<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 4.0 Transitional//EN">
<HTML><HEAD>
<META content="text/html; charset=unicode" http-equiv=Content-Type>
<META name=GENERATOR content="MSHTML 8.00.7600.16385"></HEAD>
<BODY style="PADDING-LEFT: 10px; PADDING-RIGHT: 10px; PADDING-TOP: 15px" 
id=MailContainerBody leftMargin=0 topMargin=0 CanvasTabStop="true" 
name="Compose message area"><FONT size=2 face=Arial>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><U>boletín solidario de 
información<BR></U><FONT color=#800000 size=5>Correspondencia de 
Prensa<BR></FONT><U>29 de enero 2013</U><BR><FONT color=#800000 size=5>Colectivo 
Militante - Agenda Radical</FONT><BR>Montevideo - Uruguay<BR>redacción y 
suscripciones: <A 
title="mailto:germain5@chasque.net&#10;CTRL + clic para seguir el vínculo" 
href="mailto:germain5@chasque.net">germain5@chasque.net</A></FONT></STRONG><A 
title="mailto:germain5@chasque.net&#10;CTRL + clic para seguir el vínculo" 
href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT 
title="mailto:germain5@chasque.net&#10;CTRL + clic para seguir el vínculo" 
size=4></FONT></STRONG></A></DIV>
<DIV align=justify>
<HR>
</DIV>
<DIV align=justify><FONT size=3 face=Calibri></FONT>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil<BR><BR>Acordo na GM evita 
fechamento de fábrica, mas a luta contra os ataques continua 
<BR><BR></FONT><FONT size=2></FONT></STRONG></DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=2>Zé María</FONT></STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><STRONG>Conlutas - Central Sindical e Popular</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><A 
title="http://cspconlutas.org.br/&#10;CTRL + clic para seguir el vínculo" 
href="http://cspconlutas.org.br/"><STRONG 
title="http://cspconlutas.org.br/&#10;CTRL + clic para seguir el vínculo">http://cspconlutas.org.br/</STRONG></A><BR><BR><BR><BR>No 
último dia 26 houve finalmente o desfecho de mais um capítulo da luta contra a 
ameaça de demissões em massa da GM. A última reunião de negociação entre o 
Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a General Motors, a 12ª 
reunião desde que a empresa anunciou a decisão de demitir, durou quase 10 horas. 
Além dos representantes do sindicato e da montadora, a reunião também contou com 
a presença de representante do Governo Federal e da prefeitura da cidade. 
<BR><BR>Ao final, o acordo arrancado da GM estabelece a continuidade do MVA 
(Montagem de Veículos Automotores), uma das fábricas da planta de São José e que 
a montadora ameaçava desativar, demitindo todos os seus 1800 operários a partir 
do dia 28 de janeiro. O acordo estende o lay-off (suspensão do contrato de 
trabalho em que estão 750 trabalhadores) por mais dois meses, com o pagamento 
integral dos salários. Ao final desse período, se a empresa demitir esses 
funcionários, terá que pagar indenização de 3 salários, além dos direitos 
trabalhistas. Destes 750 trabalhadores, cerca de 150 são lesionados ou estão 
prestes a se aposentar, por isso voltarão necessariamente para dentro da 
fábrica, pois contam com estabilidade.<BR><BR>Com isso, a fábrica retoma a 
produção do modelo Classic, que havia sido suspenso, e o funcionamento do MVA 
até pelo menos dezembro de 2013. O acordo prevê ainda investimentos de R$ 500 
milhões na planta de São José até 2017. Em contrapartida o acordo prevê, entre 
outras medidas, a extensão da grade salarial que já era vigente para o setor de 
manuseio (apoio), para alguns setores da produção (motores e transmissão). Esta 
grade tem um piso menor que o pago aos que trabalham diretamente na montagem de 
veículos e só poderá ser aplicada aos trabalhadores que forem contratados a 
partir de agora. Serão estabelecidas formas de evitar que os antigos 
funcionários sejam substituídos por novos.<BR><BR>Também há mudanças no controle 
da jornada de trabalho. O acordo autoriza, em momentos de alta na produção, a 
empresa a convocar os trabalhadores para trabalhar até duas horas a mais por 
dia, mediante pagamento de horas extras. Nos momentos de baixa da produção, a 
empresa poderá dar folga de, no máximo, um dia por semana para os empregados, 
totalizando um máximo de 12 dias no ano. Estas folgas serão compensadas 
posteriormente pelos empregados.<BR><BR>Foi o acordo possível, nas condições de 
relações de forças existentes. Não é o acordo que queríamos fazer. A extensão do 
lay off por mais dois meses garante que não haja demissões agora, mas não impede 
que a montadora demita estes companheiros dentro de 60 dias (com exceção dos 
lesionados e dos trabalhadores que estão perto de se aposentar), pagando uma 
multa de 3 salários para cada um. Foi o máximo a que conseguimos chegar, graças 
à mobilização dos trabalhadores, à resistência do sindicato e ao apoio que 
recebemos de várias entidades no Brasil e em outros países. Ou seja, conseguimos 
impedir o fechamento da fábrica, mas a luta contra as demissões dos 
trabalhadores que estão agora em lay-off ainda não 
terminou.<BR><BR><STRONG>Ofensiva da GM</STRONG></FONT></DIV><FONT size=2 
face=Arial>
<DIV align=justify><BR>A atual ofensiva da General Motors começou em abril de 
2012, quando a montadora divulgou seu plano de fechar o MVA, transferir a 
produção do Classic para outras plantas e demitir 1890 trabalhadores. O 
sindicato dos metalúrgicos e a CSP-Conlutas empreenderam então uma campanha em 
defesa dos empregos e exigindo a intervenção do Governo Federal, uma vez que a 
multinacional norte-americana recebe isenção fiscal do governo. Após uma dura 
batalha com a empresa, conseguiu-se suspender temporariamente as demissões, 
substituindo-as por lay-off com duração de 3 meses, que foi posteriormente 
prorrogado por mais dois meses até janeiro deste ano. <BR><BR>Nesse período, 300 
trabalhadores aderiram ao PDV (Programa de Demissão Voluntária) aberto pela GM. 
No final do lay-off, no entanto, a montadora não só não recuava de seu plano de 
fechar a fábrica e demitir 1600 operários, como colocava no horizonte, a médio 
prazo, o fechamento da própria planta na cidade. <BR><BR>Em São José dos Campos, 
assim como ocorreu em 2008 quando a empresa tentou impor o Banco de Horas, o 
sindicato foi bombardeado por todos os lados. Uma campanha que uniu amplos 
setores da grande imprensa e o empresariado tentava responsabilizar o próprio 
sindicato pela ameaça de demissões. Reverberando o discurso da empresa, 
repetia-se à exaustão a falácia de que os "altos salários" recebidos pelos 
trabalhadores da GM estariam elevando os custos da empresa e inviabilizando sua 
permanência na cidade.<BR><BR>Com isso, a GM não planejava apenas atacar os 
trabalhadores, seguindo sua estratégia de redução de custos e reestruturação que 
impõe em todo o mundo. A multinacional tinha também como alvo a entidade que é 
referência nacional de luta e de sindicalismo combativo. 
<BR><BR><STRONG>Mobilização impediu fechamento da fábrica</STRONG></DIV>
<DIV align=justify><BR>O sindicato e os metalúrgicos, por sua vez, não baixaram 
a cabeça para as ameaças da montadora e realizaram diversas mobilizações. Lutas 
que incluem atrasos na entrada, passeatas pela cidade e caravanas a Brasília, 
duas paralisações de 24 horas, e um longo etc. No último dia 22, os metalúrgicos 
fecharam a Via Dutra por duas horas, fazendo com que a ameaça de demissões fosse 
notícia em todo o país. No dia 23, houve um dia de ação global contra os ataques 
da GM, impulsionado pelo sindicato e com mobilizações na Alemanha, Espanha, 
Argentina e Colômbia.<BR><BR>Tudo isso foi muito importante, pois foi essa 
pressão dos trabalhadores que impediu que a GM fechasse a fábrica e demitisse 
1800 trabalhadores. A campanha em defesa dos empregos também conseguiu tirar do 
horizonte a perspectiva de fechamento da planta. Mas isso não foi suficiente. O 
isolamento imposto à luta dos metalúrgicos da GM incidiu na própria consciência 
dos trabalhadores, levando a que não houvesse disposição de comprar um 
enfrentamento mais radicalizado com a empresa e que impusesse o retorno imediato 
de todos. Só uma greve por tempo indeterminado poderia criar condições para 
chegarmos a este patamar, o que geraria também condições para uma pressão mais 
efetiva sobre o governo. Mas não havia disposição dos trabalhadores para 
tanto.<BR><BR>O Governo Federal se limitou a mediar as negociações e se omitiu 
diante da ameaça de demissão em massa, mesmo a montadora se beneficiando da 
isenção do IPI. Nem mesmo uma declaração contra as demissões, como Dilma fez em 
2012, ocorreu desta vez. Já a CUT, Força Sindical e a CTB agiram para isolar 
ainda mais os trabalhadores de São José e fizeram coro com a fábrica ao condenar 
o "radicalismo" do sindicato. Isso porque essas centrais praticam em suas bases 
todos os mecanismos de flexibilização exigidos pela GM e demais montadoras, como 
as grades salariais rebaixadas, banco de horas, etc.<BR><BR>Longe de ser um bom 
acordo, foi o possível diante dessa dura situação e não teria sido possível caso 
não houvesse mobilização. Além disso, garante mais tempo para seguir na luta 
contra as demissões e em defesa dos direitos dos metalúrgicos da GM. Os 
trabalhadores perceberam que foram até o limite de suas forças e o acordo teve a 
aprovação de mais de 95% das assembleias. Perceberam ainda que, para romper o 
isolamento imposto a anos de luta dos metalúrgicos de São José, é necessário 
reforçar a luta por um contrato coletivo nacional que impeça as empresas de 
fazer chantagens sobre os empregos e os direitos dos trabalhadores. 
<HR>
<BR></FONT></DIV></BODY></HTML>