[Laredviene] CONFERÊNCIA REGIONAL DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE SOBRE ALFABETIZAÇÃO E PREPARATÓRIA À CONFINTEA VI
LA RED VA
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Lun Oct 6 10:29:20 GMT+3 2008
CONFERÊNCIA REGIONAL DA AMÉRICA LATINA E DO
CARIBE SOBRE ALFABETIZAÇÃO E PREPARATÓRIA À CONFINTEA VI
“Da alfabetização à aprendizagem ao longo de
toda a vida: Os desafios do século XXI”
Cidade do México DF, México 10-13 de setembro de 2008
Queremos agradecer muy especialmente a Beatriz
Cannabrava (Socia Fundadora de REPEM) por la
traducción al portugués del informe realizado por
Imelda Arana sobre la Conferencia Regional de
México Preparatoria de CONFINTEA VI.
Informe da delegação da Rede de Educação Popular entre Mulheres - REPEM
Imelda Arana Sáenz
1.Estrutura da conferência
A conferência foi organizada de maneira a que se
fundissem atividades próprias de: a) uma das seis
conferências regionais preparatórias à CONFINTEA
VI (América Latina e Caribe) que é uma
conferência inter-governamental da UNESCO de
categoria II, b) a Conferencia Regional da UNESCO
em apoio à alfabetização no mundo, correspondente
à América Latina e ao Caribe, a sexta da série de
conferências regionais sobre o tema que foram
celebradas entre 2007 e 2008. Com esta fusão, os
temas da CONFINTEA assinalados na convocatória
não puderam ser abordado pelas(os)
conferencistas, nem sequer pelos delegados dos
governos, de maneira judiciosa e sistemática,
situação que se agravou pelo fato dos e das
participantes não terem contado com o informe
síntese regional baseado nos informes nacionais
dos Estados Membros, anunciado na programação.
Por isso, não se contou com informação pertinente
e recente sobre os temas apontados.
Os temas da CONFINTEA VI, sobre os quais se devia
avançar nessa preparatória são:
§ políticas, estruturas e financiamento
da aprendizagem e da educação de pessoas adultas;
§ inclusão e participação;
§ qualidade da aprendizagem e da educação de pessoas adultas;
§ alfabetização e outras competências fundamentais;
§ erradicação da pobreza; e
§ cidadania crítica.
“O propósito central da CONFINTEA VI será atrai a
atenção para a relação e contribuição da
aprendizagem e da educação de pessoas adultas ao
desenvolvimento sustentável, entendendo por
‘desenvolvimento sustentável’ uma dimensão
social, econômica, ecológica e cultural”.
De maneira entremeada existiram os seguintes momentos:
a.Uma cerimônia de abertura com: mensagens em
vídeo de primeiras damas (EUA e República
Dominicana), discursos de boas-vindas (governo do
México, IEI, UNESCO), depoimento de uma senhora
beneficiária de um dos programas de alfabetização
e uma conferência (governo da Costa Rica). Cabe
apontar como fora de lugar as saudações das
“primeiras damas”, especialmente a dos EUA, e a
conferência do Ministro de Educação da Costa Rica
que não contribuiu com os temas em discussão.
b.Plenárias:
i. uma plenária onde foi apresentada uma síntese
do “informe regional sobre o estado atual e o
desenvolvimento da alfabetização e da educação de
jovens e adultos” por parte de Rosa María Torres.
Não se teve acesso à versão escrita desse documento.
ii. duas plenárias de apresentação de resultados da discussão por grupos
iii Mesas redondas em sessões plenárias e com
a participação de quatro especialistas em cada
uma e com intervenção final de um dos ministros de educação presentes
ü Políticas, estratégias e financiamento
da alfabetização e da educação de jovens e adultos.
ü O custo do analfabetismo.
ü Medição, acompanhamento e avaliação da
alfabetização e da educação de jovens e adultos.
ü Alfabetização e educação de jovens e
adultos em contextos multiculturais e multilingües
iv. Plenária de “Apresentação do documento
final como insumo para a conferência mundial
CONFINTEA VI no Brasil (Maio de 2009)”
c.Sessões simultâneas de grupos de trabalho (3)
repartidas em três meias jornadas de três dias
diferentes; aparentemente correspondentes ao
trabalho da conferência preparatória da CONFINTEA VI
d.Reuniões do grupo de redação
e.Reunião privada de representantes de
universidades e pesquisadores. Tão privada que
não o público não ficou sabendo quem foram os participantes.
f.Seis “painéis concorrentes”: práticas relevantes e eficazes:
i)Aprendizagens para os meios de subsistência e a empregabilidade.
ii)Aprendizagem para uma boa saúde
iii)Aprendizagem através do ensino a distância e
as TIC. iv)Aprendizagens em família e entre gerações
v)Satisfazendo necessidades de aprendizagem de
grupos com necessidades especiais de aprendizagem
(grupos minoritários, migrantes, detentos, etc.)
vi)A rede ALADIM na América Latina e no Caribe
g.Um evento especial de lançamento de livros da CREFAL/UNESCO
2. Abordagem dos temas e conteúdos
Apresentação do “informe regional sobre o estado
atual e o desenvolvimento da alfabetização e da
educação de jovens e adultos”. Rosa Maria Torres.
A mudança de paradigma da Alfabetização à
Aprendizagem ao longo de toda a vida não foi
adotada na América Latina e no Caribe. Os
informes dos países se referem majoritariamente à
Educação de Pessoas Jovens e Adultas (EPJA), tal
como foi definido na CONFINTEA V em Hamburgo.
O que aconteceu entre a CONFINTEA V e a CONFINTEA VI?
Contexto
Âmbito do trabalho na EDJA na região
§ Pobreza e indigência
§ Desemprego
§ Intolerância, violência e guerras
§ Migração, xenofobia
§ Brecha digital
§ Crise ambiental, aquecimento global
§ Fome, crise alimentar.
Cada vez mais o mundo se torna menos agradável para viver.
Tratou-se de passar da educação para toda a vida
à aprendizagem para toda a vida, mas a prioridade
continua sendo a educação de crianças até os nove
anos. Assim, enquanto os países do norte
trabalham no sentido da educação para toda a
vida, o programa para os do sul se limita à
educação básica primária. Além disso, as seis
metas estabelecidas sob o lema de Educação para
Todos EPT, desde 1990 (Jomtien) e entendidas até
2015, não são fáceis de ser cumpridas.
Houve regressão na região em vários âmbitos:
A América Latina e o Caribe são as regiões menos eqüitativas do mundo
O gênero tem sido mal entendido, pois no Caribe
Anglo-saxão e no Brasil, os mais afetados pelo analfabetismo são os homens.
A região especializou-se em políticas compensatórias
Os jovens são os mais afetados pela exclusão,
pelo desemprego, pela migração. Estão de fora das
instituições, não estudam, nem trabalham. Há uma
brecha entre a sociedade civil de cima e a sociedade civil de baixo.
Segundo o Informe Mundial de Riqueza 2008, nos
três últimos anos os ricos da região incrementaram sua riqueza em 20%.
Emergiram processos e governos progressistas na região.
Há na região uma tendência de melhoria na
educação das crianças e de grupos especiais.
No entanto, a educação não está contribuindo para
reduzir a desigualdade (CEPAL-UNESCO-OREAL).
Quanto à EPJA, o marco de ação regional 2000-2010
se refere a 4 grupos prioritários e 7 áreas de
ação, das quais só se trabalharam em duas
(alfabetização e educação para o trabalho):
1. Alfabetização
2. Educação e trabalho
3. Educação, cidadania e direitos humanos
4. Educação para camponeses e indígenas
5. Educação para jovens
6. Educação e gênero
7. Educação para o desenvolvimento local e sustentável
As ofertas para a EPJA limitaram-se à
alfabetização, certificação de estudos básicos,
educação para o trabalho com coberturas
limitadas. As ofertas estão muito diversificadas,
mas os esforços não estão coordenados. Foi muito
importante, nos últimos anos, a cooperação sul-sul (Cuba)
Boas notícias: maior presencia de leis, auge dos meios audiovisuais e digitais.
No que se refere a desafios, temos:
§ Reconhecimento da EPJA como parte do
direito à educação. Direito a uma boa educação,
com relevância e pertinência e que inclua:
disponibilidade, acessibilidade, adaptabilidade e aceitabilidade.
§ Mudar a visão do sujeito de EPJA de
sujeito carente a sujeito com saberes
§ Incidir para baixo
§ Incorporar a noção de diversidade nas propostas e nos indicadores
§ Fortalecer o caráter contestatório da
educação de pessoas adultas como aconteceu com a educação popular.
§ Passar da alfabetização à aprendizagem
ao longo de toda a vida e mudar o conceito de
alfabetização. “Não é ensinar a ler e escrever,
mas conseguir que as pessoas leiam e
escrevam”, “conseguir sociedades letradas”
§ Renunciar à idade como critério de
caracterização e de ofertas educativas
§ Pensar na educação, não para pessoas
isoladas, mas para famílias e comunidades,
“comunidades de aprendizagem” (formal, não
formal, informal, crianças jovens, pessoas adultas)
§ Considerar a articulação e sinergias inter-setoriais
§ Incidir sobre todas as políticas:
econômica, social, educativa, isto é, sobre “a política”
§ Lutar contra todos os poderes estabelecidos.
Mesas redondas
Políticas, estratégias y financiamento da
alfabetização e da educação de jovens e adultos
As expositoras e os expositores referiram-se a:
os desafios e as conquistas em alfabetização e
EPJA da região; concretização, compromissos e
eficácia do financiamento; formação de educadores
e educadoras de pessoas adultas; articulação
entre educação básica e alfabetização; a pesquisa
sobre efeitos dos resultados da aprendizagem e políticas de gênero.
Causou mal-estar em alguns funcionários da
UNESCO, mas beneplácito (e aplausos) da maioria
de participantes da sociedade civil, o
pronunciamento do Secretário Geral do CEAAL sobre
a apresentação na sessão inaugural da saudação
virtual da senhora Laura Bush, que qualificou de ofensa aos povos da região.
O custo do analfabetismo
As e os expositores referiram-se ao que custa ou
ao que perdem os países por não investir na
alfabetização; os cursos econômicos e as
conseqüências sobre a saúde, o trabalho, o exercício da cidadania.
Significativamente, foram apresentados alguns
cálculos precisos do que perdem as seguintes
gerações, as filhas de mães analfabetas: os
impactos sociais, emocionais, de conduta e
cognitivos, mas sem qualquer alusão aos impactos
derivados do analfabetismo dos pais.
Medição, acompanhamento e avaliação da
alfabetização e da educação de jovens e adultos
As e os participantes apresentaram os programas
de avaliação realizados no Chile, pela UNESCO,
por INEA de México e Brasil. Entre outros
aspectos referiram-se aos processos de
monitoramento e registro, estrutura dos processos
de avaliação, metodologias de simulação,
iniciativas de certificação, termos de comparação
entre países, difusão e publicação de resultados,
medição por níveis de competências e níveis de
leitura, sustentabilidade das estratégias
aplicadas, exames por Internet, conseqüências da avaliação.
Alfabetização e educação de jovens e adultos em
contextos multiculturais e multilingües
Os temas abordados por as e os expositores foram:
a validado do uso de testos multiculturais e
multilingües, necessidade da re-conceituação da
EPJA para esses contextos, modalidades de EPJA,
função e usos da língua nativa e da segunda
língua, características dos programas de
alfabetização em línguas indígenas e na língua
garófona (Honduras), demanda da educação multicultural.
Ficou estabelecida a existência na região de 700
sociedades lingüísticas que têm entre 500 e 600
línguas, incluindo o castelhano, o inglês e o português.
Painéis simultâneos: práticas relevantes e eficazes
Nesses painéis foram apresentadas três ou quatro
experiências de organizações sociais,
universidades e comunidades, sobre os temas
mencionados, que foram selecionados pelas
instituições organizadoras, entre as quais foram
apresentadas as de Colômbia e México apresentadas
no Fórum “Pelos caminhos do empoderamento das
mulheres”, prévio à Assembléia da REPEM em
Montevidéu. Vale esclarecer que foram dados a
conhecer os critérios de seleção. Recordamos os
temas: aprendizagens para os de subsistência e a
empregabilidade; aprendizagem para uma boa saúde;
aprendizagem através do ensino a distância e as
TIC; aprendizagens em família e entre gerações;
satisfazendo necessidades de aprendizagem de
grupos com necessidades especiais de aprendizagem
(grupos minoritários, migrantes, reclusos, etc.);
a rede ALADIM na América Latina e no Caribe
Documento final
Esse documento já foi enviado através de LA RED VA…
3. Outras atividades
A delegação oficial da REPEM foi integrada por
Imelda Arana Sáenz e Malú Valenzuela; estiveram
acompanhadas por outras sócias da: Celita Eccher,
Secretária Geral do ICAE, Patricia Jaramillo da
Rede Gênero e Comércio e Adelaida Entenza,
funcionaria da sede da REPEM em Montevidéu, as
quais assistiram como delegados do ICAE, e Eli
Dure do CECTEC Paraguai da delegação oficial do
CEAAL. Com exceção de Eli, as demais companheiras
fazem parte da oficina de educação e gênero (GEO) do ICAE.
Como delegação da REPEM participamos de encontros
multilaterais com o representante da UNESCO, com
representantes do governo do Brasil (sede da
CONFINTEA VI), com delegados de organizações
sociais do Brasil, com ICAE, CEAAL, CLADE, com a
finalidade de promover o Fórum complementar da
sociedade civil no marco da CONFINTEA VI, o que
teve êxito. Os detalhes desse evento serão
estudados pelas autoridades do país sede e pela
UNESCO como responsáveis da conferência.
Com CLADE (Campanha Latino-americana pelo direito
à educação) e demais participantes desse processo
multilateral, ficou acertado que o grupo criado
em agosto no Brasil, para dar impulso aos
preparativos da CONFINTEA VI, incluindo o Fórum
da Sociedade Civil, se fundiria com o grupo que
fez o lobby no México, pois a maioria de suas
organizações estiveram nos dois espaços.
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