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<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><U>boletín solidario de
información</U><BR><FONT color=#800000 size=5>Correspondencia de
Prensa<BR></FONT><U>8 de junio 2013</U><BR><FONT color=#800000 size=5>Colectivo
Militante - Agenda Radical</FONT><BR>Montevideo - Uruguay<BR>redacción y
suscripciones: <A
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href="mailto:germain5@chasque.net">germain5@chasque.net</A></FONT></STRONG><A
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href="mailto:germain5@chasque.net"><STRONG><FONT
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size=4></FONT></STRONG></A></DIV>
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<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil<BR><BR>Trajetória preocupante das
contas externas</FONT></STRONG> <BR><BR></DIV>
<DIV align=justify><STRONG></STRONG> </DIV>
<DIV align=justify><STRONG>José Álvaro de Lima Cardoso
*</STRONG> </FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT size=2 face=Arial><BR></FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT size=2 face=Arial></FONT> </DIV>
<DIV align=justify><FONT size=2 face=Arial>Segundo dados do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), nos cinco primeiros meses
do ano a balança comercial acumula déficit de US$ 5,4 bilhões, frente a um
superávit de US$ 6,261 bilhões em igual período do ano passado. De acordo com os
dados do MDIC, este é o pior resultado no acumulado dos cinco primeiros meses do
ano da série histórica, que tem início em 1993. Segundo o Banco Central (BC)
entre janeiro a abril o déficit na conta de transações correntes (saldo
comercial menos remessas para o exterior) alcançou US$ 33,18 bilhões, um aumento
de 89,68% em relação ao déficit observado no mesmo período do ano passado (US$
17,49 bilhões). A previsão de déficit externo para este ano, que vai mudando à
medida que novos dados são divulgados, é de assustadores US$ 72 bilhões.
</FONT></DIV>
<DIV align=justify><FONT size=2 face=Arial><BR>Em valores monetários, este, que
é o pior resultado das contas externas desde 1947 (quando foi iniciada a série
histórica), resulta da combinação de: a) aumento das remessas para o exterior,
que alcançaram US$ 28,13 bilhões no primeiro quadrimestre, quase 30% superior à
verificada no mesmo período do ano passado; b) queda expressiva do saldo
comercial, que passou de US$ 3,33 bilhões no ano passado, para US$ -6,15 bilhões
no primeiro quadrimestre deste ano. A queda do saldo comercial se deu,
simultaneamente, em decorrência da aceleração das importações no período (de US$
71,33 bilhões para US$ 77,62 bilhões), e uma queda das exportações (de US$ 74,65
bilhões para US$ 71,47 bilhões).</FONT></DIV><FONT size=2 face=Arial>
<DIV align=justify><BR>Alguns analistas, a começar pelos membros do BC, não vêm
o comportamento das contas externas como um grave problema. Que pode inclusive
comprometer o futuro da economia brasileira e abortar o incipiente processo de
melhoria dos indicadores, verificado nos últimos anos. Pelo contrário, em face
desses números, alguns até elogiam a capacidade de o Brasil captar "poupança
externa". O diagnóstico do BC, e de outros analistas, é que o Brasil está
acertadamente aproveitando o elevado nível de liquidez internacional atual, já
que o país é, como se sabe, um dos principais receptores de investimentos
estrangeiros diretos no mundo. </DIV>
<DIV align=justify><BR>O problema, é que esse tipo de análise desconsidera dois
aspectos da questão: a) déficits externos são extremamente perigosos,
especialmente no atual contexto de crise mundial prolongada e de desfecho
imprevisível. Todas as graves crises que o país enfrentou nas últimas décadas
têm em comum os déficits das contas externas; b) o investimento estrangeiro
direto tem significado, na prática, o aprofundamento da desnacionalização da
economia brasileira, ou seja, os capitais estrangeiros são destinados, em sua
maioria, para a compra de empresas nacionais. Cobrir déficit externo com
investimento estrangeiro aumenta a dependência do Brasil das estratégias dos
grandes capitais internacionais. É fácil entender a lógica destes capitais: em
face da escassez de alternativas de investimentos no mundo, investem em uma
economia grandemente promissora, com grande potencial de crescimento e com amplo
apoio político e financeiro (o BNDES financia vários empreendimentos
estrangeiros em todo o Brasil) do Estado Brasileiro. </DIV>
<DIV align=justify><BR>A análise do ranking das maiores empresas que atuam no
Brasil, mostra que um grande e crescente número delas é de capital estrangeiro,
puro ou consorciado com capitais de origem nacional. Na região Sudeste, por
exemplo, a mais dinâmica e industrializada do país, das 50 maiores empresas, 22
(44%) são estrangeiras ou têm capital estrangeiro na sua composição. Tais
empresas, e este é um detalhe importante, estão geralmente posicionadas nos
setores da economia que apresentam maiores taxas de retorno para os
investimentos (comércio varejista, telecomunicações, veículos, farmacêutica e
cosméticos e outros). As empresas estrangeiras que adquirem empresas brasileiras
normalmente são megacorporações transnacionais, com estratégias globais e
centros de pesquisa localizados em geral nos países onde ficam as suas sedes.
</DIV>
<DIV align=justify><BR>Não é por acaso que as remessas de lucros para o exterior
vêm aumentando a cada ano e, somente no primeiro quadrimestre deste ano,
alcançaram US$ 28,134 bilhões. E tudo pode ficar mais difícil se confirmadas as
previsões de déficit na balança comercial para este ano, que alguns analistas
estão projetando, o primeiro desde 2001. Num momento como esse, em que confluem
as dificuldades (baixo crescimento, déficit externo, elevação da inflação) foi
uma péssima notícia a capitulação do BC à pressão da grande mídia e do capital
financeiro para elevação dos juros básicos da economia. <BR> <BR>*
Economista e supervisor técnico do DIEESE em Santa Catarina.
<HR>
</FONT></DIV></BODY></HTML>