Brasil: en defensa de Emir Sader [Jeferson Miola - portugués]

Ernesto Herrera germain en chasque.net
Sab Ene 28 09:43:02 UYT 2006


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Boletín informativo - Red solidaria de la izquierda radical

Año III - Nº 9291 - Enero 28 - 2006 - Redacción: germain en chasque.net

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Brasil

Em defesa da raça

Jeferson Miola
Agencia Carta Maior
http://agenciacartamaior.uol.com.br/

 
No último dia 25/01 o sociólogo Emir Sader, professor da UERJ e membro do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial como representante do Clacso (Conselho Latino-americano de Ciências Sociais), foi citado em ação judicial movida contra ele pelo Senador Jorge Bornhausen do PFL/SC.

O Senador abriu processo judicial por injúria e difamação em virtude de artigo publicado no site da Carta Maior em que Emir Sader reagiu às opiniões e declarações fascistas de Jorge Bornhausen que se referiu pejorativamente ao PT como uma "raça que deve ficar extinta por 30 anos".

Jorge Bornhausen pode ser considerado um exemplar clássico da direita brasileira e sucessor genealógico daquele Brasil autoritário e feudal que data do período pré-colonial. Representante da oligarquia conservadora, sempre atuou no espectro ideológico da ultra-direita. Esteve incondicionalmente ao lado do regime militar apoiando a brutal repressão e terrorismo de Estado contra os setores populares do país durante 21 anos; foi nomeado governador interventor de Santa Catarina pela ditadura militar; foi ministro de Estado no corrupto governo de Fernando Collor de Mello e uma das principais lideranças do governo privatista e neoliberal de FHC. Sua profissão: banqueiro e financista, circunstancialmente no exercício de função parlamentar.

O Senador tem como marca registrada a coerência. Continua fiel à própria biografia e aos seus valores. Durante o governo Lula, realiza uma hostil oposição de direita e, sob o manto da imunidade parlamentar, manifesta posições somente compatíveis com regimes totalitários e fascistas. O Senador, na verdade, é parte de uma engrenagem muito sofisticada da direita brasileira que tem como objetivo amplificar a crise política para assim atingir implacavelmente o governo Lula, mas sobretudo destruir o PT e o conjunto da esquerda.

A ação judicial movida contra Emir Sader não é o exercício do direito consignado na Constituição, mas sim um ataque que visa intimidar e criminalizar pensadores e críticos de esquerda que ousam se insurgir contra o preconceito e o ódio de classe nutrido pela oligarquia brasileira contra os setores populares.

A notícia do processo contra o membro do Conselho Internacional do Fórum foi recebida com surpresa pelos participantes do evento que ocorre na Venezuela desde o último dia 24 passado. Vários ativistas sociais, intelectuais e representantes de partidos políticos de todo o continente tem expressado indignação com o fato e declarado solidariedade ao professor Emir.

A defesa de Emir não é um ato de caráter pessoal, mas a manifestação política em solidariedade à militância de esquerda e um combate vigoroso ao comportamento odioso da direita brasileira, que preconiza até mesmo a extinção dos seus adversários de classe. Isto estes senhores já fizeram no Brasil nos tempos tenebrosos da ditadura militar. E até alguns anos atrás, eliminaram milhões de pobres através das políticas neoliberais que subtraíram o direito do povo à alimentação, à educação, à saúde, ao trabalho, enfim, à vida.
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