<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 4.0 Transitional//EN">
<HTML><HEAD>
<META http-equiv=Content-Type content="text/html; charset=iso-8859-1">
<META content="MSHTML 6.00.6001.18344" name=GENERATOR>
<STYLE></STYLE>
</HEAD>
<BODY bgColor=#ffffff background=""><FONT face=Arial size=2>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><U>boletín solidario de
información</U><BR><FONT color=#800000 size=5>Correspondencia de Prensa</FONT>
<BR><U>noviembre 2009</U><BR><FONT color=#800000>Colectivo Militante - Agenda
Radical</FONT><BR>Gaboto 1305 - Teléfono 4003298 - Montevideo -
Uruguay<BR>redacción y suscripciones: </FONT></STRONG><A
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT
size=4>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A></DIV>
<DIV>
<HR>
</DIV>
<DIV> </DIV>
<DIV><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>PSOL em 2010</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG>Candidatura própria ou fim de
projeto <BR></DIV></STRONG></FONT>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG></STRONG></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG>Fernando
Silva * </STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG>Correio da
Cidadania</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><A
href="http://www.correiocidadania.com.br/"><STRONG>http://www.correiocidadania.com.br/</STRONG></A></FONT></DIV><FONT
face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR> </DIV>
<DIV align=justify>Há em caráter público um debate no PSOL e na esquerda
socialista e combativa sobre a tática para as eleições de 2010. <BR> <BR>No
PSOL, em particular, surgem o debate e as pressões públicas de uma parcela dos
seus dirigentes para que o nosso partido inicie conversações oficiais, através
da sua Executiva Nacional, com a pré-candidata do PV, Marina Silva. Este debate
não se resume a uma querela de tática. <BR> <BR>Está em jogo o próprio
projeto do PSOL, a razão de ser como um pólo reaglutinador de uma esquerda
anticapitalista, combativa, tanto no terreno partidário como no eleitoral e no
da disputa dos rumos do movimento de massas e da luta de classes.
<BR> <BR>Está em questão agora se o partido vai manter sua vocação de
oposição de esquerda socialista e plural aos dois blocos dominantes da política,
tanto o bloco encabeçado pelo tucanato, como o bloco de sustentação do governo
Lula, que no poder manteve os pilares da política econômica em vigor no Brasil
desde os anos 90 e ainda aceitou de tal forma as regras do jogo institucional da
classe dominante que arruinou o próprio PT no balcão dos grandes negócios
capitalistas e da corrupção do Estado brasileiro. <BR> <BR>Contra isso tudo
surgiu o PSOL, que não veio para a cena política apenas para encarar conjunturas
favoráveis ou "navegar ondas". Surgiu para reapresentar diante das difíceis
circunstâncias e da crise na esquerda pós-governo Lula um novo projeto
estratégico. Surgiu como ferramenta partidária que, exatamente por ser Partido,
tem que vertebrar projeto de poder, para além das flutuações da conjuntura, das
vitórias ou derrotas parciais da classe trabalhadora. <BR> <BR>Pois bem, a
tentação de procurar o atalho Marina Silva/PV diante de uma conjuntura que todos
reconhecemos como adversa coloca todos esses pressupostos em questão. Marina
Silva não é uma ruptura no sentido progressivo da reorganização das forças da
esquerda socialista. <BR> <BR>Senão vejamos: qual será a coerência do nosso
partido para explicar que estaria disposto a apoiar uma candidata que defende
publicamente 16 anos de diretrizes da política econômica dos mandatos FHC e Lula
(em um claro esforço de Marina em dialogar com o bloco do tucanato, onde está, a
propósito, boa parte do PV, como no caso dos governos Serra e Kassab em São
Paulo)? <BR> <BR>Qual será a coerência do PSOL para explicar o apoio a uma
candidata que se filiou em um partido onde está um dos braços da família Sarney?
<BR> <BR>Qual será a coerência do nosso partido para explicar que apoiaria
uma candidatura a presidente que aloja um grupo de capitalistas, grupo este que
deverá indicar como vice na chapa o presidente da empresa Natura? Empresa que,
por exemplo, abusa da repressão sobre os seus trabalhadores, impedindo-os até de
realizar assembléias na porta das suas unidades. A propósito, quem quiser saber
um pouco sobre o "compromisso" dos capitalistas "ambientais" da Natura com as
condições dos seus trabalhadores pode começar pesquisando o site do Sindicato
dos Químicos Unificados de Campinas, Osasco, Vinhedo e regiões (<A
href="http://www.quimicosunificados.com.br/">http://www.quimicosunificados.com.br/</A>) <BR> <BR>Qual
será a coerência, por fim, para explicar o apoio a uma candidata que sequer
estabeleceu uma ruptura com o bloco político petista que governa o Acre?
<BR> <BR>Os ‘hábeis’ táticos que no partido hoje cogitam ‘apenas’ o apoio
formal a Marina, sem a coligação com o PV, esquecem que, aos olhos do povo,
nossos mais lúcidos e combativos representantes, incluindo os parlamentares do
partido, estariam apoiando na prática e de fato a mesma candidata a presidente
que Zequinha Sarney, os parlamentares e os secretários de estado do PV nos
governos Serra e Kassab apoiarão. <BR> <BR>A ruptura de Marina Silva é
pontual com o governo Lula, e, com todo o respeito que sua figura pessoal possa
merecer, sequer podemos deixar de lado que, nos seus seis anos de participação
no governo Lula, compactuou (ou cedeu) com grande parte da política
anti-ambiental desse governo. <BR> <BR><STRONG>Abrir mão daquilo pelo qual
nascemos?</STRONG> <BR> <BR>Portanto, cogitar o apoio a Marina, em um
momento em que o PSOL tem a obrigação e autoridade de aglutinar uma frente
autêntica de esquerda e de setores combativos dos movimentos sociais para
apresentar a sua visão do balanço da "era Lula", é cogitar abrir mão de ser
aquilo para o qual nasceu. <BR> <BR>A ironia trágica dessa história é que
seja a própria presidente do partido, que liderou esse processo de reaglutinação
e fundação do PSOL em 2004, a primeira em público a pressionar a direção do
partido a comprometer-se com a hipótese Marina. <BR> <BR>Mas quem pode ter
o compromisso de apresentar um programa de defesa das reivindicações da classe
trabalhadora, das verdadeiras bandeiras históricas e populares, da defesa
coerente da luta pela reforma agrária, do emprego, salário, moradia, da ruptura
com a dívida pública e com o sistema financeiro, contra a criminalização dos
movimentos sociais e da pobreza, na apresentação de um coerente programa
eco-socialista e não limitado a qualquer variante (e ilusão) de "capitalismo
ecológico" ou "verde"? <BR> <BR>Não será Marina Silva e o seu PV que
apresentarão tais diretrizes. Se o PSOL abrir mão de cumprir esse papel nas
eleições presidenciais, para tentar ser um tipo de "ala esquerda" de uma "onda"
de centro-esquerda nestas condições, será do nosso ponto de vista fim de linha
para o projeto PSOL, um game over. E, como conseqüência, uma nova dispersão de
forças combativas na esquerda socialista nos assombrará já em 2010.
<BR> <BR><STRONG>O partido tem que se levantar</STRONG> <BR> <BR>Mas o
partido tem reservas, não apenas para apresentar um programa anticapitalista
capaz de reaglutinar a frente de esquerda, como tem nomes que podem encabeçar
tal jornada, como é o caso da pré-candidatura de Plínio de Arruda Sampaio, cuja
amplitude de apoios que vem recebendo na intelectualidade, nos movimentos
sociais, setores da Igreja Católica, do sindicalismo combativo e da juventude dá
mostras das reservas e possibilidades que o PSOL tem para enfrentar o cenário
atual. <BR> <BR>Outra demonstração das reservas partidárias foi o próprio
papel que o PSOL cumpriu, unitariamente, para o êxito do seminário da
reorganização sindical e popular e para o fato de que em 2010 teremos a fundação
de uma nova Central da classe trabalhadora, com capacidade de ter, além de
expressivas parcelas do sindicalismo combativo, a participação de movimentos
populares como o MTST. <BR> <BR>Portanto, a Executiva Nacional do PSOL não
pode tomar a equivocada decisão de abrir negociações com Marina Silva.
<BR> <BR>É por acreditarmos que há reservas nas fileiras do partido, nos
seus militantes inseridos nas lutas, populares, sindicais, ambientais,
estudantis e dos seus mais diversos e ricos setoriais, que o momento é de nos
levantarmos em defesa do projeto do PSOL, que no terreno da disputa eleitoral se
materializa em uma candidatura presidencial própria com um programa de corte
anticapitalista. <BR> <BR>Ou o PSOL será oposição de esquerda socialista e
independente ou não será mais nada que mereça ser lembrado. Impeçamos o
desastre! <BR> <BR></DIV>
<DIV align=justify>* Fernando Silva é jornalista, membro da Executiva Nacional
do PSOL e do Conselho Editorial da revista Debate Socialista.
<HR>
<BR> <BR><BR><BR><BR></FONT></DIV></BODY></HTML>