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<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><U>boletín solidario de 
información</U><BR><FONT color=#800000 size=5>Correspondencia de Prensa</FONT> 
<BR><U>8 de abril 2010</U><BR><FONT color=#800000 size=5>Colectivo Militante - 
Agenda Radical</FONT><BR>Gaboto 1305 - Montevideo - Uruguay<BR>redacción y 
suscripciones: </FONT></STRONG><A 
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT 
size=4>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A></DIV>
<DIV>
<HR>
</DIV>
<DIV>&nbsp;</DIV>
<DIV><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial><STRONG></STRONG></FONT>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><FONT size=3><STRONG>Entrevista a 
Gilmar Mauro (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST)<BR><BR>"Lula 
não fez reforma agrária, mas somente política de 
assentamentos"</STRONG></FONT><BR><BR>&nbsp;<BR><STRONG>Valéria Nader e Gabriel 
Brito, da Redação&nbsp;&nbsp;&nbsp; <BR>Correio da Cidadania<BR></STRONG><A 
href="http://www.correiocidadania.com.br/"><STRONG>http://www.correiocidadania.com.br/</STRONG></A></FONT></DIV><FONT 
face=Arial size=2>
<DIV align=justify><BR>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify>O mês de abril se encerra e com ele mais uma edição da 
Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária organizada pelo Movimento dos 
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em entrevista ao Correio da Cidadania, 
Gilmar Mauro, dirigente nacional do movimento, analisa mais essa jornada, que 
reivindica o cumprimento das antiqüíssimas promessas de promoção de reforma 
agrária e apoio aos assentamentos. No entanto, Gilmar ressalta que não é mais 
possível manter as reivindicações por distribuição de terras dentro dos 
parâmetros antigos, uma vez que o agronegócio e seus grandes grupos econômicos 
estão no controle de todo o processo produtivo, não se limitando somente à 
propriedade da terra. Tal constatação nos leva à crucial questão de 
rediscutirmos que tipo de produção e alimentação queremos para a humanidade, 
hoje às voltas com a forte presença dos agrotóxicos e a destruição ambiental 
proporcionada por tal modelo. Além disso, destaca que o movimento ainda não 
discute o pleito presidencial exatamente para evitar que a jornada seja tratada 
como eleitoreira, quando na verdade se baseia em toda uma ‘amarelada’ pauta de 
necessidades e exigências. <BR></DIV>
<DIV align=justify><STRONG></STRONG>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG>Correio da Cidadania: Os críticos mais à direita 
levantam insistentemente contra a reforma agrária o argumento de que a conclusão 
da urbanização a tornou desnecessária, uma vez que teria impulsionado o mercado 
interno. Ademais, a diversificação do mundo rural, incrementando a oferta de 
alimentos de forma a suprir a demanda, teria deixado sem sentido a idéia de uma 
reforma agrária, vez que não se poderia imaginar o futuro de um país como o 
Brasil sem a agricultura de grande escala, atraindo as massas urbanas novamente 
para o campo. O que você responderia a estes críticos?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>Gilmar Mauro: Em primeiro lugar, toda a lógica da 
produção agrícola no Brasil e no mundo responde única e exclusivamente à lógica 
do grande capital, ou seja, do lucro. As empresas investem na agricultura como 
mais um espaço de valorização do capital, por isso que hoje toda a produção - 
terra, comercialização, indústria, patente, tecnologia etc. - é controlada 
apenas por alguns grupos econômicos. Causando, conseqüentemente, impactos 
gravíssimos ao tipo de alimentos que a humanidade consome (à custa de hormônios 
e antibióticos, já que a lógica do capital é tentar diminuir os custos para 
ganhar mais dinheiro). Em suma, não há qualquer preocupação com o tipo de 
alimentação que a humanidade terá. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Isso sem falar no impacto ambiental, com a monocultura e 
a utilização em grande escala de agrotóxicos contaminando os rios, lagos, 
lençóis freáticos e também o ar. Peguemos um exemplo brasileiro: há informações 
de que estamos com 175 milhões de cabeças de boi no Brasil, quase uma por 
pessoa. Na medida em que ocorre a crise energética e se investe bastante em cana 
e etanol, cidades como São Paulo viram um mar de cana e toda a pecuária se 
estende para o Centro-Oeste e Norte do país. O Centro- Oeste é nascedouro de 
vários mundos, portanto, isso causa impacto ambiental gravíssimo. E a destruição 
da mata da Amazônia também terá um impacto que dificilmente conseguiremos 
reverter.</DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>CC: Qual é, portanto, em sua opinião, o 
significado da reforma agrária hoje no Brasil? De outro modo, existe uma questão 
agrária no Brasil de hoje?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>GM: A lógica anteriormente destacada destrói a natureza, 
o meio ambiente e assim por diante. E uma reforma agrária na atualidade não pode 
ser pensada a partir da visão dos anos 60, ao estilo distributivo-produtivista. 
</DIV>
<DIV align=justify><BR>É por isso que a reforma agrária hoje tem de dar resposta 
a que tipo de alimentação a humanidade quer consumir, se quer consumir produtos 
com agrotóxicos ou optar por uma alimentação mais saudável; terá de responder 
também a que tipo de uso queremos dar ao solo e aos recursos naturais, incluindo 
subsolo e toda a biodiversidade; e, por fim, que tipo de paradigmas tecnológicos 
queremos para o futuro.</DIV>
<DIV align=justify><BR>Portanto, uma reforma agrária é atualíssima para o modelo 
agrícola do Brasil e do mundo. </DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>CC: O governo Lula fez avançar de alguma forma a 
questão agrária no Brasil? Que comparação você faria entre o seu governo e o 
governo anterior do PSDB?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>GM: Primeiramente, não existe Plano Nacional de Reforma 
Agrária. Só existe uma política de assentamentos. Isso vem sendo aplicado desde 
o governo Sarney até hoje; uma política de assentamentos focalizada em algumas 
desapropriações aqui e acolá, sem alterar a estrutura fundiária. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Portanto, continuamos com a mesma concentração da 
propriedade no país e avançamos muito pouco no período. Evidentemente, houve 
conquistas importantes da classe trabalhadora, mas não podemos chamar isso de 
reforma agrária. </DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>CC: Vários líderes do movimento já avaliaram que, 
em função da impossibilidade de se proceder a uma reforma capitalista clássica – 
ao estilo daquelas que foram perpetradas na maioria dos países capitalistas 
avançados, para as quais o pacto com a burguesia industrial foi fundamental –, e 
também a uma reforma socialista - o que somente se sucederia em uma conjuntura 
revolucionária -, o que se busca hoje é uma reforma popular. Você poderia 
especificar melhor essa questão, no sentido de definir qual é o modelo de 
reforma agrária a ser perseguido na atual conjuntura histórica?</STRONG> 
<BR></DIV>
<DIV align=justify>GM: Esse ponto da reforma agrária popular é um processo em 
construção e elaboração. Mas a idéia em si é neste sentido, pois a correlação de 
forças impede uma reforma agrária socialista, ao mesmo tempo em que a reforma 
agrária clássica estaria superada. <BR>&nbsp; <BR>Dessa forma, é um período 
intermediário de construção de organicidade, de acúmulo de forças do movimento 
social. A idéia de uma reforma popular vem no sentido de executá-la por conta 
própria, sem deixar, evidentemente, de questionar o Estado, fazer demandas e 
pressioná-lo a cumprir sua parte. Mas construindo por conta própria experiências 
de produção agro-ecológica, de educação, novas formas de organização dos 
assentamentos em termos de participação política e organização do poder popular 
nos locais onde se constroem os assentamentos. <BR>Portanto, é uma reforma 
agrária de resistência neste ponto histórico em que não há possibilidade de 
avançarmos numa perspectiva socializante planejada, seja dos recursos naturais, 
meios de produção ou a terra. </DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>CC: Em entrevista concedida há alguns meses ao 
Portal Uol de Notícias, João Pedro Stédile declarou que o latifúndio se 
modernizou, associando-se a grandes grupos de multinacionais e adotando o 
agronegócio, tornando insuficientes as ocupações como forma de luta. Afinal, 
enfrentar um grande fazendeiro é bem diferente do que enfrentar o entrelaçamento 
entre grandes grupos econômicos. Qual é, portanto, a seu ver, a importância das 
ocupações atualmente? São uma forma de chamar a atenção?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>GM: As ocupações não são uma invenção nossa, mas 
construções que a classe desenvolveu ao longo da história. Mesmo que o MST 
decidisse acabar com as ocupações, não é por decreto que elas cessarão. Enquanto 
existirem demandas por terra, por reforma agrária, haverá várias formas de luta, 
entre elas as ocupações. E as ocupações continuam sendo um instrumento 
fundamental na luta pela reforma agrária, como provou a última jornada nacional 
do MST. </DIV>
<DIV align=justify><BR>É evidente que elas não são suficientes para alterar a 
correlação de forças em favor da reforma agrária. É preciso desenvolver lutas em 
conjunto com outros setores da classe trabalhadora. O projeto teria de vir 
acompanhado, como disse no início, das respostas sobre o uso que queremos dar ao 
solo, às terras, aos recursos naturais, que tipo de alimentação vamos produzir. 
</DIV>
<DIV align=justify><BR>Os sem terra, sozinhos, não têm forças para alterar esse 
cenário atual. Portanto, devemos construir novas formas de luta. Porém, elas não 
se inventam em gabinetes, trata-se de um processo que a classe vai construindo, 
experimentando no seu cotidiano, tentando conjugar duas coisas: as lutas pelas 
necessidades imediatas e pelas mudanças estruturais que se pretendem fazer no 
Brasil. </DIV>
<DIV align=justify><BR>As ocupações continuarão sempre e quando houver grupos 
interessados na reforma agrária e enquanto este país não a fizer. </DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>CC: Essas ocupações não têm, de todo modo, 
deixado de produzir os resultados esperados?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>GM: Acho que elas produzem, sim, resultados. 
Evidentemente, as situações são tratadas pelos meios de comunicação, pelo 
Estado, como uma afronta ao Estado de Direito etc. Claro que se trata de 
propaganda ideológica, pois, se garantissem o que está na Constituição, 
possivelmente teríamos avançado muito mais na realização da reforma agrária. O 
que temos é Estado de Direito para alguns e Estado de Miséria e dificuldades 
para a maioria da população. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Mas isso não me preocupa. No dia em que o Estadão, a 
Globo, estiverem falando bem de nossas lutas, é porque elas estariam 
redondamente equivocadas. A direita sempre vai falar mal de nós, inclusive das 
ocupações. Sinal de que elas continuam dando certo e mexendo na ferida histórica 
do problema da terra no Brasil. </DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>CC: É a partir deste espectro que temos que, sem 
dúvida, enxergar as acusações tão insistentemente veiculadas pela grande mídia 
sobre a violência do MST. Imagina, no entanto, que as ocupações estejam mais 
intrinsecamente associadas a estas acusações, indispondo, de alguma forma, o 
movimento com a opinião pública?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>GM: Sempre fizeram isso. Os setores dominantes fazem o 
mesmo desde Canudos. </DIV>
<DIV align=justify><BR>A tentativa foi sempre criar o estigma para depois 
justificar o processo coercitivo de repressão. Qual a novidade dos tempos que 
vivemos? Aumentaram as duas coisas, coerção e conceito. A idéia do conceito se 
transmite via meios de comunicação e outros aparelhos ideológicos privados, 
tentando estigmatizar e criminalizar o movimento social, assim como fazem com a 
pobreza, no intuito de justificar ações coercitivas por parte do Estado. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Penso que continuarão a fazer isso. Não devemos arredar o 
pé de nossas táticas e a ocupação continua sendo instrumento fundamental de 
luta. Claro que sozinha não resolve, mas a classe jamais abandonará tal 
instrumento como forma de luta para alcançar nossos objetivos. </DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>CC: Há, de qualquer forma, um consenso de que 
fazer uma reforma agrária hoje não implica mais somente em ocupar terra, mas em 
agir na denúncia do atual modelo econômico. O que se tem agregado, e ainda se 
pretende agregar, às formas mais antigas de luta, de modo a formar um 
entendimento efetivo sobre a atual situação agrária e, conseqüentemente, agir 
sobre ela?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>GM: Eu até comparo metaforicamente a reforma agrária com 
uma boa feijoada. Para fazer uma boa feijoada, é necessário um monte de 
ingredientes, mas sem feijão não tem feijoada. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Na reforma agrária, é a mesma coisa. Tem de se trabalhar 
a idéia de um novo modelo agrícola, voltado à agro-ecologia, além de se ter 
educação, cultura, espaços de lazer. Os assentamentos e suas comunidades 
precisam reproduzir a vida em todos os seus aspectos, não apenas como espaço de 
produção econômica. </DIV>
<DIV align=justify><BR>No entanto, sem desapropriação de terra, não tem reforma 
agrária. É preciso continuar desapropriando terra, mas, evidentemente, precisa 
ser iniciado um novo ciclo de produção e consumo de alimentos, um novo modelo. 
Que respeite o meio ambiente, atenda às necessidades alimentícias da humanidade 
e, ao mesmo tempo, ofereça espaço para o pleno desenvolvimento da educação, da 
saúde e outras condições de sociabilidade, diferentes das estabelecidas pelo 
mercado. <BR></DIV>
<DIV align=justify><STRONG>CC: Que avaliação você faz do atual ‘abril vermelho’, 
com as manifestações do movimento por todo o país?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>GM: Acho que foi um momento bastante interessante das 
lutas, principalmente porque nos acusaram de fazer luta com dinheiro público 
etc. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Na verdade, o MST já passou por duas CPMI e agora 
enfrenta mais uma. Não há nenhum convênio com o MST, sendo que algumas entidades 
próximas foram cortadas dos convênios. E mesmo assim tivemos uma grande jornada 
de lutas, com muitas ocupações Brasil afora, em clara demonstração de que nosso 
movimento não se guia pela quantidade de recursos e verbas públicas liberadas ou 
não. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Aliás, a falta do Estado na saúde, na educação e na 
assistência técnica obrigam alguns setores a fazer projetos que situam aquilo 
que historicamente é tarefa do Estado. Portanto, essa jornada demonstrou que o 
MST vai continuar se organizando e lutando, e que a única maneira de acabar com 
o movimento é fazer a reforma agrária. De outro jeito, não acabam com o 
movimento, pois, em determinados momentos, a luta pode diminuir, mas, sem 
resolvê-la na essência, sempre retornará, e com mais força. É uma grande 
quantidade de água represada e nunca vai ser possível contê-la completamente. 
</DIV>
<DIV align=justify><BR>Qualquer sociólogo medíocre sabe que, se não for 
resolvido o problema na essência, as lutas sempre vão aparecer com força, numa 
demonstração de que a reforma agrária continua atualíssima e como uma questão 
das mais modernas. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Além disso, quando falei antes da questão da utilização 
dos solos, da água, da terra, também me referi à questão das cidades. O processo 
de urbanização que vivemos traz impactos sociais e ambientais muito graves. 
Portanto, repensar a utilização do solo é voltar a repensar a agricultura como 
espaço de produção e preservação ambiental. </DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>CC: O MST é muitas vezes acusado de ser um 
partido político, possuindo uma ideologia no que se refere às mudanças esperadas 
em nosso país. O que você pensa disso?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>GM: Não se pode separar a luta reivindicatória, social, 
da luta política. Se o mundo é uma totalidade contraditória em movimento, não há 
como separar as coisas. A luta social é parte da luta política e a politização 
da luta social é fundamental até mesmo para criar o atendimento às necessidades 
imediatas. </DIV>
<DIV align=justify><BR>No entanto, não somos um partido nos moldes clássicos. O 
MST jamais vai se transformar num partido. É um movimento social com essa 
característica, de aspecto e reivindicações populares, com a participação de 
crianças, idosos, jovens, adultos etc., mas também com o aspecto de luta 
econômica, de construção das cooperativas, de respostas econômicas à produção. E 
também de aspecto político, com formação ideológica. Tem escola de formação 
política, jornal, revista. </DIV>
<DIV align=justify><BR>O movimento é mais um instrumento da classe trabalhadora, 
defendendo sua particularidade, que é a reforma agrária, mas entendendo que, 
para a realização desta, é preciso toda uma operação na estrutura do sistema. E 
isso só virá no dia em que as classes trabalhadoras reunirem instrumentos que 
aglutinem a luta e alterem o Estado burguês, que é deste estado de coisas que 
presenciamos. <BR>O MST é só mais um parceiro nesta tarefa política de todo o 
conjunto da classe trabalhadora. </DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>CC: Como o movimento vai se posicionar nestas 
eleições?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>GM: É um tema pouco discutido ainda. Possivelmente, 
faremos um debate interno mais profundo no segundo semestre, até para fugir um 
pouco desse rótulo burguês, que colocou a jornada como algo eleitoreiro. Na 
verdade, não é nada eleitoreira, pois temos uma pauta concreta e, por essa 
razão, não queremos debater a questão eleitoral agora. </DIV>
<DIV align=justify><BR>Ainda há um capítulo a ser resolvido com os governos 
federal e estaduais, que é essa pauta amarelada que não foi atendida. No segundo 
semestre, como todo cidadão, participaremos do processo eleitoral. Mas não temos 
uma posição clara de defesa a alguma figura candidata à presidência. No entanto, 
é evidente que a orientação genérica para a nossa militância é votar naquele 
candidato que esteja compromissado com uma reforma agrária profunda e radical. 
</DIV>
<DIV align=justify><BR><STRONG>CC: Sabendo-se da evidente polarização do atual 
cenário eleitoral entre PT e PSDB, a vitória de Dilma ou de Serra não impactaria 
de forma diferenciada no movimento?</STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><BR>GM: Eu acho que ainda é cedo para ter a definição de que 
só esses dois vão disputar. Vão sair vários candidatos, figuras interessantes e 
de histórico político importante. <BR>Na medida em que estabelecemos que a 
disputa será entre Serra e Dilma, ignoramos todo o processo anterior. Só depois 
que se definir o segundo turno teremos de fazer o balanço do que é melhor para o 
movimento social, o que faremos no momento certo. 
<HR>
</DIV>
<DIV align=justify><BR><BR><BR>&nbsp;</FONT></DIV></BODY></HTML>