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<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><U>boletín solidario de
información<BR></U><FONT color=#800000 size=5>Correspondencia de
Prensa<BR></FONT><U>29 de enero 2013</U><BR><FONT color=#800000 size=5>Colectivo
Militante - Agenda Radical</FONT><BR>Montevideo - Uruguay<BR>redacción y
suscripciones: <A
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href="mailto:germain5@chasque.net">germain5@chasque.net</A></FONT></STRONG><A
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<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil<BR><BR>Acordo na GM evita
fechamento de fábrica, mas a luta contra os ataques continua
<BR><BR></FONT><FONT size=2></FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=2>Zé María</FONT></STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><STRONG>Conlutas - Central Sindical e Popular</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><A
title="http://cspconlutas.org.br/ CTRL + clic para seguir el vínculo"
href="http://cspconlutas.org.br/"><STRONG
title="http://cspconlutas.org.br/ CTRL + clic para seguir el vínculo">http://cspconlutas.org.br/</STRONG></A><BR><BR><BR><BR>No
último dia 26 houve finalmente o desfecho de mais um capítulo da luta contra a
ameaça de demissões em massa da GM. A última reunião de negociação entre o
Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a General Motors, a 12ª
reunião desde que a empresa anunciou a decisão de demitir, durou quase 10 horas.
Além dos representantes do sindicato e da montadora, a reunião também contou com
a presença de representante do Governo Federal e da prefeitura da cidade.
<BR><BR>Ao final, o acordo arrancado da GM estabelece a continuidade do MVA
(Montagem de Veículos Automotores), uma das fábricas da planta de São José e que
a montadora ameaçava desativar, demitindo todos os seus 1800 operários a partir
do dia 28 de janeiro. O acordo estende o lay-off (suspensão do contrato de
trabalho em que estão 750 trabalhadores) por mais dois meses, com o pagamento
integral dos salários. Ao final desse período, se a empresa demitir esses
funcionários, terá que pagar indenização de 3 salários, além dos direitos
trabalhistas. Destes 750 trabalhadores, cerca de 150 são lesionados ou estão
prestes a se aposentar, por isso voltarão necessariamente para dentro da
fábrica, pois contam com estabilidade.<BR><BR>Com isso, a fábrica retoma a
produção do modelo Classic, que havia sido suspenso, e o funcionamento do MVA
até pelo menos dezembro de 2013. O acordo prevê ainda investimentos de R$ 500
milhões na planta de São José até 2017. Em contrapartida o acordo prevê, entre
outras medidas, a extensão da grade salarial que já era vigente para o setor de
manuseio (apoio), para alguns setores da produção (motores e transmissão). Esta
grade tem um piso menor que o pago aos que trabalham diretamente na montagem de
veículos e só poderá ser aplicada aos trabalhadores que forem contratados a
partir de agora. Serão estabelecidas formas de evitar que os antigos
funcionários sejam substituídos por novos.<BR><BR>Também há mudanças no controle
da jornada de trabalho. O acordo autoriza, em momentos de alta na produção, a
empresa a convocar os trabalhadores para trabalhar até duas horas a mais por
dia, mediante pagamento de horas extras. Nos momentos de baixa da produção, a
empresa poderá dar folga de, no máximo, um dia por semana para os empregados,
totalizando um máximo de 12 dias no ano. Estas folgas serão compensadas
posteriormente pelos empregados.<BR><BR>Foi o acordo possível, nas condições de
relações de forças existentes. Não é o acordo que queríamos fazer. A extensão do
lay off por mais dois meses garante que não haja demissões agora, mas não impede
que a montadora demita estes companheiros dentro de 60 dias (com exceção dos
lesionados e dos trabalhadores que estão perto de se aposentar), pagando uma
multa de 3 salários para cada um. Foi o máximo a que conseguimos chegar, graças
à mobilização dos trabalhadores, à resistência do sindicato e ao apoio que
recebemos de várias entidades no Brasil e em outros países. Ou seja, conseguimos
impedir o fechamento da fábrica, mas a luta contra as demissões dos
trabalhadores que estão agora em lay-off ainda não
terminou.<BR><BR><STRONG>Ofensiva da GM</STRONG></FONT></DIV><FONT size=2
face=Arial>
<DIV align=justify><BR>A atual ofensiva da General Motors começou em abril de
2012, quando a montadora divulgou seu plano de fechar o MVA, transferir a
produção do Classic para outras plantas e demitir 1890 trabalhadores. O
sindicato dos metalúrgicos e a CSP-Conlutas empreenderam então uma campanha em
defesa dos empregos e exigindo a intervenção do Governo Federal, uma vez que a
multinacional norte-americana recebe isenção fiscal do governo. Após uma dura
batalha com a empresa, conseguiu-se suspender temporariamente as demissões,
substituindo-as por lay-off com duração de 3 meses, que foi posteriormente
prorrogado por mais dois meses até janeiro deste ano. <BR><BR>Nesse período, 300
trabalhadores aderiram ao PDV (Programa de Demissão Voluntária) aberto pela GM.
No final do lay-off, no entanto, a montadora não só não recuava de seu plano de
fechar a fábrica e demitir 1600 operários, como colocava no horizonte, a médio
prazo, o fechamento da própria planta na cidade. <BR><BR>Em São José dos Campos,
assim como ocorreu em 2008 quando a empresa tentou impor o Banco de Horas, o
sindicato foi bombardeado por todos os lados. Uma campanha que uniu amplos
setores da grande imprensa e o empresariado tentava responsabilizar o próprio
sindicato pela ameaça de demissões. Reverberando o discurso da empresa,
repetia-se à exaustão a falácia de que os "altos salários" recebidos pelos
trabalhadores da GM estariam elevando os custos da empresa e inviabilizando sua
permanência na cidade.<BR><BR>Com isso, a GM não planejava apenas atacar os
trabalhadores, seguindo sua estratégia de redução de custos e reestruturação que
impõe em todo o mundo. A multinacional tinha também como alvo a entidade que é
referência nacional de luta e de sindicalismo combativo.
<BR><BR><STRONG>Mobilização impediu fechamento da fábrica</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>O sindicato e os metalúrgicos, por sua vez, não baixaram
a cabeça para as ameaças da montadora e realizaram diversas mobilizações. Lutas
que incluem atrasos na entrada, passeatas pela cidade e caravanas a Brasília,
duas paralisações de 24 horas, e um longo etc. No último dia 22, os metalúrgicos
fecharam a Via Dutra por duas horas, fazendo com que a ameaça de demissões fosse
notícia em todo o país. No dia 23, houve um dia de ação global contra os ataques
da GM, impulsionado pelo sindicato e com mobilizações na Alemanha, Espanha,
Argentina e Colômbia.<BR><BR>Tudo isso foi muito importante, pois foi essa
pressão dos trabalhadores que impediu que a GM fechasse a fábrica e demitisse
1800 trabalhadores. A campanha em defesa dos empregos também conseguiu tirar do
horizonte a perspectiva de fechamento da planta. Mas isso não foi suficiente. O
isolamento imposto à luta dos metalúrgicos da GM incidiu na própria consciência
dos trabalhadores, levando a que não houvesse disposição de comprar um
enfrentamento mais radicalizado com a empresa e que impusesse o retorno imediato
de todos. Só uma greve por tempo indeterminado poderia criar condições para
chegarmos a este patamar, o que geraria também condições para uma pressão mais
efetiva sobre o governo. Mas não havia disposição dos trabalhadores para
tanto.<BR><BR>O Governo Federal se limitou a mediar as negociações e se omitiu
diante da ameaça de demissão em massa, mesmo a montadora se beneficiando da
isenção do IPI. Nem mesmo uma declaração contra as demissões, como Dilma fez em
2012, ocorreu desta vez. Já a CUT, Força Sindical e a CTB agiram para isolar
ainda mais os trabalhadores de São José e fizeram coro com a fábrica ao condenar
o "radicalismo" do sindicato. Isso porque essas centrais praticam em suas bases
todos os mecanismos de flexibilização exigidos pela GM e demais montadoras, como
as grades salariais rebaixadas, banco de horas, etc.<BR><BR>Longe de ser um bom
acordo, foi o possível diante dessa dura situação e não teria sido possível caso
não houvesse mobilização. Além disso, garante mais tempo para seguir na luta
contra as demissões e em defesa dos direitos dos metalúrgicos da GM. Os
trabalhadores perceberam que foram até o limite de suas forças e o acordo teve a
aprovação de mais de 95% das assembleias. Perceberam ainda que, para romper o
isolamento imposto a anos de luta dos metalúrgicos de São José, é necessário
reforçar a luta por um contrato coletivo nacional que impeça as empresas de
fazer chantagens sobre os empregos e os direitos dos trabalhadores.
<HR>
<BR></FONT></DIV></BODY></HTML>