Brasil: una paquete para los empresarios [Brasil de Fato - portugués]

Ernesto Herrera germain5 en chasque.net
Mar Ene 30 16:05:06 GMT+2 2007


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boletín informativo - red solidaria de revistas
Correspondencia de Prensa
Año IV - 30 de enero 2007 - Redacción: germain5 en chasque.net

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Brasil

Um pacote para os empresarios 

Brasil de Fato
Editorial, 24 de janeiro 2007
http://www.brasildefato.com.br/


O governo federal anunciou um pacote de medidas que visam aumentar os investimentos na economia e buscar acelerar o crescimento.  Esse pacote vinha sendo anunciado desde as eleições e prometia grandes novidades.  Depois de muito estrardalhaço na imprensa, as medidas anunciadas não tem quase nada de novo. Vejamos.

Os números

O governo anunciou que nos próximos quatro anos do segundo mandato, irá articular para que se invista 504 bilhões de reais, ou seja 126 bilhões por ano. Desse total, o governo inclui 217 bilhões de reais de investimento que o empresariado já havia programado em seus balanços. Por tanto, não depende nada do governo. Outros 219 bilhões virão das empresas estatais, em especial Petrobras e setor energético,que também já tinham programado. 

O governo federal entrará com 68 bilhões de reais, do orçamento publico da união, ou seja 17 bilhões por ano, que também já estava programado ao ser apresentado ao congresso.

A única mudança prevista nas fontes desses investimentos anunciados com tanta pompa, é que o governo vai renunciar a 8 bilhões de impostos, esperando que os empresários beneficiários usem esse dinheiro em investimentos. E também estimulará a que se use 5 bilhões do FGTS (fundo dos trabalhadores) em obras de habitação e saneamento.

Aonde será aplicado esse dinheiro?

275 bilhões serão aplicados em obras de energia ( petróleo e hidrelétricas, tudo já previsto antes); 171 bilhões serão aplicados em obras de infra-estrutura, como metrô, saneamento,e habitação. Entre eles, a novidade é a garantia de 11 bilhões para as obras de transposição do Rio São Francisco. Obra polemica e que divide os setores sociais. Por que um dos canais visa apenas o pólo industrial do Ceara bancado pelo ex-ministro Ciro Gomes.  E outros 58 bilhões, em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.


Em termos de regiões, também não há novidades. Cerca de 180 bilhões irão para obras de carácter nacional, 131 bilhões para o sudeste, 80 bilhões pro nordeste, 51 bilhões pro norte e apenas 37 bilhões para a região sul.

Então o Pac é a penas a junção que o governo fez num unico documento, de todas as previsões de investimento que havia nas varias areas governametnais e privadas.

NO fundamental, nada mudou !

A economia brasileira para crescer acima de 5% ao ano precisa de investimentos anuais,anteriores,de 30% doPIB. Isso aconteceu no período de 1930-80. E por isso crescíamos a 7,6% ao ano.  Desde que o capital financeiro transformou nosso pais num paraíso da especulação os capitalistas preferem ganhar dinheiro com juros, do que investindo em obras e produção. Por isso os investimentos caíram nos últimos quinze anos para apenas 18% do PIB. (Na China, para que se tenha uma idéia os investimentos produtivos representam 35% do PIB e por isso crescem acima de 10%ao ano).

Bem, para fazer esses investimentos, em qualquer país do mundo, os manuais da economia dizem que só há dois caminhos. Reduzir o consumo da população e ai sobra mais para investir. (como aliás fazem os chineses, com seus baixos salários) Ou reduzir os ganhos do capital com juros. Aqui no Brasil, dos 400 bilhões de reais arrecadados por ano pelo governo federal, cerca de 140 bilhões são gastos em juros, como rendimento do capital de seus títulos da divida interna. E, por outro lado o governo aplica apenas 16 bilhões em investimentos, como foi reafirmado no pacote. Apenas isso! Então se o governo federal tivesse coragem mesmo de acelerar o crescimento, deveria reduzir os gastos com juros e reaplicar esses recursos em investimentos.

Em segundo lugar, na hora de decidir aonde investir, em vez de aplicar em obras, que apenas pavimentam as condições pros empresários exportarem, a prioridade deveria ser para atender os interesses do povo investindo nas áreas que resolvam os problemas sociais. Ou seja, em habitação popular, agricultura camponesa e reforma agrária, educação pública, com a construção de escolas e contratação de professores. E na saúde, com mais hospitais, médicos e programas preventivos.

Terceiro, e mais grave, é que no meio do pacote o governo se compromete com os empresários a congelar os salários dos servidores públicos. Acrescentrar apenas a inflação.  E ainda, em relação ao salário mínimo, que é o principal instrumento de distribuição de renda, o governo se compromete a aumentar apenas a inflação e o crescimento real da economia de dois anos antes.  Assim, ele jogou no lixo, a promessa escrita no programa de governo de 2002, que em quatro anos dobraria o valor real do salário mínimo. Isso significa, segundo o DIEESE, que hoje o salário mínimo já deveria ser de 564,oo mensais, apenas seguindo o que está escrito no programa do governo Lula.

O Ministro Mantega envergonhado disse,"bem, se tudo der certo, podemos pensar nos próximos anos em baixar o superávit primário dos atuais 4,75% para 3,75% do PIB". Ele como economista sabe, que esse pacote, não vai mudar em nada a repartição da renda nacional, e nem o volume real de investimentos públicos, se não transferir substancialmente os recursos públicos, que são do povo, hoje aplicados em juros, para investimentos produtivos.  Daí o comentário justo que ele fez com coragem, em relação ao que deveria mesmo mudar.

Por essas razões, é que todo empresariado bateu palmas.. E os jornais burgueses cantaram loas. A CUT ficou quieta e a Força sindical ameaça entrar na justiça para proteger os 5 bilhões do FGTS.

Já os analistas burgueses mais competentes, disseram nos jornais de que a economia não crescerá acima de 3,5% ao ano. E como previu o jornal O VALOR, serão "mais quatro anos do mesmo..."

A montanha dos estrategistas palacianos pariu um rato. ..

O governo Lula perde mais uma oportunidade de mudar de fato a política econômica, em favor dos trabalhadores, das maiorias. O espetáculo do crescimento não virá. Os problemas do povo, de falta de emprego, renda, educação e saúde, infelizmente, continuarão se agravando. 
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