
a anti-política. Este seria o esboço do exercício de uma política radical.
<BR> <BR><STRONG>CC: Por fim, como considera que os candidatos devam lidar
com o orçamento dos municípios e com a dívida pública?
<BR></STRONG> <BR>RA: A primeira coisa: a dívida pública, dentro de um país
que possui os juros mais altos do mundo, já é uma forma de atar o governo eleito
ao exercício da política tradicional e dominante. <BR> <BR>Portanto, em
relação à dívida pública, e isso o Ivan Valente apontou em alguns debates, é
inaceitável que uma gestão de uma prefeitura com alguma inspiração popular seja
a prisioneira que vemos ser, completamente corroída pelos juros altos,
garantidores da remuneração do grande capital financeiro. O orçamento está
diretamente ligado a isso e, se parte dele é destinada a garantir a remuneração
da dívida, a prefeitura já se encontra semi-aniquilada. <BR> <BR>Imagino
que seriam dois os movimentos necessários: o primeiro é enfrentar a questão da
dívida pública não aceitando o pagamento do que já foi quitado há muito tempo, o
que acarreta uma luta política complicada, mas imprescindível. <BR> <BR>O
segundo é o seguinte: o orçamento da prefeitura tem de passar por uma discussão
nos conselhos populares, de maneira que a população diga em que se investirá ou
não. Isso o PT ensaiou em alguns de seus melhores momentos, no que se chamou de
orçamento participativo, mas logo abandonou. Muito cedo o PT chafurdou no pior
da política tradicional. <BR> <BR>O orçamento deveria ser a combinação de
um planejamento elaborado pela prefeitura sob a condução de conselhos populares.
Fora isso, não faz o menor sentido participar da gestão de uma prefeitura
somente para gerir a ordem segundo as diretrizes dominantes. </DIV>
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<HR>
</DIV>
<DIV align=center><STRONG><FONT color=#800000 size=3>Correspondencia de Prensa -
Agenda Radical - Boletín Solidario<BR>Ernesto Herrera (editor):
</FONT></STRONG><A href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT
size=3>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A><BR><STRONG><FONT size=3><FONT
color=#800000>Edición internacional del Colectivo Militante - Por la Unidad de
los Revolucionarios<BR>Gaboto 1305 - Teléfono (5982) 4003298 - Montevideo -
Uruguay</FONT><BR></FONT></STRONG><A
href="mailto:Agendaradical@egrupos.net"><STRONG><FONT
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