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<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><EM>boletín solidario de información -
edición internacional<BR></EM><FONT color=#800000 size=5><U>Correspondencia de
Prensa</U><BR>Agenda Radical - Colectivo Militante</FONT><BR><U>2 de agosto
2009</U><BR>suscripciones y redacción: </FONT></STRONG><A
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT
size=4>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A><BR></DIV>
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<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
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<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>A urgência da unidade na
esquerda socialista </STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG><FONT size=3><BR>Fernando
Silva e Júnia Gouvêa *</FONT></STRONG><BR></DIV></FONT>
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<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG>Correio da
Cidadania</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><A
href="http://www.correiocidadania.com.br/"><STRONG>http://www.correiocidadania.com.br/</STRONG></A></FONT></DIV>
<DIV align=justify> </DIV><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR>Há em curso, em amplos setores das representações
políticas e sindicais combativas da classe trabalhadora e dos movimentos
sociais, um debate a respeito da unidade da esquerda socialista para enfrentar o
cenário político em tempos de crise e também com vistas às eleições de 2010.
<BR> <BR>Do nosso ponto de vista, a questão da unidade tem que começar
desde já e ser pautada fundamentalmente no movimento de massas e nas lutas
sociais, apresentando alternativas imediatas desde a perspectiva dos
trabalhadores para enfrentar a crise, em relação intrínseca com a luta pela
superação do capital. Nestes tempos de recessão, de ataques aos direitos da
classe trabalhadora e de fragmentação da esquerda socialista - entre setores,
movimentos e correntes -, é imperioso apresentar de forma unitária um projeto,
capaz de construir uma resistência unitária que responda às necessidades
imediatas da classe e que tenha claramente um perfil anti-sistêmico, de ruptura
com o capitalismo. <BR> <BR>Tal é a ofensiva atual do grande capital e dos
seus governos - tanto governos tucanos estaduais como o governo federal - sobre
direitos da classe trabalhadora, que não sem alguma perplexidade constata-se um
avanço na criminalização dos movimentos sociais e suas ações sob a vigência da
"era Lula". <BR> <BR>Apenas para ficar no terreno do movimento sindical,
recentemente pudemos verificar tal unidade de "procedimentos" intimidatórios
entre governos tucanos e petistas. Na greve dos trabalhadores da USP, coube ao
governo Serra a primazia de tentar impedir o direito de greve com a ocupação e
repressão militar do campus da USP. Na greve dos trabalhadores do INSS, coube ao
governo Lula tentar impedir o direito de greve através de: liminar que proibia a
greve quase uma semana antes de a mesma ser iniciada, imposição de multas
pesadas aos sindicatos da categoria, corte de ponto dos servidores, interditos
proibitórios e o uso da força da Polícia Federal. Procedimentos todos similares
aos adotados pelo governo FHC durante a greve dos petroleiros de 1995.
<BR> <BR>É nesse difícil e complexo cenário que está posta a
responsabilidade para a esquerda socialista e combativa (que não se deixou
cooptar pelo governo Lula-Sarney e companhia bela), de construir a unidade para
apresentar uma alternativa de uma verdadeira, renovada e reorganizada esquerda,
em primeiro lugar no terreno da luta de classes. <BR> <BR>Esta será a
melhor forma para a esquerda socialista construir condições de se apresentar nas
eleições de 2010. <BR> <BR>A próxima eleição será a do balanço da "era
Lula" e das conseqüências que seus dois mandatos trouxeram para a esquerda
brasileira, balanço este que obrigatoriamente teremos que fazer.
<BR> <BR>Será o momento de tentar romper a falsa polarização entre o bloco
PSDB/DEM e a candidatura do bloco de sustentação do governo Lula, atualmente de
Dilma Roussef, que está levando o próprio Lula a assumir o papel de condutor da
"tropa de choque" para bancar a permanência de Sarney, ou seja, o esvaziamento
de mais um dos inaceitáveis escândalos de corrupção, agora envolvendo o Senado,
em troca do apoio do PMDB nas eleições de 2010. Aliás, outra similaridade de
procedimentos da era "Lula" com os governos da "era FHC" <BR> <BR>Caberá à
oposição de esquerda estabelecer a verdadeira polarização de projetos e
programas para o Brasil também no terreno eleitoral. <BR> <BR><STRONG>Os
problemas onde estão</STRONG> <BR> <BR>Mas a questão é que, mesmo no âmbito
da esquerda combativa, que luta duramente e sofre para manter bandeiras e
posições no movimento, o debate sobre as condições para a construção da unidade
e de uma frente socialista vem obedecendo em grande parte à matemática
eleitoral. Por isso, raramente se propõe que a constituição de uma frente de
esquerda comece pela ação unitária no movimento, onde prevalece árida
fragmentação. <BR> <BR>Como consequência de se pensar em uma frente apenas
no terreno eleitoral, acaba prevalecendo uma quase total subordinação do debate
de programa ao debate de nomes e candidatos que devem encabeçá-lo.
<BR> <BR>O debate de candidaturas não pode estar descolado da definição de
qual é o projeto de poder, programa e estratégia que poderão unir uma frente
política e social de esquerda e, nesse patamar, quais os nomes mais credenciados
e adequados para representar na disputa eleitoral tal projeto.
<BR> <BR>Mas, freqüentemente, nos deparamos com esse "vício" do passado,
mesmo em grande parte dos setores da esquerda socialista, que saem lançando
publicamente nomes e disputas de quem é o candidato a presidente ou quem é o
vice. <BR> <BR>Alguns exemplos práticos desta realidade dramática foram o
recente programa de TV e o documento público lançados pelo PSTU. Os dois
materiais dão muito pouco peso ao debate da construção de uma alternativa dos
trabalhadores para a crise, embora coloquem a correta idéia de lutarmos pela
unidade na esquerda para as eleições de 2010, contribuindo dessa forma para um
esforço, que deve ser comum a todos, de evitar uma fragmentação deste campo em
mais de uma candidatura. <BR> <BR>Mas além da limitação de restringir o
chamado apenas ao terreno das eleições, aqui já criticado, o lançamento público,
feito pelo PSTU, de uma proposta que já tem os nomes de candidatos para
encabeçar tal constituição frentista, incorre no mesmo erro que temos criticado
sobre o passado recente da história do "ciclo petista", mas que também tem sido
cometido por outros setores da esquerda, ao se pautarem basicamente pela lógica
das "personalidades". <BR> <BR>Erro que atinge também os setores mais
sensíveis ao eleitoralismo no interior do PSOL que, por conta disso, por
exemplo, chegam ao extremo de não ir além de um discurso cujo centro se resume à
questão da ética, da denúncia exclusiva da corrupção, com um viés demasiadamente
moralista. <BR> <BR>Não custa lembrar que nas eleições de 2006, embora
tenha sido muito positiva a constituição de uma frente eleitoral de esquerda
entre PSOL, PCB e PSTU, o seu grande problema foi exatamente esse: não foi além
de uma frente eleitoral. Após as eleições, não houve qualquer continuidade desta
frente no movimento de massas. Mesmo a formação do seu programa em 2006
limitou-se a um acordo entre os partidos da Frente, com pouco diálogo com as
representações populares, sindicais e dos movimentos sociais que eram simpáticos
à idéia da Frente de Esquerda. Com o agravante de que mesmo no decorrer da
campanha o programa original aprovado em comum pelos partidos da Frente não foi
respeitado na campanha presidencial. <BR> <BR>Não fazemos coro com os
setores que negam a participação da esquerda na disputa eleitoral como uma
tarefa dos socialistas. E também não somos alheios à importância de bons
resultados eleitorais para a esquerda socialista, como parte de uma necessária
acumulação de disputa para a classe trabalhadora e a sua consciência para um
projeto de ruptura com o capital. A eleição de parlamentares socialistas é muito
importante para solidificar as "cabeças de ponte" das lutas dos trabalhadores.
<BR> <BR>Mas desde que seja exatamente isso: resultados eleitorais e nomes
que expressem e representem um projeto anticapitalista, pois muitos votos para
projetos e programas que não ultrapassam o horizonte das "melhorias" ou ilusões
reformistas sob o capitalismo cumprem um papel tremendamente desorganizador da
consciência e da luta da classe trabalhadora contra o capital.
<BR> <BR><STRONG>Propostas de bases constitutivas</STRONG>
<BR> <BR>Defendemos, portanto, uma frente da esquerda socialista capaz de
unir PSOL, PSTU, PCB e aglutinar e ampliar-se com os movimentos sociais
combativos, em oposição de esquerda ao governo Lula e aos governos tucanos e da
direita tradicional. Ou seja, em confronto com as duas candidaturas do bloco
dominante de poder no país. <BR> <BR>Mas a construção deste programa deve
ser articulada entre os partidos da Frente e com as representações combativas da
classe trabalhadora, dos movimentos sociais, da intelectualidade crítica, todos
que estejam dispostos a construir um outro projeto político de poder, com vistas
a armar a classe trabalhadora para enfrentar a crise efetivamente, numa
perspectiva extra-parlamentar, com vistas a superar o capitalismo.
<BR> <BR>Por isso, esta frente tem que ter como base constitutiva um
programa anti-capitalista para enfrentar as mazelas da crise do capital e a
visão estratégica de que nosso projeto de poder é para além da disputa
institucional. <BR> <BR>A constituição da frente deve ser para além do
terreno eleitoral, começar desde já a construir as condições para que a unidade
se dê no terreno da ação, que seja capaz de superar a fragmentação e isolamento
das lutas sociais em curso. <BR> <BR>Tal frente precisará constituir-se com
parâmetros muitos claros de independência política e financeira do jogo
institucional e dos financiamentos privados de campanha do grande capital,
enfrentando e denunciando as mazelas sistêmicas do regime e de suas
instituições, e não apenas de alguns de seus representantes.
<BR> <BR>Portanto, debater nomes e candidaturas deve ser expressão de um
projeto de poder, de programa e de estratégia para uma Frente de Esquerda
Socialista em diálogo com os movimentos sociais, combativos e autênticos da
classe trabalhadora. <BR> <BR></DIV>
<DIV align=justify>* Fernando Silva é jornalista, membro do Diretório Nacional
do PSOL e do Conselho Editorial da revista Debate Socialista. Júnia Gouvêa
é previdenciária, membro do Diretório Nacional do PSOL e do Conselho Editorial
da revista Debate Socialista. </DIV>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
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size=4>Correspondencia de Prensa</FONT><BR>boletin solidario de información -
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Militante</FONT><BR></FONT></STRONG><A
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Uruguay</FONT></STRONG><BR></DIV>
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