[Laredva] “É preciso constru ir um novo modelo de civilização”
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Dom Nov 29 16:12:14 UYST 2009
De Belém para el mundo: Últimas noticias del FISC y CONFINTEA VI
“É preciso construir um novo modelo de civilização”, defende Sérgio Haddad
Painel Intercontinental
Centro de Convencoes da UFPA 09:00h
Por Tatiana Lotierzo FISC
Membro do Conselho Internacional do FISC, o palestrante levantou aplausos da
plateia ao lembrar o educador Paulo Freire, recentemente anistiado
“É preciso construir um novo modelo de civilização, com respeito à
diversidade e equilíbrio ambiental, iniciar um processo de desglobalização,
reduzir a distância entre produção e consumo, democratizar o sistema
internacional – seja Bretton Woods ou o sistema ONU”. Foi o que propôs Sérgio
Haddad em sua apresentação no Painel Intercontinental, realizado na manhã do
dia 29 de novembro. Haddad, economista, professor universitário, coordenador-
geral da ONG Ação Educativa e membro do Conselho Internacional do FISC, fez
uma análise de conjuntura ampla, sobre o contexto internacional em torno do
Fórum.
Segundo o palestrante, a mobilização da sociedade civil no Fórum deve para a
CONFINTEA VI deve ter os olhos voltados para outra grande reunião, igualmente
organizada pela ONU: a Conferência das Nações Unidas para o Câmbio Climático
(COP 15) http://en.cop15.dk/, em Copenhagen, de 7 a 18 de dezembro de 2009.
Ambos os encontros, destacou Haddad, são oportunidades para a mobilização da
sociedade civil, além de uma chance de influir em decisões futuras, que dizem
respeito ao conjunto da sociedade e ao projeto de construir de um mundo mais
justo, igualitário e democrático.
De acordo com o economista, “na COP15, a luta é contra a privatização do ar,
a mercantilização do ar”. Na CONFINTEA, por sua vez, “a questão é como os
governos irão se comprometer com 771 milhões de jovens e adultos que não
sabem ler, nem escrever, e mais tantos outros que não puderam completar o
ciclo básico, ou como desenvolver um projeto de educação universal e
gratuita ao longo de toda a vida”, destacou.
Além das conferências, o coordenador-geral da Ação Educativa lembrou dois
marcos históricos de um passado recente na luta empreendida pela sociedade
civil em defesa dos direitos humanos: a queda do Muro de Berlim, que
completou 20 anos no dia 9 de novembro, e as primeiras manifestações visíveis
contra o modelo econômico implementado após a queda do Muro – quando milhares
de pessoas se mobilizaram durante uma Conferência da Organização Mundial do
Comércio na cidade de Seattle, Estados Unidos, em 1999.
A seu tempo, a queda do Muro de Berlim foi interpretada como um anúncio do
fim da história, através de uma hegemonia imposta pela ascensão das políticas
neoliberais. Na América Latina, como lembrou Haddad, o neoliberalismo
acompanhou o momento de fim das ditaduras militares, instituindo um período
marcado pela inibição do papel regulador do Estado, as privatizações do
patrimônio público e a perda dos direitos civis. “Mas a semente plantada em
Seattle começou a crescer e as pessoas que estavam mobilizadas em 1999 foram
as mesmas pessoas que organizaram o Fórum Social Mundial (FSM) em 2001. O
movimento denunciava a crise neoliberal: a história não havia terminado”,
declarou o palestrante.
Haddad também acentuou a importância do FSM, que continuou em Porto Alegre,
Mumbai, Dakar, Marrocos e assim por diante, nos cinco continentes, até chegar
a Belém em 2005. “O FSM mostra a força com que se compõe o campo contra-
hegemônico de luta dos movimentos sociais. A luta é pela construção de um
novo modelo de desenvolvimento”, afirmou.
Somado a essa onda de resistência, o FISC oferece alimento aos/as
participantes para a incidência na CONFINTEA VI e na COP15. “Os encontros são
fundamentais, embora a população, os governos e a imprensa não os tratem com
a seriedade que merecem”, criticou Haddad. A CONFINTEA, encontro que acontece
a cada 12 anos desde 1949, coloca o desafio da universalização da educação
básica. Em termos de visibilidade, a luta pelo direito à educação sai em
desvantagem: “se a crise climática atinge a todos e todas, o analfabetismo e
a baixa escolaridade são males dos mais pobres e com menos poder: as
mulheres, os/as afrodescendentes e indígenas, os/as camponeses/as, as pessoas
sem liberdade de expressão sexual e as pessoas privadas de liberdade, entre
tantos outros e outras”, afirmou.
Quando Haddad lembrou o educador Paulo Freire, levantou aplausos da plateia.
O pedagogo recebeu a anistia do governo brasileiro no último dia 26 de
setembro. Durante a Ditadura Militar, o pedagogo passou 70 dias na prisão,
sendo depois exilado de seu pais por 16 anos. O palestrante comentou então o
papel de Freire, do Brasil e da América Latina na resistência e na longa
tradição de um modelo de educação popular com pessoas adultas, apoiada na
consciência política.
Para completar sua apresentação, que passeou pela comparação entre as duas
Conferências da ONU durante todo o tempo, o palestrante concluiu,
enfaticamente: “o modelo adotado para superar as desigualdades educacionais
em nível mundial deveria ser o mesmo modelo de urgência adotado para superar
o aquecimento global”, destacando o papel central dos educadores/as e
educandos/as, bem como da sociedade civil no protagonismo das lutas por esse
outro modelo de civilização possível.
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