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<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><FONT color=#800000><EM><U><FONT
size=5>correspondencia de prensa - boletín solidario</FONT></U></EM>
<BR><FONT color=#ff0000 size=6>Agenda Radical</FONT><BR>Edición internacional
del Colectivo Militante<BR><U>10 de octubre 2008<BR></U>Redacción y
suscripciones:</FONT> </FONT></STRONG><A
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT
size=4>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A><BR></DIV>
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<HR>
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<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
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<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>Entrevista a Reinaldo
Gonçalves</STRONG></FONT></DIV>
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<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG><FONT size=3>Blindagem do
Brasil à crise externa é de "papel crepom"</FONT></STRONG>
</FONT></DIV><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR></DIV>
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<DIV align=justify><STRONG>Valéria Nader </STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG>Correio da Cidadania</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><A
href="http://www.correiocidadania.com.br/"><STRONG>http://www.correiocidadania.com.br/</STRONG></A></DIV>
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<DIV align=justify><BR>A gravidade da crise econômica mundial, originada na
débâcle do mercado de hipotecas subprime dos Estados Unidos, parece realmente
não mais se constituir uma surpresa ou novidade a nenhum leigo. Assim como
também não é desconhecida a possibilidade de ainda estarmos frente somente a uma
ponta do iceberg, qual seja, pode haver mais catástrofes à vista. Quanto às
repercussões na economia brasileira, a dúvida é, no entanto, o que predomina
entre os cidadãos que acompanham atônitos a maior depressão desde a crise de
1929. A despeito das enormes descidas morro abaixo da Bolsa de Valores de São
Paulo, deparam-se esses cidadãos com estatísticas muito favoráveis relativamente
ao crescimento da economia e da renda, à diminuição do desemprego, dando conta
estas estatísticas até mesmo de um incremento da classe média no país, a qual
teria tomado o lugar da pobreza. Nossas reservas externas seriam, ademais,
grandes o suficiente para reforçar os nossos sólidos fundamentos econômicos e
garantir a estes trópicos um bom lugar na travessia da tormenta. Não é,
infelizmente, esta otimista noção quanto à crise mundial e suas repercussões
internas que transparece da aguçada análise que o economista e professor da
UFRJ, Reinaldo Gonçalves, teceu a este
Correio. <BR><STRONG> <BR>Correio da Cidadania: A crise atual da
economia americana tem colocado vários teóricos e estudiosos diante do seguinte
dilema: o capitalismo vive uma crise estrutural profunda? Qual o teor e
profundidade dessa crise a seu ver, especialmente quando sabemos que os ativos
financeiros são cerca de 4 vezes superiores ao PIB mundial na
atualidade?</STRONG> <BR> <BR>Reinaldo Gonçalves: Essa crise é
particularmente séria por ter três dimensões: a principal é a financeira, com
essa crise sistêmica dos EUA. Há também um transbordamento para o lado real da
economia, ou seja, uma desacelaração forte do investimento, da geração de renda
e do emprego. Já o terceiro aspecto, é que ela tem ocorrido em um momento de
aceleração inflacionária não desprezível na economia mundial. Há, portanto, três
vetores: o financeiro, o real e um último relativo aos preços. <BR> <BR>É
uma crise diferente desde que conheço o capitalismo, nada comparável à crise de
29, que teve origem em problemas no lado real da economia, quando havia muito
investimento, muita capacidade produtiva; os investimentos se reduziram, o
emprego e a renda também e, depois, como conseqüência de o lado real não andar
bem, o lado financeiro explodiu. Nesse momento não há nenhuma pressão de
empresas na economia dos EUA e nem na mundial. <BR> <BR>Essa crise, do
ponto de vista da sua natureza, é mais séria e abrangente do que as outras.
<BR> <BR><STRONG>CC: Os EUA vão manter sua hegemonia mundial após essa
crise? Segundo a economista Maria da Conceição Tavares, se não resolverem tudo
antes das eleições, perderão a hegemonia, já que não têm mais reservas, que
estão com a China, mas somente dívidas.</STRONG> <BR> <BR>RG: Creio que
essa crise não abala a hegemonia norte-americana, pois ela é variada. Tem uma
vertente claramente cultural, outra militar (muito expressiva), outra
tecnológica (também muito importante) e finalmente uma força monetária e
financeira enorme. A moeda chave do sistema monetário internacional é o dólar,
que responde por mais de 70% das operações do sistema financeiro.
<BR> <BR>Dessa forma, o sistema financeiro americano é o pilar do sistema
financeiro internacional. E esse sistema depende em grande medida do próprio
envolvido, da esfera financeira norte-americana. <BR> <BR>No caso da China,
a maior parte das reservas em dólar é de títulos privados associados ao mercado
norte-americano. À medida que o risco mundial aumenta, a tendência é que se
corra para os EUA e para seu tesouro. Portanto, não vejo nenhuma razão para
imaginar que, num horizonte previsível de 10, 15 anos, haverá uma troca de
hegemonia, pois na verdade ela se dá em múltiplas frentes.
<BR> <BR><STRONG>CC: Qual a sua opinião sobre as intervenções estatizantes
que o governo americano tem feito para lidar com a crise que se originou nas
hipotecas subprime e também sobre esse novo pacote, inicialmente de 700 bilhões
de dólares, que está patinando no Congresso? Terão alguma efetividade?</STRONG>
<BR> <BR>RG: Certamente sou a favor do pacote, que tenta travar uma crise
financeira que abrange todo o mundo. Se a crise se restringisse só aos EUA,
seria problema deles, neste caso poderíamos torcer contra. Mas o fato central é
o transbordamento. Os EUA não são o Brasil. Se a crise acontecesse aqui, não
teria importância em nenhum canto do mundo, mas está se sucedendo nos EUA e tem
repercussão internacional. <BR> <BR>Acho que essas medidas são corretas. O
governo Bush tentou primeiro aumentar a liquidez do sistema financeiro, depois
mexeu com a taxa de juros, e ainda houve as operações de resgate, estatizando
aquelas empresas de crédito imobiliário e seguros, como a Fannie Mae e a Freddie
Mac. Quanto ao pacote, tem o sentido de gerar recursos às empresas e bancos de
investimento que se envolveram em toda essa crise e eventualmente
estabilizá-los. O problema é saber se essas novas medidas vão destravar ou não o
sistema, já que são uma nova tentativa do governo americano. <BR> <BR>700
bilhões de dólares, ademais, não é muito dinheiro, correspondem a 6% do PIB
americano. Lembremos que o Lula no Brasil todo ano gasta mais de 10% do nosso
PIB com juros. Portanto, 6% do PIB americano é pouco dinheiro, é provável que
tenham até de aumentar a quantidade de recursos a curto prazo. A questão central
é, portanto, a sociedade americana querer controlar o Executivo no uso desses
recursos públicos. <BR> <BR><STRONG>CC: Pelas repercussões que essa crise
pode ter, não se trata, portanto, de punir os culpados, mas de salvar os
inocentes.</STRONG> <BR> <BR>RG: Acho que o tema central deste pacote, que
certamente será aprovado, é a punibilidade. Numa democracia como a americana,
mesmo com todos os seus problemas, as instituições são robustas de acordo com os
padrões internacionais. Há duas questões em jogo: um contrapeso ao Executivo, de
um lado, e essa punibilidade, de outro. <BR> <BR>Dada a existência de
fatores como informações privilegiadas, burocracia administrativa, corrupção e
fraudes, nas sociedades avançadas, como a dos EUA, há uma preocupação em punir
os responsáveis. O que houve é que o projeto do Bush não estava muito claro a
respeito dessa punição. Esse imbróglio passa, deste modo, pela falta de um
acordo em torno de dois pontos citados: a punibilidade e o controle do capital
sobre recursos públicos, o que mostra a força da sociedade. <BR> <BR>No
Brasil, um governador, meia dúzia de senadores e deputados, que mais funcionam
como despachantes, atravessam os corredores de Brasília, vão à sala da
presidência, passam a fatura e assim são liberados bilhões de reais, como
ocorreu no Proer (programa de salvamento de bancos no governo FHC) e como
acontece nas renegociações de dívidas de grandes empresas, reproduzindo o
expediente de privatização dos lucros e socialização dos prejuízos.
<BR> <BR>Para sorte do mundo, a sociedade americana é uma sociedade robusta
e a morosidade, ao final das contas, tem algo de positivo, podendo levar a um
acordo mais eficaz. <BR> <BR><STRONG>CC: Quanto à saúde da economia
brasileira, muito se aventa a noção de nossos sólidos fundamentos econômicos, o
que nos garantiria um lugar seguro pra atravessar a tormenta. Teríamos 200
bilhões de dólares em reservas externas, um bom colchão, mas ao mesmo tempo é
sabido que os capitais especulativos, voltados a aplicações de curto prazo,
representam hoje mais de 50% de nosso passivo externo (investimentos externos,
mais capitais de curto prazo e outros investimentos). Estamos mesmo tão
robustos?</STRONG> <BR> <BR>RG: O Brasil tem uma enorme vulnerabilidade
externa. Ela ocorre na esfera comercial, produtiva, tecnológica, monetária,
financeira. A estabilidade do Brasil na verdade é falsa, é uma estabilidade de
papel crepom. As reservas internacionais brasileiras correspondem hoje ao valor
da dívida externa, enquanto a dívida interna é 5 vezes maior que as reservas,
com um valor superior a 1 trilhão de reais. Somente o passivo de curto prazo
está em torno de 600 bilhões de dólares, ou seja, três vezes as reservas.
<BR> <BR>Além disso, com essa liberalização financeira e cambial, o Brasil,
que é uma casa da mãe Joana do capital, permite tanto a estrangeiros como a
brasileiros converterem seus ativos monetários em dólar e mandá-los ao exterior.
<BR> <BR>O fato de o Brasil depender só em 15% do mercado americano para as
suas exportações é ilusão, pois aumentamos muito nossa dependência em relação
aos mercados mexicano, chileno e chinês. E esses foram três mercados que
aumentaram muito suas dependências dos EUA. Assim, indiretamente, o Brasil
continua tão dependente quanto antes do mercado americano para as exportações.
<BR> <BR>Dessa forma, repetindo o que já disse anteriormente, o Brasil tem
uma blindagem de papel crepom e, assim que chover no sistema econômico
internacional, ficaremos nus no meio da avenida, exatamente como já está
acontecendo e acontecerá daqui em diante. <BR> <BR><STRONG>CC: Estão também
os leigos brasileiros diante do seguinte paradoxo: em meio à crise, a economia
brasileira estampou no início de setembro dados muito favoráveis, com maiores
investimentos industriais e consumo das famílias no primeiro semestre, o que
garantiria um crescimento do PIB de 5% nesse ano, ancorado na ampliação,
portanto, do mercado interno. Ademais, o IBGE acaba de divulgar dados sobre a
diminuição da taxa de desemprego e aumento da renda. O que você teria a dizer
sobre estas estatísticas?</STRONG> <BR> <BR>RG: Na realidade, a economia
mundial cresceu de 2003 a 2007 e o Brasil, ainda que tenha pegado carona nesse
movimento, ficou atrás dele, crescendo bem abaixo da média. <BR> <BR>Em
2007, o Brasil teve um crescimento substantivo no finalzinho do ano. A partir do
final de 2007, no entanto, a economia mundial começou a descer a ladeira. Na
realidade, em setembro, o Brasil ainda estava vivendo o impacto do crescimento
do ano passado, o que duraria todo o primeiro semestre deste ano. Daqui para
frente, toda a pressão recairá sobre o país. Com o agravante de que, quando o
mundo acelera, o Brasil acelera menos; quando o mundo cai, o Brasil cai mais
rápido. <BR> <BR>Quanto à questão do mercado interno, o ponto é o seguinte:
o mercado interno depende da inserção do país no mercado internacional. Ou seja,
o governo Lula aprofundou a vulnerabilidade externa estrutural do país, tanto do
ponto de vista da intensificação de nossa dependência com relação à exportação
de produtos primários, especialmente as commodities, como pela fragilidade do
sistema nacional de inovações. E o aumento da desnacionalização da economia
criou uma maior dependência do mercado de capitais e do sistema financeiro
mundial. <BR> <BR>Portanto, o Brasil, ao invés de se fortalecer, aumentou a
liberalização e a desregulamentação comercial e financeira, que intensificam sua
vulnerabilidade externa estrutural. Estamos tão fracos como há 5, 10 anos. E
essa dependência do mercado interno para com o internacional significa o
seguinte: quando se tem uma mudança de câmbio, há um impacto inflacionário
imediato, já que o coeficiente de importações aumentou muito. <BR> <BR>Com
esse impacto inflacionário bem maior hoje, o que o Banco Central brasileiro vai
fazer é aumentar ainda mais a taxa de juros. Aumentando a taxa de juros,
restringe-se o crédito e acirra-se o aperto fiscal, ou seja, a economia
brasileira vai travar. É uma questão de tempo, já deve estar até ocorrendo, e
certamente já haverá desaceleração em 2008 em comparação a 2007, e em 2009
relativamente a 2008. Todas as previsões são de uma forte desaceleração da
economia brasileira. <BR> <BR>Ou seja, o Brasil está descendo a ladeira.
Esperemos, no entanto, que o vagão brasileiro sofra uma desaceleração, e não um
descarregamento, como ocorreu em 1999 e em 2002/03. O governo Lula só fez
transformar o Brasil num país mais vulnerável estrutural e economicamente.
<BR> <BR><STRONG>CC: Ou seja, o reiterado aumento de juros pelo Banco
Central por si só já desmente esse crescimento sustentado e, ainda por cima,
ancorado no mercado interno. <BR></STRONG> <BR>RG: Exatamente. Na verdade,
é uma fraude dizer que o Brasil tenha blindagem. Na mínima turbulência do
sistema econômico internacional, estaremos em meio a grande tempestade, que,
aliás, já começou. <BR> <BR><STRONG>CC: Sabendo estar o desempenho da
economia brasileira tão atrelado ao setor de commodities, "reprimarizando" nosso
comércio e indicando nossa fragilidade estrutural, a que você atribui esse vai e
vem recente, com grandes altas e grandes baixas de preços, repercutindo na
inflação interna? Trata-se de um movimento vinculado ao crescimento da economia
mundial ou originário de fortes ações especulativas?</STRONG> <BR> <BR>RG:
O problema das commodities é que elas são intrinsecamente voláteis em seus
preços. As receitas delas oriundas são, assim, também voláteis. Não se trata,
portanto, de uma questão de especular no sistema mundial do comércio, mas sim da
instabilidade de preços e das receitas de exportação derivadas de commodities, o
que não é nenhuma novidade. <BR> <BR>O que acontece no caso brasileiro? O
primeiro ponto a se lamentar é que o governo Lula está enforcado não só pela
dívida interna, mas também pelos projetos orientados para a exportação de
produtos primários, o etanol, soja, açúcar etc. <BR> <BR>O segundo problema
é que, daqui em diante, com essa desaceleração da economia mundial, a tendência
é os preços das commodities caírem, o que já vem acontecendo, aliás.
<BR> <BR>Assim, o Brasil já está sofrendo as conseqüências dessa
instabilidade das commodities. No horizonte de curto e médio prazo, a tendência,
com a queda de preços, é o aumento déficit das contas externas brasileiras, já
se deteriorando de forma acelerada. Portanto, essa crescente dependência do
comércio internacional em relação às commodities, ao lado da crescente
deficiência em infra-estrutura, ademais atualmente fortemente atrelada ao setor
de commodities, fazem com que o Brasil tenha uma estrutura produtiva cada vez
mais vulnerável, ou seja, uma vulnerabilidade externa maior na esfera comercial
e produtiva. <BR> <BR>Dessa forma, a questão é: com a queda dos preços das
commodities, o que acontecerá com a dívida do agronegócio? Será renegociada pela
enésima vez com tratamento preferencial? O que vai acontecer com os
investimentos em infra-estrutura que são orientados para as commodities? Vão se
tornar menos rentáveis? Mas quem pagará por isso? Vai recair tudo sobre o povo e
a sociedade? <BR> <BR>Sem dúvida alguma, todo esse cenário implicará num
menor dinamismo da economia brasileira, que reflete a realidade da carta de
investimentos medíocres que o país possui, seja nos padrões brasileiros ou
internacionais. E essa dependência das commodities significará novamente uma
condição muito precária para investimentos, acompanhada de baixa geração de
renda e emprego. E o mercado interno sofre com isso. Aumenta-se a taxa de juros,
o crédito diminui e, por fim, temos mais crise financeira.
<BR> <BR><STRONG>CC: Você tem algum prognóstico positivo em meio a esse
quadro sombrio?</STRONG> <BR> <BR>RG: A questão é que o Brasil perdeu uma
excelente oportunidade, entre 2003 e 2007, de fazer reformas estruturais
relevantes e reduzir sua vulnerabilidade externa estrutural. Isso derivou de uma
estratégia equivocada do governo Lula entre esses anos, e o crescimento medíocre
da economia brasileira atesta esse fato. <BR> <BR>O padrão de inserção
internacional é muito frágil, sofremos uma dominação forte do setor financeiro,
com um governo medíocre e covarde. <BR> <BR>Agora, o Brasil tenta retomar
sua trajetória, mas a economia internacional vai deixar o país literalmente
pendurado e a blindagem de papel crepom desaparecerá, o que conduzirá o país a
uma recessão. Entraremos numa forte desaceleração do crescimento. Esperemos que
não signifique uma crise econômica e política mais profunda. Até 2010, muita
água vai correr embaixo dessa ponte, que certamente vai trepidar
bastante. </DIV>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=center><STRONG><FONT color=#800000 size=3>Correspondencia de Prensa -
Agenda Radical - Boletín Solidario<BR>Ernesto Herrera (editor):
</FONT></STRONG><A href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT
size=3>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A><BR><STRONG><FONT size=3><FONT
color=#800000>Edición internacional del Colectivo Militante - Por la Unidad de
los Revolucionarios<BR>Gaboto 1305 - Teléfono (5982) 4003298 - Montevideo -
Uruguay</FONT><BR></FONT></STRONG><A
href="mailto:Agendaradical@egrupos.net"><STRONG><FONT
size=3>Agendaradical@egrupos.net</FONT></STRONG></A></DIV>
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