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<DIV align=center><FONT size=4><STRONG><U>boletín solidario de 
información</U><BR><FONT color=#800000 size=5>Correspondencia de 
Prensa</FONT></STRONG><BR><STRONG><U>1º de enero 2012</U><BR><FONT color=#800000 
size=5>Colectivo Militante - Agenda Radical</FONT><BR>Montevideo - 
Uruguay<BR>redacción y suscripciones: <A 
title="mailto:germain5@chasque.net&#10;CTRL + clic para seguir el vínculo" 
href="mailto:germain5@chasque.net">germain5@chasque.net</A></STRONG></FONT><A 
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<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil<BR><BR>Crescimento para quem? 
<BR><BR>O Brasil já é a sexta maior economia do mundo, mas são poucos os que se 
beneficiaram com o crescimento dos últimos 
anos</FONT></STRONG><BR><BR><BR><STRONG>Diego Cruz, da redação<BR>Portal 
PSTU<BR><A href="http://www.pstu.org.br/">http://www.pstu.org.br/</A></STRONG><A 
title="http://www.pstu.org.br/&#10;CTRL + clic para seguir el vínculo" 
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title="http://www.pstu.org.br/&#10;CTRL + clic para seguir el vínculo"></STRONG></A></FONT></DIV><FONT 
size=2 face=Arial>
<DIV align=justify><BR><BR>A economia brasileira voltou a ser notícia no 
exterior. Reproduzindo uma estimativa já realizada pelo FMI em outubro, uma 
empresa de consultoria britânica divulgou nesse dia 26 de dezembro uma nova 
projeção mostrando o Brasil como a sexta maior economia do mundo, ultrapassando 
o Reino Unido. Fica atrás apenas dos EUA, China, Japão, Alemanha e França. O 
levantamento foi publicado pelo Guardian e ganhou repercussão 
internacional.<BR><BR>O estudo do CEBR (Centro de Pesquisa Econômica e de 
Negócios) leva em conta o cenário de estagnação econômica da Grã-Bretanha em 
2011 (com crescimento de pouco menos de 1% segundo a OCDE), além da projeção de 
crescimento também reduzido de 3% da economia brasileira. Ao final do ano, a 
soma de todas as riquezas produzidas no Brasil será o equivalente a 2,51 
trilhões de dólares, enquanto que no Reino Unido ficará na ordem de 2,48 
trilhões.<BR><BR>Como não poderia deixar de ser, o anúncio foi mote para nova 
rodada de comemorações ufanistas do governo e parte da imprensa. Mesmo os que 
relativizaram a notícia afirmaram que o feito seria um marco histórico para o 
país. Teríamos mesmo razão para comemorar? Qual o sentido dessa mudança no 
ranking das maiores economias do planeta?<BR><BR><STRONG>Crise e a nova divisão 
internacional</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>O estudo revela uma dinâmica que não é nenhuma novidade 
nos últimos três anos: enquanto os países centrais enfrentam recessão ou 
estagnação econômica, os chamados 'emergentes', ou os 'Bric's' continuam 
crescendo. Nesse contexto, o Brasil tem papel de destaque, pegando carona no 
aumento da demanda chinesa por matéria-primas (as chamadas 
'commodities').<BR><BR>Tal posição foi possibilitada devido à relocalização do 
Brasil no mercado internacional. Desde o final da era FHC o país tratou de mudar 
sua balança comercial através do apoio e benefício dos setores agroexportadores. 
De sucessivos déficits, o Brasil passou a acumular superávits bilionários. Essa 
política foi aprofundada pelo governo Lula (que promoveu os fazendeiros a 
'heróis nacionais'). Já o crescimento da economia mundial, até o crash no final 
de 2008, consolidou essa nova posição do país na divisão internacional do 
trabalho, de grande fornecedora de matéria-primas (ainda que, regionalmente, o 
país tenha avançado como plataforma de exportação de produtos industrializados 
para as multinacionais).<BR><BR>Os tão aclamados 'Bric's' teriam a seguinte 
função nessa nova configuração da economia mundial: o Brasil seria o celeiro; 
Rússia a fornecedora de petróleo e energia; a Índia a prestadora de serviços 
baratos, como de 'call center'; China e a sua farta mão de obra barata e 
devidamente controlada, a fábrica do planeta. O crescimento dos emergentes no 
último período não muda a engrenagem do capitalismo internacional. <BR><BR>A 
dinâmica continua sendo determinada pelas potências imperialistas e a crise 
internacional, mais cedo ou mais tarde, vai acabar afetando o crescimento do 
restante do mundo. O Brasil já sente esses efeitos, como ficou registrado na 
estagnação econômica do terceiro trimestre deste ano, com redução de setores 
como a indústria e o consumo das famílias. <BR><BR>A própria diminuição na 
estimativa de crescimento para o ano, de 4,5% para 3% no melhor das hipóteses, 
já foi uma confissão do governo Dilma de que o país não está invulnerável ao que 
acontece lá fora. Assim, as 'profecias' realizadas pelo ministro da Fazenda 
Guido Mantega embalado na notícia do Guardian, de que o Brasil vai superar a 
França em 2015 e que terá um padrão de vida europeu daqui a 20 anos, mesmo não 
sendo nada ambiciosas, partem do pressuposto de que a economia vai continuar sua 
rota ascendente, descolada do resto do planeta. Sabemos, e o próprio governo 
também, que não será assim.<BR><BR><STRONG>Crescimento para 
quem?</STRONG></DIV><FONT size=3 face=Calibri></FONT>
<DIV align=justify><BR>A subida do Brasil no ranking das maiores economias do 
mundo também foi beneficiado pela valorização cambial, que confere um aumento 
artificial do PIB quando convertido ao dólar. Mas isso não esconde o fato de que 
o país realmente cresceu nos últimos anos, com exceção de 2009 quando sentiu o 
baque da crise. A questão passa a ser: quem se beneficiou realmente com esse 
crescimento?<BR><BR>A capa da revista britânica The Economist de 2009, com o 
Cristo Redentor levantando vôo como um foguete supersônico não ilustra a real 
situação do país. Embora o PIB esteja entre os maiores do mundo, quando vemos o 
PIB per capita, ou seja, esse valor divido pela população, a coisa muda. 
Enquanto no Brasil ele foi de 10,7 mil dólares em 2010, no Reino Unido ele 
supera os 36 mil dólares. <BR><BR>Até mesmo em países quebrados e com alto 
índice de desemprego na Europa tem a renda per capita muito superior ao Brasil. 
Na Espanha a estimativa do PIB per capita para este ano é de 33 mil dólares, na 
Grécia 27,8 mil, e Portugal, 22,6 mil. <BR><BR>Mas é observando o chamado Índice 
de Desenvolvimento Humano (IDH), medido pelo PNUD (Programa das Nações Unidas 
para o Desenvolvimento), que dá para se ter uma ligeira ideia da real situação 
em que se encontra a maior parte do povo brasileiro. Embora os critérios sejam 
questionáveis, o índice busca medir o nível de vida de uma população 
relacionando PIB per capita com a estimativa de vida e nível de escolaridade. 
Nele, o Brasil ocupa o 84º lugar entre os 187 países avaliados, abaixo de países 
como Bósnia e Herzegovina, Venezuela e Peru. Reino Unido está em 28º 
lugar.<BR><BR>Já os dados divulgados recentemente pelo IBGE, por sua vez, 
mostram que nos últimos vinte anos mais do que dobrou o número de pessoas que 
vivem em favelas. De acordo com os dados coletados no último Censo no ano 
passado, 11,42 milhões de pessoas, ou 6% de toda a população, vivem em algum 
tipo de habitação considerada irregular. Em 1991 esse número era de 4,48 
milhões. Número que não é de se espantar num país em que 8,5% da população 
sobrevive abaixo da linha da pobreza e que metade das habitações ainda não 
contam com rede de esgoto.<BR><BR>A permanência de problemas estruturais, como a 
miséria, assim como a precariedade de serviços públicos como educação e saúde 
indicam que esse PIB que tanto cresceu nos últimos anos não se reverteu em 
benefícios para a grande maioria dos brasileiros. Não se refletiu, por exemplo, 
no crescimento do salário mínimo, cerca de ¼ do valor que constitucionalmente 
deveria ter de acordo com o Dieese. Ou no crescimento tímido da renda média no 
último período.<BR><BR>Quem então abocanha a maior parte das riquezas produzidas 
no país? O orçamento aprovado recentemente pelo Senado dá uma pista. Segundo a 
Auditoria Cidadã da Dívida, o equivalente a 47% do orçamento federal vai ser 
destinado ao pagamento de juros e amortizações da dívida pública, ou R$ 1 
trilhão. Considerando a estimativa par ao PIB em 2012, de 2,5 trilhões de 
dólares, equivalente a R$ 4,5 trilhões, chegamos à conclusão de que nada menos 
que 22% de tudo o que será produzido no país vai para a agiotagem internacional. 
Enquanto isso o governo promete aplicar o equivalente a 7% do PIB em educação 
até 2020.<BR><BR><STRONG>Muito para poucos</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG></STRONG><BR>O governo Dilma vem dando seqüência ao 
governo Lula e aposta em um modelo de crescimento econômico dependente e 
conservador, ao estilo do que foram os anos de 'milagre econômico' do período da 
ditadura. Com direito ao desenvolvimentisto retrógrado das grandes obras, como a 
transposição do rio São Francisco e a usina de Belo Monte. Com a diferença de 
que, ao contrário do que apregoa o governo, agora não há mobilidade social. A 
redução do desemprego com a abertura de vagas de trabalho com baixa remuneração, 
assim como a expansão do crédito, criam a ilusão de ascensão social para boa 
parte da população. Mas os problemas estruturais persistem.<BR><BR>A perspectiva 
de aprofundamento da crise internacional com a piora do quadro na Europa e sua 
enorme crise fiscal, porém, levanta dúvidas sobre o horizonte da economia no 
Brasil. Não dá para dizer quando virá, mas pode-se assegurar que o país, com sua 
economia aberta e desnacionalizada, será afetado, como foi em 2009. Quando isso 
ocorrer, os que realmente estão ganhando agora irão jogar a crise nas costas dos 
que menos ganham. </DIV>
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<HR>
</DIV>
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