Brasil: Grito de los Excluídos, no habrá apoyo incondicional a Lula [Rafael Sampaio - portugués]

Ernesto Herrera germain5 en chasque.net
Jue Sep 7 09:24:20 UYT 2006


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Boletín informativo - Red solidaria de la izquierda radical

Año III - 7 de septiembre 2006 - Redacción: germain5 en chasque.net

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Brasil

Grito dos Excluídos

Movimentos descartam apoio incondicional a 2º mandato de Lula

Atos organizados por movimentos sociais e o setor progressista da Igreja Católica estão programados para o dia 7 de setembro nas maiores cidades brasileiras. O nome "Grito dos Excluídos" se contrapõe ao famoso "Grito da Independência".

 
Rafael Sampaio
Agencia Carta Maior
http://agenciacartamaior.uol.com.br/


O Grito dos Excluídos, como é conhecido o conjunto de protestos organizados por movimentos populares e pelo setor progressista da Igreja Católica desde 1995, colocará na ordem do dia o tema da autonomia em relação ao poder público. "Os movimentos populares não darão apoio incondicional ao governo Lula no segundo mandato", Luiz Bassegio, um dos coordenadores do Grito dos Excluídos.

De acordo com um documento emitido pela Secretaria Nacional do Grito dos Excluídos, o primeiro governo petista causou um "aborto" no projeto de poder popular para o Brasil, análogo ao que foi o golpe militar de 1964. "Quando a crise bate à porta é preciso nutrir e redobrar nossas forças, daí a importância de voltar às fontes de nossas motivações", diz a nota, ressaltando o descontentamento das pastorais e dos movimentos populares.

O presidente da Cáritas Brasileira, bispo dom Demétrio Valentini, afirma que os partidos políticos precisam se dar conta de que não são os únicos que falam em nome da cidadania. "Se queremos apostar num Brasil com futuro, temos que fortalecer as articulações populares", diz ele, reforçando a tese de autonomia das pastorais e da ala progressista da Igreja.

Para a Secretaria Nacional do Grito, "passamos da perplexidade à decepção e desta à indignação. Agora é hora de levantar a cabeça e caminhar". Luiz Bassegio fala em retomar o fôlego dos movimentos sociais a partir das Assembléias Populares. Ele cita o caso da Bolívia, em que a organização popular independe do governo e por vezes o pressiona. "Há uma cultura arraigada de organização entre os aymarás e os quéchuas", explica, referindo-se as duas principais etnias indígenas dos vizinhos andinos.

A advogada Karina da Silva Pereira, integrante da Secretaria Nacional do Grito dos Excluídos, manifesta indignação com os casos de corrupção no Congresso, apurados no ano passado. "Mas a mídia é perversa. Quando quer tratar dos movimentos sociais, faz questão de atrelar-nos ao governo federal", reclama. Para ela, a imprensa "nunca pauta as manifestações diárias organizadas pelos movimentos sociais". E quando o faz, é para criminalizá-los, como no caso do MLST.

A indignação de Karina estende-se diante da desigualdade social de nosso país. De acordo com o IBGE, existem mais de oito milhões de desempregados e quatro milhões de famílias sem remuneração no Brasil. Os juros da dívida interna e externa custam R$ 179 bilhões. "Mas também estou frustrada com o modelo político-partidário de nosso país", explica a advogada, que não crê em mudanças sociais profundas, mesmo que o PT esteja à frente do governo federal mais uma vez.

Excluídos

As manifestações acontecem no dia 7 de setembro nas principais cidades do país. O nome "Grito dos Excluídos" se contrapõe ao famoso "grito da independência" brasileiro, avaliado como falso e mantenedor do "status quo" das elites econômicas nacionais. Portanto, o grito dos excluídos é um "grito dos empobrecidos, dos indefesos, dos pequenos, dos sem vez e sem voz", segundo sua Secretaria Nacional. Bassegio mostra-se indignado, diante dessa "independência em que 31,2% do povo é formado de analfabetos funcionais".

No ano passado, as manifestações reuniram cerca de 200 mil pessoas em todas as capitais do país. A expectativa é reunir mais de 1,5 milhão de pessoas em 1.500 cidades neste ano, com o objetivo de criticar a atual política econômica, lutar por uma política externa soberana e buscar novas formas de representação política e de democracia direta.

Além da democracia direta e participativa, consta entre as pautas do Grito dos Excluídos a participação na campanha nacional pela reestatização da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), cujo principal ato vai ser um grande abaixo-assinado lançado no dia 7 de setembro.

Em dezembro do ano passado, a Justiça Federal anulou a decisão judicial anterior sobre o leilão da CVRD e reabriu o caso, o que permite sua revisão. A juíza Selene Maria de Almeida, responsável pelo caso, afirma que as privatizações ocorreram a preços baixos e os seus compradores foram financiados com dinheiro público.

Acusado pela Justiça de subvalorizar a Vale do Rio Doce na época de sua venda, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso permitiu que a empresa divulgasse, no edital de privatização de 1997, que suas reservas de minério de ferro em Minas Gerais somavam 1,4 bilhão de toneladas. Dois anos antes a própria Vale divulgou suas reservas em 7,9 bilhões de toneladas, segundo a Securities and Exchange Comission, entidade que fiscaliza o mercado acionário nos EUA. 
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