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<DIV align=center><STRONG><FONT size=4><U>boletín solidario de 
información</U><BR><FONT color=#800000 size=5>Correspondencia de 
Prensa</FONT><BR><U>28 de junio 2013</U><BR><FONT color=#800000 size=5>Colectivo 
Militante - Agenda Radical</FONT><BR>Montevideo - Uruguay<BR>redacción y 
suscripciones: <A 
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<DIV align=justify>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG><FONT size=3>Brasil<BR><BR>"Cantos da Sereia" se 
insinuam para responder ao clamor popular</FONT></STRONG>&nbsp;&nbsp; 
<BR><BR></DIV>
<DIV align=justify><STRONG></STRONG>&nbsp;</DIV>
<DIV align=justify><STRONG>Valéria Nader, da Redação&nbsp;&nbsp;&nbsp; 
<BR>Correio da Cidadania, Sao Paulo, 27-6-2013</STRONG><BR><BR><BR>Após mais de 
duas semanas de manifestações e protestos, com o povo na rua como há muito não 
se via no país, começam a aparecer alguns dos resultados da insurgência da 
população contra o descaso com que vem sendo 
tratada.<BR>&nbsp;<BR>Primeiramente, os "vândalos" viraram manifestantes, para 
governo e mídia, ante uma movimentação que não arrefeceu como se previa ou 
apostava. Posteriormente, prefeitos e governadores que só tinham planilhas de 
custo na cabeça estão agora fazendo concessões, seja revogando, seja protelando 
novos aumentos de tarifas. E, finalmente, foi a vez de o Executivo lançar o seu 
pacote de medidas - requentando propostas já existentes para as áreas de saúde e 
educação (a exemplo da aplicação de 100% dos Royalties do petróleo na educação, 
o que não vai nem mesmo arranhar o objetivo de organizações do setor, no sentido 
da aplicação de 10% do PIB na educação pública), retomando a discussão do 
endurecimento de penas para a corrupção e até mesmo propondo uma nova 
Constituinte para a Reforma Política - ideia já abandonada em meio à intensa 
onda de contestações que sofreu no meio jurídico.<BR>&nbsp;<BR>Para cada uma 
dessas medidas anunciadas seria possível uma longa exposição analítica, mais 
elaborada, obviamente, do que aquela da qual se valeu o governo para anunciar 
sua nova linha de ação, e menos superficial que as notícias reverberadas na 
mídia corporativa. Editorial deste Correio, sob o título "Dilma, o povo não está 
para brincadeiras", já fez uma primeira aproximação geral nesse aspecto, 
especialmente em sua ênfase quanto ao fato de que, sem mexer na dívida da União 
com estados e municípios e na Lei de Responsabilidade Fiscal, a intenção de 
aumentar gastos com educação, saúde e transporte não passa de mera ficção. 
Importa, no entanto, neste momento chamar a atenção para a orientação geral da 
nova linha de ação do governo, associado ao Legislativo e ao Judiciário. E, não 
menos importante, para a repercussão que vem sendo impressa para tal orientação, 
tanto à direita como à esquerda do espectro político 
midiático.<BR>&nbsp;<BR>Neste sentido, nos grandes meios de comunicação, as 
manchetes dos jornais de quinta-feira, 27 de junho, falam em alto e bom som 
sobre o que está ocorrendo e o que pode vir pela frente. 'STF manda prender 
deputado, e Senado endurece pena de corrupto', diz a Folha de S. Paulo; 
'Congresso reage; Senado define corrupção como crime hediondo', diz o Estadão. 
No jornal O Globo, aparece estampada a frase 'PF procura Natan Donadon em 
Brasília'.<BR>&nbsp;<BR>A conduta e postura conservadora da mídia comercial e 
corporativa é já perceptível até mesmo para aqueles que não se colocam em um 
campo nitidamente progressista. Quando não mais podiam taxar manifestantes de 
vândalos, passaram a exaltar o 'caráter pacífico' das manifestações, a partir de 
imagens que davam, inicialmente, o tom grandiloquente e harmônico das passeatas, 
mas que, ao final, e em rota de colisão com as chamadas enaltecedoras do 
'pacifismo', se fixavam por horas em cenas isoladas de depredação. 'Grupelhos de 
esquerda', 'avessos ao jogo democrático', 'superados pelo tempo' se tornaram uma 
massa supostamente difusa, antipartidária e contrária ao surgimento de discursos 
e lideranças.<BR>&nbsp;<BR>Quanto às palavras de ordem, corrupção, tomada a 
partir de uma referência moralista, foi o termo preferido e repetido à exaustão 
em uma imprensa que, mediante uma oposição descarrilhada e amorfa, se reafirma 
como o quarto poder a serviço da burguesia.<BR>&nbsp;<BR>E é em torno a essa 
corrupção que estão agora se unindo, de modo cabal e notável, todos os poderes 
constituídos, associados à mídia comercial. É ela que, transformada em crime 
hediondo, ao lado da perseguição dos políticos corruptos, está se insinuando 
como o tom predominante das ações que serão tomadas para&nbsp; dar uma 
satisfação ao clamor popular.<BR>&nbsp;<BR>Não é possível negar que a corrupção 
é uma realidade a ser de fato enfrentada no país. Afinal, é por aí que vai pelo 
ralo boa parte dos recursos que poderiam ser aplicados para aumentar o bem estar 
da população. O que se começa a perceber, no entanto, é a perseguição da batida 
trilha rumo à personificação do mal, mediante a falta evidente de vontade 
política para uma reflexão, debate e ações de amplitude, que inevitavelmente 
incidiriam em privilégios secularmente instalados em prol dos poderosos. Nada de 
mexer nos privilégios constituídos, em favor de direitos coletivos. Debater as 
intrincadas relações público-privadas, o berço da tão citada corrupção na 
política, e da consequente lesão ao patrimônio público, nem pensar. Promove-se 
uma caçada a um deputado do baixíssimo clero, condenado desde 2010 por formação 
de quadrilha e desvio de dinheiro, enviando-o para trás das grades, e fica tudo 
certo - aplaca-se a ânsia do povo por justiça!<BR>&nbsp;<BR>Parece ter se aberto 
uma conjuntura em que não é mais absolutamente possível&nbsp; acreditar que o 
povo seja tão estúpido. Quer dizer que as instituições políticas, que até ontem 
não funcionavam, agora se erigem como exemplos de eficácia, conduta cívica, 
pautadas pela legalidade democrática? É crível tamanha virada na conjuntura 
política?<BR>&nbsp;<BR>Está sendo armando cenário de falsa e oportunista 
sustentação institucional, acima do olhar para os legítimos clamores do povo por 
direitos. Que as mídias, movimentos e partidos que atuam ao lado da população, e 
que se colocam no campo de um debate verdadeiramente democrático e progressista, 
não caiam no canto do 'engana que eu gosto'. Aquele que ecoa do governo, que 
passa a construir a autoimagem de quem saltou em sua aproximação da população e 
caminha para a ação efetiva; do Congresso, que adiou o recesso parlamentar e pôs 
em votação medidas há anos engavetadas; e do Judiciário, que insinua agilizar 
sua atuação em prol da justiça.<BR>&nbsp;<BR>Ouvidos moucos à voz, não mais 
rouca, mas estridente, da rua é sinal de burrice, má fé e impostura 
política.</DIV>
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