Brasil/ la izquierda que asuma su papel [Colectivo Barlavento - portugués]

Ernesto Herrera germain5 en chasque.net
Jue Ago 13 11:07:14 UYT 2009


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13 de agosto 2009
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Brasil

A esquerda que assuma o seu papel: além do conformismo e da miséria da estreiteza    

O debate público brasileiro já está, de fato, bastante pautado pelo calendário eleitoral. São visíveis as movimentações na direita tradicional e no campo governista em torno da viabilização de seus projetos de poder. A questão que nos cabe é a de saber o que deve fazer a esquerda que não se contenta com a manutenção da atual situação.



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...Quisera encontrar Aquele verso menino Que escrevi há tantos anos atrás Falo assim sem saudade Falo assim por saber Se muito vale o já feito Mais vale o que será E o que foi feito É preciso conhecer Para melhor prosseguir Falo assim sem tristeza Falo por acreditar Que é cobrando o que fomos Que nós iremos crescer ...

(Milton Nascimento e Fernando Brant)

Do ponto de vista dos que querem mudanças estruturais da vida brasileira em favor das maiorias, a vida política do país encontra-se em um importante impasse. Este corresponde à ausência de uma alternativa séria, merecedora de credibilidade e, portanto, com capacidade de interferir no presente e abrir caminhos possíveis de futuro.

Neste período, aberto pela chegada de Lula e da coalizão que este expressa ao governo, o significativo campo de esquerda até então constituído dividiu-se por muitos caminhos;  nenhum dos quais se tem mostrado uma alternativa consistente para um projeto emancipatório.

O debate público brasileiro já está, de fato, bastante pautado pelo calendário eleitoral. São visíveis as movimentações na direita tradicional e no campo governista em torno da viabilização de seus projetos de poder. A questão que nos cabe é a de saber o que deve fazer a esquerda que não se contenta com a manutenção da atual situação.

"2006 de novo não"

Podemos começar pela indicação do que não serve: a repetição da politicamente fracassada "frente (eleitoral) de esquerda" das últimas eleições presidenciais. Não serve porque foi incapaz de apresentar um programa visível; não serve porque não ofereceu horizontes para além das eleições, não contribuiu para a compreensão da realidade e muito menos para as lutas diárias da população e seus movimentos.

O "programa" então verbalizado pela candidata consistiu praticamente em martelar a idéia de reduzir os juros pela metade, "programa" já praticamente realizado no atual governo sem nenhuma alteração perceptível na vida do povo. Somava-se aí uma forte tonalidade moralizadora e personalista, com a repetição da surrada idéia do "líder" que "limparia" o país.

O sucesso político de uma alternativa eleitoral só pode ser medido nos momentos posteriores. A total ausência de um legado organizativo minimamente mais avançado que o patamar anterior ou ainda de manifestações de algum grau mínimo de avanço na consciência política dos segmentos que votaram naquela candidatura - muitos dos quais permaneceram inabalavelmente conservadores e anti-socialistas - indiciam o fiasco daquela tentativa.

É sempre empobrecedor e incorreto começar o debate pela imposição dos nomes que deverão encabeçá-lo, como tem feito segmentos do PSOL e até mesmo o PSTU, ambos apresentando a repetição do nome de Heloísa Helena sem nenhuma justificativa política para além das pesquisas eleitorais. Acontece que nem o balanço das eleições passadas nem a atuação pública da ex-senadora desde então oferecem indícios de que seria capaz de, desta vez, vocalizar uma plataforma séria de uma aliança que incluísse importantes segmentos combativos dos movimentos. A antecipação do nome - por parte de muitos desde o fechamento das urnas em 2006 - tem funcionado muito mais como um obstáculo à formação desta necessária ampliação para setores não organizados em partidos eleitorais do que como sua possibilitadora.

É neste quadro de uma equivocada personalização do debate que o foco das discussões tem sido em parte transferido do central -  as lutas sociais dos explorados e oprimidos e suas possíveis e necessárias expressões políticas - para a miséria do "ser ou não ser" potencialmente chantagista de uma candidata à presidência.

A melhor alternativa possível (desde que seja alternativa)

Perdeu-se já demasiado tempo. Se os segmentos sérios - partidariamente organizados ou não - da esquerda socialista não quiserem ver seu projeto fora da disputa política neste próximo ano e meio, precisarão agir com ousadia e desde já.

O pressuposto da formação de um caminho alternativo é que tenha uma "vontade de programa", um empenho em formar uma plataforma com medidas efetivas, compreensíveis, que recoloquem a perspectiva das mudanças de fundo em favor dos "de baixo"; uma plataforma não apenas para ganhar votos, mas para ganhar adeptos, para semear contra-hegemonias. Nem a propaganda solta do "só o socialismo resolve", nem a despolitização completa do "só eu resolvo".

A partir daí a máxima unidade deverá ser buscada e construída inclusive no movimento real. Só há uma unidade que não faz sentido: a unidade no vazio, aquela em que se forma uma frente que não significa mais nada do que a oportunidade para cada segmento apresentar a sua candidatura proporcional. A frente de 2006 acabou reduzida a isto e não há a menor razão consistente para repeti-la.

Pior do que não se repetir a unidade precária do passado ou dela não ser ampliada já para os movimentos é o projeto de mudança estrutural, radical e consistente da sociedade brasileira em favor das maiorias sair do "ringue" para se colocar como mero espectador de outra disputa: a que se vai dar entre os privatistas, o continuísmo governista e uma "alternativa" sem conteúdo.

É preciso que os movimentos combativos - dos quais o MST é uma das expressões importantes - os ativistas, militantes, intelectuais e organizações exijam e se disponham a construir: que a esquerda e seu projeto histórico entrem de fato na disputa!

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