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<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><U>boletín solidario de
información<BR></U><FONT color=#800000 size=5>Correspondencia de Prensa
<BR></FONT><U>1º de noviembre 2010<BR></U><FONT color=#800000 size=5>Colectivo
Militante - Agenda Radical<BR></FONT>Gaboto 1305 - Montevideo -
Uruguay<BR>redacción y suscripciones: </FONT></STRONG><A
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT
size=4>germain5@chasque.net</FONT></STRONG></A></DIV>
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<HR>
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<DIV><STRONG><FONT size=3>Brasil</FONT></STRONG></FONT></DIV>
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<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><STRONG><FONT size=3>Dilma ganhou...
e agora? <BR></FONT></STRONG><BR><BR><STRONG>Eduardo Almeida Neto
* </STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><A
href="http://www.pstu.org.br/"><STRONG>http://www.pstu.org.br/</STRONG></A></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><BR> <BR>Dilma Roussef foi
eleita presidente. Confirma-se assim o peso da vitória do governo Lula e a
coalizão por ele dirigida. O governo ampliou sua maioria na Câmara, passando a
ter 402 deputados de um total de 513 parlamentares. Conseguiu ainda a maioria no
Senado, que foi palco de derrotas importantes do governo passado, passando para
59, em um total de 81 senadores. Com isso, o governo passa a ter uma maioria
confortável no Congresso, algo que Lula não teve no primeiro nem no segundo
mandato.<BR><BR>Elegeram também a maioria (15) dos governadores, incluindo
regiões de peso como Rio Grande do Sul e o Distrito Federal, que estavam nãos
mãos da oposição de direita.<BR><BR>Por fim, e mais importante, elegeram Dilma
Roussef. Ela nunca tinha antes sido eleita nem para vereador. Agora vai ocupar o
cargo mais importante da República. É uma demonstração de força do governo e, em
particular, pessoal de Lula, que escolheu a candidata e foi seu principal cabo
eleitoral. <BR><BR>A oposição de direita sai duramente derrotada das eleições.
Mais quatro anos longe da cadeira presidencial. Pior ainda, tendo de enfrentar
Lula em 2014 que sai do governo com mais de 80% de aprovação. Não chegam a estar
mortos, já que mantém o governo de 10 estados importantíssimos como São Paulo,
Minas Gerais, Paraná e agora também o Pará. Mas saem derrotados, e muito.
<BR><BR><STRONG>Os motivos da vitória de Dilma </STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><BR>A explicação da vitória
governista pode ser encontrada na combinação entre o crescimento econômico e ao
papel de Lula e do PT no governo. <BR>O crescimento econômico tem sido o maior
dos últimos anos, incluindo a retomada pós-crise de 2008. A previsão é de
aumento do PIB de 7% em 2010. Isso facilitou muito para Lula e o PT conseguirem
soldar uma aliança de colaboração de classes.<BR><BR>O crescimento possibilitou
lucros gigantescos (quatro vezes mais que no governo FHC) para as grandes
empresas. Lula fez pequenas concessões (reajustes do salário mínimo e Bolsa
Família), que levou a um apoio político muito forte entre os trabalhadores.
<BR><BR>Lula conseguiu com seus aliados (CUT, Força Sindical, UNE, sindicatos,
etc.) controlar o movimento de massas durante seu governo. Em um evento recente
da burguesia, com a presença de uma parte importante das mais importantes
empresas do país, Lula comparou a situação brasileira com as greves que sacodem
nesse momento a Europa e perguntou: “Qual a greve importante que aconteceu aqui
nos últimos anos?”<BR><BR><STRONG>Quem ganhou afinal?</STRONG></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2><BR>Os trabalhadores acreditam que
tiveram uma vitória. Infelizmente somos obrigados a discordar. Em sua cabeça,
Dilma expressava a sua luta contra a direita representante da grande
burguesia.<BR><BR>Na verdade, a grande burguesia se dividiu nas eleições. Serra
foi o candidato da direita tradicional, com uma parte da burguesia industrial e
financeira paulista, as grandes empresas da mídia (TVs e jornais), e uma parte
do agronegócio. <BR><BR>Dilma foi a candidata de um grande setor da burguesia
que cresceu muito no governo Lula e aprendeu a fazer bons negócios com o PT. São
os bancos beneficiários das maiores taxas de juro de todo o mundo, a construção
civil beneficiária das obras do PAC e do "Minha Casa , Minha Vida", grandes
empresas que recebem financiamentos do BNDES. Isso inclui uma parte importante
dos bancos (o Itaú e a família Safra, por exemplo), grandes construtoras,
mineração (Eike Batista, o homem mais rico do país; Vale, a maior empresa
privada), comércio (Abilio Diniz, do Pão de Açúcar), siderurgia (Benjamin
Steinbruch, dono da CSN) e muitos outros setores. <BR><BR>Além disso, é
necessário destacar que uma parte da burocracia petista está se transformando
diretamente em grandes burgueses como é o caso de José Dirceu e Luis Gushiken.
<BR><BR><STRONG>Lula e o presidente da Vale, Roger Agnelli<BR><BR></STRONG>O
imperialismo se manteve eqüidistante nas eleições, satisfeito com qualquer uma
das duas opções. É evidente que os governos imperialistas tem excelentes
relações com Lula , a ponto de dar-lhe grande destaque nas reuniões
internacionais e possibilitar tanto a Copa como a Olimpíada no Brasil. Não é
para menos: Lula lhes assegura grandes lucros e estabilidade no Brasil, assim
como um papel de aliado nas crises latino-americanas. Além disso, mantém a
ocupação militar do Haiti já por seis anos, a serviço do governo dos
EUA.<BR><BR>O Finantial Times, expressão do capital financeiro internacional,
nas vésperas da eleição apoiou em editorial a candidatura de Serra. Mas os
termos em que manifesta o apoio são muito significativos. "Ambos são
notavelmente similares. São sociais-democratas que crêem em políticas
pró-mercado com forte componente social". No final fala que , com a vitória de
Dilma, Lula vai seguir como um presidente paralelo e deve voltar em 2014. E
termina afirma: "Ao menos para interromper essa relação com o poder, Serra é a
melhor opção para o Brasil." <BR><BR>Em essência, os bancos estrangeiros dizem
que tanto Dilma como Serra são confiáveis, mas para evitar que o PT e Lula
fiquem no poder por 16 anos, seria melhor que Serra fosse eleito.<BR><BR>Existe
uma enorme diferença com o Lula eleito em 2002, que já tinha uma aliança com uma
parte da burguesia, mas ainda provocava temores nos setores majoritários do
capital. Basta ver a instabilidade financeira naquela época (em que o dólar
ultrapassou os R$ 4) e a estabilidade atual. Hoje o conjunto da burguesia
encarou a eleição com tranqüilidade (inclusive a que apoiou a oposição de
direita), e uma parte importante apoiou Dilma. <BR><BR>Os mais esperançosos
poderiam dizer que tanto os trabalhadores como a grande burguesia podem estar
certos ao mesmo tempo ao achar que foram vitoriosos com a eleição de Dilma. Isso
estaria bem de acordo com a ideologia dominante de colaboração de classes. Mas a
vida real não é assim. Em uma sociedade dividida em classes, em geral uma classe
ganha quando a outra perde. <BR><BR>Mesmo no crescimento econômico atual isso
pode ser visto. Em termos relativos os trabalhadores são mais explorados hoje
que no governo FHC. Produzem muito mais, geram lucros gigantescos e ficam com
uma parcela menor desse lucro do que antes. Qual a classe que sai vitoriosa das
eleições então? A grande burguesia, sem nenhuma dúvida. <BR><BR>Não tiveram
apenas uma, mas pelo menos três grandes vitórias.</FONT></DIV><FONT face=Arial
size=2>
<DIV align=justify><BR>A primeira delas foi eleger uma candidata que além de ter
respaldo da alta burguesia e da maioria do congresso, ainda tem o apoio
majoritário dos trabalhadores do país e de suas principais entidades de massas,
como a CUT, Força Sindical, UNE, sindicatos, etc. Isso facilita em muito retomar
projetos como a reforma da previdência, que já está em estudos.<BR><BR>A segunda
foi a situação de relativa estabilidade econômica e política do país na qual se
deu as eleições. No debate entre as duas principais candidaturas jamais esteve
questionado o plano econômico neoliberal que está sendo aplicado no país. A
discussão gerou ao redor de quem seria o melhor gerente para esse
plano.<BR><BR>A terceira vitória para a burguesia é passar a ter Lula como uma
salvaguarda do regime, que pode ser utilizado em momentos de crises políticas.
Ou ainda voltar ao poder em 2014, com a lembrança das massas do crescimento
econômico em seu governo. <BR><BR><STRONG>Quais são as
perspectivas?</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>Os trabalhadores elegeram Dilma sem grande entusiasmo.
Não têm expectativas de grandes mudanças, apenas buscam defender as pequenas
conquistas como emprego (mesmo precarizado), o Bolsa Familia e os reajustes no
salário mínimo. <BR><BR>Mesmo isso, no entanto, estará em questão, caso a crise
econômica que já atinge fortemente a Europa se generalize e atinja o Brasil. Se
os governos europeus atacam duramente os trabalhadores de seus países pode-se
imaginar o que vai acontecer no Brasil. <BR><BR>Já nos dias de hoje o país sofre
as conseqüências da crise, com maiores dificuldades para suas exportações e uma
inversão na balança de pagamentos (que mede as relações econômicas como um todo
com o estrangeiro). No período de crescimento anterior, tínhamos uma balança
superavitária. No ano passado já tivemos déficit e vamos a um rombo de mais de
50 bilhões de dólares em 2010.<BR><BR>Como forma de se prevenir da crise, a
equipe de governo de Dilma Roussef já está planejando uma reforma da Previdência
para o início do mandato. Aproveitando-se do inevitável apoio inicial, o novo
governo, pelas notícias da imprensa, já estaria planejando uma reforma que
aumentasse a idade para a aposentadoria. <BR><BR>Infelizmente os trabalhadores
terão de fazer sua própria experiência de que não foi uma aliada que acabou de
ganhar as eleições. Nós queremos fazer esse alerta: o novo governo Dilma vai
atacar os direitos dos trabalhadores como vocês nunca imaginariam. É preciso
começar a preparar a resistência contra a provável reforma da Previdência do
governo Dilma </FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT face=Arial size=2>* Direção Nacional do PSTU e editor
do Opinião Socialista. </DIV>
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<HR>
</DIV>
<DIV align=justify><BR></DIV></FONT></BODY></HTML>